Segura a novíssima geração!

Na sexta-feira tivemos mais um Inferninho Trabalho Sujo no Redoma com uma estreia que valeu por duas, afinal da banda Boia, formada na Unicamp por estudantes de música, não fez apenas seu primeiro show na festa como aquele foi seu primeiríssimo show da vida. Surgida a partir da parceria do violonista Leo Bergamini com a vocalista Luli Mello, a banda surgiu a partir da própria república, uma vez que quatro de seus integrantes moram na mesma casa – e os dois que não moram são vizinhos – em Barão Geraldo, distrito de Campinas onde fica a Unicamp. A convivência constante traduziu-se muito bem no palco e ao lado do flautista e saxofonista Renato Quirino, do guitarrista Murilo Costa Rosa, do baixista Murilo Kushi e do baterista João Decco, os dois dominaram a abertura da noite com um repertório autoral baseado nas canções de Leo e Luli, esta um colosso no palco, tanto em termos de voz quanto de carisma. A banda inteira esmerilha no território do jazz brasileiro mas sem cair na caretice típica das faculdades de música e seu entrosamento de casa os coloca num lugar em que podem embalar versões de Moacir Santos e Hermeto Pascoal sem perder o frescor nem o groove. Uma estreia e tanto de uma banda que tem tudo pra crescer bem esse ano.

Depois foi a vez do Saravá e o trio formato por Joni (guitarra), Roberth Nelson (baixo) e Antonio Ito (bateria) também mostrou que não está pra brincadeira, fazendo o rock clássico e o indie rock conversarem como se fossem da mesma geração. Três instrumentistas de peso, passearam pelo repertório já estabelecido em dezenas de shows pela cidade e mostraram músicas novas, além de recuperar um trecho do show que haviam abandonado, quando se entregavam ao improviso elétrico, meio psicodélico meio jazz, no número que batizam adequadamente de “Fritação”. É outra banda que está criando uma ótima casca e já tem uma reputação, ainda que nova, dentro da nova cena paulistana – que não para de ferver!

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Inferninho Trabalho Sujo apresenta Boia e Saravá @ Redoma (6.6)

Nessa sexta-feira temos mais uma edição do Inferninho Trabalho Sujo no Redoma e no palco do Bixiga subirão duas bandas novíssimas em ascensão: a banda Boia, que está fazendo seus primeiros shows com repertório autoral, e o trio Saravá, que já passou pelo Inferninho e faz mais uma de suas apresentações fulminantes. Como as bandas dessa nova geração paulistana, as duas equilibram-se entre o rock independente, a MPB dos anos 70 e 80 e o rock clássico, e mais uma vez discoteco antes, entre e depois dos shows. A noite começa a partir das 21h e os ingressos já estão à venda.

Duas vertentes de uma nova cena

Mais um Inferninho Trabalho Sujo no Redoma, reunindo duas bandas novíssimas que mostram como a nova cena vem se movimentando, desta vez com cada um dos grupos revelando uma das vertentes desse cenário. A noite começou com o quarteto Copo e Água, que encaixa-se na categoria “bandas de MPB” que comentei outro dia: grupos cuja formação e entrosamento é próximo das bandas de rock, mas que as influências são essencialmente brasileiras e quase sempre buscando referências em discos antigos e gêneros decanos. E assim o grupo liderado pela impressionante vocalista e violonista Amanda Iumatti, aparentemente pequena, mas que cresce no palco com uma presença incrível e um vozeirão surpreendente, passeia com energia por sambas, bossas novas, baladas e frevos acompanhada de uma cozinha precisa, formada pelos ótimos Rodrigo Bergamin e Rafa Sarmento (este último tambem baterista do Devolta ao Léu, que havia tocado na edição anterior da festa naquela mesma casa). O tecladista original, Miguel Allain, não pode comparecer e a banda chamou o xará Miguel Marques, que segurou muito bem a noite tanto em seu instrumento quanto nos vocais, às vezes dividindo números apenas com Amanda.

Depois foi a vez do trio Los Otros com seu rock direto e melódico que bebe tanto das bandas inglesas dos anos 60 quanto do rock brasileiro dos anos 70 e a cena new wave e pós-punk da década seguinte, mostrando todo o entrosamento que uma banda que mora junto pode ter. O casal Tom Motta (guitarra) e Isabella Menin (baixo) está cada vez mais confiante no palco e a química dos dois funciona muito bem, sempre sobre a bateria de Vinicius Czaplinski. O trio sintetizou ainda mais o repertório, deixando blocos de músicas românticas entre as canções, e fazendo apenas uma versão, a já tradicional “Papai Me Empresta o Carro”, de Rita Lee. Em sua segunda aparição no Inferninho, o grupo estreou no Redoma às vésperas de lançar seu primeiro single, “Rotina”, que usou para encerrar sua apresentação.

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Inferninho Trabalho Sujo apresenta Los Otros e Copo e Água

Mais um Inferninho Trabalho Sujo à vista, desta vez no Redoma, ali no Bixiga, trazendo duas bandas que estão despontando na cena paulistanas, o trio Los Otros, formado por Tom Motta, Isabella Menin e Vinicius Czaplinski, que repete sua participação na festa às vésperas de lançamento de seu primeiro single, e os debutantes Copo e Água, que contam com Amanda Iumatti, Rodrigo Bergamin, Rafael Sarmento e Miguel Allain na formação, acabaram de lançar a primeira demo (chamada de Amanda e Os Besobedecem) e estão começando a preparar seu primeiro disco. A festa acontece na sexta, dia 2 de maio a partir das 21h, eu discoteco antes, entre e depois dos shows das bandas e o Redoma fica ali no Bixiga, no número 825A da Rua Treze de Maio, a festa começa às 21h e Vamos lá? Os ingressos já estão à venda!

Bandas de MPB

O fim de semana fechou com mais uma edição do Inferninho Trabalho Sujo no Redoma, quando reuni duas novas bandas paulistanas que acrescentam o teclado à formação baixo, guitarra e bateria para passear por um repertório que conversa com a história da música brasileira recente – bandas de MPB! A Devolta ao Léu, que começou os trabalhos da noite, começa ali na virada dos anos 50 para os 60, puxando elementos de samba jazz e bossa nova com música pop brasileira. Desfalcados de um de seus fundadores (o guitarrista Eduardo Rodrigues, que estava fora de São Paulo), o quarteto chamou o baixista Roberth Nelson da banda Saravá para o palco e o baixista original do grupo, Leo Bergamini, assumiu a guitarra nesta apresentação. Completam o grupo a vocalista e tecladista Bru Cecci, com sua voz pequena e precisa como os timbres de seu teclado, e o baterista virtuose Rafa Sarmento, fazendo um pequeno showcase de um determinado período de nossa MPB e trazendo-o para este século, tocando um repertório inteirinho autoral. Promissor.

Depois foi a vez da já conhecida Orfeu Menino, liderada pela vocalista Luíza Villa, fazer um show quase inteirinho autoral – uma evolução considerável de repertório que a banda se impôs há menos de um ano, apresentando músicas novas a cada novo show. O entrosamento dos músicos segue intacto e impressionante, mantendo as viradas surpreendentes do baterista Tommy Coelho, a presença – marcada por seu vocal – do teclado de Pedro Abujamra, o groove melódico do baixo de João Ferrari e agora o brilho soul funk brasileiro da guitarra do novato João Vaz. O grupo começou a apresentação vestindo máscaras, que achei que fossem tirar na versão que fazem para “Cara Cara” de Gilberto Gil (“tira essa máscara, cara cara, quero ver você”), mas eles não só não tocaram essa música como limitaram-se a apenas duas versões alheias nesse show: “Pega Rapaz” da Rita Lee nos anos 80 e “Tudo Joia”, que trouxeram no bis – quando tocaram com o guitarrista mineiro Arthur Scarpini, a primeira participação especiais que o grupo tem em seus shows e este encerrou com “Pega Mal” – e lembro que quando os conheci, quando Luíza veio me propor seu show em homenagem à Joni Mitchell há pouco mais de um ano, esta era sua única música autoral. Tá evoluindo bem…

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Inferninho Trabalho Sujo apresenta Orfeu Menino E Devolta Ao Léu

Este fim de semana tem mais um Inferninho Trabalho Sujo no Redoma, em pleno domingo! Desta vez, a festa reúne duas bandas novatas que bebem na fonte da música brasileira dos anos 60 e 70 para fazer música deste século. A Devolta ao Léu, formada por Bru Cecci (teclado e voz) Eduardo Rodrigues (guitarra), Rafa Sarmento (bateria) e Leo Bergamini (baixo), está dando seus primeiros passos com influências de rock experimental e artistas brasileiros como Itamar Assumpção, Clube da Esquina e Erasmo Carlos, enquanto a Orfeu Menino, formada por Luíza Villa (voz), João Vaz (guitarra), Pedro Abujamra (teclado), João Ferrari (baixo) e Tommy Coelho (bateria), passa por Marcos Valle, João Donato, Edu Lobo, João Bosco e Joyce, rejuvenescendo o espírito do jazz brasileiro para o século 21. E quando as bandas não estiverem no palco, sou eu quem deixa o som rolar – e os ingressos já estão à venda neste link!

A próxima geração tá vindo!

Nesta sexta-feira teve mais um Inferninho Trabalho Sujo no Redoma e as bandas que compareceram desta vez são ainda mais novas que as que frequentam os palcos nesses quase dois anos de festa para revelar novos talentos que venho fazendo desde 2023. A Sinko, que abriu a noite, por exemplo, aproveitou a oportunidade para lançar a nova identidade, abandonando o antigo nome Maçonaria do Samba, e apesar da pouca idade mostraram que não brincam em serviço, misturando rock pesado e música brasileira com desenvoltura de palco que o quinteto formado por Alê Kodama na guitarra, Leon no baixo, Frede Kipnis na guitarra, Jão Mantovas na bateria e Maria Antônia nos vocais. O ataque da banda pode ser resumido nas duas versões que puxaram depois que o público pediu bis, subindo novamente no palco para cantar “Dê um Rolê” dos Novos Baianos e “Killing in the Name” do Rage Against the Machine. Tem futuro!

Depois do Sinko foi a vez do Saravá subir no palco do Inferninho Trabalho Sujo dessa sexta-feira, no Redoma, e o trio formado por Joni (guitarra e vocal), Roberth Nelson (baixo e vocal) e Antonio Ito (bateria) está prontinho para se tornar a próxima grande banda da cena de São Paulo. Nitidamente influenciados pela fase clássica d’O Terno (antes do trio liderado por Tim Bernardes virar MPB), eles conseguem expandir ainda o espectro do indie rock paulistano para a nova década, mesclando os elementos clássicos (como psicodelia, rock tropicalista e rock clássico) com outras referências musicais menos sessentistas. E além de convidar a irmã do vocalista Joni para participar de uma música, encerraram com um bis atropelado por um problema de cabos (que o grupo tirou de letra) em que voltaram a uma de suas músicas mais antigas. A próxima geração tá vindo!

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Inferninho Trabalho Sujo apresenta Saravá e Sinko

Agora que o ano começou, que tal puxar um Inferninho Trabalho Sujo com bandas novíssimas? É o que acontece nessa sexta-feira, dia 14, quando mais uma vez trago a festa para o Redoma Club ali no Bixiga (Rua Treze de Maio, 825A), quando reúno as bandas Saravá e Sinko, que estão começando a despontar aqui em São Paulo, misturando rock clássico, indie rock e música brasileira reforçando a tendência característica das novas bandas desta década. E eu discoteco antes, entre e depois dos shows. Comprando antes o ingresso o preço é mais barato, vamos lá?

Inferninho em dia de chuva

A chuva deste domingo reduziu o público do Inferninho Trabalho Sujo no Redoma mas não a empolgação das bandas – inclusive de várias que vieram apenas ver os shows das que tocariam naquela noite. Os Fadas e a Schlop mostraram músicas novas e velhas numa noite em que o indie rock foi a régua estética. A noite começou com os Fadas mostrando tanto músicas de seu primeiro EP Sono Ruim quanto canções novas que ainda devem lançar este ano, mostrando como o entrosamento entre as guitarras estridentes de Anna Bogaciovas e Gabriel Magazza, o baixo marcado e sinuoso de Rafael Xuoz e a bateria na cara de Augusto Coaracy já cria uma sonoridade característica do grupo, além do fato de todos cantarem. E entre as músicas novas, destacaram “Mamata”, composta por Anna, que voltou a ser tocada quando pediram pra banda tocar mais uma.

Depois foi a vez de Isabella Pontes subir com seu Schlop no palco do Redoma e mostrar tanto as músicas de seu disco de 2023 (Canções de Amor para o Fim do Mundo) quanto do EP que lançaram no ano passado (Senhoras e Senhores, Cachorros e Madames). Acompanhada da guitarra clássica de Lúcia Esteves, do baixo pronunciado de Alexandre Lopes e da bateria marcante de Antonio Valoto, Bella mostrou todo sua crítica ácida e sua verve cronista em canções comezinhas e rotineiras, incluindo a já clássica versão paulistanizada para “New York I Love You But You’re Bringing Me Down”, do LCD Soundsystem, enquanto zunia com sua guitarra e testava um novo brinquedo, ao trazer um sintetizador para o palco. Foi demais.

#inferninhotrabalhosujo #schlop #osfadas #noitestrabalhosujo #redoma #trabalhosujo2025shows 013 e 014

Inferninho Trabalho Sujo apresenta Schlop e Os Fadas

Que tal um Inferninho num domingo? É isso que vai acontecer nesta semana, quando mais uma vez invado o Redoma para mostrar as novas bandas que estão surgindo nesta década, reunindo dois reincidentes da festa que vagam entre o rock clássico e o indie rock com boas doses de referências brasileiras. Quem abre a noite é o quarteto Os Fadas, banda formada por Anna Bogaciovas (vocal e guitarra), Augusto Coaracy (bateria e voz), Gabriel Magazza (vocal e guitarra) e Rafael Xuoz (vocal e baixo), que tocam entre a melodia e o ruído, trazendo canções de seu EP Sono Ruim, lançado em 2023, e outras inéditas. Em seguida entra o Schlop, projeto musical da multiartista Isabella Pontes, que leva suas antigas gravações caseiras ao lado de Lúcia Esteves (guitarra), Alexandre Lopes (baixo) e Antonio Valoto (bateria), mostrando as composições irônicas e afiadas dos discos Canções de Amor para o Fim do Mundo (2023) e Senhoras e Senhores, Cachorros e Madames (2024). Discoteco antes, durante e depois dos shows, que tem ingressos mais baratos para quem comprar com antecedência neste link. O Redoma fica na Rua Treze de Maio, 825A, no Bixiga. Vamos?