Quando o Fleetwood Mac era a maior banda dos EUA

, por Alexandre Matias

A história dá voltas: Rumours, o álbum que consagrou o Fleetwood Mac como a maior banda dos EUA no final dos anos 70 (vendendo absurdos 40 milhões de discos), aos poucos foi sendo apenas lembrado como um dos discos mais caros já feitos e os bastidores das tretas entre os integrantes da banda, que culminou com o divórcio dos dois casais que eram quatro quintos da banda, transformou a trajetória do grupo em uma tragédia de erros que o fez ser lembrado por muito tempo apenas como uma caricatura dos excessos do rock do período. Mas um meme fez mais do que uma geração redescobrir seu maior hit (a eterna “Dreams”) e aos poucos a reputação da banda vai sendo reestabelecida. O próximo passo é o soberbo Rumours Live, disco duplo ao vivo que foi lançado na sexta passada e registra o grupo norte-americano na noite de abertura das três datas que fez para celebrar o disco em Los Angeles, no dia 29 de agosto de 1977. Apenas duas músicas das dezoito faixas do show já haviam sido mostradas oficialmente pelo grupo, quando o grupo incluiu “Gold Dust Woman” e “World Turning” na coletânea Live: Deluxe Edition, lançada em 2021. Agora podemos ouvir uma hora que consagra a segunda formação, considerada a mais clássica, da banda, quando os fundadores Mick Fleetwood, John McVie e Christine McVie receberam as novatas Stevie Nicks e Lindsey Buckingham. Rumours Live não apenas traz o disco de 1977 na íntegra como também a maioria das canções do disco anterior, que mostrava os novos integrantes. De todas as faixas deste disco ao vivo, apenas uma (“Oh Well”) fazia parte do repertório do grupo em sua encarnação anterior, e durante sua uma hora e meia de duração, o quinteto mostra porque foi uma das maiores bandas de rock da história. E se você ainda não acredita que eles sejam tudo isso, sugiro que pule os hits (além de “Dreams”, outros clássicos são “Landslide”, “Go Your Own Way” e, minha favorita, “The Chain”) e caia direto em “Rhiannon”, que evolui devagar de um blues dançante para se tornar uma catarse épica sobrenatural que faria Patti Smith sorrir.

Ouça abaixo:

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