Por falar em Ryuichi Sakamoto, o primeiro álbum póstumo do mestre japonês será lançado no próximo dia 9 de agosto. Opus é a trilha sonora do documentário de mesmo nome dirigido pelo filho do músico, Neo Sora, em 2022. Gravado no próprio estúdio do músico, o clássico NHK 509 Studio em Tóquio, Opus captura o que o mestre queria que fosse a versão definitiva de 20 de suas composições, quando, já sabendo do câncer que contava seus dias, chamou o filho para registrar um concerto particular altamente emotivo, que reúne tanto suas composições para trilha sonora quanto canções do tempo de sua seminal banda eletrônica, Yellow Magic Orchestra. O documentário recebeu críticas emotivas quando foi mostrado em festivais no ano passado e estreia nesta semana no serviço de streaming da distribuidora Criterion, que não pode ser visto no Brasil. Alguém podia agitar uma exibição num cinema por aqui, hein…
“A próxima composição é para meu amigo, Ryuichi Sakamoto”, disse Ralf Hütter durante a apresentação do Kraftwerk no Fuji Rock Festival, que aconteceu no país de origem do músico homenageado, falecido em 2023. “Somos amigos para sempre. Desde nosso primeiro concerto do Kraftwerk em Tóquio, em 1981. Quando tocamos no No Nukes Festival em 2012, Sakamoto escreveu uma nova letra em japonês para ‘Radioactivity’, que tocamos naquele show”, concluiu, antes de apresentar uma rara versão de música alheia em um show da banda alemã, quando tocaram uma versão maravilhosa para “Merry Christmas, Mr Lawrence”, a primeira trilha sonora escrita por Sakamoto, arte em que ele tornaria-se um mestre. A música tem o mesmo título do filme que Nagisa Ōshima dirigiu em 1983 e que ainda conta com a participação de David Bowie. A mesma música que lentamente foi transformando-se em “Radioactivity”. Lindo demais… Assista abaixo:
Triste a notícia da passagem de Ryuichi Sakamoto, um dos pioneiros da música eletrônica que, a partir do trio japonês Yellow Magic Orchestra, começou uma lenta doutrinação dos novos sonos sintéticos e sua aproximação tanto com os sons da natureza, quanto da música erudita, seja clássica ou contemporânea. Um gênio que nos deixa cedo, aos 71 anos, por causa de um câncer. E é o segundo integrante da YMO a morrer este ano, o baterista Yukihiro Takahashi nos deixou em janeiro.