James Dean, por Anton Corbijn

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O celebrado fotógrafo dos anos 90 virou cineasta para dirigir um filme sobre a vida do primeiro artista que fotografou (Ian Curtis, do Joy Division) e, depois de dois thrillers (Um Homem Misterioso, com George Clooney, e O Homem Mais Procurado, com Philip Seymour Hoffman), volta a contar mais uma biografia. E o alvo da vez também é outro ícone pop sofredor de vida curta – James Dean (vivido pelo mesmo Dane DeHaan que fez Harry Osborn no último Homem Aranha). Life, no entanto, mostra como o fotógrafo da revista que batiza o filme Dennis Stock (vivido por Robert Pattinson) entende que aquele novo ator seria o futuro de Hollywood. O trailer faz o filme parecer promissor:

Cronenberg 2014: Maps to the Stars

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Uma família desfuncional em Hollywood parece ser o ponto de partida do novo filme de David Cronenberg, mas o filme parece ser mais uma desculpa conveniente para o diretor canadense brincar com sexo, drogas e violência com rostos conhecidos – no caso, Julianne Moore, Mia Wasikowska, Carrie Fisher e John Cusack, além do motorista vivido por Robert Pattinson, provando que Cosmopolis foi mais que um flerte do diretor com o protagonista da saga Crepúsculo (é um dos poucos atores a repetir um filme com ele). Se preparem, pois o filme promete:

Impressão digital #122: Cosmópolis – Cronenberg, DeLillo e o futuro que já começou

E na edição dessa segunda do Link, falei sobre o Cosmópolis, do Cronenberg (o anti-Drive ou o anti-Batman?), e sobre a nossa relação com a ficção científica e a sensação de futuro.

Como computadores, tempo e dinheiro moldam nosso futuro
Em ‘Cosmópolis’, Cronenberg analisa a não ficção científica

Há um tempo reparo em como a atual onipresença da tecnologia tende a datar os filmes muito rapidamente. Fã de ficção científica, acompanho de perto a produção cinematográfica do gênero. E o fato de usarmos, a cada ano, versões melhoradas dos comunicadores portáteis vislumbrados nos anos 60 me faz pensar que, cada vez mais, vivemos no século em que o futuro já começou.

Pode reparar: quase todos os filmes cujo futuro se passava no início do século 21 – ou ainda mais no futuro – não cogitaram a existência da internet. Ficam automaticamente obsoletos. O mesmo pode ser dito de filmes de cinco ou seis anos atrás em que os protagonistas sacavam celulares da Nokia cheios de botões – e não touchscreen.

Vivemos as novidades tecnológicas sem nem sequer perceber o quanto elas mudaram a nossa vida. Caso cogitássemos um 2012 como o nosso há dez, quinze anos, poderíamos ser tachados de otimistas demais (ou pessimistas, dependendo do ponto de vista) ou utópicos (ou distópicos). Carregamos computadores nos bolsos, que nos mantêm em contato com notícias do mundo todo e também com amigos e parentes. É possível descobrir como chegar em um lugar a que nunca fomos com alguns toques na tela. Recebemos indicações de promoções de passagens aéreas, filmes para serem vistos. Tiramos foto de tudo o tempo todo. Fazemos todo o tipo de compras sem sair de casa. Controlamos equipamentos com gestos e com a voz.

O presente é pura ficção científica. Ou melhor: uma não ficção científica.

É uma sensação muito próxima à de assistir a Cosmópolis, o novo filme do diretor canadense David Cronenberg, adaptado a partir do livro de mesmo nome, do norte-americano Don DeLillo. Cosmópolis, que estreou sexta-feira, acompanha um dia na vida do jovem bilionário Eric Michael Parker, dono de uma firma de investimento, que atravessa Nova York de limusine para cortar o cabelo no dia em que o presidente dos EUA visita a cidade e um protesto anarquista toma as ruas. É, portanto, a rotina de um magnata mimado e paranoico.

A bordo de sua limusine branca, Parker (interpretado incrivelmente bem por Robert Pattinson, o vampiro bunda-mole da série Crepúsculo) controla o mundo com a ponta dos dedos. Cercado de telas que lhe mostram dados de todo o planeta em tempo real, ele aciona executivos, compra e vende empresas, especula e encontra-se com médicos, conselheiros e funcionários como se o mágico de Oz fosse personagem de 1984, de George Orwell. Ele habita 2012, mas parece estar sempre no futuro.

“Adoro este carro”, diz sua chefe de teoria, Vija Kinski, num dos encontros. “O brilho das telas. O brilho do cibercapital. Tão radiante e sedutor”, suspira. “Você sabe como perco toda a vergonha na presença de qualquer coisa que seja uma ideia. A ideia é o tempo. Viver no futuro. Veja só esses números correndo. O dinheiro faz o tempo. Antigamente era o contrário. O tempo dos relógios acelerou a ascensão do capitalismo. As pessoas pararam de pensar na eternidade. Passaram a pensar em horas, horas mensuráveis, horas-homem, em usar a força de trabalho com mais eficiência.”

Ela segue teorizando: “O tempo agora faz parte dos ativos da empresa. Ele pertence ao sistema de mercado. O presente é mais difícil de encontrar. Ele está sendo eliminado do mundo para abrir lugar pro futuro dos mercados livres de qualquer controle e de imenso potencial de investimento. O futuro se torna insistente. É por isso que alguma coisa vai acontecer em breve, talvez hoje, para corrigir a aceleração do tempo. Trazer a natureza de volta ao normal”.

E conclui: “A potência do computador elimina a dúvida. Toda dúvida é decorrente de experiências passadas. Mas o passado está desaparecendo. Antigamente, a gente conhecia o passado, mas não o futuro. Isso está mudando”.

E assim, descrevendo a relação com computador, dinheiro e tempo, Cronenberg usa palavras de DeLillo para voltar à ficção científica, gênero que abandonou desde que fez eXistenZ (1999). E lembra, subliminarmente, a máxima do escritor William Gibson: “O futuro já chegou. Só não foi distribuído”.

Robert Pattinson & The Band

Depois que a Kristen Stewart foi parar na adaptação do clássico de Jack Kerouac e do próprio Robert Pattison ser o protagonista do novo filme do Cronenberg, juro que achei que não fosse me surpreender com mais nada, mas eis que o vampiro casto de Crepúsculo está sendo cogitado para atuar num filme sobre a clássica The Band

David Cronenberg + Don DeLillo

E depois de filmar o encontro de Freud com Jung, um dos meus diretores favoritos encara um dos grandes escritores vivos.

É com o Robert Pattison, mas ele parece não comprometer, veja abaixo…

Meia Hora, Kadu Moliterno e Robert Pattinson

O jornal carioca segue esmerilhando no seu sensacionalismo alto astral.

Geral fumando um

TMZ X9, entregando geral. Dica do Gustavo.