“Say ‘what’ again!”
E já que o assunto é Quentin Tarantino, você sabe de onde é que saiu esse clássico trecho fictício da Bíblia?
De um filme com Sonny Chiba:
Mas você sabe que tudo no Tarantino é sampleado, né?
Jules Winnfield tem problemas com o aplicativo de reconhecimento de voz do novo iPhone…
Dica do Murilo.
Com a palavra, Samuel L. Jackson:
Assange deu entrevista a alguns brasileiros, publicadas em vários sites (linko aqui o dos irmãos Lauro e Tiago), e falou sobre a possibilidade de fazerem um filme sobre o caso WikiLeaks:
Hollywood pode produzir muitos filmes sobre o WikiLeaks, já que quase uma dúzia de livros está para ser publicada. Eu não estou envolvido em nenhuma produção de filme no momento. Mas se nós vendermos os direitos de produção, eu vou exigir que meu papel seja feito pelo Will Smith. O nosso porta-voz, Kristinn Hrafnsson, seria interpretado por Samuel L Jackson, e a minha bela assistente por Halle Berry. E o filme poderia se chamar “WikiLeaks Filme Noire”.
A imagem que ilustra o post é do blog Artificial Eyes.
Fui ver o Homem de Ferro 2 e… o filme é ótimo, mas se é pra ter mais de duas horas, que as encham com cenas de ação. Dá pra contar quase uma hora de blábláblá durante todo o filme, cenas que você nem sequer precisa olhar para a tela para saber o que está acontecendo. Em alguns aspectos o filme melhora o que já era ótimo no primeiro.
O principal mérito é o elenco: Robert Downey Jr. está confiante ao nível do insuportável, Gwyneth Paltrow finalmente pode atuar, o diretor Jon Favreau faz sua ponta crescer sem sair do segundo plano, Samuel L. Jackson é Samuel L. Jackson sempre, Don Cheadley segura bem a onda de sidekick, Sam Rockwell está ótimo como vilão e até Mickey Rourke e Scarlett Johansson estão bem. Favreau aos poucos está dominando a técnica dos efeitos especiais misturados a cenas de ação e nos presenteia com algumas cenas de abrir sorrisos – a chegada do Homem de Ferro na Stark Expo, a cena de luta com discotecagem e até o completo nonsense se passa no Grande Prêmio de Mônaco são pequenos espetáculos do cinema moderno, com doses equilibradas de humor, ritmo, cinematografia, edição, diálogos, efeitos e trilha sonora. Cinemão americano em grande escala, um título que infelizmente recai sobre os insossos Ron Howard, James Cameron e o próprio Spielberg, que de vez em quando sai do trivial. Mas Favreau está chegando lá.
O problema é que um filme desses não pode ser conduzido apenas com três ou quatro pontos de ação e esticado na marra com diálogos que teoricamente sustentam uma trama complexa – afinal, não há trama complexa. Não existe nem atrito entre os personagens de verdade, a profundidade do roteiro é a de uma piscina de crianças. Porque afinal de contas o que é um filme de super-herói senão uma piscina de criança? Não é cinema existencialista, reflexivo, denso. Não há mergulho ou submersão – é apenas um toboágua. Mas imagine se, no meio do toboágua, você tivesse que parar para discutir se é melhor descer pelo túnel A, B ou C. Se o ritmo das cenas de ação é perfeito, o do filme tem muitos altos e muitos baixos – alguns destes que até sugerem o sono.
Isso faz com que Homem de Ferro 2 funcione como um sinal de alerta para os filmes de super-herói. Não que o filme não vá faturar alto, mas pode fazer com que a série que perca o fôlego logo – e Favreau tenha que apelar para recursos ridículos como os que Sam Raimi apelou no terceiro Aranha (você sabe, todo aquele papo emo, aquela cena da dança no bar, o comercial de margarina na outra cena do café da manhã) e se ver o nerd Peter Parker passar por essa transformação foi bisonho, não queiramos ver algo do tipo com o querido Tony Stark do Downey Jr.
Uma das melhores cenas dura menos de cinco minutos e acompanha Scarlett em sua primeira incursão à ação. E nem é pelo fato de ter uma gostosa dando pernada – é só mais um exibicionismo de Favreau como diretor, desta vez acompanhando de perto uma cena que é basicamente uma coreografia. Se Homem de Ferro 2 alternasse entre efeitos especiais desproporcionais e cenas mais “intimistas” como esta com a Johansson (em vez de perder tempo com o drama risível do personagem de Rourke ou cenas extras só para justificar o cachê de Samuel L. Jackson), seria do nível do primeiro filme.
Mas não é.
(E depois eu falo do próximo filme da Marvel – se você não viu o Homem de Ferro 2 no cinema e sabe ainda, tem uma cena escondida no final dos créditos, que nem no primeiro)