Rapidshare (2002-2015)
Diga adeus ao Rapidshare. O site que acompanhou boa parte de seus downloads nos últimos dez anos vai fechar suas portas ao final do mês que vem. Vi na BBC a nota que eles mandaram para seus usuários, anunciando a falência do serviço e avisando para quem tiver arquivos lá online para retirá-los antes do dia 31 de março.
Não sei se foi o primeiro, mas certamente o Rapidshare foi o primeiro host remoto gratuito a se popularizar quando as batalhas do P2P ainda eram travadas na década passada. Com processos legais fechando os clones e filhotes do Napster, uma das alternativas encontradas pelos ouvintes para disponibilizar músicas de graça uns pros outros foi esse tipo de site, que permitia o upload de pastas inteiras na web (anos antes de se referirem a esse tipo de serviço como “hospedagem na nuvem”) e só cobrava cliques e tempo de espera para os clientes que não quisessem pagar pela versão premium, que eliminava etapas, banners e minutos de download. Graças a sites dessa natureza que nasceram os blogs de MP3 – não apenas os que traziam as últimas músicas, remixes ou vazamentos de artistas que ainda não tinham lançado suas obras mas também aqueles dedicados a resgatar pérolas do passado, discos de acetato ou vinil e fitas cassete que ganhavam poeira na coleção de seus donos e não eram ouvidos por outras pessoas há eras.
Depois do Rapidshare, hospedado na Suíça, vieram o Megaupload (que depois virou Mega e deu origem a uma saga policial narrada na Nova Zelândia que ainda em andamento) e muitos outros clones (muitos deles ainda na ativa), que aos poucos foram caindo em desuso devido à ascensão dos torrents (e do PirateBay) e de um novo tipo de armazenamento online (impulsionado primeiramente pelo Dropbox e depois assimilado por todas as grandes empresas de tecnologia em sites como Google Drive e iCloud).
E pode ir se acostumando a esse tipo de notícia: fechamento de serviços que armazenavam conteúdo digital de toda espécie vão se tornar uma rotina cada vez mais constante (e, depois disso, veremos o fim de aplicativos que hoje reinam – é claro que outros sobreviverão). Porque, aos poucos, o cenário digital exige mudanças.
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