Morreu nesta terça-feira um dos instrumentistas que ajudaram o groove do funk a entrar no panteão da música popular brasileira – Serginho Trombone começou tocando no grupo Abolição de Dom Salvador e passou pelas bandas de Jorge Ben, Gilberto Gil, Sandra Sá e Barão Vermelho, levando seu instrumento para um novo plano enquanto fazia todo mundo dançar. Morreu devido a complicações após uma cirurgia no intestino.
Perdemos nesta sexta-feira um dos últimos gênios vivos da soul music, Bill Withers. Morreu do coração, não foi da epidemia.
Vou ter que fazer um Vida Fodona sobre ele, óbvio…
Pilar do samba baiano, o mestre Clementino Rodrigues, conhecido historicamente como Riachão, morreu dormindo na madrugada desta segunda-feira, logo após anunciar que iria lançar um disco com inéditas ainda este ano – vá em paz.
Que merda de notícia: Daniel Azulay foi um dos principais nomes da cultura infantil pré-Xuxa no Brasil – e ensinou uma geração inteira (a minha) a desenhar na TV, apresentando seus personagens inesquecíveis no programa A Turma do Lambe-Lambe. Morreu vítima do Coronavírus…
Morre o ilustrador francês Albert Urdezo, que criou a turma do Asterix ao lado de seu compadre René Goscinny, este morto em 1977.
Primeiro grande nome que perdemos para o Coronavírus: o saxofonista camaronês Manu Dibango, que morreu nesta terça, foi um dos primeiros popstars africanos e revolucionou a música global a partir dos anos 70, quando, ao lado de uma geração que contava com músicos de outros países do continente, como os nigerianos Fela Kuti e King Sunny Adé, mostrou para o resto do mundo a influência daquela música no pop daquele período. Explodiu com o hit “Soul Makossa” em 1972 e colaborou com artistas tão diferentes e importantes como Herbie Hancock, Sly and Robbie, Bill Laswell, Don Cherry e Bernie Worrell, além de ver Michael Jackson surrupiando seu hit em “Wanna Be Startin’ Somethin'” de 1982 e depois Rihanna em “Don’t Stop the Music” de 2009. Que vá em paz.
Fundador/a do Throbbing Gristle e do Psychic TV, Genesis P-Orridge morreu neste sábado aos 70 anos. Um dos principais agentes provocadores do pop do final do século passado, ele/a também foi um dos primeiros artistas pop a transgredir seu próprio gênero sexual, depois que casou com Lady Jaye Breyer P-Orridge, no início dos anos 90, quando os dois começaram um lento processo de transformar-se um no outro, inventando o rótulo “pandroginia” para justificar esta transformação.
Triste saber da notícia da morte de José Mojica Marins, um dos maiores cineastas brasileiros, nesta quarta-feira. Um artista essencialmente popular que transcendeu barreiras geográficas e reinventou a linguagem cinematográfica num país que tinha uma rala tradição no assunto, ele se confundiu com o próprio personagem que inventou – o Zé do Caixão – e soube fazer entretenimento para as massas sem abrir mão de ousadias artísticas. Um artista único na história brasileira, um autor intransigente, showman, popstar, provocador e rebelde. Fará falta.
Triste saber da morte precoce de Andrew Weatherall, um dos pioneiros da música eletrônica na pista de dança e um dos mestres por trás do icônico Screamadelica, do Primal Scream, fenômeno fonográfico que espalhou aquela cultura para o resto do planeta. Meros 56 anos…
O Coronel Dax em Glória Feita de Sangue, o Van Gogh em Sede de Viver, o personagem-título de Spartacus… Kirk Douglas, que morreu nesta quarta depois de 103 anos bem-vividos, atuou vivendo homens de personalidade forte ou, como ele mesmo dizia, “fiz minha carreira interpretando filhos da puta”, mas meu filme favorito com ele é um de seus primeiros sucessos, quando vive o escrotaço Chuck Tatum no imortal A Montanha dos Sete Abutres (1951), um marco no cinema dirigido por Billy Wylder por retratar o jornalismo de forma crua e sem floreios, funcionando como um dos grandes marcos da história do cinema (ao lado de pelo menos O Homem que Matou o Facínora). E Kirk está ótimo!