Smartphonefaixa

Apareceu na Bélgica: uma faixa para quem anda com os olhos grudados no celular. Parece piada, mas faz sentido.

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Vi no Bored Panda.

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Poesia nos menores momentos

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O Fernando vinha passando pelo Largo São Francisco, no centro de São Paulo, quando viu duas crianças brincando na rua – e registrou o momento com música do Paulo César Pinheiro.

Dica da Lilian (valeu!).

Enquanto isso, na Rússia…

Er…

“Wild Horses” no Largo da Carioca

Ela para com seu amplificadorzinho na rua, às vezes abre uma estante para lembrar das letras e começa a cantar. E aí…

Acha pouco? Ela chama-se Jesuton, é inglesa e tem sua própria página no Facebook. Separei mais uns vídeos dela aí embaixo:

 

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Street art não é só grafitti

Do crochê à intervenções em placas, passando por miniaturas e ilusões de óticas – eis algumas imagens selecionadas pelo Street Art Utopia.

No site tem outras tantas, com crédito e link pra cada um dos autores.

A feira Inception


Eis a feira, olha como ela é torta. A foto também é do meu Flickr velho e eu tinha tirado no meu aniversário do ano passado

Toda quarta tem feira aqui do lado de casa e toda quarta desço pra comer um pastel (tenho a sorte de ter uma filial do pastel da Maria bem no início da feira). E entre devaneios sobre como o ambiente feira funciona como uma droga lisérgica pra mulheres de todas as idades (repare, algumas são objetivas, a maioria caminha como se estivesse chapada ou como se fosse zumbi), do inevitável encontro entre a roda do carrinho e o dedinho do pé na sandália e o leque de aromas aleatórios típicos de qualquer feira, o que mais me aflige nessa perto aqui de casa é seu aspecto Inception. Não que ela pareça um sonho dentro de um sonho (tem horas que sim, mas não é esse caso), mas, como quase tudo que envolve rua e o bairro do Sumaré, onde moro, lembrao aspecto antigravitacional do filme do Nolan.

Explico melhor: nasci em Brasília, terra plana, reta, sem declive, mas quis o destino que eu viesse morar em uma cidade construída sobre morros, dona de ladeiras terríveis, escaladas tristes para quem tem que subi-las a pé. E, mais especificamente, em um dos bairros com mais ladeiras da cidade, o Sumaré. Me dói a alma. Na infância, tais ladeiras seriam sonhos dentro de sonhos – imagino que a rua Paris seja o Six Flags do rolimã -, mas hoje em dia, basta apenas vê-las para me estristecer. E a feira aqui perto de casa fica num cruzamento de duas ladeiras. Nem são tão drásticas – mas o chão é torto o suficiente pra que você perca a noção da gravidade e passe por alguns segundos de labirintite involuntária.

Sempre um bom passeio – e o chão torto ajuda.


A feira hoje

O fim da comida de rua?


Foto: Parque da Água Branca, do meu largado Flickr

O declínio da civilização ocidental frente ao politicamente correto, capítulo 2914. Helô conta como a prefeitura do Kassab está, aos poucos, acabando com os vendedores de comida de rua, e na marra:

Atenção, muita atenção, caros leitores: um dos principais patrimônios paulistanos está sendo perseguido. Perseguido literalmente. Pela polícia.

Estou falando do milho cozido, da pipoca, do café da manhã de carrinho, com bolo de nada e pingado de garrafa térmica, do vendedor de fatia de abacaxi docinho, do coco caramelizado, do tapioqueiro. Meu Deus, o tapioqueiro…

De uns dias para cá, todo taxista me fala disso. Da Guarda Civil Metropolitana perseguindo os ambulantes de comida. “Eles pegam a comida e colocam tudo num saco e jogam fora”, me disse o Márcio, taxista amigo e grande conhecedor de comida de rua. (É claro que isso vem na esteira de outras reclamações sobre o Kassab. Quanto tempo falta para acabar esse pesadelo mesmo?)

O Aristenes, taxista “mineiro de nome grego, vê-se-pode?”, chorou de verdade, chorou de fungar e diminuir a velocidade para enxugar o rosto, ao contar a história de um casal de aposentados que vendia milho cozido, pamonha e curau no Bom Retiro. A Guarda Civil levou tudo embora, carrinho, milho e curau. E os dois ficaram ali, sem rumo. Segundo o Nenê, apelido do Aristenes, “a polícia depois vende tudo, os carrinhos, e aí depois vão lá e tomam de novo e vendem de novo”.

(…)

Blindada ou sensível, nossa pança não pode ser alijada do carinho que vem do carrinho.

O Rodrigo Oliveira, do Mocotó, disse, em palestra no evento Paladar Cozinha do Brasil (em que ele apresentou um café da manhã sertanejo de fazer núvem-de-lágrimas-sobre-meus-olhos de tanta delícia):

“O Alex Atala fala que a boa cozinha coloca o ingrediente no seu melhor momento. O cara do carrinho de tapioca, que faz tapioca todos os dias há 20 anos, coloca a tapioca em seu melhor momento. Ele deve ter alguma coisa para ensinar pra gente. É esse cara que eu quero ouvir”.

Pois é, a Guarda Civil Metropolitana nem ouve, já vem tirando a tapioca do tapioqueiro e, de lambuja, tirando de nós o direito ao lanche rueiro.

Claro que a prefeitura tem de cuidar para que regras sejam cumpridas, para que seja limpo, para que não contamine. Mas eliminar a comida de rua não pode ser a solução. Quer dizer, poder pode, mas é a solução mais burra.

E se você acha que isso não tem nada a ver com você, então não venha dizer que o cachorro-quente de Nova York é incrível. Não poste no Instagram sua foto comendo salsicha incrível nas ruas de Berlim. Nem me venha falar que o crepe da esquina da rue tal com a rue tal em Paris é incrível.

Porque, sim, eles são de fato incríveis. O cachorro-quente é patrimônio de NY. O crepe é a cara de Paris. E a salsicha alemã é a alma berlinense. Assim como o chincharrón e o taco mexicano, o choripán argentino, as sardinhas portuguesas e quantos tantos outros exemplos maravilhosos (me ajudem a lembrar, deu branco).

Esse papo todo me deu vontade de comer um pastel. Já volto.