Lá se vai o mestre das teclas do P-Funk, um maestro do groove, que ensinou os Talking Heads a dançar.
A música brasileira amanheceu mais triste. Salve mestre!
O pessoal da Band News TV me chamou para falar da importância de Prince, que morreu nesta quinta-feira, e o vídeo vem a seguir.
Morreu um dos maiores gênios do século passado. Que merda de notícia…
Parte da importância do recém-falecido mestre George Martin ia além do fato de ter dado asas aos Beatles e nos mostrava o que fazia um produtor musical – escrevi sobre este legado pro meu blog no UOL.
Morreu o homem que ensinou os Beatles a escutar.
Todas minhas lembranças de Naná Vasconcelos, que infelizmente nos deixou nesta quarta-feira, são de apresentações ao vivo, em shows gratuitos ou em participações em shows alheios. O velho pernambucano felizmente era figurinha fácil e sempre topava tocar quando era convidado – e foi o vendo tocar que abri minha cabeça para a percussão. O leque de instrumentos que Naná dominava era imenso, mas pequeno comparado com as emoções que provocava. Era um sonoplasta da alma, tocava emoções de uma forma profunda, mergulhando no fundo do ser humano apenas com suas mãos e seu voraz senso de ritmo para extrair textos inteiros criados a partir apenas de sensações. Um mago do ritmo, ele fazia chover em lugares fechados e transformava essa mesma chuva em revoada de pássaros, um escritor impossível cujas frases misturam sensações, emoções e sentido, fazendo o universo alinhar-se ao seu ritmo. Sua morte é uma lacuna irreparável na música brasileira, mas sua vida fez milhares – senão milhões – se conectarem ao ritmo interior de tambores que falam.