Captain Beefheart (1941-2010)

Essa doeu – nem 70 anos… Peraê que eu vou desenterrar uns textos meus sobre o cara…

Blake Edwards (1922-2010)


Bonequinha de Luxo


Vício Maldito


Lili: Uma Adorável Espiã


Um Convidado Bem Trapalhão


A Nova Transa da Pantera Cor de Rosa


S.O.B.


Victor ou Victória

Blake Edwards era o típico funcionário perfeito de Hollywood: um diretor com uma assinatura tão sutil que era quase transparente, que podia se encaixar nos anseios e pressões dos produtores sem necessariamente comprometer filmes que, na mão de outros diretores, seriam facilmente esquecíveis. Perceba como o ponto de partida de suas obras são sempre simples, quase tolos, e como ele transformou aspirantes a sessão da tarde em pequenos clássicos do cinema. O marido de Julie Andrews morreu de pneumonia, aos 88 anos, mas deixou sua marca.

Leslie Nielsen (1926-2010)

Isso não tem graça.

Irvin Kershner (1923-2010)

Autor de duas continuações de clássicos da ficção científica, que ajudaram a mudar o tom deste belo gênero chamado “filme de explosão”, Kershner morreu nesta segunda.

Ronex (1978-2010)


Foto: Eugênio Vieira

Piracicaba já foi terra de rock. Há mais de uma década, a cidade do interior paulista que melhor simboliza o caipira destas paragens respirava ares carregados de eletricidade estática. Culpa de uma única banda, quatro malucos que resolveram encarnar o Sonic Youth antes que a banda de Thurston Moore virasse trilha sonora de volta de skate. Era o Killing Chainsaw, grupo que ligou o interior paulista na tomada na marra e fez que o rock alternativo dos anos 90 ganhasse algum sentido para além da Anhangüera ou da Bandeirantes. E dos nomes que mais prometiam entre as bandas que apareceram no rastro do Killing, uma delas era o Crush Hi-Fi, liderado pelo Ronex, que morreu entre ontem e hoje.

Lembro de quando ele me deu o disquinho, no tempo em que CD-R era novidade entre as bandas novas, que ainda registravam-se na fita K7. MP3? Hahahahaha, boa. Estou falando do final dos anos 90, antes do Napster liberar geral, quando banda larga era apenas um exercício de futurologia e baixava-se uma música em uma hora. Lá estava a banda, novata na cena do interior de São Paulo, que acompanhei neste período, exibindo não apenas um disquinho todo bonitinho no que dizia respeito ao acabamento gráfico, mas também sonoro. Era uma época em que o som que o Slint fazia ainda não tinha sido batizado de pós-rock – e havia um certo verniz de Slint por sobre a base noise característica da cidade-natal da banda.

O Crush Hi-Fi até segurou a bandeira do noise piracicabano por alguns meses, mas em pouco tempo o cenário indie brasileiro, ainda na idade da pedra, começava a mudar. Em poucos anos, cantar em inglês ou fazer barulho já não eram qualidades bem quistas entre este mercado – esta mudança pode ser epitomizada no Los Hermanos, mas era um processo lento, que já vinha se desdobrando desde 95, 96… A chegada da internet como veículo em que as pessoas podiam conhecer música não só acelerou este processo como enterrou de vez a geração Juntatribo, que teve de se virar para seguir fazendo sentido. E foi assim que o Pato Fu assumiu seu lado mais pop, os Raimundos acabaram, D2 saiu sambando em carreira solo, apareceram os Autoramas e o Bidê ou Balde. E foi assim que algumas dezenas de bandas (centenas?) foram varridas para baixo do tapete da história. Entre elas, o Crush Hi-Fi.

Ronex depois mudou-se para São Paulo, mais ou menos na mesma época em que vim para cá (primeira metade da década passada), e era figurinha onipresente nas hoje distantes noites de quinta-feira no Milo – e era companhia das melhores. Largo sorriso no rosto, uma empolgação contagiante e sempre um comentário sobre uma banda nova ou um projeto novo que estava começando. Tentou seguir na música o quanto pode e, depois que voltou para Piracicaba, há alguns anos, transformou seu Royales – uma das muitas encarnações posteriores do Crush Hi-Fi – em banda de baile, em que tocava todas as músicas que gostava – e até arriscava umas próprias.

Há mais de um ano não falava com ele direito, trocava apenas mensagens rápidas via rede social, email ou MSN, cumprimentos sinceros que serviam apenas para azeitar a amizade. Havia sumido da minha rotina faz tempo, mas havia a sensação, quase sempre acompanhada de boas notícias, de que a vida do compadre seguia bem.

Até que hoje cedo o Ronaldo me ligou para dar a péssima notícia (não se culpe, alguém tem de fazê-lo). Nem sei bem do que ele morreu, mas isso não importa. Fica o vazio de uma personalidade tão otimista, de alguém com pique e disposição para fazer o que achava certo, que eletrizava qualquer rodinha de cigarros ou cerveja e que era querido por muitos.

Fará falta, rapá. Fica bem onde você estiver.

Gregory Isaacs (1951-2010)

E enquanto estive fora, morreu o Gregory Isaacs – “o Roberto Carlos da Jamaica” – que tive o prazer de ver ao vivo no antigo KVA, no início da década passada (difícil precisar uma data, alguém melhor de memória que eu vai lembrar…). Fui meio que para dar o salve ao vivo a um dos grandes da história do reggae e encontrei a mesma voz que conhecia dos discos dos anos 70, quase cristalina, num show surpreendente. Deixo também a dica para ir atrás do disco que ele gravou com a dupla Sly & Robbie, da faixa “Mistake” acima, um dos grandes discos jamaicanos na minha nada humilde opinião.

Benoît Mandelbrot (1924-2010)

Pra que serve um fractal? O matemático que os inventou – e que morreu no início da semana – explica.

Helen Mirren + Harvey Pekar

E a Olivia me mandou essa, perguntando se era uma t-girl… Acho que é t-Woman e pode botar o W maiúsculo: camiseta de tributo em Comic Sans merece uma salva de palmas.

Morre Papai Papudo

Será? TENSO. Se for, só resta O BOZO.

Paulo Moura (1932-2010)

João Donato…

…Zeca Pagodinho…

…Cannonball Adderley…

…Roberto Carlos…

…Maysa…

…Armandinho…

…Yamandú Costa…

Paulo Moura topava quem viesse.