Propaganda no sonho

Quando linkei o trailer do filme novo de Morgan Spurlock, um documentário sobre publicidade subliminar no entretenimento, terminei o post comentando o trecho final do trailer, em que o político norte-americano Ralph Nader comenta que o único lugar ainda imune à propaganda sejam os sonhos. E não lembrava de ter conversado sobre isso com alguém, até que o Ronaldo me lembrou que foi em uma conversa que ele voltou para um episódio de Futurama, me linkando um post velho do Merigo sobre a passagem:

Se você tem medo da propaganda hoje e as vezes se sente incomodado com tamanha invasão na sua vida, espere só para ver como vai ser no futuro: publicidade veiculada dentro dos seus sonhos!

Fry não se conforma, e diz que no seu tempo (1999) a propaganda só existia “na TV, no rádio…e nas revistas e nos filmes, e nos jogos de futebol, e nos ônibus, e nas caixinhas de leite, e em camisetas, e nas bananas, e escritas no céu…mas não nos sonhos. Não senhor.”

O melhor vem depois, quando Bender diz para o Fry parar de reclamar, porque os comerciais não te obrigam a comprar nada, e Amy diz que ninguém sai correndo para comprar só porque dizem que os preços estão baixos, muito baixos.

Ronaldo ainda emendava que ao sonharmos que vamos para espaços (teatros, cinemas, casas noturnas) batizados com nomes de marcas, esta barreira já foi vencida. E aposto que tem muita gente que sonha com Google, Facebook, Twitter, MSN…

The Greatest Movie Ever Sold: “O Inception dos documentários”

De novo Morgan Spurlock teve uma idéia simples e dispôs-se a executá-la. Se em Super Size Me – A Dieta do Palhaço (não é a melhor adaptação de nome de filme para o português desde, hmm, Noivo Neurótico Noiva Nervosa?) ele se dispôs a trocar suas refeições pelas oferecidas pelo McDonald’s, em seu novo filme, The Greatest Movie Ever Sold, ele tenta vender um filme sobre publicidade para uma série de publicitários que normalmente apenas anunciam em filmes. Chamado de “o Inception dos documentários” por Jimmy Kimmel (djênio), o novo filme cutuca uma veia ainda intocada em tempos de transparência total que é a publicidade, imune ao wiki-escrutínio digital sofrido pelas indústrias da música, do cinema, da TV, dos jornais e revistas e da própria internet enquanto meio.

O final do trailer me lembra um papo de algum autor de quadrinhos (ou foi cineasta?) sobre publicidade em sonhos… Alguém lembra quem tinha falado disso?