É tanto show em tanto Rock in Rio que às vezes encontros memoráveis como este passam despercebidos. Felizmente, há o registro:
Stevie Wonder
Fiz um exercício de eliminar o Rock in Rio da minha vida e me senti como se não acompanhasse uma novela, um reality show, um campeonato de futebol – e olhando assim à distância é fácil perceber, pela escalação e natureza do evento, o quanto que o mainstream do pop caminha sozinho, na inércia, feito um zumbi – e carrega massas de zumbificados no embalo. Separei uma lista enorme de shows inteiros colocados no YouTube (essa moda nova), mas repare na natureza descartável e supérflua das bandas listadas, algumas jogando reputações inteiras na vala do “show pras multidões”. Separo o Stevie Wonder e Elton John como mestres desse mesmo mercado, idealizado entre os anos 70 e os 80 (não por acaso a época em que os dois artistas se consolidaram como hitmakers), mas repare como é possível viver completamente alheio a esse tipo de música. Isso porque eu não precisei listar Ivete Sangallo, Sepultura, Angra ou Capital Inicial, só pra ficar nuns exemplos mais óbvios.
Elton John
Pois aparentemente é isso que o povo que foi contratado pra trabalhar no Bob’s tá fazendo, segundo o Extra:
Durante os três primeiros dias do Rock in Rio o público sofreu para comer nas lanchonetes da Cidade do Rock. As filas duravam mais de uma hora e muitas pessoas reclamaram da desorganização e do mau atendimento. No Bob’s, lanchonete oficial do evento, questões como a má remuneração e a falta de preparo da equipe podem ter motivado o problema.
De acordo com uma funcionária temporária, que preferiu não se identificar, os trabalhadores recebem uma diária de R$ 20 e muitas vezes extrapolam a jornada de oito horas de serviço.
— Eu estaria mentindo se dissesse que estou aqui pelo dinheiro. Só vim porque quero muito ver o show da Shakira e espero poder sair a tempo nesse dia — contou a jovem, que nunca trabalhou em lanchonete antes e teve apenas um rápido treinamento: — Durante três dias explicaram para a gente como fazer as coisas. Já que a gente reveza nas funções, todo mundo teve que aprender tudo.
Outros empregados revelaram que a equipe do festival é quase toda formada por funcionários temporários. Para cada cem, apenas 15 são contratados do Bob’s. Além disso, muitos novatos aparecem apenas para pegar a credencial do Rock in Rio e depois somem.
Atenção: vinte reais por uma jornada de trabalho.
Eu não vi, mas quem viu disse que foi um bom show. É que eu não tenho mais idade pra isso…
Não tem o brilho de um cabeção da Malhação, mas ela se esforça.
Certeza que ela achou que ia cair aos 1:37.
Às vésperas do Rock in Rio 2011 (quem vai? Eu nem sequer cogitei, passei da idade), respondem ao infame vídeo antidrogas lançado pelo festival.