Em tempos de quarentena, eu e Polly Sjobon resolvemos falar sobre arte, cultura, solidão e reclusão, cutucando questões que são sempre associadas a grandes nomes da nossa história. Por que se retirar da vida pública? A solidão é amiga da criatividade? A popularidade é inimiga da inspiração? E falamos sobre Stanley Kubrick, Dalton Trevisan, Thomas Pynchon, Greta Garbo. Rubem Fonseca e J.D. Salinger, na edição desta semana do Polimatias.
Vai-se um gigante – Rubem Fonseca nos deixou nesta quarta-feira e com isso morre o maior escritor brasileiro vivo. Ele é o grande nome da literatura brasileira contemporânea e ajudou-a a finalmente sair do século dezenove, fazendo com contos e romances o que Nelson Rodrigues fez com o teatro e João Gilberto com a música. Seus personagens frios, sujos e surreais habitavam um Brasil bem diferente deste que conhecemos hoje, mas a essência daquele submundo que dispôs-se a retratar influenciou completamente as letras no país (mesmo sempre recluso e avesso a entrevistas) – seja na literatura, no jornalismo, no cinema, no teatro ou na televisão.