E, pra completar, nesse finde tem dois shows do Ornette Coleman. Putalamierda… Quem vai?
O Dodô teve a manha de pegar o áudio do melhor show do Terra desse ano (que pode ser visto na íntegra no site do festival) e colocar num sitezinho feito apenas para o download do show. Baixe aqui.
Um mashup ao vivo, cortesia da Bidê ou Balde.
No finzinho do show de ontem – e o cara se levantou com mais agilidade do que metade das pessoas que eu conheço. E que show foi esse de ontem! Melhor que os da Argentina no quesito interação com o público – o cara pirou no público brasileiro. No entanto achei o som mais baixo que nos shows de lá. Depois eu subo os meus vídeos.
E a minha coluna no Caderno 2 de ontem foi sobre os shows de Paul McCartney no Brasil.
Que músicas ele toca?
O mesmo show do Paul
Hoje e amanhã Paul McCartney faz mais dois shows no Brasil, quase vinte anos depois de ter vindo ao País para se apresentar pela primeira vez (dois shows no Rio em 1990 e dois shows em São Paulo e Curitiba em 1993). Mas, se no início dos anos 90 havia uma enorme expectativa sobre o que Paul poderia tocar em seus shows no Brasil, hoje não há motivo para especulação. Basta entrar no site setlist.fm para saber quais músicas que o ex-beatle tocou em todos seus últimos shows desde… 1990! O site, na verdade, reúne até informações sobre apresentações de Paul em 1972, mas desde o início dos anos 90 seu calendário de shows é bem completo.
O setlist.fm usa uma plataforma chamada wiki, que permite que qualquer um edite um texto online – é a mesma utilizada pela enciclopédia colaborativa Wikipedia. É um sistema de publicação que permite que os próprios fãs organizem as informações a respeito de seus ídolos. No caso do setlist.fm, dedicado apenas ao repertório de músicos em shows (e não apenas os de Paul), depois que o fã chega em casa após o show, ele abre um tópico relacionado ao show em questão e lista a ordem de músicas que reuniu. Se alguém escreve algo errado vem outra pessoa e corrige.
Por isso, quando fui assistir aos shows de Paul McCartney em Buenos Aires, na semana passada, já sabia de quase todas as músicas que ele iria tocar nas quase três horas de show. Mais do que isso: além da ordem das músicas, há um script muito bem ensaiado e imutável de show para show. Há a hora em que ele tira o paletó e fala que é “a única grande troca de figurino da noite” ou a homenagem aos dois ex-colegas de banda que já morreram ou as gracinhas que faz com o público. É tudo igual, muda só a bandeira que ele agita ao fim do show.
Mas tudo bem. Afinal foi Paul McCartney quem ajudou a inventar este sistema de música para as massas. Natural que ele queira repetir o mesmo show. Mesmo porque na segunda noite na Argentina, ele tirou da cartola a ainda inédita na turnê Bluebird. Ou seja: ainda cabe espaço para o improviso.
O Homem-Mashup
Você conhece o Girl Talk?
E na mesma semana em que se apresentou pela segunda vez no Brasil (ele encerrou, na noite de ontem, a edição deste ano do festival Planeta Terra), o DJ e produtor norte-americano Gregg Gills, conhecido pelo apelido de Girl Talk, ofereceu seu disco gratuitamente para download no site de sua gravadora, devidamente batizada de Illegal Art. Gills é conhecido por, desde 2006, compor álbuns usando apenas pedaços de músicas alheias – daí o peculiar nome de sua gravadora. Nada do que está no disco foi composto ou gravado pelo produtor, que apenas usou seu computador para misturar pedaços de músicas alheias e compor mais uma longa sinfonia esquizofrênica dentro da estética do mashup, em que canções de diferentes estilos se colidem para gerar músicas novas. All Day, o nome do novo disco, pode ser baixado de graça no site da gravadora (www.illegal-art.net/allday) e se alguém quiser saber todas as músicas que Gills usa no disco, basta entrar no site alldaysamples.com, feito por fãs, para ouvi-lo com a descrição de cada música utilizada para compor seu novo álbum.
Of Montreal – “Bunny Ain’t No Kind Of Rider” / “Gronlandic Edit”
É, o festival foi tudo isso mesmo. Não consegui ver o Hot Chip (que foi elogiadaço por vários que viram), mas peguei meu quarto show do Pavement esse ano, o melhor do festival disparado. Que guitarra é essa do Stephen Malkmus, dizaê. Depois do Pavement, a melhor apresentação foi o dedo na tomada do pop provocado pelo Girl Talk, que chamou vários conhecidos paulistanos para a algazarra no palco e salvou os que não suportaram a sessão de tortura chinesa que foi o show dos Smashing Pumpkins, uma das coisas mais constrangedoras que já vi num palco. O Phoenix também fez bonito e apesar de um meio de show paradão à toa (quando eles tocaram “Love Like a Sunset”) fez valer com o final apoteótico, quando o senhor Sofia Coppola repetiu seu velho truque de ser carregado pelas mãos do público ao final de “1901”. Não vi nem o Passion Pit e nem o Yeasayer inteiros, mas pelo que vi, são bandas em construção, crescendo ao vivo, ensaiando em público. Ambas têm hits e boa presença de palco, mas falta tutano, falta música. Mika é o showbusiness em pessoa, é inacreditável que ele não seja um nome tão grande a ponto de fechar um estádio apenas para si mesmo e ter de entrar num festival de rock alternativo. Por isso mesmo sua apresentação tem um quê de Glee, de High School Musical, de Cirque de Soleil do rock. “Não que tenha algo de errado com isso”, mas não é para o meu paladar. E o Of Montreal, grupo que vi logo que cheguei no festival, é o mais perto que o indie rock pode chegar do P-Funk, show de psicodelia de banda gringa mais foda no Brasil desde… o Mercury Rev em 2005, em Curitiba. E a estrutura e dimensões do festival, mais uma vez, corresponderam às expectativas. Mas primeiro vou subindo os vídeos e, se der tempo, comento mais tarde. Afinal, hoje tem o Paul.
Yeasayer – “O.N.E.”
Mika – “Love Today”
Passion Pit – “I’ve Got Your Number”
Phoenix – “Lisztomania”
Phoenix – “Long Distance Call”
Phoenix – “Rome”
Phoenix – “If I Ever Feel Better” / “1901”
E o momento que o vocalista do Phoenix nadou pela multidão
Pavement – “Gold Soundz” / “Grounded”
Pavement – “Date w/ IKEA” / “Unfair”
Pavement – “In the Mouth of a Desert”
Pavement – “Stop Breathing”
Pavement – “Box Elder” / “Range Life”
Girl Talk – “Down for the Count”
Girl Talk – “Makes me Wanna”
Um pequeno intervalo entre o Terra e o Paul.
O festival de hoje vai ser bom…
Tão falando…