“Paranoid” na cadeia?

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Robert Fripp, o líder do King Crimson, entregou-se aos devaneios de sua esposa, a cantora Toyah Willcox, e juntos os dois vêm passando a quarentena experimentando possibilidades no YouTube – mas neste Halloween chegaram ao ponto mais crítico até agora, quando misturaram uma versão apenas em que Fripp toca em sua Les Paul com o rosto e o braço coberto de tatuagens temporárias a clássica “Paranoid” do Black Sabbath enquanto Toyah, do outro lado de uma grade (seria uma cadeia ou um cofre?) canta a canção numa performance memorável.

Atualização: E olha essa versão para “Whole Lotta Love” (que no final vira “Kashmir”) e um chicote que eles fizeram no domingo…

Os dois vídeos são chamados de “Sunday Lockdown Lunch” – o almoço de domingo do enclausuramento e, pelo jeito, isso vai longe, hein… Tomara!

Robert Fripp e o silêncio

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Impossibilitado de viajar em turnês, seja com seu King Crimson ou em seus trabalhos solo, o guitarrista inglês Robert Fripp anunciou que começaria nesta sexta-feira uma série de cinquenta faixas semanais chamada Music For Quiet Moments, em que traz faixas ambient esparsas, avessos ao motor racional de seu trabalho tradicional, quando mistura jazz, música erudita e música contemporânea experimental. A série traz faixas que foram compostas em diferentes momentos de sua carreira e ele inaugurou com a lânguida e delicada – mas hipnoticamente profunda – “Pastorale”, que gravou no dia 3 de junho de 2007 em Mendoza.

Ele escreveu sobre o tipo de música que pretende lançar neste período, uma reação clara à tensão provocada pela quarentena e pela pandemia que assolam o planeta neste ano:

 

Música para Momentos Quietos…

I

Um Momento Quieto é como vivenciamos um momento: o momento que está aqui, agora e disponível.

Momentos quietos são quando reservamos um tempo para ficarmos quietos;
e também onde os encontramos.
Às vezes, momentos quietos nos encontram.

Alguns lugares têm um espírito fixo, onde a quietude é uma característica do espaço:
talvez sejam características naturais das paisagem;
talvez sejam criados intencionalmente, como um jardim;
talvez sejam onde espíritos de lugar surgissem com o tempo, como em um cemitério inglês no campo.

A quietude pode ser provada com som e também pelo som;
em um lugar que consideramos sagrado ou até em um metrô lotado rumo ao Piccadilly ou à Times Square.

Um Momento Quieto tem mais a ver com a experiência do tempo do que com o som.

Um Momento Quieto prepara o espaço onde o Silêncio pode entrar.

O silêncio é atemporal.

II

Meus Momentos Quietos, com mais de cinquenta e um anos de turnê, muitas vezes ocorreram em locais públicos, onde crescentemente, uma camada de ruído intencionalmente cobriu e saturou o ambiente sônico.

III

Momentos Quietos da minha vida musical, expressos em paisagens sonoras, são profundamente pessoais; ainda que totalmente impessoais: eles abordam as preocupações que compartilhamos dentro de nossa humanidade comum.

Paradoxalmente, eles ocorreram principalmente em contextos públicos hostis e pouco favoráveis ao silêncio.

Algumas dessas paisagens sonoras são voltadas para dentro, reflexivas.
Algumas vão para fora, afirmativas.
Algumas não vão a lugar algum, simplesmente estando onde estão.

Robert Fripp
Terça-feira, 28 de abril de 2020;
Bredonborough, Inglaterra

Maravilhoso.

King Crimson ♥ David Bowie

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“King Crimson tocou ‘Heroes’ de David Bowie no Admiralspalast de Berlim como uma celebração, uma memória e uma homenagem. O show aconteceu trinta e nove anos e um mês após as sessões de gravação originais no Hansa Tonstudio próximo ao Muro de Berlim”, escreveu Robert Fripp, autor da guitarra que conduz a música original de David Bowie, ao anunciar o EP Heroes (já à venda), às vésperas da turnê que seu renascido King Crimson fará pela América do Norte no meio deste ano (datas aqui). A nova versão mantém a sensibilidade do clássico single.

A incrível volta do King Crimson

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Robert Fripp está à toda com a nova nova reunião do King Crimson – é a oitava encarnação da banda mais específica do rock progressivo e, além de Fripp, a formação 2014 conta com os bateristas Gavin Harrison, Pat Mastelotto e Bill Rieflin, o baixista Tony Levin, o saxofonista Mel Collins e o guitarrista Jakko Jakszyk. Ele postou até um vídeo no mês passado dando uma palhinha do que vem por aí (além de umas fotos).

A banda faz 17 shows no segundo semestre, apenas em algumas cidades dos Estados Unidos. Por enquanto.

A volta do King Crimson

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O site Prog sublinha que o senhor Robert Fripp avisou que um dos monstros sagrados do rock progressivo está de volta à ativa:

“This is a very different reformation to what has gone before: seven players, four English and three American, with three drummers. The Seven-Headed Beast of Crim is in Go! mode.”

Inacreditável!