Realce – Gilberto Gil

, por Alexandre Matias

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O fim da ditadura militar deixou boa parte da MPB desnorteada – sem um inimigo comum, estava oficializado o cada-um-por-si. De todos seus artistas, talvez o que melhor tenha entrado nos anos 80 seja Gilberto Gil – ao lado de Rita Lee. Mas se Rita despiu-se da persona Mick Jagger para entrar de cabeça no pop deslavado, Gil abraçou o reggae (regravando Bob Marley) e a disco music (escalando Lincoln Olivetti para os teclados) como opções estéticas. No entanto, Realce, o primeiro disco do cantor pela gravadora Warner e o último de sua série de discos “Re” (Refazenda, Refavela e Refestança são os outros), é brasileiríssimo – a começar pela irresistível “Toda Menina Baiana”. Mas a viagem continua por outros clássicos de Gil, como “Tradição”, a bela – e bi – “Superhomem – A Canção”, “Sarará Miolo” e a faixa-título, além da incrível reinvenção de “Marina”, de Dorival Caymmi.