O fim de semana fechou com mais uma edição do Inferninho Trabalho Sujo no Redoma, quando reuni duas novas bandas paulistanas que acrescentam o teclado à formação baixo, guitarra e bateria para passear por um repertório que conversa com a história da música brasileira recente – bandas de MPB! A Devolta ao Léu, que começou os trabalhos da noite, começa ali na virada dos anos 50 para os 60, puxando elementos de samba jazz e bossa nova com música pop brasileira. Desfalcados de um de seus fundadores (o guitarrista Eduardo Rodrigues, que estava fora de São Paulo), o quarteto chamou o baixista Roberth Nelson da banda Saravá para o palco e o baixista original do grupo, Leo Bergamini, assumiu a guitarra nesta apresentação. Completam o grupo a vocalista e tecladista Bru Cecci, com sua voz pequena e precisa como os timbres de seu teclado, e o baterista virtuose Rafa Sarmento, fazendo um pequeno showcase de um determinado período de nossa MPB e trazendo-o para este século, tocando um repertório inteirinho autoral. Promissor.
Depois foi a vez da já conhecida Orfeu Menino, liderada pela vocalista Luíza Villa, fazer um show quase inteirinho autoral – uma evolução considerável de repertório que a banda se impôs há menos de um ano, apresentando músicas novas a cada novo show. O entrosamento dos músicos segue intacto e impressionante, mantendo as viradas surpreendentes do baterista Tommy Coelho, a presença – marcada por seu vocal – do teclado de Pedro Abujamra, o groove melódico do baixo de João Ferrari e agora o brilho soul funk brasileiro da guitarra do novato João Vaz. O grupo começou a apresentação vestindo máscaras, que achei que fossem tirar na versão que fazem para “Cara Cara” de Gilberto Gil (“tira essa máscara, cara cara, quero ver você”), mas eles não só não tocaram essa música como limitaram-se a apenas duas versões alheias nesse show: “Pega Rapaz” da Rita Lee nos anos 80 e “Tudo Joia”, que trouxeram no bis – quando tocaram com o guitarrista mineiro Arthur Scarpini, a primeira participação especiais que o grupo tem em seus shows e este encerrou com “Pega Mal” – e lembro que quando os conheci, quando Luíza veio me propor seu show em homenagem à Joni Mitchell há pouco mais de um ano, esta era sua única música autoral. Tá evoluindo bem…
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Este fim de semana tem mais um Inferninho Trabalho Sujo no Redoma, em pleno domingo! Desta vez, a festa reúne duas bandas novatas que bebem na fonte da música brasileira dos anos 60 e 70 para fazer música deste século. A Devolta ao Léu, formada por Bru Cecci (teclado e voz) Eduardo Rodrigues (guitarra), Rafa Sarmento (bateria) e Leo Bergamini (baixo), está dando seus primeiros passos com influências de rock experimental e artistas brasileiros como Itamar Assumpção, Clube da Esquina e Erasmo Carlos, enquanto a Orfeu Menino, formada por Luíza Villa (voz), João Vaz (guitarra), Pedro Abujamra (teclado), João Ferrari (baixo) e Tommy Coelho (bateria), passa por Marcos Valle, João Donato, Edu Lobo, João Bosco e Joyce, rejuvenescendo o espírito do jazz brasileiro para o século 21. E quando as bandas não estiverem no palco, sou eu quem deixa o som rolar – e os ingressos já estão à venda neste link!
Nesta sexta-feira teve mais um Inferninho Trabalho Sujo no Redoma e as bandas que compareceram desta vez são ainda mais novas que as que frequentam os palcos nesses quase dois anos de festa para revelar novos talentos que venho fazendo desde 2023. A Sinko, que abriu a noite, por exemplo, aproveitou a oportunidade para lançar a nova identidade, abandonando o antigo nome Maçonaria do Samba, e apesar da pouca idade mostraram que não brincam em serviço, misturando rock pesado e música brasileira com desenvoltura de palco que o quinteto formado por Alê Kodama na guitarra, Leon no baixo, Frede Kipnis na guitarra, Jão Mantovas na bateria e Maria Antônia nos vocais. O ataque da banda pode ser resumido nas duas versões que puxaram depois que o público pediu bis, subindo novamente no palco para cantar “Dê um Rolê” dos Novos Baianos e “Killing in the Name” do Rage Against the Machine. Tem futuro!
Depois do Sinko foi a vez do Saravá subir no palco do Inferninho Trabalho Sujo dessa sexta-feira, no Redoma, e o trio formado por Joni (guitarra e vocal), Roberth Nelson (baixo e vocal) e Antonio Ito (bateria) está prontinho para se tornar a próxima grande banda da cena de São Paulo. Nitidamente influenciados pela fase clássica d’O Terno (antes do trio liderado por Tim Bernardes virar MPB), eles conseguem expandir ainda o espectro do indie rock paulistano para a nova década, mesclando os elementos clássicos (como psicodelia, rock tropicalista e rock clássico) com outras referências musicais menos sessentistas. E além de convidar a irmã do vocalista Joni para participar de uma música, encerraram com um bis atropelado por um problema de cabos (que o grupo tirou de letra) em que voltaram a uma de suas músicas mais antigas. A próxima geração tá vindo!
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Agora que o ano começou, que tal puxar um Inferninho Trabalho Sujo com bandas novíssimas? É o que acontece nessa sexta-feira, dia 14, quando mais uma vez trago a festa para o Redoma Club ali no Bixiga (Rua Treze de Maio, 825A), quando reúno as bandas Saravá e Sinko, que estão começando a despontar aqui em São Paulo, misturando rock clássico, indie rock e música brasileira reforçando a tendência característica das novas bandas desta década. E eu discoteco antes, entre e depois dos shows. Comprando antes o ingresso o preço é mais barato, vamos lá?
A chuva deste domingo reduziu o público do Inferninho Trabalho Sujo no Redoma mas não a empolgação das bandas – inclusive de várias que vieram apenas ver os shows das que tocariam naquela noite. Os Fadas e a Schlop mostraram músicas novas e velhas numa noite em que o indie rock foi a régua estética. A noite começou com os Fadas mostrando tanto músicas de seu primeiro EP Sono Ruim quanto canções novas que ainda devem lançar este ano, mostrando como o entrosamento entre as guitarras estridentes de Anna Bogaciovas e Gabriel Magazza, o baixo marcado e sinuoso de Rafael Xuoz e a bateria na cara de Augusto Coaracy já cria uma sonoridade característica do grupo, além do fato de todos cantarem. E entre as músicas novas, destacaram “Mamata”, composta por Anna, que voltou a ser tocada quando pediram pra banda tocar mais uma.
Depois foi a vez de Isabella Pontes subir com seu Schlop no palco do Redoma e mostrar tanto as músicas de seu disco de 2023 (Canções de Amor para o Fim do Mundo) quanto do EP que lançaram no ano passado (Senhoras e Senhores, Cachorros e Madames). Acompanhada da guitarra clássica de Lúcia Esteves, do baixo pronunciado de Alexandre Lopes e da bateria marcante de Antonio Valoto, Bella mostrou todo sua crítica ácida e sua verve cronista em canções comezinhas e rotineiras, incluindo a já clássica versão paulistanizada para “New York I Love You But You’re Bringing Me Down”, do LCD Soundsystem, enquanto zunia com sua guitarra e testava um novo brinquedo, ao trazer um sintetizador para o palco. Foi demais.
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Que tal um Inferninho num domingo? É isso que vai acontecer nesta semana, quando mais uma vez invado o Redoma para mostrar as novas bandas que estão surgindo nesta década, reunindo dois reincidentes da festa que vagam entre o rock clássico e o indie rock com boas doses de referências brasileiras. Quem abre a noite é o quarteto Os Fadas, banda formada por Anna Bogaciovas (vocal e guitarra), Augusto Coaracy (bateria e voz), Gabriel Magazza (vocal e guitarra) e Rafael Xuoz (vocal e baixo), que tocam entre a melodia e o ruído, trazendo canções de seu EP Sono Ruim, lançado em 2023, e outras inéditas. Em seguida entra o Schlop, projeto musical da multiartista Isabella Pontes, que leva suas antigas gravações caseiras ao lado de Lúcia Esteves (guitarra), Alexandre Lopes (baixo) e Antonio Valoto (bateria), mostrando as composições irônicas e afiadas dos discos Canções de Amor para o Fim do Mundo (2023) e Senhoras e Senhores, Cachorros e Madames (2024). Discoteco antes, durante e depois dos shows, que tem ingressos mais baratos para quem comprar com antecedência neste link. O Redoma fica na Rua Treze de Maio, 825A, no Bixiga. Vamos?
Na primeira edição do Inferninho Trabalho Sujo no Redoma, tivemos uma overdose de rock moderno a partir de duas vertentes diferentes da atual cena paulistana, encarnadas nos grupos Applegate e Naimaculada. O primeiro começou a noite mostrando seu recém-lançado segundo álbum Mesmo Lugar na íntegra e chamando convidados para esta jornada, entre eles dois integrantes da segunda banda da noite, o saxofonista Gabriel Gadelha e o guitarrista Samuel Xavier, além da novata Maria Clara Melchioretto, que dividiu o vocal em algumas músicas da banda, que está endiabrada, com o vocalista Gil Mosolino dividindo-se entre solos lisérgicos de guitarra e pirações freestyle no synth, acompanhado de perto do baixista Rafael Penna, que tocava synthbass e baixo elétrico, do guitarrista Vinícius Gouveia e do baterista Luca Acquaviva, numa apresentação intensa.
Depois foi a vez do Naimaculada encerrar as atrações no palco. Seus timbres de rock pesado pairam sobre as estruturas melódicas de suas canções, entre a soul music, o blues e o funk, e abrem espaço para improvisos jazzísticos, deixando cada um dos músicos aparecer de forma isolada, todos eles trabalhando para a construção das músicas coletivamente. Por isso, por mais que o vocalista Ricardo Paes acabe naturalmente se destacando (seu vocal rasgado e falado, sua presença de palco e seu carisma o tornam um showman inevitável), a guitarra de Samuel Xavier, o baixo de Luiz Viegas, a bateria de Pietro Benedan e os sopros (sax e flauta transversal) de Gabriel Gadelha, conspiram em uma única vibe, urbana e sofrida ao mesmo tempo que é catártica e coletiva, fazendo o público cantar juntos em vários momentos. Às vésperas de lançar seu primeiro disco (A Cor Mais Próxima do Cinza) no início do próximo ano, o Naimaculada é um dos novos grupos mais promissores da atual cena de São Paulo.
Na última sexta-feira de novembro o Inferninho Trabalho Sujo entra mais um espaço de São Paulo ao realizar sua primeira festa no Redoma, que fica ali no Bixiga. E quem desbrava esse novo palco com a gente são as bandas Naimaculada e Applegate, dois novos nomes da cena paulistana que estão aos poucos atingindo um público cada vez maior. As duas bandas aproveitam a festa para mostrar seus lançamentos: o Applegate lança seu novo álbum Mesmo Lugar enquanto o Naimaculada mostra o novo single “Não é Sobre Peixes”, mais um degrau rumo ao seu primeiro disco. As bandas se apresentam a partir das 21h na sexta dia 29 de novembro e além dos shows ainda teremos minha discotecagem e da Lina Andreosi. O Redoma fica na Rua 13 de Maio, 825 e os ingressos já estão à venda neste link.
Foi demais o primeiro show oficial da banda Orfeu Menino nesse ano dentro da sessão Trabalho Sujo Apresenta, que nesta quarta aconteceu no Redoma. A banda está afiadíssima e é impressionante o domínio que a vocalista Luiza Villa tem do palco, em sintonia finíssima com os outros quatro músicos da banda, o virtuosismo de Tommy Coelho na bateria, a guitarra discreta e precisa de Tomé Antunes, o teclado irrepreensível do maestro Pedro Abujamra e o baixo denso e suntuoso de João Chão. Parte do repertório ainda é composto por versões, o que já mostra a amplitude de alcance do quinteto, indo de “Nossa História de Amor” do Tim Maia a “Jorge Maravilha” do Chico Buarque, passando por “Dentro de Você” de Marcos Valle e Leon Ware, “Banho de Espuma” da Rita Lee, a versão de Annie Ross pro standard “Twisted”, “Cara Cara” e “Pessoa Nefasta” do Gilberto Gil, “Nua Ideia” de João Donato, além de uma versão de “Bala com Bala” do João Bosco que não tava no roteiro. Entre esses clássicos, eles ainda mostraram suas duas primeiras músicas, “Pega Mal” e “O Amor é Fogo”. Depois o DJ Benni seguiu a noite esmerilhando pérolas ousadas de diferentes frentes musicais. É, a brincadeira está só começando…
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No ano passado, Luiza Villa, Pedro Abujamra, Tomé Antunes, João Chão e Tommy Coelho celebraram a obra de Joni Mitchell no espetáculo Both Sides Now, puxado pela vocalista que sugeriu a homenagem, e agora os cinco voltam a focar no trabalho de sua banda, Orfeu Menino, que mostra sua nova fase em mais uma sessão Trabalho Sujo Apresenta, idealizada pelo jornalista Alexandre Matias. Inspirados pela bossa nova e pelo jazz brasileiro dos anos 60 e 70, eles também têm influência de samba, MPB, jazz e folk norte-americano e começam a mostrar suas primeiras músicas autorais. O grupo faz dançar sem perder a complexidade do jazz e da música brasileira e depois de tocar em festas e pequenos clubes de São Paulo, começam esta nova fase reunindo suas próprias composições reunindo um repertório já estabelecido, que vai de Tom Jobim a Rita Lee, passando por João Bosco e George Benson. A apresentação acontece nesta quarta-feira, no Clube Redoma (Rua Treze de Maio, 825, Bixiga), a partir das 21h, e a noite terá discotecagem do DJ Benni. Os ingressos podem ser comprados neste link.