Fuck Yeah, Thom Yorke

O que achou da dança de Thom Yorke?
É intuitiva… faz o que está sentindo, o que está cantando. Tem ritmo, pelo menos. Ele faz o que vêm à cabeça. Mas não é coreografada, né? Se ele for querer repetir, não vai sair da mesma forma. A não ser que ele imite o próprio vídeo depois.

Algum ponto a melhorar na performance?
Não, não… porque na verdade ele não dança. Ele se movimenta, ele se mexe em relação à melodia. E esses movimentos falam sobre se libertar, sobre flores, sobre o coração. Então ele está sentindo o que está cantando e quis mostrar isso de alguma forma.

Você dançaria esse tipo de música?
Dançaria sim, dependendo do ambiente. Não sou muito de eletrônica, de rave, mas chego em eventos que tem esse som e aí vou também por instinto. Começo alguma coreografia, jogo braço, jogo cabeça… só sentindo a música.

Acha que Thom ficou natural no vídeo?
Sim, sim… ele sente o teclado, a bateria, a guitarra. Achei a iluminação bastante interessante. Tudo ali tem um significado, mas mais pra ele do que pra quem está assistindo. Cada um vai interpretar de uma forma. E provavelmente não tem coreógrafo mesmo, só um diretor de cena.

Conseguiria coreografar “Lotus Flower”?
Dá pra coreografar sim, todas as músicas! Essa é um pouco difícil, indicaria pra quem tem uma formação de jazz, balé ou dança contemporânea. Eu não fiz curso, comecei com a dança de rua de Salvador, que é completamente diferente da dança de rua do Rio e São Paulo. Dançava Axé, pagode baiano e com o tempo tive que aprender um pouco de técnica, principalmente a contagem da música. A coreografia era sempre em cima da letra. Então se a letra disser: “vou pegar o telefone pra ligar pro Marcos”, tem que ter ali o movimento. Mas quando comecei a trabalhar também com a contagem da música, facilitou até pra decorar os passos.

Conhecia Radiohead? O que achou de “Lotus Flower”?
Não conhecia a banda, só de ouvir falar. Achei “Lotus Flower” muito boa… gostei do preto e branco no clipe. Ele tá falando de flores e, com esse preto e branco, parece que é uma flor que ainda vai florescer.

Dança, maldito. Dança que o Jacaré comenta.

Radiohead no Japão

A banda tuitou logo cedo:

Traduzindo: Praça Hachiko, Shibuya, 59 minutos, 18 sexta-feira. Sexta-feira, 18. Amanhã. 59 minutos do dia 18? Tipo um minuto pra uma da manhã? O disco novo sai sábado

E você manja a praça Hachiko, né? Ah, manja…

Ah, manja…

E ainda especulando sobre o disco novo do grupo, que será liberado pra download (vazado?) no sábado, a novidade é que estão dizendo que o disco terá apenas oito músicas. E o site At Ease Web, maior repositório de informações sobre a banda, disse que eles já têm as seguintes faixas prontas, mostradas em shows:

“The Daily Mail”
“Mouse Dog Bird”
“Lotus Flower”
“Give Up The Ghost”
“Skirting On The Surface”
“Open The Floodgates”
“Let Me Take Control/Chris Hodge”
“Burn The Witch”
“No Shame”
“Pay Day”
“Super Collider”

Mas isso ainda é pura especulação. Seguimos esperando.

Radiohead 2011 – The King of Limbs

Is this real life?

Que jeito de começar a semana!

Sim: disco novo do Radiohead no horizonte. Sim: novo conceito ahead (“newspaper album” wtf ou ftw?). Sim: eles estão cobrando por música online (nove dólares é um bom preço?).

Esse tal de 2011 tá saindo melhor que a encomenda, hein…

Radiohead 2011: Newspaper album?

Como assim, Radiohead? Não me venha com essas:

Fred lembrou do Tom Zé.

Que ainda tem essa outra capa, mais jornal ainda (valeu, Marcio):

Marcio ainda lembrou dessa aqui, heheeheh.

E o Carlos lembrou dessa, do Bocato, que eu nem manjava:

E o Luís e o Lou ainda mandaram essa:

Alguém chuta o que pode ser? Um aplicativo pro iPad? Um novo pacote de revelações do Wikileaks? Um disco que é atualizado diariamente?

Vida Fodona #251: Verão 2011 chegando pesado, derretendo tudo

The heat is on!

Quantic and his combo Barbaro – “The Dreaming Mind, Pt. 1”
Mombojó – “Cabidela”
Velvet Underground – “She’s My Best Friend”
Los Campesinos – “You! Me! Dancing!”
Nirvana – “Frances Farmer Will Have Her Revenge on Seattle”
JJ – “New Work”
Eliza Lumley – “How to Disappear Completely and Not Be Found”
Bird and the Bee – “Private Eyes”
Funky 4 + 1 – “That’s the Joint”
Planet Hemp – “Contexto”
BNegão + Seletores de Freqüência- “A Palavra”
Bárbara Eugênia – “Por Aí”
Fujiya & Miyagi – “Minestrone”
Cut Copy – “Take Me Over”
Garotas Suecas – “Tudo Bem”
Neil Young & Crazy Horse – “Like a Hurricane”

Come closer.

O que o Radiohead está ouvindo em 2011

Thom Yorke postou hoje um pouco mais cedo no site oficial do Radiohead que a banda voltou a trabalhar com a seguinte trilha sonora:


1. Apparat – “King Of Clubs”


2. Actress – “Senorita”


3. Burial – “South London Boroughs”


4. Organ Concerto in A Minor, BWV 593 after Vivaldi’s Concerto Op. 3, No. 8 – Wolfgang Rübsam


5. Aloe Blacc – “Whole World”


6. DJ Trouble – “Mosh Pit”


7. Nathan Fake – “The Curlew”


8. Nathan Fake – “The Turtle”


9. The Art Ensemble of Chicago – “A Jackson In Your House”


10. D’eon – “Kill A Man With A Joystick In Your Hand”


11. Actress – “Supreme Cunnilingus”

Algumas faixas (a primeira do Nathan Fake, a do DJ Trouble e a versão correta do concerto de Vivaldi, mais especificamente) não têm seu vídeo correspondente, por isso coloquei vídeos relacionados ao tema. Que seria uma playlist cabeçudaça, isso não havia nem dúvida – o que faltam são os elementos mais melódicos, representados na lista acima basicamente por Aloe Blacc. O resto é tudo frito passamal. Resta saber o que virá por aí…

4:20

Quando o Trabalho Sujo era uma central de caderno de jornal

Não resisti e resgatei umas edições velhas do Trabalho Sujo impresso, tirei umas fotos e redimensionei pra colocar aqui no site. As fotos estão com cores diferentes não por conta da idade do papel, mas porque parte delas eu fiz de dia (as mais brancas) e a outra de noite (as amareladas). Dá uma sacada como era…


Nesta edição, dois segundos discos: o do Planet Hemp e o do Supergrass.


Nesta eu falei do Panthalassa, disco de remix que o Bill Laswell fez com a obra de Miles Davis, o segundo disco do Garbage, entrevista com Virgulóides, disco de caridade organizado pelo Neil Young e uma explicação sobre um novo gênero chamado… big beat.


Entrevistei os três integrantes do Fellini (Jair, Thomas e Cadão) para contar a história da banda, numa época em que eles nem pensavam em voltar de verdade (depois disso, eles já voltaram e terminaram a bandas umas três vezes). Também tem a história do Black Sabbath, uma entrevista que eu fiz com o Afrika Bambaataa e o comentário sobre a demo de uma banda nova que tinha surgido no Rio, chamada Autoramas.


Disco de remix do Blur, disco póstumo do 2Pac, Curve e entrevista com Paula Toller.


Discos novos da Björk, dos Stones, do Faith No More e do Brian Eno.


Discos novos do Wilco (Summerteeth), Mestre Ambrósio, coletâneas de música eletrônica (da Ninja Tune, da Wall of Sound – só… big beat – e de disco music francesa), resenha da demo da banda campineira Astromato e entrevista com o Rumbora.


Resenha do Fantasma, do Cornelius, do Long Beach Dub All-Stars (o resto do Sublime), do Ringo e do show dos Smashing Pumpkins em São Paulo, com a entrevista que fiz com a D’Arcy.


Vanishing Point do Primal Scream, disco-tributo ao Keroauc, Coolio e a separação dos irmãos da Cavalera.


Reedição do Loaded do Velvet Underground, Being There do Wilco e o show em tributo á causa tibetana.


Especial Bob Dylan, sobre a fase elétrica do sujeito no meio dos anos 60, com direito à entrevista com o Dylan na época, que consegui através da gravadora e um texto de Marcelo Nova escrito especialmente para o Sujo: Quem é Bob Dylan?


30 anos de Sgt. Pepper’s e o boato da morte de Paul McCartney.


Terror Twilight do Pavement, Wiseguys (big beat!), o disco de dub do Cidade Negra (sério, rolou isso), a demo do 4-Track Valsa (da Cecilia Giannetti) e entrevista com o Rodrigo do Grenade.


Pulp, Nação Zumbi, Ian Brown e Seahorses, uma coletânea de clipes ingleses e entrevista com Roger Eno, irmão do Brian.


30 anos de Álbum Branco, show do Man or Astroman? no Brasil, primeiro disco do Asian Dub Foundation, entrevista com a Isabel do Drugstore e demo do Crush Hi-Fi, de Piracicaba.


Os melhores discos de 1997: 1 – OK Computer, 2 – Vanishing Point, 3 – When I Was Born for the 7th Time, 4 – Homogenic, 5 – O Dia em que Faremos Contato, 6 – Dig Your Own Hole, 7 – Sobrevivendo no Inferno, 8 – I Can Hear the Heart Beating as One, 9 – Dig Me Out, 10 – Brighten the Corners… e por aí seguia.


20 anos de Paul’s Boutique, do Beastie Boys, disco do Moby, demo do Gasolines e entrevista com Humberto Gessinger.


Rancid, Superchunk e entrevista com o Mac McCaughan (do Superchunk), Deftones e Farofa Carioca (a banda do Seu Jorge).


Simpsons lançando disco e a lista dos 50 melhores do pop segundo Matt Groening, segundo disco do Dr. Dre, entrevista com Júpiter Maçã que então lançava seu primeiro disco.


A coletânea Nuggets virou uma caixa da Rhino, a cena hip hop brasileira depois de Sobrevivendo no Inferno, disco dos Walverdes e entrevista com Henry Rollins.


Sleater-Kinney, Fun Lovin’ Criminals, Little Quail, demo do MQN e entrevista com o Mark Jones, da gravadora Wall of Sound (o lar do… big beat).


25 anos de Berlin do Lou Reed, disco novo do Pin Ups, disco do Money Mark e entrevista com Chuck D, que estava lançando um livro na época.


Especial soul: a história da Motown e da Stax (lembre-se que não existia Wikipedia na época) e caixas de CDs do Al Green e da Aretha Franklin.


Retrospectiva 1998: comemorando um ano que trouxe artistas novos para a década…


…e os melhores discos de 1998: 1 – Hello Nasty, 2 – Mezzanine, 3 – Fantasma, 4 – Jurassic 5 EP, 5 – Carnaval na Obra, 6 – Deserter’s Songs, 7 – This is Hardcore, 8 – Mutations, 9 – The Miseducation of Lauryn Hill, 10 – Samba pra Burro. Em minha defesa: só fui ouvir o In the Aeroplane Over the Sea em 1999. Não tente entender visualmente, era um método muito complexo de classificação dos discos, um dia eu escaneio e mostro direito.


Beastie Boys, Scott Weiland e Boi Mamão.


A história do Kraftwerk (que vinha fazer seu primeiro show no Brasil), o acústico dos Titãs, Propellerheads (big beat!) e entrevista com Ian Brown.


Segundo disco do Black Grape, coletânea de 10 anos da Matador e entrevista com o dono da gravadora, Gerard Cosloy.


A carreira de Yoko Ono, disco novo do Ween, coletânea de Bauhaus, John Mayall e Steve Ray Vaughan e a trilha sonora de O Santo (cheia de… big beat).


Stereolab, Racionais, Metallica e 3rd Eye Blind (?!).


Disco de remixes do Primal Scream, caixa do Jam, entrevista com DJ Hum, Sugar Ray e disco solo do James Iha.


Cornershop, show à causa tibetana vira disco, Bob Dylan, Jane’s Addiction, Verve e entrevista com Lenine.


Disco de remixes do Cornelius, Sebadoh, Los Djangos, Silver Jews, entrevista com o Lariú e demo do Los Hermanos.


Disco de remixes da Björk e o novo do Guided by Voices.


Disco novo do Sonic Youth, reedição dos discos do Pussy Galore e entrevista com Edgard Scandurra.


Cobertura dos shows do Superchunk no Brasil, Pólux (a banda que reunia a Bianca ex-Leela que hoje é do Brollies & Apples e a Maryeva Madame Mim), Prince e Maxwell, coletânea da Atlantic e entrevista com os Ostras.


…e na cobertura dos shows do Superchunk eu ainda consegui que a banda segurasse o nome do Trabalho Sujo para servir de logo na página.

Editei o Sujo impresso entre 1995 e 2000. Durante esse período, ele teve vários formatos. Começou como uma coluna na contracapa do caderno de cultura de segunda e em 1996 virou uma coluna bissemanal ocupando 1/6 da página 2 do mesmo caderno. No mesmo ano, voltou a ter uma página inteira, nas edições de sábado e entre 1997 e 1999 ocupou a central do caderno de domingo. Neste último ano, voltou a ter apenas uma página, nas edições de sábado. Na época em que eu fazia o Sujo impresso, eu era editor de arte do Diário do Povo e, por este motivo, participei da criação do site do jornal em 1996 – e garanti que o Sujo tivesse uma versão online desde seu segundo ano. Foi o suficiente para que ele começasse a ser lido fora de Campinas (onde já tinha um pequeno séquito de leitores, que compravam o Diário apenas para ler a coluna) e ganhasse algum princípio de moral online, que carrego até hoje.

Na época, eu dividia o gostinho de fazer a coluna com dois outros compadres – o Serjão, que era editor de fotografia do jornal e que hoje está no Agora SP, e o Roni, um dos melhores ilustradores que conheço. Os dois são amigos com quem lamento não manter contato firme, mas são daquelas pessoas que, se encontro amanhã, parece que não vi desde ontem. Juntos, éramos uma minirredação dentro da redação – tínhamos reunião de pauta, discussões sobre o layout da página e trocávamos comentários sobre os discos que eu trazia para resenhar. No fim, eu fazia tudo sozinho na página (como faço até hoje), da decisão sobre o que entra ao texto, passando pela diagramação. Sérgio e Roni entravam com fotos e ilustras, mas, principalmente, com o feedback pra eu saber se não estava viajando demais ou de menos. Nós também começamos a discotecar juntos, mais um quarto compadre, o William, e, em 97, inauguramos o Quarteto Funkástico apenas para tocar black music e groovezeiras ilimitadas, em CD ou em vinil. Não era só eu quem escrevia no Sujo (eu sempre convidava conhecidos, amigos e alguns figurões), mas Roni e Serjão, por menos que tenham escrito, fizeram muito mais parte dessa história do que qualquer um que tenha escrito algo com mais de cinco palavras.

No ano 2000 eu fui chamado pelo editor-chefe do jornal concorrente, o Correio Popular, maior jornal de Campinas, para editar seu caderno de cultura, o Caderno C, cargo que ocupei durante um ano, antes de me mudar para São Paulo. Neste ano, para evitar confusões entre os dois jornais sobre quem era o dono da coluna (e não correr o risco de assistir a alguém depredar o nome que criei no jornal que comecei a trabalhar), decidi tirar o Sujo do papel e deixá-lo apenas online. Criei minha página no Geocities para despejar os textos que publicava em outra coluna dominical, no novo jornal, chamada Termômetro. Mas, online, seguia o Trabalho Sujo -até que, do Geocities fui para o Gardenal, e isso é ooooutra história.

Um dia eu organizo tudo bonitinho, isso é só pra fazer uma graça – e matar a minha saudade.

Radiohead 2.0 II

Depois do projeto brasileiro Rain Down, que aproveitou os dois shows do Radiohead no Brasil para montar um documentário em vídeo com a íntegra das apresentações a partir das imagens feitas pelos fãs, a mesma iniciativa surge agora em Praga, com o endosso da própria banda, que liberou o áudio do show para o novo documentário. A dica é do Charles.

Taco discos

Era só o que faltava: um tumblr de capas de discos com tacos.