Eu tô falando que essa chapa tá esquentando… Depois de algumas aparições ao vivo, o R.E.M. agora vem com um papo de comemorar os 45 anos de seu primeiro single, “Radio Free Europe”, com um EP feito para celebrar o aniversário de 75 anos da rádio que inspirou o nome do single, uma iniciativa do governo norte-americano de transmitir música e informações para países que viviam sob regimes autoritários, usando ondas radiofônica para burlar cortinas de ferro e muros políticos que isolavam alguns países do resto do mundo. A rádio – que existe até hoje com o mesmo nome do single ou apenas Radio Liberty – foi uma das inúmeras entidades afetadas pelos cortes do regime Trump nos EUA e o grupo norte-americano, embora inativo até segunda ordem, resolveu lançar este novo disco, batizado de Radio Free Europe 2025, para arrecadar fundos para a rádio, puxando como gancho não apenas o aniversário da emissora, que ainda está por vir, mas o 3 de maio que comemora o dia mundial da liberdade de imprensa. Puxado por um novo remix da música feito pelo produtor Jacknife Lee (que trabalhou com o grupo em seus dois últimos discos, Accelerate, de 2008, e Collapse Into Now, de 2011), o disco ainda conta com um remix feito produtor original do disco, Mitch Easter, o lado B daquele single “Sitting Still” e uma canção que só havia sido lançada em fita cassete naquele período, “Wh. Tornado”. A versão em vinil de Radio Free Europe 2025 só será lançada no segundo semestre, mas já está em pré-venda. E eu acho que isso é so o R.E.M. testando mais uma vez a água pra saber se vale a pena voltar. Claro que vale, camaradas!
Desta vez nem demorou tanto. Logo depois de subir no palco com seus ex-compadres de banda Peter Buck, Mike Mills e Bill Berry, Michael Stipe mais uma vez entra no show que Michael Shannon e Jason Narducy estão fazendo para celebrar o aniversário de 40 anos do disco Fables Of The Reconstruction para cantar a mesma “Pretty Persuasion” que cantou no mês passado. Só que dessa vez não foi num pequeno clube em sua cidade-natal e sim no Brooklyn Steel, em Nova York. Eu não quero falar nada, mas e se o R.E.M. voltasse só pra mais alguns shows, hein? O vídeo é da @nicoletishaa, assista abaixo:
Já está virando tradição. A primeira foi há um ano, em fevereiro do ano passado, quando a dupla formada pelo ator Michael Shannon e pelo guitarrista Jason Narducy (que toca com Bob Mould) passaram pela cidade-natal do R.E.M. com o show que estavam fazendo em homenagem ao disco de estreia da banda, Murmur, mas naquela ocasião, embora Michael Stipe, Peter Buck, Mike Mills e Bill Berry tivessem subido ao palco, eles participaram de algumas canções e nunca estiveramm os quatro ao mesmo tempo. Isso foi resolvido meses depois, quando o grupo foi entronizado ao Songwriters Hall of Fame, em junho do ano passado, em Nova York, e subiram juntos no palco como não faziam há 17 anos para tocar “Losing My Religion”. A cena se repetiu nessa quinta-feira, na nova versão do show de Shannon e Narducy, que agora revisita o disco Fables Of The Reconstruction, de 1985, e mais uma vez passou pela cidade do grupo, tocando outra vez no mesmo 40 Watt que passaram no passado. E desta vez os quatro estiveram no palco ao mesmo tempo para cantar “Pretty Persuasion”. A noite ainda contou com a presença do guitarrista de Patti Smith, Lenny Kaye, que subiu ao palco para acompanhar a dupla e Peter Buck em duas versões para músicas do Velvet Underground, “Femme Fatale” e “There She Goes Again”. Será que eles voltam algum dia a fazer shows juntos? Assista abaixo:
Ano passado o reverendo Al Green quebrou as pernas emocionais de nós todos ao regravar “Perfect Day” do Lou Reed – e não é que agora ele conseguiu ir ainda mais fundo? Pois saca essa versão inacreditável para “Everybody Hurts” do R.E.M. e nem tenta segurar a emoção…
O Rock in Rio começa nessa sexta-feira e, apesar de empolgar milhões de pessoas no Brasil inteiro por motivos óbvio, ele é literalmente um evento em que só vou se me pagarem – como foi nas três edições que assisti (2001, 2015 e 2017), em que fui por estar trabalhando. O tamanho gigantesco – e todas as hipérboles que partem disso – nem é o único motivo de me cansar do festival sem nem precisar pisar o pé na cidade do rock, mas principalmente o fato do evento ser um shopping center a céu aberto em que marcas e vendedores tentam capturar a atenção de um público que, em sua imensa maioria, não frequenta shows regularmente, o que acaba associando o nome do acontecimento a um perrengue interminável. Mas isso não quer dizer que o Rock in Rio não traga bons shows, muito pelo contrário – e a partir disso fui chamado para votar nos melhores shows do festival em uma eleição feita pelo portal G1 entre 150 jornalistas que cobrem cultura para elencar os melhores shows da história do evento, que ano que vem completa 40 anos. Diferente de alguns votantes (que escolheram shows que assistiram pela TV ou pela internet), preferi citar apenas os shows em que estive presente e fiquei fez em saber que, dos cinco nomes que escolhi (Neil Young, Who, R.E.M., Iron Maiden e Beck) só um (o último) não entrou na lista final. Para acessar a relação dos 40 nomes escolhidos (todos com link para ver os vídeos online) siga este link.
“Escrever canções e ter um catálogo de discos dos quais todos nós nos orgulhamos, que está aí para todo o mundo pelo resto do tempo, é sem dúvida o aspecto mais importante do que fizemos como uma banda. Em segundo lugar, conseguimos fazer isso durante todas essas décadas e continuar amigos. E não apenas amigos, mas queridos amigos. Amigos pra sempre”, disse Michael Stipe ao aceitar a entrada do R.E.M. ao Songwriters Hall of Fame, cuja cerimônia, que aconteceu nesta quinta-feira, viu o grupo voltar a tocar juntos depois de anos longe dos palcos. “Somos quatro pessoas que desde muito cedo decidiram que seriam donos das nossas próprias fitas masters e dividiríamos igualmente nossos royalties e créditos de composição”, continuou o vocalista. “Éramos todos por um e um por todos. E então começamos a fazer nosso trabalho desta forma. Funcionou bem, às vezes ótimo, e que viagem que foi. Realmente significa muito para nós que você nos reconheçam esta noite e por isso agradecemos por essa honra incrível.” O grupo aproveitou o barulho para ressuscitar uma playlist em que cada um de seus integrantes escolhe suas dez músicas favoritas, fazendo o próprio Top 40 da banda. E aproveitando a cerimônia, o programa CBS Mornings disponibilzou os 40 minutos da entrevista com o grupo no canal do YouTube da emissora norte-americana. Veja o discurso, a entrevista e a relação das músicas da playlist – e quem escolheu o que abaixo:
E os quatro integrantes do R.E.M. voltaram a tocar juntos nesta quinta-feira, depois de entrarem para o panteão do Songwriters Hall of Fame, no palco do hotel Marriott Marquis, em Nova York, onde aconteceu a cerimônia. A quinta-feira começou com o grupo afirmando em cadeia nacional nos EUA que não voltariam a tocar juntos de novo no programa CBS Mornings, em entrevista ao jornalista Anthony Mason. Quando foram perguntados ao final do programa o que seria preciso para que o grupo voltasse a tocar juntos, o baixista Mike Mills respondeu que seria necessário “um cometa”, mas todos concordaram que não acontecerá uma volta de fato, porque confirmaram que continuam se dando bem uns com os outros justamente por terem terminado na hora certa. Mas na cerimônia da noite, os quatro deram uma palhinha e tocaram “Losing My Religion” – e vale assistir à entrevista que deram ao telejornal matutino, especialmente quando o baterista Bill Berry assume, às lágrimas, que se arrependeu de ter saído da banda no meio dos anos 90, e é imediatamente consolado por seus ex-companheiros de banda.
Há uma movimentação peculiar acontecendo. Se no começo do anos os quatro integrantes do R.E.M. subiram no palco ao mesmo tempo como não faziam há 17 anos, desta vez Michael Stipe, Peter Buck, Mike Mills e Bill Berry sentaram-se juntos à mesa para conversar sobre sua carreira e legado em uma entrevista que vai ao ar nesta quinta-feira no programa norte-americano CBS Mornings (veja abaixo), quando foram entrevistados pelo jornalista Anthony Mason a partir da entronização do grupo no Songwriters Hall of Fame, que acontece no mesmo dia. O grupo voltou a se reunir em fevereiro deste ano quando compareceu ao show em Athens (cidade da banda) que o ator Michael Shannon e o guitarrista Jason Narducy (que toca com Bob Mould) estão fazendo em homenagem ao primeiro disco da grupo, Murmur, mas só participaram de algumas canções e nunca os quatro ao mesmo tempo. A banda terminou oficialmente em 2011, mais de dez anos depois da saída do fundador Bill Berry e ver os quatro tão tranquilos e despreocupados falando sobre si mesmos parece um bom sinal de que eles podem tranquilamente voltar aos palcos para fazer mais uns shows. É mais torcida do que realidade, mas vai que…