Caetano Veloso fez bonito no show que fez neste sábado, no festival Primavera, em Barcelona. E além de desfilar músicas de seu disco mais recente, Abraçaço, também tirou pérolas do baú, revisitando clássicos pessoais como “Baby” e “Triste Bahia”.
Caetano Veloso – “Baby”
Caetano Veloso – “Triste Bahia”
Veja mais abaixo:
Vocês viram, né?
Foi bonito: Boogarins, Single Parents, Rodrigo Amarante, Black Drawing Chalks, Móveis Coloniais de Acaju e Caetano Veloso frequentarão os palcos do melhor festival que eu já fui, que acontece no final de maio, em Barcelona. Bonito um front generoso que não peca por favorecer um recorte específico da música brasileira (forçando, daria pra falar em indie-MPB, mas isso nem é um gênero como descarta os Móveis, os Single Parents e os Chalks).
E numa edição com uma escalação memorável – que pode não pecar por ter grandes headliners, mas isso um “problema” mais da indústria e das transformações do mercado que do festival em si (são poucos eventos que conseguem emplacar nomes com grande peso na segunda década do século 21).
Mas tire Arcade Fire, Queens of the Stone Age, Pixies, Nine Inch Nails (oi Lollapalooza Brasil), National, e o Kendrick Lamar da equação e imagine apenas shows de bandas como (ainda seguindo a ordem do cartaz) Neutral Milk Hotel, Disclosure, St. Vincent, Metronomy, Chvchers, Slowdive (!!! – aliás, o !!! também, perdoem-me a infâmia), Darkside, Dr. John, Haim, John Grant, Slint (!!! de novo), Mogwai, Television e Godspeed You! Black Emperor… Bandas se viessem para cá em palcos de médio porte por preços mais decentes (mais de cem dinheiros num show é algo bem pesado pro bolso, ponham na ponta do lápis), não nos obrigariam a cogitar viajar para ir a um festival na Europa ou nos Estados Unidos. E é aí que a música ganha um contrapeso considerável, ao notarmos, além dos shows, a forma como o público destes países é tratado em eventos do tipo. Talvez por isso seja bom vermos como as coisas funcionam em países que já tiveram a era do desbunde consumista que estamos vivendo para entender no que realmente vale pagar. Vai lá, assiste um monte de shows de bandas que quando vierem pra cá vão chegar custando uma bica – e, como você já viu o show, não precisa pagar pra ir.
Eu ainda não sei se vou, mas se você realmente cogitou, faça as contas e boa viagem.
E ficam duas questões no ar: o Caetano vai tocar o Transa na íntegra (como será que surgiu esse boato?)? E será que o Primavera tá querendo vir pro Brasil?
Abaixo, as bandas brasileiras que irão para essa edição do festival: