Já estão abertas as inscrições para meu primeiro curso online, em que disseco a melhor fase de Quentin Tarantino, seus últimos quatro filmes. Conhecido pelos diálogos ágeis, pelas referências cinematográficas, por seu humor peculiar e altas doses de violência gráfica, o cineasta norte-americano mudou radicalmente o enfoque de sua filmografia ao abandonar o tempo do presente e se dedicar a filmes de época. De Bastardos inglórios a Era uma vez em Hollywood, o autor de Pulp Fiction, Kill Bill e Cães de Aluguel expandiu seu horizonte estético e conceitual ao envolver-se com a história dos Estados Unidos, recriando passagens épicas do passado de seu país a partir de um ponto de vista criativo. O curso, que acontece entre os dias 20 e 29 de abril, é mais uma parceria com o chapa André Graciotti e será ministrado em parceria com a Casa Guilherme de Almeida. Para inscrever-se no curso – que é gratuito e tem vagas limitadas – basta entrar no site da Casa Guilherme.
O próximo filme de Quentin Tarantino, teoricamente o seu penúltimo, não será sobre os assassinatos de Charles Manson, mas sobre todo aquele fatídico ano – escrevi sobre isso no meu blog no UOL.
Depois de decidir retirar seu penúltimo filme da Miramax após o escândalo envolvendo o produtor de todos seus filmes, Harvey Weinstein, Quentin Tarantino fechou acordo com a Sony para a realização de um filme que, ao contrário do que havia sido especulado anteriormente, não será sobre a chacina liderada pelo maníaco Charles Manson e sim sobre o ano de 1969. O principal executivo do grupo Sony, Tom Rothman, confirmou a produção do próximo filme do autor de Pulp Fiction, Django Livre e Bastardos Inglórios em um comunicado interno, tirando estúdios como Warner e Paramount da disputa, como reporta o site da Variety.
A notícia havia sido antecipada pelo site Deadline, cujas fontes asseguram que atores como Tom Cruise, Brad Pitt e Leonardo DiCaprio já haviam sido sondados para participar do filme, além da atriz Margot Robbie (a Harley Quinn do Esquadrão Suicida), que viveria Sharon Tate, a famosa atriz que foi uma das vítimas do massacre da chamada Família Manson, quando o líder desta comunidade mandou quatro de seus seguidores matar indiscriminadamente as pessoas em duas casas por duas noites seguidas em agosto de 1969.
Mas o diretor faz questão de frisar que o filme não é sobre estes assassinatos. “Não é sobre Charles Manson, é sobre 1969!”, contou ao site IndieWire. O ano é célebre por outros acontecimentos, como o início da retirada das tropas americanas do Vietnã, a chegada do homem à Lua, a eleição de Richard Nixon à presidência dos EUA e o festival de Woodstock, além de filmes como Sem Destino, Butch Cassidy, Meu Ódio Será Tua Herança, Perdidos na Noite e Era Uma Vez no Oeste. Resta saber o que Tarantino pode fazer neste cenário – e como o ano se encaixa em seu próprio universo de filmes.
Porque você sabe que todos os filmes de Quentin Tarantino são interligados, certo?
É uma proposta de um fã em um abaixo assinado, mas faz sentido – escrevi sobre a ideia lá no meu blog no UOL.
O hilário Deadpool é um dos melhores filmes de super-herói desta década e seu inusitado sucesso no início do ano fez sua continuação se transformar numa das grandes apostas do gênero. A expectativa sobre o novo filme acabou sacrificando o diretor da sequência, Tim Miller, que, na semana passada, abandonou o cargo possivelmente devido a problemas com o ator Ryan Renolds. Mas sua saída deu origem a uma ideia fabulosa: e se o diretor do próximo Deadpool for Quentin Tarantino?
A conjunção Deadpool/Tarantino começou na cabeça do fã norte-americano Carl Champion Jr., que criou um abaixo-assinado online para chamar atenção para sua ideia. “Se há alguma chance de ver Tarantino fazer um projeto que é quase garantido que fature um bilhão de dólares é esta”, explicou na página, que já conta com mais de treze mil assinaturas. “Tivemos um ótimo gosto do que pode vir a partir de Kil Bill, mas imagine um cara como Quentin Tarantino escrevendo diálogos para o mercenário tagarela! Seria glorioso!”
“Quentin Tarantino é o mestre de escrever diálgoos e Ryan Reynolds um mestre em dizê-los. Tarantino faz filmes ultraviolentos que faz você amar os personagens, com linguagem chula, mulheres gostosas e um vilão que NUNCA seria esquecido. Me diz se a Marvel não precisa de algo disso?”, continua Champion Jr.
A probabilidade disso acontecer, no entanto, é quase nula, mesmo porque Tarantino saiu falando mal da Disney (dona da Marvel) no ano passado pois o lançamento do episódio mais recente de Guerra nas Estrelas (que também é da Disney) atrapalhou o lançamento do filme mais recente do diretor, Os Oito Odiados. Mas além de compartilhar um humor histérico, cínico e violento como o do anti-herói da Marvel, Tarantino também é fã de quadrinhos desde a infância. E Ryan Reynolds é conhecido por ficar atento aos pedidos, sugestões e exigências dos fãs. Por isso se você gostou da ideia, assine o abaixo assinado (neste link aqui) e torça para que uma conjunção de improbabilidades aumente ainda mais a moral – já alta – do segundo Deadpool.
Um editor de vídeo separou algumas das referências cinematográfica citadas no filme mais recente de Quentin Taratino e eu postei o resultado lá no meu blog no UOL.
E o trailer definitivo do novo filme do Tarantino – que, como o novo Guerra nas Estrelas, também estreia no final do ano (talvez em janeiro aqui no Brasil) -, The Hateful Eight, apareceu esta semana. E pelo visto o filme está redondinho, com atuações certeiras, personagens filhos da puta, frases de efeito e dedos em algumas feridas. Ou pelo menos é isso que o trailer faz parecer.
E, claro, tem a trilha sonora – que neste trailer ficou a cargo dos novatos do Welshly Arms, com sua versão para um clássico da dupla Sam & Dave:
Tarantino é conhecido por reciclar temas e cenas de outros filmes nos seus próprios, criando uma colcha de retalhos de referências que funciona tanto se você as capta ou não. Seu primeiro filme – Cães de Aluguel, de 1992 – logo chamou atenção pelas referências a Sam Peckinpah e Scorsese, além de surrupiar pontos da história de O Segredo das Jóias, de John Huston, e O Grande Golpe, de Kubrick. Mas eu não conhecia a extrema semelhança deste filme com Perigo Extremo, Lung Fu Fong Wan no original e City on Fire na tradução para o inglês, filme de 1987 do diretor de Hong Kong Ringo Lam que é praticamente o filme de Tarantino cuspido e escarrado, como mostra Mike White, do blog Projection Booth. Saca só:
O editor Jorge Luengo Ruiz mostra em um vídeo como a série Breaking Bad, de Vince Gilligan, é influenciada, tanto temática quanto visualmente, pela obra-prima de Quentin Tarantino, Pulp Fiction.
Não é plágio – é reverência.
O blog Screen Rant fez um vídeo para seguir aquela tese de que todos os filmes de Quentin Tarantino são um só – que eu já inclusive escrevi na capa da revista Select, há um tempão.
…mas adorou Newsroom. Vai entender. Falei disso lá no meu blog no UOL.