Mais capas de discos clássicos expandidas por inteligência artificial

Agora que abriu a porteira, já era: tem mais gente jogando capas de discos para serem expandidas por algoritmos designers. Separei umas que cogitam realidades estranhas demais para além das imagens que já conhecemos.

Veja abaixo:  

Máquina do Tempo: 1° a 31 de março

darksideofthemoon
1° de março de 1973 – O Pink Floyd lança The Dark Side of the Moon

mamonas
2 de março de 1996 – Morrem os Mamonas Assassinas

likeaprayer
3 de março de 1989 –Madonna lança o polêmico clipe de “Like a Prayer”

timewarner
4 de março de 1989- TimeWarner torna-se a maior empresa de mídia do mundo

creem
5 de março de 1969 –É lançada a revista Creem

chorao
6 de março de 2013 –Morre Chorão

bluemonday
7 de março de 1983 –New Order lança “Blue Monday”

bob-dylan
8 de março de 1965 –Bob Dylan lança “Subterranean Homesick Blues”

biggie
9 de março de 1997 –Notorious B.I.G. é assassinado

sexpistols-
10 de março de 1977 –Os Sex Pistols anunciam “God Save the Queen” em frente ao palácio de Buckingham

dejavu
11 de março de 1970 –Crosby Stills Nash & Young lançam Déjà-Vu

vu-n
12 de março de 1967 –Velvet Underground lança seu primeiro disco

temptations
13 de março de 1961 –Os Temptations fazem teste para entrar na Motown

3 feet high
14 de março de 1989 –De La Soul lança o clássico 3-Feet High and Rising

tim-maia
15 de março de 1998 –Morre Tim Maia

otis-redding
16 de março de 1968 –“(Sittin’ On) The Dock of the Bay” é o primeiro hit póstumo

greatest-hits
17 de março de 1958 –É lançada a primeira coletânea chamada “Greatest Hits”

chuck-berry
18 de março de 2017 –Morre Chuck Berry

il-guarany
19 de março de 1870 –Carlos Gomes estreia a ópera O Guarani na Itália

leeperry
20 de março de 1936 –Nasce Lee “Scratch” Perry

rock_around_the_clock
21 de março de 1956 –O filme Rock Around the Clock estreia nos cinemas

miranda--
22 de março de 2018 –Morre Miranda


23 de março de 2003 –“Lose Yourself” é o primeiro rap a ganhar o Oscar de melhor canção

elvis-exercito
24 de março de 1958 –Elvis se alista no exército

john-yoko-bed-in
25 de março de 1958 –John e Yoko realizam o primeiro bed-in

dylan-bootlegseries
26 de março de 1991 –Bob Dylan começa a oficializar seus discos pirata

Renato_Russo
27 de março de 1960 –Nasce Renato Russo

blondie
28 de março de 1981 –O primeiro rap a chegar no topo das paradas é do Blondie

brian-johnson
29 de março de 1980 –Brian Johnson entra no lugar de Bon Scott no AC/DC


30 de março de 1967 –A capa de Sgt. Pepper’s é fotografada

hendrix-fire
31 de março de 1967 –Hendrix incendeia sua guitarra pela primeira vez

Concertos de Discos

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A partir deste mês retomamos no Centro Cultural São Paulo a série Concertos de Discos, idealizada pela diretora original da discoteca pública que hoje batiza a instituição, a pesquisadora Oneyda Alvarenga, em que pesquisadores e especialistas dissecam discos clássicos em audições comentadas. Como estamos nas comemorações dos 50 anos do ano de 1967 (dentro do projeto Invenção 67), iniciamos os trabalhos com oito aulas sobre oito discos essenciais lançados naquele ano – das estréias do Pink Floyd, Doors, Velvet Underground e Jimi Hendrix, a discos cruciais nas carreiras de Tom Jobim, Roberto Carlos, Aretha Franklin e dos Beatles. O time de especialistas reunidos é da pesada e as audições acontecem na própria Discoteca Oneyda Alvarenga, no CCSP, durante as terças e quintas de junho, gratuitamente, a partir das 18h30. Veja a programação completa deste primeiro mês abaixo (mais informações aqui):

Concertos de Discos
de 6 a 29/6 – terças e quintas – 18h30
O Invenção 67 ressuscita os célebres Concertos de Discos, que a primeira diretora da Discoteca do Centro Cultural São Paulo, Oneyda Alvarenga, ministrou entre 1938 e 1958. Os Concertos de Discos voltam focados em música popular e realizados na própria Discoteca Oneyda Alvarenga, convidando o público a uma audição comentada. Programe-se: as audições são limitadas a 30 pessoas. Todos os concertos começam pontualmente às 18h30.

60min – livre – Discoteca Oneyda Alvarenga
grátis – sem necessidade de retirada de ingressos

Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band
dia 6/6 – terça – 18h30
Pai e filho, Maurício Pereira (Os Mulheres Negras) e Tim Bernardes (O Terno) falam sobre o clássico dos Beatles: Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band.

The Piper at the Gates of Dawn
dia 8/6 – quinta – 18h30
O crítico e músico Alex Antunes (Akira S, Shiva Las Vegas) trata do disco de estreia do Pink Floyd, The Piper at the Gates of Dawn.

Wave e Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim
dia 13/6 – terça – 18h30
O músico e historiador Cacá Machado analisa os álbuns Wave, de Tom Jobim, e Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim, parceria com Sinatra e Jobim que marcou a inserção da bossa nova no contexto internacional.

The Doors
dia 15/6 – quinta – 18h30
O jornalista Jotabê Medeiros mergulha no álbum de estreia da banda The Doors, que juntou de modo dramático jazz, blues, lisergia e poesia.

I Never Loved a Man the Way I Love You
dia 20/6 – terça – 18h30
Especialista em hip hop, soul e funk, a jornalista Mayra Maldjian analisa I Never Loved a Man the Way I Love You, turning point na carreira de Aretha Franklin – e do rythmn’n’blues.

Are You Experienced?
dia 22/6 – quinta – 18h30
Músico e jornalista, Rodrigo Carneiro (Mickey Junkies) surfa em Are You Experienced?, disco em que estreou a banda Experience, de certo guitarrista canhoto chamado Jimi Hendrix.

Em Ritmo de Aventura
dia 27/6 – terça – 18h30
Guitarrista e vocalista da banda Autoramas, Gabriel Thomaz entra Em Ritmo de Aventura para falar do clássico de Roberto Carlos.

The Velvet Underground & Nico
dia 29/6 – quinta – 18h30
O jornalista e editor da revista Bravo!, Guilherme Werneck, trata de The Velvet Underground & Nico, o disco que lançou a banda de Lou Reed – e também as bases do punk.

“It was fifty years ago today…”

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Há cinquenta anos, os Beatles mudavam a cultura pop com seu magnífico Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band – escrevi sobre o disco clássico no meu blog no UOL.

Se houve um marco que determinou os rumos da cultura que vivemos hoje, este foi o disco que os Beatles lançaram há exatamente meio século, no dia primeiro de junho de 1967. Ao desvendar Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band para o resto do mundo, a banda do norte da Inglaterra que transformou-se no maior fenômeno das massas dos anos 60 reescreveu a história da civilização contemporânea a partir de um simples disco. O impacto do disco mais emblemático da história dos Beatles e da história da música gravada pode ser sentido até hoje e reverberará ainda por muitos anos.

Sua onipresença e unanimidade é tão recorrente que é fácil reduzi-lo como um trabalho menor ou superestimado. Mas nenhuma obra de arte na história da humanidade provocou tantas transformações e causou tanto furor e discussões quanto o oitavo disco da carreira dos Beatles. Vários outros acontecimentos históricos provocaram desdobramentos tão ou mais radicais do que este que é o álbum mais clássico da música moderna, mas nesta categoria entram eventos violentos, drásticos e complexos, como invenções tecnológicas, conceitos teóricos, guerras, conquistas esportivas, epidemias, tragédias e catástrofes naturais. Outras obras de arte tiveram um impacto tão duradouro ou revolucionário quanto este disco, mas nunca de forma tão simultânea e global. Até hoje, cinquenta anos depois de seu lançamento, gerações inteiras, contemporâneas dos Beatles ou não, lembram da revelação provocada pelo disco.

E não apenas de sua audição. Sgt. Pepper’s provocava o crítico, o especialista, o fã e o ouvinte para além do conjunto de suas treze canções. A transformação ia para além do próprio repertório e ia para o conceito artístico, a produção sonora, a embalagem gráfica, a apresentação visual. Diferentes desdobramentos – da evolução da cultura de massas do século vinte ao amadurecimento da ainda infante indústria fonográfica, passando pela consolidação do modernismo e ascensão da cultura pop ocidental – convergiam naquele único disco hoje mitológico.

Mas o mais impressionante é que não havia modelo de negócios, estratégia de marketing, conceitos intelectuais ou manifestos artísticos – tudo foi feito por quatro rapazes entre seus vinte e trinta anos que, fartos de serem tratados como produto de consumo, abandonaram a própria natureza do mercado em que estavam inseridos e a motivação básica que os uniu durante toda uma década (tocar música ao vivo) para conseguirem se reinventar artística e comercialmente. A transformação acontecia basicamente pelo fato de quatro filhos da classe operária de um antigo império colonizador em decadência começarem a agir como uma única mente, um único corpo. Talvez o melhor retrato desta nova fase do grupo foi o fato de que, depois de tirarem férias uns dos outros após anos se vendo diariamente de forma incessante, os quatro se reencontraram com a mesma transformação estética – todos estavam trajando bigodes que nunca haviam cogitado sem nem sequer terem combinado nada entre si.

pepper

Por um semestre, no início de 1967, eles embarcaram em uma viagem que começou de forma nostálgica e logo descambou para a alegoria. John Lennon e Paul McCartney, a força-motriz e principais compositores da banda, voltaram para sua cidade-natal em forma de canção e, cada um deles, escreveu uma música que lhes trazia de volta às suas respectivas infâncias – John voltava ao orfanato próximo da casa de sua tia Mimi, onde passou parte de sua infância, e Paul ao terminal de ônibus por onde transitava diariamente quando ia para a escola. Strawberry Field (sem o “s”) e Penny Lane eram lugares mundanos e sem charme, que foram transformados em monumentos às respectivas juventudes dos dois, que logo entrariam para a história como a dupla de compositores mais antológica da cultura popular recente. “Strawberry Fields Forever” e “Penny Lane” fariam parte do novo disco de seu grupo, mas foram escolhidas para, no início daquele ano, serem lançadas como um compacto para mostrar o que os Beatles estavam aprontando no estúdio de Abbey Road. Um prefácio sensacional para uma obra-prima.

Não era pouca coisa. O single de duplo lado A parecia a continuação natural dos experimentos musicais e sonoros que o grupo vinha conduzindo a partir dos dois discos anteriores – Rubber Soul e Revolver, de 1965 e 1966, respectivamente -, mas agora parecia haver uma mesma temática, uma amarra conceitual. Ao mirar em sua Liverpool no ponto de partida do novo disco, os Beatles entenderam que era preciso transcender o formato LP – uma novidade mesmo ainda naqueles primeiros anos da música pop, um conceito que não tinha nem meio século de idade em 1967 – e transformar o álbum em um gesto artístico autoral.

A ideia original veio de Paul, a partir de um trocadilho infame durante um voo sobre o Atlântico. Viu o saleiro e pimenteiro dispostos próximos ao prato de comida e, brincando com as palavras, transformou “salt and pepper” (sal e pimenta) em um personagem fictício – Sargent Pepper -, maestro de uma banda inventada de um clube imaginário, o Clube dos Corações Solitários. A brincadeira evoluiu para um conceito ousado para a época, que aquele não era um disco dos Beatles e sim daquela banda enigmática. E foi vestindo roupas alheias – depois metamorfoseadas em fardas de uma fanfarra psicodélica – que os Beatles pularam num abismo de experimentações.

Logo estariam experimentando colagens sonoras e líricas, instrumentos alheios à música pop tradicional, drogas alucinógenas, temas distantes da alegria pueril dos primeiros dias, jogos de palavras, incursões geográficas, temporais e poéticas. Fugiam para o extremo oposto da beatlemania que havia lhes popularizado em todo o planeta, recriando o próprio universo de forma épica e, sem perceber, forçando o amadurecimento de toda sua geração e dando pistas para as gerações seguintes. Não fundaram a psicodelia, mas trouxeram-na para a pauta do dia, fundindo-a com seus recentes interesses por música erudita, alta cultura, pós-modernismo, música indiana, técnicas de gravação. Sob a batuta do produtor/professor George Martin, acompanhados de seus fiéis escudeiros George Harrison e Ringo Starr e a bordo de um estúdio que permitia apenas a gravação de míseros quatro canais simultâneos, John e Paul viraram a cultura do avesso, trazendo para fora todos seus ímpetos e instintos primários, mas envernizados pela curiosidade, pelo senso de exploração e de aventura e pelo salto no desconhecido.

A capa, hoje icônica, parecia traduzir todas as inquietações que o grupo sentia: era uma colagem ideológica de personalidades díspares – Oscar Wilde e Ghandi, Aleister Crowley e Shirley Temple, Mae West e Lawrece da Arábia, Bob Dylan e Karl Marx – que perfilavam-se a duas versões dos Beatles – uma retirada do museu de cera de Madame Tussauds (que parecia sinalizar que aqueles Beatles, em preto e branco, haviam ficado no passado) e outra multicolorida, sorridente e desafiadora. Aquela colagem visual conduzida por um dos grandes nomes da recente pop art, o inglês Peter Blake, traduzia tanto a ousadia comercial quanto a aventura estética encapsulada naquele disco, reforçada pelo fato de ser o primeiro álbum da história a vir com as letras impressas.

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A quantidade de trunfos de Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club é imensurável. Sem ele, a cultura perderia o impacto global e os Beatles não seriam uma das principais forças artísticas do mundo até hoje. Seu cinquentenário vem apenas reforçar sua importância, tanto em termos criativos quanto mercadológicos. Nenhuma outra obra de arte foi tão influente e transgressora em tão pouco tempo – nem antes, nem depois.

Vanguart toca o Sgt. Pepper’s na íntegra no CCSP

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O show acontece nesta quinta-feira, de graça, às 21h, e faz parte das atividades do evento Invenção 67 (mais informações aqui). Abaixo, um trechinho descontraído de um dos ensaios:

Invenção 67 no CCSP

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A partir desta quarta até domingo, começamos mais uma atividade multicuratorial no Centro Cultural São Paulo – o evento Invenção 67 disseca o cinquentenário do mítico ano de 1967 medindo seu impacto na cultura em diferentes áreas. Há debates, show, filmes, exposição e encontros que prometem ser célebres, como o de Renato Borghi com Zé Celso Martinez Correa (um apresentou a peça O Rei da Vela para o outro, que a tornou célebre), Andrea del Fuego e Nelson de Oliveira falando sobre Cem Anos de Solidão de Gabriel Garcia Márquez, Miriam Chnaidermann e André Sant’Anna falando sobre o Panamérica de José Agrippino de Paula e Ismail Xavier e Rubens Machado falando sobre Terra em Transe. Da parte que me toca (a curadoria de música), teremos na quinta o Vanguart tocando na íntegra o clássico Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band dos Beatles – que faz aniversário no mesmo dia -, uma conversa com Roberta Martinelli e Ricardo Alexandre sobre o festival da Record daquele ano, quando as sementes do tropicalismo e do que chamamos hoje de MPB foram lançadas e a série de audições comentadas Concertos de Discos, que joga luz em clássicos daquele mítico ano, esta com início na semana que vem (falo mais disso depois). Maiores informações sobre o evento aqui e, abaixo, a programação geral dos próximos dias. Tudo de graça! Vai ser demais!

Invenção 67 no CCSP

Que ano! Em 1967, os Beatles lançavam o álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, marco da vanguarda pop. Ainda naquele chamado Verão do Amor, Jimi Hendrix lançou seu primeiro disco, bem como The Doors, Velvet Underground e Pink Floyd. Enquanto isso, no Brasil houve certa noite em 1967, transmitida pela TV, que revelou uma geração de garotos geniais: Gilberto Gil, Caetano Veloso, Edu Lobo, Chico Buarque. Um pouco mais cedo neste ano incrível, Hélio Oiticica criava a obra Tropicália. No cinema, 67 foi o ano em que estrou Terra em Transe, de Glauber Rocha. E que estreou também a peça O Rei da Vela, de Oswald de Andrade, levada ao palco de forma barulhenta por José Celso Martinez Correa. No teatro ainda nasceria Cordélia Brasil, de Antonio Bivar. Foi o ano de PanAmérica, o romance de pura invenção escrito por José Agrippino de Paula, do impactante Quarup de Antonio Callado e de Tutameia, último livro de Guimarães Rosa. A América Latina iniciava um boom literário com Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez, e na Europa Milan Kundera lançava A Brincadeira.

Por tudo isso o Centro Cultural São Paulo resolveu homenagear esse ano extraordinário de invenção e imaginação com debates, filmes, música, teatro e cinema. Em 1967 a juventude ainda sonhava alto. E no CCSP este sonho revive. Todos os eventos são gratuitos.

PROGRAMAÇÃO

31/5 quarta

TEATRO
17h Encontro O Rei da Vela
Mediados pela crítica teatral Beth Néspoli, José Celso Martinez Correa e Renato Borghi falam de O Rei da Vela. Peça escrita por Oswald de Andrade, permaneceu inédita até ser montada por Zé Celso em 1967, tendo Borghi como protagonista. Um dos pilares do tropicalismo, a peça simboliza a contracultura dos anos 60 – hoje parte da cultura brasileira. Na Sala Paulo Emílio Salles Gomes.

1º/6 quinta

LITERATURA
19h30 Ponto de encontro: Invenção 67
Com peculiar verve e larga erudição, o crítico e ensaísta Manuel da Costa Pinto, autor de Literatura Brasileira Hoje, analisa os principais lançamentos literários do mundo naquele ano. No Espaço Mário Chamie (Praça das Bibliotecas)

MÚSICA
21h Liverpool em Cuiabá
Em apresentação inédita, a Vanguart, banda matogrossense famosa nacionalmente pelo folk rock energético e lírico, revisita o álbum Sergeant Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles. Na Sala Adoniran Barbosa

2/6 sexta

LITERATURA
19h30 Cem anos de solidão, 50 anos depois
Destacados pela escrita que tangencia o fantástico, os autores Andrea del Fuego e Nelson de Oliveira, mediados pelo diretor do CCSP, Cadão Volpato, tratam da imortal obra de Gabriel García Márquez. No Espaço Mário Chamie (Praça das Bibliotecas)

3/6 sábado

TV/MÚSICA/CINEMA
15h Aquela noite em 67
Exibição do filme Uma Noite em 67, dirigido por Renato Guerra e Ricardo Calil, sobre o famoso festival de música da TV Record que catapultou uma talentosa geração da música brasileira, seguido de debate entre os jornalistas Ricardo Alexandre e Roberta Martinelli. Filme na Sala Paulo Emílio Salles Gomes, debate no Espaço Mário Chamie (Praça das Bibliotecas)

LITERATURA
19h30 PanAmérica vezes 50
A psicanalista e cineasta Miriam Chnaidermann e o escritor André Sant’Anna, especialistas na obra de José Agrippino de Paula, mediados por Ronaldo Bressane, abordam o cinquentenário de PanAmérica – romance central para a criação da Tropicália. No Espaço Mário Chamie (Praça das Bibliotecas)

TEATRO
20h30 Cordélia Brasil
Para sustentar seu marido Leônidas, Cordélia, além de trabalhar como auxiliar de escritório, passa a se prostituir. Ela traz para casa um jovem cliente de 16 anos, Rico, que acaba morando com o casal – o triângulo tem desfecho trágico. Direção: Francisco Medeiros. Elenco: Paula Cohen, Marat Descartes e Chico Carvalho. Sonoplastia: Aline Meyer. O autor Antonio Bivar comenta a peça após a apresentação. Na Sala Leon Hirzman

4/6 domingo

CINEMA
16h Terra em Transe, 50 anos depois
Exibição do clássico do cinema novo Terra em transe, de Glauber Rocha (em cópia nova), seguido de debate entre Ismail Xavier e Rubens Machado, os professores de cinema da ECA/USP que formam a linha de frente do ensaio cinematográfico brasileiro. Na sala Paulo Emílio Salles Gomes

De 26/5 a 5/6

Mostra Revista Comando
Exposição das obras em serigrafia realizadas na Folhetaria do CCSP, em ateliê público, pelos artistas Frederico Heer e Guilherme Boso (Revista Comando). Foyer

E se o Episódio IV fosse uma paródia do Sgt. Pepper’s dos Beatles?

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O mashup Princess Leia’s Stolen Death Star Plans – que postei na íntegra no meu blog no UOL – é uma obra-prima pós-moderna.

Hoje é 4 de maio, o tradicional dia que os fãs da saga Guerra nas Estrelas criaram para celebrar esta religião moderna a partir de um trocadilho infame (o quatro de maio, em inglês, chama-se “May the Fourth”, que soa como o eterno lema Jedi “May the Force be with you” – “que a Força esteja com você”) e que tal revisitar a pedra fundamental da história imaginada por George Lucas pelo ponto de vista do mais clássico disco dos Beatles? Hein?

Foi o que fez a dupla norte-americana Palette-Swap Ninja, formada pelo vocalista Dan Amrich e pelo tecladista Jude Kelley, revisitando todo o Episódio IV, o primeiro filme que George Lucas fez sobre a saga (que completa 40 anos este ano), como uma paródia construída sobre o Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles (que completa 50 anos também este ano). Um mashup épico e meticuloso, que pode ser baixado gratuitamente no site da dupla, mas que funciona ainda mais quando assistimos à sua versão em vídeo, Princess Leia’s Stolen Death Star Plans é uma obra-prima pós-moderna.

Fico pensando em quais discos poderiam funcionar com os próximos filmes… O Álbum Branco com o Império Contra-Ataca? Tenso!

Sgt. Pepper’s, versão 50 anos

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A celebração do aniversário de meio século do disco mais ousado dos Beatles vem acompanhado de uma edição deluxe – falei sobre ela no meu blog no UOL.

Só melhora! O disco que consagrou 1967 como um ano mítico para a música pop está prestes a ganhar várias reedições que ajudam a compreender seu impacto cultural na época e sua importância para a carreira de seus autores, os Beatles. Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band completa 50 anos no início de junho e, alguns dias antes do aniversário, chegam às lojas de disco e serviços digitais diferentes versões do clássico que inaugurou a era psicodélica e consagrou os quatro garotos de Liverpool como a banda definitiva dos anos 60.

São quatro diferentes versões do disco que serão lançadas no dia 26 de maio. A mais simples conta com apenas um CD com uma nova mixagem do álbum, a versão em vinil duplo com um segundo disco com versões alternativas para cada uma das músicas originais, uma versão em CD duplo com o segundo disco com outras tantas versões em estágio inicial de todas as músicas (incluindo as do compacto que antecipou o lançamento, com “Strawberry Fields Forever” de um lado e “Penny Lane” do outro) e uma versão deluxe com seis CDs.

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Esta versão completa é inevitavelmente a mais apetitosa, pois além da nova versão remasterizada do disco e dos discos com versões alternativas presentes nas outras edições, ainda trará uma versão mono de como o álbum foi lançado originalmente e ainda mais raridades, incluindo uma versão recém-descoberta para “Lucy in the Sky with Diamonds”, além de DVDs com versões 5.1 do disco, uma versão remasterizada do documentário The Makking of Sgt. Pepper’s, feito em 1994, os filmes promocionais que saíram do disco (os protoclipes de “Strawberry Fields Forever”, “Penny Lane” e “A Day in the Life”), um livro de capa dura com 144 páginas dissecando Pepper faixa a faixa e dois pôsteres (incluindo o poster de circo que inspirou a letra de “Being for the Benefit of Mr. Kite!”). O trailer lançado esta semana dá uma ideia da dimensão do projeto:

É difícil medir a importância de Sgt. Pepper’s cinquenta anos depois porque o mundo como o conhecemos hoje nasceu naquele momento. Foi quando o pop colidiu com a arte em grande escala, um gesto ousado de autoconsciência vindo de uma banda no auge de sua popularidade que preferiu abrir mão de fórmulas fáceis de sucesso para explorar limites artísticos, carregando uma geração inteira de músicos, artistas e ouvintes consigo. Depois de abandonar os palcos em 1966, muitos apostavam que o fim dos Beatles era iminente e que um artista não conseguiria sobreviver sem apresentar-se ao vivo. O grupo provou justo o contrário e na fase final de sua carreira, entre 1967 e 1970 só voltou a fazer shows uma única vez, construindo uma obra inteira com uma discografia que não é clássica por acaso. Sgt. Pepper’s é a coroa desta obra justamente por ser o momento em que os Beatles percebem a própria importância.

2016 is dead

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Escrevi no meu blog no UOL sobre a colagem que viralizou reunindo os mortos de 2016 em uma capa ao estilo de Sgt. Pepper’s.

Como resumir um sentimento em uma imagem? Esta é a premissa básica que reúne fotógrafos e artistas em uma busca que pode sintetizar emoções a uma única visão. O diretor de arte inglês Chris Barker coseguiu fazer isso ao reunir, enquanto matava o tempo, fotos de personalidades que haviam morrido em 2016 em uma paródia da clássica capa do disco Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, que os Beatles lançaram em 1967.

“Que ano, pensei, primeiro David Bowie, o Brexit e agora isso”, escreveu em seu site ao revelar que a ideia da montagem surgiu durante a madrugada da apuração do resultado das urnas para a eleição norte-americana, que de uma hora para outra mostrava Donald Trump disparando rumo à Casa Branca. “Muita gente especulou que Bowie era a cola que mantinha o universo reunido. Certamente tem sido um tanto diferente depois de sua trágica morte. Por isso pensei que já que eu teria de ficar acordado por horas e que minha mulher e os filhos estavam dormindo, poderia fazer uma colagem que resumiria como este ano foi estranho. Não era para ser uma montagem de celebridades mortas no estilo de Sgt. Pepper’s, no começou. Na verdade, o elemento Sgt. Pepper’s veio bem depois.”

Entre os integrantes da capa fúnebre estão Prince, David Bowie, Muhammad Ali, Gene Wilder, Kenny Baker (o ator que interpretava o robô R2D2), Anton Yelchin, Leonard Cohen, Robert Vaughn, Maurice White, Alan Rickman, entre outros (além de referências ao Brexit e à eleição de Trump). No meio da capa, o vocalista do Motörhead, Lemmy, surge como um dos mortos neste ano – só que ele morreu ao final de 2015. Barker preferiu manter o erro a consertá-lo, pois acredita que ele tenha sido responsável pela viralização da imagem: “Isso me fez perceber que as pessoas gostam de coisas imperfeitas. Se está perfeito, eles não têm nada a dizer”, escreveu em seu site, “a verdadeira beleza está em permitir que o espectador ser metido a inteligente. Sempre digo que se você quer que seus amigos respondam uma mensagem em grupo sobre um encontro, basta deixar um erro de digitação de propósito e ninguém conseguirá resistir a responder apontando-o. Foi assim que Lemmy me ajudou a me tornar viral.”

“Sgt. Pepper’s é uma merda!”

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Quem mandou essa foi Keith Richards, que está lançando disco solo, em uma entrevista à revista Esquire:

“Os Beatles soavam ótimos quando eles eram os Beatles. Mas não há muitas raízes naquela música. Acho que eles se deixaram levar. Por quê não? Se você fosse os Beatles nos anos 60 você se deixaria levar – você se esqueceria do que queria fazer. Você começa a fazer o Sgt. Pepper. Tem gente que acha que é um disco genial, mas acho que é um apanhado de merdas, meio como o Satanit Majesties – ‘Ah, se eles podem fazer um monte de merda, nós também podemos’.”

Leia a entrevista toda no site da Esquire.