Quando o Trabalho Sujo era uma central de caderno de jornal

Não resisti e resgatei umas edições velhas do Trabalho Sujo impresso, tirei umas fotos e redimensionei pra colocar aqui no site. As fotos estão com cores diferentes não por conta da idade do papel, mas porque parte delas eu fiz de dia (as mais brancas) e a outra de noite (as amareladas). Dá uma sacada como era…


Nesta edição, dois segundos discos: o do Planet Hemp e o do Supergrass.


Nesta eu falei do Panthalassa, disco de remix que o Bill Laswell fez com a obra de Miles Davis, o segundo disco do Garbage, entrevista com Virgulóides, disco de caridade organizado pelo Neil Young e uma explicação sobre um novo gênero chamado… big beat.


Entrevistei os três integrantes do Fellini (Jair, Thomas e Cadão) para contar a história da banda, numa época em que eles nem pensavam em voltar de verdade (depois disso, eles já voltaram e terminaram a bandas umas três vezes). Também tem a história do Black Sabbath, uma entrevista que eu fiz com o Afrika Bambaataa e o comentário sobre a demo de uma banda nova que tinha surgido no Rio, chamada Autoramas.


Disco de remix do Blur, disco póstumo do 2Pac, Curve e entrevista com Paula Toller.


Discos novos da Björk, dos Stones, do Faith No More e do Brian Eno.


Discos novos do Wilco (Summerteeth), Mestre Ambrósio, coletâneas de música eletrônica (da Ninja Tune, da Wall of Sound – só… big beat – e de disco music francesa), resenha da demo da banda campineira Astromato e entrevista com o Rumbora.


Resenha do Fantasma, do Cornelius, do Long Beach Dub All-Stars (o resto do Sublime), do Ringo e do show dos Smashing Pumpkins em São Paulo, com a entrevista que fiz com a D’Arcy.


Vanishing Point do Primal Scream, disco-tributo ao Keroauc, Coolio e a separação dos irmãos da Cavalera.


Reedição do Loaded do Velvet Underground, Being There do Wilco e o show em tributo á causa tibetana.


Especial Bob Dylan, sobre a fase elétrica do sujeito no meio dos anos 60, com direito à entrevista com o Dylan na época, que consegui através da gravadora e um texto de Marcelo Nova escrito especialmente para o Sujo: Quem é Bob Dylan?


30 anos de Sgt. Pepper’s e o boato da morte de Paul McCartney.


Terror Twilight do Pavement, Wiseguys (big beat!), o disco de dub do Cidade Negra (sério, rolou isso), a demo do 4-Track Valsa (da Cecilia Giannetti) e entrevista com o Rodrigo do Grenade.


Pulp, Nação Zumbi, Ian Brown e Seahorses, uma coletânea de clipes ingleses e entrevista com Roger Eno, irmão do Brian.


30 anos de Álbum Branco, show do Man or Astroman? no Brasil, primeiro disco do Asian Dub Foundation, entrevista com a Isabel do Drugstore e demo do Crush Hi-Fi, de Piracicaba.


Os melhores discos de 1997: 1 – OK Computer, 2 – Vanishing Point, 3 – When I Was Born for the 7th Time, 4 – Homogenic, 5 – O Dia em que Faremos Contato, 6 – Dig Your Own Hole, 7 – Sobrevivendo no Inferno, 8 – I Can Hear the Heart Beating as One, 9 – Dig Me Out, 10 – Brighten the Corners… e por aí seguia.


20 anos de Paul’s Boutique, do Beastie Boys, disco do Moby, demo do Gasolines e entrevista com Humberto Gessinger.


Rancid, Superchunk e entrevista com o Mac McCaughan (do Superchunk), Deftones e Farofa Carioca (a banda do Seu Jorge).


Simpsons lançando disco e a lista dos 50 melhores do pop segundo Matt Groening, segundo disco do Dr. Dre, entrevista com Júpiter Maçã que então lançava seu primeiro disco.


A coletânea Nuggets virou uma caixa da Rhino, a cena hip hop brasileira depois de Sobrevivendo no Inferno, disco dos Walverdes e entrevista com Henry Rollins.


Sleater-Kinney, Fun Lovin’ Criminals, Little Quail, demo do MQN e entrevista com o Mark Jones, da gravadora Wall of Sound (o lar do… big beat).


25 anos de Berlin do Lou Reed, disco novo do Pin Ups, disco do Money Mark e entrevista com Chuck D, que estava lançando um livro na época.


Especial soul: a história da Motown e da Stax (lembre-se que não existia Wikipedia na época) e caixas de CDs do Al Green e da Aretha Franklin.


Retrospectiva 1998: comemorando um ano que trouxe artistas novos para a década…


…e os melhores discos de 1998: 1 – Hello Nasty, 2 – Mezzanine, 3 – Fantasma, 4 – Jurassic 5 EP, 5 – Carnaval na Obra, 6 – Deserter’s Songs, 7 – This is Hardcore, 8 – Mutations, 9 – The Miseducation of Lauryn Hill, 10 – Samba pra Burro. Em minha defesa: só fui ouvir o In the Aeroplane Over the Sea em 1999. Não tente entender visualmente, era um método muito complexo de classificação dos discos, um dia eu escaneio e mostro direito.


Beastie Boys, Scott Weiland e Boi Mamão.


A história do Kraftwerk (que vinha fazer seu primeiro show no Brasil), o acústico dos Titãs, Propellerheads (big beat!) e entrevista com Ian Brown.


Segundo disco do Black Grape, coletânea de 10 anos da Matador e entrevista com o dono da gravadora, Gerard Cosloy.


A carreira de Yoko Ono, disco novo do Ween, coletânea de Bauhaus, John Mayall e Steve Ray Vaughan e a trilha sonora de O Santo (cheia de… big beat).


Stereolab, Racionais, Metallica e 3rd Eye Blind (?!).


Disco de remixes do Primal Scream, caixa do Jam, entrevista com DJ Hum, Sugar Ray e disco solo do James Iha.


Cornershop, show à causa tibetana vira disco, Bob Dylan, Jane’s Addiction, Verve e entrevista com Lenine.


Disco de remixes do Cornelius, Sebadoh, Los Djangos, Silver Jews, entrevista com o Lariú e demo do Los Hermanos.


Disco de remixes da Björk e o novo do Guided by Voices.


Disco novo do Sonic Youth, reedição dos discos do Pussy Galore e entrevista com Edgard Scandurra.


Cobertura dos shows do Superchunk no Brasil, Pólux (a banda que reunia a Bianca ex-Leela que hoje é do Brollies & Apples e a Maryeva Madame Mim), Prince e Maxwell, coletânea da Atlantic e entrevista com os Ostras.


…e na cobertura dos shows do Superchunk eu ainda consegui que a banda segurasse o nome do Trabalho Sujo para servir de logo na página.

Editei o Sujo impresso entre 1995 e 2000. Durante esse período, ele teve vários formatos. Começou como uma coluna na contracapa do caderno de cultura de segunda e em 1996 virou uma coluna bissemanal ocupando 1/6 da página 2 do mesmo caderno. No mesmo ano, voltou a ter uma página inteira, nas edições de sábado e entre 1997 e 1999 ocupou a central do caderno de domingo. Neste último ano, voltou a ter apenas uma página, nas edições de sábado. Na época em que eu fazia o Sujo impresso, eu era editor de arte do Diário do Povo e, por este motivo, participei da criação do site do jornal em 1996 – e garanti que o Sujo tivesse uma versão online desde seu segundo ano. Foi o suficiente para que ele começasse a ser lido fora de Campinas (onde já tinha um pequeno séquito de leitores, que compravam o Diário apenas para ler a coluna) e ganhasse algum princípio de moral online, que carrego até hoje.

Na época, eu dividia o gostinho de fazer a coluna com dois outros compadres – o Serjão, que era editor de fotografia do jornal e que hoje está no Agora SP, e o Roni, um dos melhores ilustradores que conheço. Os dois são amigos com quem lamento não manter contato firme, mas são daquelas pessoas que, se encontro amanhã, parece que não vi desde ontem. Juntos, éramos uma minirredação dentro da redação – tínhamos reunião de pauta, discussões sobre o layout da página e trocávamos comentários sobre os discos que eu trazia para resenhar. No fim, eu fazia tudo sozinho na página (como faço até hoje), da decisão sobre o que entra ao texto, passando pela diagramação. Sérgio e Roni entravam com fotos e ilustras, mas, principalmente, com o feedback pra eu saber se não estava viajando demais ou de menos. Nós também começamos a discotecar juntos, mais um quarto compadre, o William, e, em 97, inauguramos o Quarteto Funkástico apenas para tocar black music e groovezeiras ilimitadas, em CD ou em vinil. Não era só eu quem escrevia no Sujo (eu sempre convidava conhecidos, amigos e alguns figurões), mas Roni e Serjão, por menos que tenham escrito, fizeram muito mais parte dessa história do que qualquer um que tenha escrito algo com mais de cinco palavras.

No ano 2000 eu fui chamado pelo editor-chefe do jornal concorrente, o Correio Popular, maior jornal de Campinas, para editar seu caderno de cultura, o Caderno C, cargo que ocupei durante um ano, antes de me mudar para São Paulo. Neste ano, para evitar confusões entre os dois jornais sobre quem era o dono da coluna (e não correr o risco de assistir a alguém depredar o nome que criei no jornal que comecei a trabalhar), decidi tirar o Sujo do papel e deixá-lo apenas online. Criei minha página no Geocities para despejar os textos que publicava em outra coluna dominical, no novo jornal, chamada Termômetro. Mas, online, seguia o Trabalho Sujo -até que, do Geocities fui para o Gardenal, e isso é ooooutra história.

Um dia eu organizo tudo bonitinho, isso é só pra fazer uma graça – e matar a minha saudade.

“Olha quanto boy… Olha quanta mina…”

Incrível. Pattoli, claro.

As 300 melhores músicas dos anos 00: 209) Racionais MCs – “1 Por Amor, 2 Por Dinheiro”

As 300 melhores músicas dos anos 00: 283) Racionais MCs – “Eu Sou 157”

E essa entrevista com o Mano Brown?

Tá certo que o Napoli não se esforça muito pra perguntar, mas o Brown também não ajuda pra responder… Pelo menos ele não chiou contra a internet, era só o que faltava.

Racionalizando Tá na Chuva


Banda Black Rio (com Mano Brown) – “Mente do Vilão”

O privilégio de ter leitores bem informados é ouro. O Peu escreveu pra dar nome aos bois sobre o tal Tá na Chuva, CD de inéditas dos Racionais que está circulando online:

“Cara, não dá pra cair nessa compilação sem vergonha q nego lançou na net, a começar pela capa tosca… Vamo lá:

“Mãos” é uma gravação que tem uns 5 anos e já saiu no disco do Almir Guineto

“Quem procura acha” é um rap super antigo, dum tal grupo Sabedoria de Vida, apadrinhado na época pelo Mano Brown que só aparece na introdução. Já foi lançada faz uma era, chegou a tocar na rádio 105 fm e nem a música nem o grupo vingaram… ouvindo o som se entende por que…

“O jogo é hoje” é uma música feita para uma coletânea produzida pelo Mano Brown pra Nike, cd promocional sobre futebol, batalha das quadras, alguma campanha dessas

“Inimigo é de Graça” – Musica do Utime, grupo produzido e lançado pelos Racionais mas já lançada no cd deles


Possemente Zulu (com Mano Brown) – “Nova Função”

Faltou ainda “Mente do Vilão” (lançada pela ‘nova’ Banda Black Rio, que constrange semanalmente pelos bares e casas noturnas de são paulo os geniais criadores da ‘original’ BBR) e “Nova Função” do PosseMenteZulu que às vezes são divulgadas na net como sendo músicas novas dos Racionais…


Racionais MCs – “Canto de Oração & Oya”

De tudo, as únicas que são novas mesmo, e que acredito que podem sair num possível cd deles (tenho grande dúvidas se eles ainda têm pique para lançar um cd no formato tradicional) são “Oya”, “Tá na chuva” e “Mulher Elétrica”, que eles já estão inclusive tocando em shows. De resto, essa nova versão pra “Artigo 157″ ficou animal. Mas na boa, se eles lançarem um disco novo recheado de gravações para outros projetos e Remixes, é sinal de que deviam ter parado de vez… ou apelam logo para um Acústico fim de carreira, com direito a Fim de Semana no Parque, Voz Ativa e Um Homem na Estrada…”

Valeu, Peu, pente fino bonito que certamente será copiado em algumas matérias que começarão a aparecer sobre o grupo (você sabe que um dos meus passatempos favoritos é dar idéias de pauta, via Trabalho Sujo, pra editores de cultura preguiçosos espalhados pelo Brasil). Mas é quase certo, portanto, que esse disco não é oficial – se for, concordo contigo que é vacilo master dos caras de reaparecer com uma compilação mezza boca dessas (salpiquei esse post com as faixas que o Peu cita e que eu não havia linkado no post oriiginal).

Mas é um alívio, afinal, isso quer dizer que o grupo realmente pode retomar seu papel de liderança (quase política) e voltar o foco para a música. Descaradas, no entanto, ficam as intenções de Brown, Blue, Edy e Kléber. O zunzum que que apelida informalmente a nova fase do grupo de “Racionais Paz & Amor” (numa clara referência ao “Lulinha Paz e Amor” do presidente da República) não veio do nada…

Vida Fodona #175: O mágico 175

Chegou na terça, mas chegou – e o programa de hoje é praticamente um clássico instantâneo, dando uma geral de tudo de bom que está acontecendo na música hoje. Só o Sonic Youth ali na meiota e a arenga sampleada na música da Lady Gaga com o Wale que não são desse século.

Júpiter Maçã – “Modern Kid”
Dangermouse & Sparklehourse – “Pain (feat. Iggy Pop)”
Arctic Monkeys – “Cornerstone”
Miike Snow – “Cult Logic”
Tiësto – “Feel it in My Bones (feat. Tegan & Sara)”
Ciccone Youth – “Into the Groovey”
Wale & Lady Gaga – “Chillin (Wideboys Club Mix)”
Ladyhawke – “Paris is Burning (Alex Metric Remix)”
Gotye – “Learnalilgivinanlovin’ (Passion Pit Remix)”
Memory Cassette – “Last One Awake”
Delorean – “Apocalypse Ghetto Blast”
Friendly Fires – “Kiss of Life”
MSTRKRFT – “So Deep (feat. Colin Munroe)”
Amanda Black – “Might Like You Better”
Xx – “Islands”
Cut Copy – “Hearts on Fire (Viking Remix)””
Peter Bjorn & John – “It Don’t Move Me”
Franz Ferdinand – “Turn it On”
Racionais MCs – “Artigo 157”

Vem comigo.

Racionais MCs na chuva


Racionais MCs – “Mulher Elétrica”

Quem também vai lentamente se mexendo são Racionais, que desde o ano passado ensaia sua volta, soltando faixas aqui e ali. Tá na Chuva, título provisório do novo disco do grupo paulistano, está saindo no conta-gotas (já falei de algumas das faixas que estão nesse post no ano passado) e de forma não-oficial – e um usuário do YouTube chamado Jr juntou essas faixas novas em seu canal, faixas que já estão sendo distribuídas online como álbum de fato (e tomara que essa capa brega não seja a oficial):


Racionais MCs – “Mãos (Remix)”


Racionais MCs – “Quem Procura Acha”


Racionais MCs & Almir Guineto – “Mãos”


Racionais MCs – “Tá na Chuva”

Além dessa versão nova para “Artigo 157”.

É clara a intenção do grupo de continuar falando da Vida Loka sem que isso necessariamente faça apologia à vida bandida, um dos principais apelos dos Racionais e também dos recentes incidentes relacionados à banda. Ao mesmo tempo, há uma vontade no grupo de ser cada vez menos focado em um público – as faixas acima mostram uma abertura do leque musical, estético, urbano e internacional de um dos nomes mais fortes na paulistanização do Brasil, que aconteceu nos anos 90. Os novos Racionais soam menos gangstas e hedonistas que em seus discos emblemáticos, mas não perdem a tensão básica de seu instrumental. Mas ao mesmo tempo parecem menos ameaçadores e mais velhos, se metamorfoseando num preocupado pai de família, em vez de um chefe de quadrilha. Isso pode ser bom para eles a longo prazo, mas se o disco novo for só isso aí, vai ser como se eles nem tivessem lançado nada denovo.

Marcelo Camelo fala sobre Mallu Magalhães

Num extra de DVD desses, bem antes de assumir o relacionamento com a moça. Interessante. Mas a parte dos Racionais eu juro que não entendi.

Vida Fodona #136: Melhores de 2008 (parte 1)

Acompanhando a retrospectiva que venho fazendo no Trabalho Sujo, vamos dar nomes aos bois e ouvir o que de melhor rolou no ano que termina. Essa é a parte 1, que vai do número 50 ao 43, tanto na categoria melhores músicas quanto melhores discos. Simbora!

Black Angels – “Never Ever”
Wale – “The Kramer”
Katy Perry – “I Kissed a Girl”
Weezer – “Pork & Beans”
Copacabana Club – “Just Do It”
La Pupuña – “Speak to Me/Breathe”
Lil Mama (feat. Chris Brown & T-Pain) – “Shawty Get Loose (Don Zee Remix)”
Robyn – “Cobrastyle”
David Byrne e Brian Eno – “Strange Overtones”
Santogold – “Creator”
A-Trak – “Say Whoa (Megamix)”
Hercules & Love Affair – “True False, Fake Real”
SNJ – “Se Tu Lutas, Tu Conquistas”
Racionais MCs – “Vida Loka”
Pipodélica – “Hora H”
Mallu Magalhães – “Tchubaruba”