O líder do Cure Robert Smith reinventa “Teenager“, do melhor grupo de nu-metal Deftones, que está preparando uma nova edição comemorativa de vinte anos de seu clássico White Pony chamada Black Stallion. Smith pegou os elementos oníricos do início da faixa, desligou toda a percussão e levou o grupo para passear em Twin Peaks – ficou lindo.
Além do remix de Smith, o grupo já mostrou outros que fizeram de músicas do mesmo disco, como Purity Ring revisitando “Knife Prty” e Mike Shinoda recriando “Passenger”. A nova edição do disco lançado no ano 2000 já está em pré-venda e sai no início deste mês.
Robert Smith entra no time de colaboradores do projeto Song Machine, que já conta com outros convidados ilustres como Slowthai, Beck, Elton John, Kano, St. Vincent, Peter Hook e Georgia, entre outros, com a faixa que batiza o primeiro volume, ou melhor, temporada, desta empreitada. No clipe da simpática “Strange Timez”, Smith aparece como a lua e a compilação das faixas que o grupo de desenho animado está lançando desde o início do ano, chamada Song Machine: Season One – Strange Timez, foi anunciada para chegar ao público no dia 23 de outubro.
Na paralela, Smith anunciou no programa de rádio de Steve Lamacq na BBC 6 que terminou o disco novo do Cure, o primeiro em doze anos, já que o último, 4:13 Dream, foi lançado em 2008 (!). “Eu realmente sinto muito por quem tinha planos para esse ano, tem sido um desastre”, contou o líder do Cure na entrevista. “Da minha própria perspectiva, foi ótimo porque já fizemos muita coisa no ano passado. Esse ano tem sido – não só um ano – completamente estranho”, concluiu. Não custa lembrar que ainda em fevereiro, antes de entrar na quarentena, ele anunciou que o Cure já tinha “dois álbuns gravados e uma hora inteira de ruído“. E a sensação de que ele pode estar vindo com mais um disco do calibre de Pornography, Disintegration e Bloodflowers? Sabe como é o Cure na virada de décadas…
1° de abril de 1984 – Morre Marvin Gaye
2 de abril de 1983 – Morre Clara Nunes
3 de abril de 2008 – Jay-Z funda sua gravadora
4 de abril de 1992 – Os Beastie Boys tocam com instrumentos pela primeira vez
5 de abril de 1992 – Kurt Cobain tira a própria vida
6 de abril de 1956 – A gravadora Capitol inaugura sua lendária sede
7 de abril de 1915 – Nasce Billie Holiday
8 de abril de 1991 – Massive Attack lança Blue Lines
9 de abril de 1860 – O som é registrado pela primeira vez
10 de abril de 1962 – Morre Stu Sutcliffe, o quinto beatle
11 de abril de 1983 – Dave Mustaine é expulso do Metallica
12 de abril de 1983 – R.E.M. lança seu primeiro álbum
13 de abril de 1973 – Bob Marley lança Catch a Fire
14 de abril de 1988 – Public Enemy lança It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back
15 de abril de 1983 – Bad Brains lança Rock for Light e inventa o hardcore
16 de abril de 1969 – O MC5 é expulso da gravadora Elektra
17 de abril de 1970 – Paul McCartney lança seu primeiro disco solo
18 de abril de 2013 – Morre Storm Thorgerson, designer do Pink Floyd
19 de abril de 1937 – A revista Life descobre Lead Belly
20 de abril de 2018 – Morre o DJ Avicii
21 de abril de 2018 – Nasce Robert Smith
22 de abril de 1966 – Os Troggs lançam “Wild Thing”
23 de abril de 2002 – Wilco finalmente lança Yankee Hotel Foxtrot
24 de abril de 1989 – Tom Petty finalmente lança seu primeiro disco solo
25 de abril de 1994 – Blur lança o clássico do britpop Parklife
26 de abril de 1977 – É inaugurado o Studio 54, a meca da disco music
27 de abril de 1964 – John Lennon lança seu primeiro livro
28 de abril de 2003 – Apple lança a primeira loja de música online
29 de abril de 1991 – Morre Gonzaguinha
30 de abril de 1978 – Rock Against Racism reúne 100 mil em Londres
O primeiro Vida Fodona de outubro, só agora! Que vexame!
Ride – “Vapour Trail (Robert Smith Remix)”
Paul McCartney + Michael Jackson – “Say Say Say (2015 Remix)”
!!! – “Ooo”
Karina Buhr – “Pic Nic”
Elza Soares – “Pra Fuder”
Supercordas – “Espectralismo ou Barbárie”
Boogarins – “6000 Dias”
Deerhunter – “Breaker”
Ryan Adams – “Style”
Bárbara Eugenia + Rafael Castro – “Te Atazanar”
Rodrigo Ogi + Mao – “Estação da Luz”
Instituto – “Ossário”
Fabio Góes – “Nerves”
Skylar Spence – “Fall Harder”
Broken Bells – “It’s That Talk Again”
DJ Poulpi – “No One Knows When The Sky Falls”
Lana Del Rey – “Don’t Let Me Be Misunderstood”
Pais do shoegazer, o Ride protagonizou uma das grandes voltas de 2015 e prepara-se para consagrar a nova fase com uma versão comemorativa de 25 anos de seu grande disco, Nowhere, no início do mês que vem. E para ajudar na divulgação, eles conseguiram ninguém menos que Robert Smith, o senhor Cure, para remix sua faixa mais conhecida, “Vapour Trail”. O remix não estará na edição de aniversário e mexe pouquíssimo no original, mas é um senhor trunfo e benção para a carreira da banda.
A foto que ilustra o post é de 1991 e mostra Robert Smith entre os frontman do Ride, Andy Bell e Mark Gardener. Vi lá no Pitchfork.
O mês tá bom…
Marcos Valle – “Funga Funga”
Cidadão Instigado – “Dudu Vivi Dada”
Ava Rocha – “O Jardim”
Bárbara Eugênia – “O Peso Dos Erros”
Marcelo Camelo – “Pazpazpazpazpazpaz”
Warpaint – “No Way Out”
Toro y Moi – “Buffalo”
Tame Impala – “‘Cause I’m a Man”
Carly Rae Jepsen – “All That”
Jamie Xx + Romy Madley Croft – “Loud Places”
Jamie Lidell – “Believe in Me”
Grimes – “REALiTi”
John Talabot – “Machine (John Talabot’s Synthedit)”
8:58 + Robert Smith + Lianne Hall – “Please”
Tove Lo – “Not on Drugs (The Knocks Remix)”
A ótima “Please” é o resultado da feliz colaboração entre uma das metades do falecido Orbital – Phil Hartnoll, que agora atua solo sob o pseudônimo-horário 8:58 – e o coração e cérebro do Cure Robert Smith. O transe eletrônico ainda conta com os vocais de Lianne Hall e é uma das principais faixas da recém-lançada estréia do novo projeto de Hartnoll, batizado apenas com seu novo nome solo.
Excelente a entrevista que a querida Tramontina fez com o Bob Smith, que se apresenta no Brasil essa semana, depois de 17 anos da última vez. Destaco o trecho em que ela pergunta sobre os heróis do homem-Cure:
Sempre fui inspirado por David Bowie, Jimi Hendrix e Alex Harvey, o cantor escocês. Todas estas pessoas me inspiraram ao longo dos anos –grandes guitarristas, grandes compositores, grandes cantores. Eu me inspiro em grandes escritores também. Há escritores realmente bons, mas eles não são verdadeiros heróis. Eu desisti de saber mais sobre as pessoas que poderiam ser meus heróis há muito tempo porque elas sempre me decepcionam. Eles sempre fazem algo, em algum momento, que me faz pensar: “Ah, p***, que inferno! Isso é terrível!” E isso tira do coração o seu amor por eles. Então, eu meio que estou dividido entre querer saber sobre as pessoas que eu admiro, na esperança de que eles serão indivíduos realmente bons, e temendo que eles, na verdade, vão me chocar por serem idiotas, mesmo que eles façam uma bela arte.
A primeira vez que eu encontrei David Bowie eu o entrevistei para uma estação de rádio. Nós tivemos uma discussão sobre o valor da arte, e se seria o próprio artista a validade daquilo ou a obra em si. Eu disse que o artista é inteiramente responsável pela arte e, portanto, você tem que respeitá-lo e amar o artista se você respeitar a arte. E Bowie argumentou que o trabalho artístico era tudo o que importava, e não a pessoa. Na verdade, eu não acho mesmo que muitas pessoas estão qualificados para serem grandes. Você tem que saber que muitos artistas realmente grandes são totalmente idiotas na vida real. É um truque. Se eu tenho herói é David Bowie, mas eu discordo completamente de suas opiniões sobre a própria arte, assim como para outras coisas na vida. Então, como é que ele pode ser o meu herói? É muito difícil. E o herói, para mim, é a pessoa que você gostaria de ser. Então eu não tenho um herói. Eu nunca tive ninguém que eu acho que é realmente grande. E eu ainda não tenho certeza se há um ser humano sobre a Terra para ser isso.
Minha mulher tem razão: essa música só é boa por causa do Robert Smith – saca a versão original como é sem graça. O que nos leva à questão – por que não trazer o Cure para o Brasil?