Ano passado o reverendo Al Green quebrou as pernas emocionais de nós todos ao regravar “Perfect Day” do Lou Reed – e não é que agora ele conseguiu ir ainda mais fundo? Pois saca essa versão inacreditável para “Everybody Hurts” do R.E.M. e nem tenta segurar a emoção…
O Rock in Rio começa nessa sexta-feira e, apesar de empolgar milhões de pessoas no Brasil inteiro por motivos óbvio, ele é literalmente um evento em que só vou se me pagarem – como foi nas três edições que assisti (2001, 2015 e 2017), em que fui por estar trabalhando. O tamanho gigantesco – e todas as hipérboles que partem disso – nem é o único motivo de me cansar do festival sem nem precisar pisar o pé na cidade do rock, mas principalmente o fato do evento ser um shopping center a céu aberto em que marcas e vendedores tentam capturar a atenção de um público que, em sua imensa maioria, não frequenta shows regularmente, o que acaba associando o nome do acontecimento a um perrengue interminável. Mas isso não quer dizer que o Rock in Rio não traga bons shows, muito pelo contrário – e a partir disso fui chamado para votar nos melhores shows do festival em uma eleição feita pelo portal G1 entre 150 jornalistas que cobrem cultura para elencar os melhores shows da história do evento, que ano que vem completa 40 anos. Diferente de alguns votantes (que escolheram shows que assistiram pela TV ou pela internet), preferi citar apenas os shows em que estive presente e fiquei fez em saber que, dos cinco nomes que escolhi (Neil Young, Who, R.E.M., Iron Maiden e Beck) só um (o último) não entrou na lista final. Para acessar a relação dos 40 nomes escolhidos (todos com link para ver os vídeos online) siga este link.
“Escrever canções e ter um catálogo de discos dos quais todos nós nos orgulhamos, que está aí para todo o mundo pelo resto do tempo, é sem dúvida o aspecto mais importante do que fizemos como uma banda. Em segundo lugar, conseguimos fazer isso durante todas essas décadas e continuar amigos. E não apenas amigos, mas queridos amigos. Amigos pra sempre”, disse Michael Stipe ao aceitar a entrada do R.E.M. ao Songwriters Hall of Fame, cuja cerimônia, que aconteceu nesta quinta-feira, viu o grupo voltar a tocar juntos depois de anos longe dos palcos. “Somos quatro pessoas que desde muito cedo decidiram que seriam donos das nossas próprias fitas masters e dividiríamos igualmente nossos royalties e créditos de composição”, continuou o vocalista. “Éramos todos por um e um por todos. E então começamos a fazer nosso trabalho desta forma. Funcionou bem, às vezes ótimo, e que viagem que foi. Realmente significa muito para nós que você nos reconheçam esta noite e por isso agradecemos por essa honra incrível.” O grupo aproveitou o barulho para ressuscitar uma playlist em que cada um de seus integrantes escolhe suas dez músicas favoritas, fazendo o próprio Top 40 da banda. E aproveitando a cerimônia, o programa CBS Mornings disponibilzou os 40 minutos da entrevista com o grupo no canal do YouTube da emissora norte-americana. Veja o discurso, a entrevista e a relação das músicas da playlist – e quem escolheu o que abaixo:
E os quatro integrantes do R.E.M. voltaram a tocar juntos nesta quinta-feira, depois de entrarem para o panteão do Songwriters Hall of Fame, no palco do hotel Marriott Marquis, em Nova York, onde aconteceu a cerimônia. A quinta-feira começou com o grupo afirmando em cadeia nacional nos EUA que não voltariam a tocar juntos de novo no programa CBS Mornings, em entrevista ao jornalista Anthony Mason. Quando foram perguntados ao final do programa o que seria preciso para que o grupo voltasse a tocar juntos, o baixista Mike Mills respondeu que seria necessário “um cometa”, mas todos concordaram que não acontecerá uma volta de fato, porque confirmaram que continuam se dando bem uns com os outros justamente por terem terminado na hora certa. Mas na cerimônia da noite, os quatro deram uma palhinha e tocaram “Losing My Religion” – e vale assistir à entrevista que deram ao telejornal matutino, especialmente quando o baterista Bill Berry assume, às lágrimas, que se arrependeu de ter saído da banda no meio dos anos 90, e é imediatamente consolado por seus ex-companheiros de banda.
Há uma movimentação peculiar acontecendo. Se no começo do anos os quatro integrantes do R.E.M. subiram no palco ao mesmo tempo como não faziam há 17 anos, desta vez Michael Stipe, Peter Buck, Mike Mills e Bill Berry sentaram-se juntos à mesa para conversar sobre sua carreira e legado em uma entrevista que vai ao ar nesta quinta-feira no programa norte-americano CBS Mornings (veja abaixo), quando foram entrevistados pelo jornalista Anthony Mason a partir da entronização do grupo no Songwriters Hall of Fame, que acontece no mesmo dia. O grupo voltou a se reunir em fevereiro deste ano quando compareceu ao show em Athens (cidade da banda) que o ator Michael Shannon e o guitarrista Jason Narducy (que toca com Bob Mould) estão fazendo em homenagem ao primeiro disco da grupo, Murmur, mas só participaram de algumas canções e nunca os quatro ao mesmo tempo. A banda terminou oficialmente em 2011, mais de dez anos depois da saída do fundador Bill Berry e ver os quatro tão tranquilos e despreocupados falando sobre si mesmos parece um bom sinal de que eles podem tranquilamente voltar aos palcos para fazer mais uns shows. É mais torcida do que realidade, mas vai que…
Comemorando os 25 anos do disco que viu o R.E.M. deixar de ser um quarteto para tornar-se um trio, após o baterista Bill Berry ter decidido se aposentar, o clássico grupo indie revisita seu ótimo Up em edição comemorativa que será lançada no dia 10 de novembro. Além do disco remasterizado, a nova edição ainda vem com um show inteirinho gravado à época do lançamento… durante as gravações do seriado Party of Five. Foi a primeira vez que a banda foi convidada a participar de um seriado, quando participou tocando no Palace Theatre, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Como estavam prestes a entrar em turnê, aproveitaram a oportunidade para ensaiar um show e fizeram praticamente uma apresentação privada para pouco mais de cem fãs, além de integrantes da equipe e do elenco do seriado (você lembra: Neve Campbell e Jennifer Love Hewitt no auge de suas famas, Matthew Fox antes de tornar-se o Jack de Lost). Além da música incluída no seriado “At My Most Beautiful”, single de lançamento do novo disco, o grupo ainda tocou clássicos como “What’s the Frequency, Kenneth?”, “Losing My Religion”, “It’s the End of the World As We Know It (And I Feel Fine)” e “Man on the Moon”. E para anunciar o novo lançamento, que já está em pré-venda, o grupo antecipou mais uma faixa do show que nunca foi lançado, “Daysleeper”, outra faixa de Up.
Ouça abaixo (além de assistir à participação do grupo no seriado):
Imagine que um dos nomes que você cresceu escutando resolve gravar um disco só com as músicas de sua banda? Essa sensação estranha e única pode ser sentida pelos quatro integrantes do R.E.M. descobriram que Micky Dolenz, o único sobrevivente dos quatro Monkees, lançaria um EP dedicado apenas à obra do seminal quarteto indie norte-americano. Didaticamente batizado de Dolenz Sings R.E.M., o disco, que já está em pré-venda, será lançado no dia 3 de novembro e para anunciar o álbum, Dolenz liberou uma das quatro músicas que regravou, “Shiny Happy People” (ouça abaixo), que entrará no disco ao lado de “Radio Free Europe”, “Man on the Moon” e “Leaving New York”