Vida Fodona #662: Festa-Solo (27.7.2020)

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Segunda é dia de Festa-Solo, sempre às 21h no twitch.tv/trabalhosujo, vamos lá? Esse foi o da semana passada…

A Cor do Som – “Palco”
Caetano Veloso – “Queixa”
Gal Costa – “Meu Bem Meu Mal”
Secos & Molhados – “Sangue Latino”
Rita Lee – “Esse Tal de Roque Enrow”
Fiona Apple – “Under The Table”
Haim – “The Steps”
Letrux – “Cuidado Paixão”
Fleetwood Mac – “Dreams”
Itamar Assumpção – “Sampa Midnight”
R.E.M. – “Electrolite”
Raul Seixas – “Para Noia”
Daft Punk – “Something About Us”
Arcade Fire – “Reflektor”
Beck – “Lord Only Knows”
INXS – “Mistify”
Doors – “Roadhouse Blues”
Clash – “Rock the Casbah”
Velvet Underground – “We’re Gonna Have A Real Good Time Together”
Beatles – “I Saw Her Standing There”
Mutantes – “Trem Fantasma”
Pato Fu – “Rotomusic de Liquidificapum”
Pedro Pastoriz + Fausto Fawcett – “Faroeste Dançante”
Phoenix – “Lisztomania”
B-52’s – “Legal Tender”
Police – “Can’t Stand Losing You”
Feelies – “Crazy Rhythms”
X – “Johny Hit and Run Pauline”
Sebadoh – “Pink Moon”
Pixies – “Broken Face”
Tame Impala – “Feels Like We Only Go Backwards”
Unknown Mortal Orchestra – “From the Sun”
Ruído/mm – “Índios”
Àiyé + Vítor Brauer – “O Mito e a Caverna”
Negro Leo – “Eu Lacrei”
Ana Frango Elétrico – “Torturadores”
Alessandra Leão + Mateus Aleluia – “Ponto pra Preto Velho”
Angel Olsen – “Special”

Ruído/mm no Centro Cultural São Paulo

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O grupo curitibano de pós-rock Ruído/mm mostra seu ótimo A é Côncavo, B é Convexo – um dos melhores discos do ano passado – neste sábado, a partir das 19h (mais informações aqui).

CCSP: Março de 2019

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A programação de março no Centro Cultural São Paulo é um carnaval à parte que dura todo um mês! Olha como vai ser:

1, às 21h – Rashid, apresentando seu disco Crise
7, às 21h – Stratus Luna, a jovem banda prog lança seu homônimo disco de estreia
8, às 19h – Oruã e Marianaa, duas bandas da cena indie carioca que comemoram os 15 anos do selo Transfusão Noise Records
9, às 19h – Lóki 4.5, Rodolfo Krieger puxa um tributo ao clássico disco de Arnaldo Baptista com participações de Helio Flanders, Cinnamon Tapes e Tatá Aeroplano
10, às 18h – Gross, o ex-guitarrista da banda gaúcha Cachorro Grande toca músicas de seus discos solo com convidados
14, às 21h – The Baggios, o trio sergipano mostra seu disco Vulcão antes de entrar em uma turnê pela Europa
16, às 19h – Ruído/mm, o grupo curitibano de pós-rock mostra seu disco A é Côncavo, B é Convexo
17, às 18h – Baleia, o grupo indie carioca lança seu disco Coração Fantasma
21, às 21h – Kamau, o rapper paulistano começa a mostrar seu próximo disco
22 e 23, durante todo o dia – Women’s Music Event, terceira edição do encontro que promove palestras, debates, discussões e workshops em relação à mulher no mercado da música, com shows gratuitos (anunciados em breve)
24, às 18h – Karol Conká, mostrando seu novo disco, Ambulante
28, às 19h e 21h – Bixiga 70 mostra seu novo disco Quebra-Cabeças em sessão dupla – com repertórios diferentes
29, às 21h – Orquestra Vermelha, projeto multimídia do músico Matheus Leston
30, às 19h – Mombojó, o grupo pernambucano mostra a nova música de seu projeto MMBJ12
31, às 18h – Yma + Lau e Eu, duas revelações do indie brasileiro

Mais informações lá no site do Centro Cultural São Paulo.

Os 75 melhores discos de 2018: 45) Ruído/mm – A é Côncavo, B é Convexo

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“Niilismo”

Ruído/mm para além do pós-rock

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Sem aviso, a banda curitibana Ruído/mm anuncia que lançará seu novo disco nesta quinta-feira e antecipa a penúltima faixa, “Jacó”, em primeira mão para o Trabalho Sujo. Seguindo instrumental, como sempre, o novo disco segue uma linha bem diferente dos trabalhos anteriores, embora os fortes ataques em câmera lenta ainda predominem o cenário do álbum. Felizmente A é Côncavo, B é Convexo foge bastante da fórmula conhecida do pós-rock, gênero sem fronteiras em que a banda normalmente é encaixada. “O disco orbita se relacionando e fugindo do que já fizemos, ora se aproximando ora se aventurando”, tenta explicar Pill, enquanto Liblik tenta racionalizar a distância entre os dois álbuns: “Eu diria que são quatro anos-luz – cerca de 37.842.921.890.323 quilômetros. Pensemos em quanto o Brasil de 2014 se distancia do de 2018.” “Jacó” é uma boa amostra deste novo rumo – que não é um só.

A é Côncavo, B é Convexo é o trabalho mais recente do grupo desde o ótimo Rasura, de 2014, e o primeiro desde que um de seus guitarristas, André Ramiro, mudou-se para os Estados Unidos, mas a mudança não interferiu o processo de criação da banda. “Dois países é moleza”, me conta o tecladista Alexandre Liblik por email, “o problema é a distância dos seis mundos e as realidades diferentes que cada um de nós vive”. “Temos trabalhado remotamente via internet desde o Rasura, então é algo que já nos acostumamos”, completa o outro guitarrista, Ricardo Pill. “O papel fundamental do Ramiro nas composições só segue possível porque a sintonia dele com a banda é muito grande, de verdade. Felizmente, as agendas bateram e ele pôde estar presente para gravar conosco pessoalmente.”

As agendas não bateram, no entanto, para o lançamento do novo álbum – e o grupo mostra o disco ao vivo neste domingo, no Teatro da Reitoria da UFPR, em Curitiba (mais informações aqui). A resposta para como lidar com a ausência do guitarrista tem a ver com a proposta do grupo: “Emaranhamento quântico. Nós estamos em estado de sobreposição – é ritual. O Ramiro sempre chega junto quando tocamos, seja como espectro ou mesmo compartilhando alguns spins em comum”, completa Liblik. A banda ainda conta com Felipe Ayres na guitarra, Rafael Panke no baixo e Giovani Farina na bateria.

No entanto, esta comparação não é apenas política. “É uma da possíveis leituras, mas definitivamente não se resume a isso”, conta o baixista. “Estamos estarrecidos com os rumos que História tem tomado, mas o A/B que exploramos vai além, dizendo respeito às ambiguidades, aos paradoxos e às aparentes dualidades presentes nas categorias elementares do pensamento humano. A complexidade derivada das paralaxes de percepção é estonteante e melhor expressada sem o uso de palavras.”

Pill deschava melhor este conceito: “Entendo essa interpretação, mas acredito que o título, o nome das músicas e principalmente o som reflete muito mais o microcosmos da banda. Como se expressar de forma subjetiva através de um ser coletivo? Como lidar com prismas onde o apreço estético não tem valor de juízo? E no final caímos no abismo do ‘eu prefiro’. O disco é, mais uma vez, um exercício de diálogo, uma busca de um chão comum ou de uma divergência válida, interessante. É claro que não somos imunes ao que está acontecendo na política brasileira e isso em algum grau deve estar presente na música. O quanto, não sabemos.”

“O Agambem traduz Política no sentido de Aristóteles como o (co)partilhamento da existência”, amplia ainda mais a discussão o tecladista. “Não pode haver nós versus eles quando temos tão somente nós-que-compartilhamos-o-mundo. Em nosso processo específico para a criação deste disco, tivemos que lidar com toda a gama de dificuldades possíveis – já aqui, uma micropolítica da convivência foi essencial. Em primeiro lugar, cada um cuidando do seu jardim, buscando o Eu-Tu nas relações. Saindo dessa micropolítica da banda, podemos admitir que a música instrumental só pode acontecer num espaço coletivo, em que o emaranhamento de pessoas que estão concentradas e focadas nos epifenômenos, nas sutilezas, nas profundidade, é o que torna a experiência subjetivamente importante e “maior” – gestalt. É uma definição perfeita do que seria esse compartilhar da existência. Na macropolítica, somos entusiastas desse compartilhamento – acredito que haja mais política numa experiência xamânica do que em um ano de discursos e argumentação politica.”

O disco estará disponível em todas as plataformas digitais a partir desta quinta. Abaixo, a capa (feita por Jaime Silveira sobre uma gravura de Maikel da Maia) e o nome das músicas do disco, na ordem.

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“Niilismo”
“Volca”
“Antílope”
“Ourobouros”
“Tesserato”
“Esporos”
“Jacó”
“MMC”

Ruído/mm no CCSP

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A banda curitibana Ruído/mm volta a São Paulo, desta vez para despedir-se do disco Rasura num show na Sala Adoniran Barbosa, no Centro Cultural São Paulo, neste sábado, cedo, às 19h (mais informações aqui). Abaixo, os vídeos que fiz quando o grupo lançou o disco, um dos melhores de 2014, em março do ano retrasado.

Um filme sobre o Ruído/mm

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Rasura, da banda curitibana Ruído/mm é o meu disco nacional favorito do ano passado, e também seu disco mais completo, funcionando como seu momento de estabilidade artística e de consciência da própria importância. A gravação do disco foi acompanhada pelo diretor Vitor Moraes e agora o grupo lança o minidocumentário Outros Sonhos, sobre os bastidores do disco de 2014. “Dentro do contexto do disco o documentário foi uma peça vital”, explica o guitarrista André Ramiro. “Acompanhar o processo e evolução das idéias foi o objetivo central. Somos diretos e um tanto excêntricos no método de compor e o vídeo em si vislumbra um pouco desta identidade rodeada de devaneios e sobriedade. Não somos fáceis.” O vídeo está sendo lançado com exclusividade no Trabalho Sujo e a entrevista com o guitarrista, que está de mudança para os EUA, tornando a vida do grupo mais bissexta no próximo ano vem abaixo:

O documentário encerra o ciclo do disco do ano passado ou ainda dá pra espremer algo desse disco?
Acredito que um disco nunca encerra seu ciclo. O documentário abrange as sutilezas e agressividades durante a orquestração das ideias. O Rasura em si perdurará nos nossos cérebros por tempo indeterminado.

Fale um pouco das relações da banda com a parte visual.
Somos como um grande coletivo. E levamos isso como marca fundamental. Nossos eventos já foram recheados com intervenções do Interlux, com cenografias da Mari Zarpellon, nos vídeos em PB do Vitor Moraes e nas capas de Fabio Dudas e Mario de Alencar. No fundo somos provedores de uma parte da arte e nossos amigos fazem dela um grande cenário. Ruído/mm é um coletivo e as tendências surgem ao longo da nossa existência, afinal, nada mais puro do que abrir o peito para a experimentação.

Quais os planos para o ano que vem?
Estou me mudando para o Texas. A banda está mais do que calibrada. Somos um sexteto com um elemento espectral. Vamos viver a experiência de abrir nossos ruidos nos Estados Unidos ano que vem. Disco novo já está em andamento e a mesma seriedade musical continua: sem compromisso, temas ilusórios e sonhos de fugas abrangentes.

E algum show em vista?
2016 tem tudo pra ser muito aberto e produtivo. SXSW é uma possibilidade palpável, já que fomos aceitos e eu estarei em Houston. Festivais no Brasil abriram as portas após o Rasura. Será um ano de trabalhos legais, mas focaremos principalmente no disco novo. Recordar sempre é viver.

Virada psicodélica

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Tudo bem que vai ter Caetano Veloso, um arraiá pra Inezita Barroso (isso vai ser épico), um palco de Jovem Guarda, Fabio Júnior, não sei o que do Alex Atala, mas… como assim vai ter Faust na Virada Cultural e ninguém comentou nada?

O Faust é uma das bandas mais importantes do rock alemão dos anos 70 e há quem os considere o principal nome da cena que comumente conhecemos por krautrock (rótulo tirado de uma canção do grupo, diga-se). Particularmente acho o Can e o Kraftwerk mais importantes, mas há um ponto a ser levado em consideração, pois a banda batizada com o nome do personagem de Goethe realmente extrapolava os limites da música muito mais que os outros dois grupos. Enquanto o Can misturava James Brown, Velvet Underground e free jazz no mesmo improviso e o Kraftwerk reduzia tudo a seu clássico minimalismo eletrônico pré-digital, o Faust explorava as fronteiras do ruído branco, das colagens sonoras, das superposições. Se rotulavam “art-erroristas”.

A formação clássica da banda de Hamburgo contava com Hans Joachim Irmler, Arnulf Meifert, Jean-Hervé Péron, Uwe Nettelbeck, Rudolf Sosna, Werner “Zappi” Diermaier e Gunther Wüsthoff e parte deles, além de músicos de formações posteriores, circulam pelo mundo como Faust, a formação que vem a São Paulo é composta pelo guitarrista Jean-Hervé Péron e pelo baterista Werner “Zappi” Diermaier.

Mas o mais legal é o contexto da apresentação do grupo, que tocará num palco da Estação da Luz dedicado ao experimentalismo e à psicodelia musical. Os trabalhos começam às 18h do sábado, com os curitibanos do Ruído/mm (favoritos por aqui, você sabe), às 20h entra a parceria dos Hurtmold com o Paulo Santos do Uákti, Anvil FX e Modular Dreams chamam Edgar Scandurra e Dino Vicente para uma jam session às 22h e às 2 da madruga o Faust entra em ação, seguido pelos turcos do Insalar às 4h. A manhã de domingo começa com o fulminante Tigre Dente de Sabre às 8h, segue com os goianos suaves do Boogarins às 10h, o grupo paulistano Mawaca às 14h e o incendiário Metá Metá encerrando tudo às 16h.

Pesado. É isso aí, tem que ser assim, palmas pra iniciativa.

Vida Fodona #498: Esse outono tá que tá

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Vamos naquele ritmo…

Marcelo Camelo – “Pazpazpazpazpazpaz”
Chubby Checker – “Misirlou”
B-52’s – “Lava”
Friends – “Friend Crush”
Mac McCaughan – “Lost Again”
Ruído/mm – “Índios”
Tame Impala – “‘Cause I’m a Man”
Carly Rae Jepsen – “All That”
Unknown Mortal Orchestra – “Can’t Keep Checking My Phone”
The Hood Internet – “Tryout”
Dr. Dre + Snoop Dogg – “Still D.R.E.”
Justin Timberlake + TI – “What if”
Aeroplane + Benjamin Diamond – “Let’s Get Slow”
Goldroom – “Mykonos”
Prefuse 73 – “Applauded Assumptions”

Colaê.

Entre o silêncio e o volume ensurdecedor: Como foi o show do Ruído/mm no Sesc Belenzinho

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Uma sensação de paz intensa tomou conta do pequeno teatro do Sesc Belenzinho, quando poucos puderam submeter-se ao volume sonoro do sexteto instrumental Ruído/mm, em mais uma apresentação de lançamento de seu ótimo Rasura, um dos grandes discos brasileiros do ano passado. Impassíveis no palco, os seis músicos curitibanos conduzem o público a um transe coletivo a partir de camadas de microfonia que vão superpondo-se e retraindo-se à medida em que oscilam entre o silêncio e o volume ensurdecedor, transitando entre estes em solos dedilhados, acordes expansivos, melodias ao teclado, gritos, galopes de baixo e bateria.

É o jardim elétrico cultivado pelo My Bloody Valentine e pelo Sonic Youth nos anos 80 que ergueu-se sem voz com o codinome de pós-rock na década seguinte, aglomerando influências vindas do free jazz, da música eletrônica, de trilhas sonoras de filmes, do pós-punk e da música erudita contemporânea. A massa viva de som habitada pelo Ruído/mm é uma densa floresta de improvisos musicais em que o grupo extrai recortes específicos de uma musicalidade que quase sempre recaem naquele universo instrumental de ruído branco do que preguiçosamente convencionamos chamar de indie rock: a psicodelia estática branca que une os devaneios instrumentais do Cure, o lado contemplativo do Low de David Bowie, as extensas incursões instrumentais do Yo La Tengo, os espasmos de guitarra do Radiohead e do Built to Spill, os longos caminhos percorridos pelo Spiritualized e pelo Galaxie 500.

No palco, o grupo encarna essas diferentes personalidades. Os três guitarristas quase que de forma didática dividem suas influências no vestuário casual, cada um levemente pendendo para um lado. À esquerda, André Ramiro de camisa xadrez e boné equilibra-se entre espasmos de eletricidade e solos cortantes que entregam influências do shoegaze, hardcore e do noise; ao centro, Ricardo Oliveira, de camisa e cabelos compridos, burila seu instrumento conduzindo-o para planetas musicais tão diferentes quanto National, Radiohead e Sigur Rós; à direita, o recém-regresso Felipe Aires, vestindo uma camiseta do Lost, vai da psicodelia tradicional dos solos de David Gilmour no Pink Floyd a climas de filmes de velho oeste. Os três na linha de frente quase sempre sentam-se no palco entre as canções para ajustar pedais e brincar com a microfonia. Na linha de trás, o tecladista Alexandre Liblik conversa com o baixista Rafael Panke e o baterista Giva Farina criando camas de timbres ou ritmos intensos propícios para cada diferente incursão. A formação mudou poucas vezes, apenas com Felipe assumindo um theremin digital para contrapor ao canto em falsete de Ricardo em “Penhascos, Desfiladeiros e Outros Sonhos de Fuga”, ou André e Alexandre tocando chocalhos ao final de “Bandon”.

Arquitetos conscientes de pequenas catedrais de som, eles poderiam esticar cada uma de suas músicas por mais de dez minutos, mas quando muito elas ultrapassavam os cinco (uma ou outra quase chegou nos dez). O grupo explora bem silêncios e estica temas instrumentais o suficiente para serem memorizados pelo público sem repeti-los à exaustão, como se enfatizassem a eficácia matemática explícita no “por mílimetro” de seu nome. Tocando a íntegra do novo disco e apenas uma canção de seus discos anteriores, o sexteto de Curitiba fez uma apresentação impecável que apenas reforça sua reputação, que já tem mais de uma década.

Filmei o show inteiro abaixo – ponha os fones e aperte o play.