De olho no futuro próximo

Linda a apresentação que Ana Spalter fez nessa sexta-feira na Sala Crisantempo, quando mostrou a íntegra de seu primeiro álbum, Coisas Vêm e Vão, num espetáculo que não apenas amarra este primeiro degrau de sua carreira musical a novos rumos em um futuro próximo. Durante todo a noite, três qualidades saltavam aos olhos: o envolvimento da cantora com seu instrumento – seja o teclado elétrico ou o piano acústico -, seu papel como arranjadora e diretora musical da noite e a liga firme que forjou ao lado dos músicos com os quais gravou o álbum, o trio formado pelo guitarrista Johnny Accetta, o baixista Pedro Petrucci e o baterista Léo de Braga, jovens bambas que fazem o talento de Ana reluzir ainda mais. Acrescida das percussões de Jorge Bento e das participações que chamou para esse show (o pianista Mike O’Brien e as cantoras Fernanda Ouro e Luíza Villa, todos também presentes no disco), Ana deslizou sem dificuldades sobre o próprio repertório, além de abrir um interlúdio entre os dois lados do disco em que mostrou caminhos que já está trilhando para além do disco, como quando pegou o violão para cantar com Fernanda e Luíza “Essa Confusão” de Dora Morelenbaum, acompanhadas apenas pelo piano de O’Brien, seguindo de duas músicas inéditas (“Fica a Dica” e “Sinal Vermelho”) tocadas apenas com o trio, um recital instrumental maravilhoso ao piano ao lado da banda que transformou-se em “Ponta de Areia” de Milton Nascimento, que emendou em outra versão, desta vez para homenagear Angela Ro Ro com sua eterna “Amor Meu Grande Amor”. Ana sabe o que quer e está mostrando como vai chegar lá.
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