Protagonista da primeira cena punk dos Estados Unidos, os Talking Heads foram a última banda que tocava no CBGB’s a lançar um disco e uma das primeiras a ser rotuladas como new wave. Mas ao final dos anos 70, o grupo começou a questionar seu próprio papel e entre os discos Fear of Music e Remain in Light, os dois produzidos por Brian Eno, eles colocam a música pop da época em uma sessão de terapia que mistura uma sensação de desliusão com distopias, buscando tábuas de salvação na polirritimia africana, no groove do Caribe, no rap e em uma sensação de coletividade que previu o futuro da música no início dos anos 80.
Como uma banda que soava como Cramps, Stooges, Misfits e Velvet Underground e foi contratada como se fosse o Hüsker Dü irlandês fundou um subgênero inteiro – que sempre renegou – e tornou-se uma das maiores revoluções sônicas e musicais dos últimos 50 anos? Capitaneada pelo gênio Kevin Shields, o My Bloody Valentine é um dos grupos mais importantes da história da música gravada ao misturar barulho e doçura em camadas extremas, que culminaram com o lançamento de um dos discos mais emblemáticos – e polêmicos – dos anos 90.
Uma das principais bandas do punk rock inglês, o Clash deu um salto considerável ao transformar seu terceiro disco em um manifesto sobre a história do rock. Em mais uma edição do Rádio Trabalho Sujo, comento sobre a transformação do quarteto de um grupo politizado e musicalmente direto na conhecida “única banda que importa” a partir do disco duplo London Calling. Assista aqui:
O Rádio Trabalho Sujo desta vez mergulha numa das maiores viagens da música brasileira, quando Tim Maia, no ápice de sua criatividade, lê o livro Universo em Desencanto e transforma aquele que seria sua obra-prima numa trip psicodélica às próprias custas, dedicando todas suas faixas àquela estranha seita que era a Cultura Racional. O disco foi um fracasso comercial e de critica e depois seria renegado por Tim Maia, apenas para ressurgir após sua morte como um dos maiores discos da história da música brasileira.
Em mais uma edição do meu programa Rádio Trabalho Sujo, conto a história da minha música favorita do David Bowie, o épico “Life on Mars”, que começou como uma tentativa do mestre inglês em converter uma canção francesa para o inglês que mais tarde tornaria-se “My Way”, eternizada por Frank Sinatra. Ao ouvir a versão que não fez fazer sucesso, retomaria o mesmo tema, ao lado de Rick Wakeman, para fazer sua maior canção. A versão em áudio do programa, com as músicas citadas, entra no ar nesta quarta-feira.
Finalmente chego ao Brasil no Rádio Trabalho Sujo, meu programa em que conto histórias sobre a história da música, e começo por uma história que pude testemunhar, quando o grupo Legião Urbana tocou pela última vez em sua cidade-natal, em Brasília, quando lançou o disco Que País é Este? – 1978-1987, no estádio Mané Garrincha, que acabou num caos generalizado após um show polêmico encerrado abruptamente. A versão em vídeo é a fita bruta que depois de editado vira um programa em áudio que estreia no Dublab Brasil na quarta, às 16h, E agora também está no Spotify.
Sigo na segunda edição do meu programa sobre histórias da história da música e desta vez conto como o New Order conseguiu superar a morte de Ian Curtis e o fim do Joy Division com o single mais vendido da história do Reino Unido, que mudou completamente nossas conexões com a pista de dança. Misturando disco music, música eletrônica e trilha sonora western, o grupo inglês reinventou sua sonoridade e abriu uma nova história para a música pop com um single perfeito, “Blue Monday”.
Finalmente estou tirando um velho projeto da manga: Rádio Trabalho Sujo não é apenas o meu primeiro programa que apresento sozinho no meu canal (além do CliMatias, claro), como também o primeiro que faço sobre música, algo que me cobro faz tempo. Rádio Trabalho Sujo começa como um programa em vídeo, mas seu intuito é incluir músicas e se tornar um programa em áudio que também pode se tornar um podcast – antecipando uma das grandes mudanças que veremos no canal durante 2021. A ideia é sempre contar histórias da história da música – e resolvi começar pelo final de uma das histórias que mais gosto de contar, o dos Beatles. E esta versão em áudio também aparece no Dublab, na primeira parceria que fecho com a rádio online.