Quem quer ir no show do Guizado neste domingo?

, por Alexandre Matias

guizado2017

O trompetista Guilherme Mendonça – que todos conhecem por Guizado – começa mais uma jornada rumo a um novo disco neste domingo, em São Paulo. Depois de pairar sobre o chão com o Voo do Dragão (de 2015) rumo ao espaço sideral em seu Orbital (do ano passado), ele agora conta com a supervisão do produtor Carlos Eduardo Miranda para a produção do novo disco, a primeira vez que Guizado abre mão de produzir seus próprios discos. O show de início desta nova fase acontece neste domingo, dia 5, na Casa do Mancha (mais informações aqui), quando ele mais uma vez divide o palco com o guitarrista Allen Alencar, o tecladista Zé Ruivo ,o baixista Meno Del Pichia e o baterista Richard Ribeiro e descolou cinco pares de ingressos para sortear por aqui. Basta dizer nos comentários deste post que música que ele poderia interpretar ao vivo e porquê. As cinco respostas mais simpáticas ganham os pares de ingressos. Não esqueça de deixar seu email. Ele escreveu para o Trabalho Sujo sobre sua nova fase:

A preocupação com timbres específicos, como os sintetizadores analógicos da década de 70 e 80, baterias eletrônicas clássicas como a 808 e a Linndrum, o uso de processamentos eletrônicos no som do trompete, o cuidado com uma gravação e mixagem especial, que fuja do convencional: tudo isso junto representa parte fundamental de tudo fui descobrindo e se tornando parte de meu estilo de produção musical.

No meu disco O Voo do Dragão, essa preocupação se mantém super presente: timbres especiais, detalhes interessantes na mixagem e tudo mais. No entanto, esse disco marca uma preocupação maior com a composição, harmonias mais complexas, formas musicais mais estruturadas com diferentes partes. Considero esse disco o início de uma evolução do meu lado compositor.

E a partir do segundo semestre do ano de 2016 até agora venho me dedicando ao trabalho de preparar o meu quinto disco, para ser lançado em 2017. E venho sentindo um claro desenvolvimento em minha forma de criar nesse novo trabalho, uma evolução natural de razões multifatoriais no processo de criação.

Em 2007, mais ou menos na época da concepção do Punx, meu primeiro disco, aprendi a usar samplers e sequenciadores no palco tocando junto com a banda, isso me deu inúmeras possibilidades sonoras, possibilitando criar camadas densas de sinths, baterias eletrônicas e diversos sons sampleados. Isso criou nossa identidade de som: massivo e pesado.

Porém para a arte se desenvolver é necessário agir de forma desconstrutiva, para chegar a lugares aonde a mente com sua racionalidade e logica não são capazes de atingir. Esse pensamento esta bem claro no momento de produção atual, estou pensando muito mais como compositor e como integrante de uma banda, usando menos a máquina, trabalhando de forma muito mais humana, resolvendo questões de timbre junto com meus parceiros durante o ensaio, ao invés de chegar com uma série de sons processados e sequenciados em um sequenciador. Com isso as possibilidades de composição se tornaram ilimitadas, pois a máquina por ser máquina dificulta muito a disrupção da criação, a variação humana, a respiração.

É como na mensagem principal do filme Metrópolis de Fritz Lang que diz que a mente – robô – e a ação devem ter como intermediário o coração. Então, dentro dessa forma disruptiva de criar, descriar e recriar estamos juntos encontrando uma forma muito bonita e estimulante de fazer música.

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