E hoje na Mostra Prata da Casa é dia de rock, com O Terno e Rafael Castro juntando forças para um show que promete. O show começa às 21h na Choperia do Sesc Pompéia e os ingressos custam R$ 8,00. Abaixo, o texto que escrevi para o catálogo da Mostra:
Rock sem glamour
O rock, esse gênero bastardo do rhythm’n’blues com a música caipira norte-americana que deu origem a parte da música pop como a conhecemos hoje, já tornou-se um clichê, principalmente quando prefere emular as referências de seu imaginário. Mas jaquetas de couro, motocicletas, homens cabeludos e barbudos, microfonia, eletricidade e solos de guitarra, entre outros acessórios, são apenas elementos estéticos que ajudaram o rock a se estabelecer no inconsciente coletivo e não a se firmar como forma de expressão cultural. O grande legado do rock é justamente permitir que gente com pouca idade e formaçao musical básica consiga reunir-se em trios ou quartetos formados apenas por baixo, guitarra e bateria para sintonizar na veia de uma geração e usar estes meios para comunicar-se de forma direta e sem rodeios. Foi o que aconteceu nos shows dos paulistanos Rafael Castro – acompanhado pelo trio que antes atendia por Os Monumentais – e O Terno, trio liderado pelo filho do vocalista dos Mulheres Negras, Maurício Pereira. Duas bandas de gerações diferentes que usam artimanhas do rock clássico para cantar, em português, crônicas do dia a dia de uma das principais cidades do mundo, quase sempre de um ponto de vista introspectivo e visceral. Seus shows no meio do ano foram separados por apenas um mês (Rafael tocou em julho, O Terno em agosto), e agora podem ser vistos no mesmo dia. Rafael, que abandonou a longa cabeleira e que já pode ser considerado um jovem veterano do rock paulistano do século 21, aproveitou o show para lançar seu primeiro disco sem Os Monumentais, batizado apenas de Lembra?, e levou seu séquito de fãs a entoar faixas que já são clássicos do autor, como “Amor Amor Amor” e “10% Cristão”. Já o trio O Terno, embora também lançando seu disco de estréia, chamado apenas de 66, mostrou que as faixas inéditas que formarão o segundo disco levam a banda para além do roquinho inocente e jovem guardista do CD de estréia, flertando com o mod, o hard rock e a psicodelia.
Na primeira noite da Mostra Prata da Casa, Sambanzo e Afroelectro levaram a choperia do Sesc Pompéia ao delírio coletivo. E hoje tem O Terno e o Rafael Castro, já escrevo sobre os dois. Fiz uns vídeos do show de ontem, saca só:
Hoje começa a Mostra Prata da Casa, com o melhor da programação de 2012 do projeto do Sesc Pompéia, que fui curador no ano passado. Como disse no final de 2012, o Prata foi um dos melhores trabalhos que fiz na vida, por uma série de motivos diferentes. E a partir desta terça até o próximo domingo, reunimos os doze melhores shows do ano passado em uma maratona com a melhor música nova produzida em 2012. Não custa lembrar que, ao contrário dos shows do Prata, os da Mostra são pagos e não de graça: mas o ingresso custa R$ 8,00 😉
Abaixo segue o texto que escrevi para a Mostra e sobre as duas atrações de hoje, Afroelectro e Sambanzo.
Traçar um panorama de artistas com apenas um disco de carreira poderia ser fácil no século 20, quando o percurso natural de qualquer artista passava necessariamente pelo lançamento do primeiro álbum. Mas com a popularização dos meios digitais no século 21, há artistas que nem pensam em lançar CDs – ou vivem de shows ou soltam MP3s aos poucos online -, e ao ser convidado para a curadoria da 13ª edição do Prata da Casa, resolvi testar os limites desta definição ao chamar artistas que não são propriamente novos (como o rapper Max B.O., figurinha carimbada do rap paulistano, cujo primeiro CD foi temporão, ou da octagenária pernambucana Dona Cila do Coco, cujo único disco foi lançado há anos) e que já têm uma longa carreira mas nem sequer têm disco físico (caso do paulistano Rafael Castro, que já havia lançado músicas na internet com sua banda Os Monumentais e que chegou ao primeiro disco físico em 2012, e do carioca Bonifrate, dos psicodélicos Supercordas, pai de dois EPs digitais).
Mas o desafio de uma curadoria dessas vai muito além do formato. É preciso explorar a amplitude de gêneros e estilos que tornam o Brasil um país tão reconhecido mundialmente por sua generosidade musical. Assim, a edição do ano passado teve desde jazz (Raphael Ferreira), samba (Maíra Freitas e Jorginho Neto), música eletrônica cabeçuda (Pazes), psicodélica (Psilosamples) e descerebrada (Gang do Eletro), metal instrumental (Elma), dub (Café Preto), instrumental freak (Chinese Cookie Poets) e com molho regional (A Banda de Joseph Tourton), pop de verão carioca (Mahmundi) e paulistano (Circo Motel), chillwave (Dorgas), indie folk (Rosie & Me, Me & the Plant e Onagra Claudique), indie rock sisudo (Quarto Negro) e indie com flerte com o brega (Dead Lover’s Twisted Heart), a celebração de ritmos (Iconili) e rock regional (Os Sertões), entre vários outros shows que ajudaram a compor um panorama que desassocia a música popular brasileira ao estereótipo da MPB, essa versão institucionalizada dos conceitos criados pela bossa nova. Outro ponto em comum entre a maioria dos artistas desta edição é o fato de colocarem seus próprios discos na íntegra para download.
Escolhi cinco recortes específicos para a Mostra Prata da Casa 2012 reúne duas atrações por noite que acabam por resumir os grandes momentos do ano passado: a influência da música africana na cena paulistana, o rock direto e sem rodeios cantado em português, a maturidade do indie rock, uma jornada entre dois extremos da música tradicional pernambucana, um pop radiofônico com um leve toque de psicodelia e o hip hop de São Paulo.
Foi um ano intenso, plural e, acima de tudo, divertido. Agradeço ao Sesc pelo convite e pela oportunidade – e mando um salve ao produtor Wagner Castro, que, comigo, foi a única testemunha de todos os Prata da Casa de 2012.
Terça, 19 de fevereiro – 19h
África-São Paulo
Uma das principais tendências da atual cena musical paulistana é a cada vez mais intensa conexão africana. África e Brasil sempre tiveram um vínculo muito forte no que diz respeito à musicalidade e pontes sobre o Atlântico já foram erguidas a partir de Salvador e do Rio de Janeiro. É a vez da maior metrópole do país começar a exploração da harmonia polirritmica e da intensidade elétrica e acústica – e um dos principais polos de convergência desta nova linha de frente passa pela dupla Kiko Dinucci e Thiago França. Há, claro, mais nomes envolvidos, mas o trabalho do guitarrista e saxofonista paulistanos (que, ao lado da cantora Jussara Marçal, respondem pelo nome Metá Metá) consegue agregar referências musicais tanto brasileiras quanto africanas muito específicas, que se misturam de diferentes formas à medida em que pulam de um projeto para o outro. O Sambanzo, grupo liderado por Thiago França que conta com Kiko Dinucci na guittarra, é o encontro destas duas forças em voltagem máxima, contando com uma cozinha luxuosa, liderada por Marcelo Cabral (que coproduziu, ao lado de Daniel Ganjaman, o disco de estreia de Criolo, outro marco da conexão África-São Paulo) com Wellington Moreira na bateria e Samba Sam na percussão. O show que fizeram em fevereiro de 2012 foi também quando lançaram seu primeiro EP Etiópia e a catarse coletiva dos músicos contagiou o público. Quase seis meses depois, em agosto, foi a vez do Afroeletro, não tão central neste novo cenário mas de importância ascendente, de conduzir o público ao transe de ritmo e harmonia. O show contou com a presença do próprio Kiko Dinucci – comprovando seu papel de catalizador desta nova cena – e letras em português, além da intensa presença grupal da banda, que inevitavelmente levou o público ao delírio.
O ano começou com outro convite-surpresa: o Sesc Pompéia me chamou para ser o curador da décima-terceira edição do Prata da Casa. E o convite ecoou como se minha cabeça fosse um sino: sempre fui fã do Sesc Pompéia e o Prata da Casa já havia me proporcionado ótimos shows com sua política de permitir apenas artistas de primeira viagem, sem disco gravado ou ainda no primeiro disco. O fato do convite ser relacionado à edição de número 13 (também sou fã) ainda veio junto de um novo desafio – afinal era a primeira vez que eles convidavam alguém que não era da imprensa especializada e apostavam no fato de eu ser, ao mesmo tempo, dono do Trabalho Sujo e editor de um caderno de tecnologia (os curadores anteriores – Pedro Alexandre Sanches, Carlos Calado, Israel do Vale, Marcus Preto, Patrícia Palumbo – sempre militaram na imprensa musical dos cadernos de cultura). Resolvi aceitar o cargo com algumas provocações – afinal, em tempos digitais, o que significava ter um primeiro disco? Assim, consegui trazer para o palco do Prata nomes como Dona Cila do Côco (85 anos de idade e um único CD), Bonifrate (que lança músicas em MP3 desde 2003 mas só havia lançado o primeiro disco no ano passado) e Max BO (que já pode ser considerado veterano da cena hip hop de São Paulo mas que só tem um disco lançado), mas sem perder a deixa pop deixada pelo curador do ano passado, José Flávio Júnior, que já havia expandido os horizontes do projeto para além da MPB ao trazer novos nomes do rap paulistano e a Banda Uó para o palco da choperia do Sesc. Assim, consegui colocar na programação do evento nomes que ajudaram a moldar a cara da música brasileira em 2012 – Silva, Cícero, Rodrigo Caçapa, Dead Lover’s Twisted Heart, Circo Motel, Rafael Castro, Elo da Corrente, O Terno, A Banda de Joseph Tourton, Mahmundi, Elma, Gang do Eletro, Rosie & Me, Afroeletro, Os Sertões, Dorgas, Pazes (um dos melhores shows do ano, o que menos deu público), Tibério Azul, Madrid, Quarto Negro, Me & the Plant, Kika, Chinese Cookie Poets, Onagra Claudique, Sambanzo e Ogi. Fui a quase todos os shows (só perdi alguns em que estive em licença médica) e filmei todos que fui, com a plena consciência de que estava fazendo um belo recorte do cenário musical atual – e em shows de graça, na inglória terça-feira (o dia mais morto da semana?), com lotação considerável por quase todas as apresentações. Agradeço à oportunidade ao Sesc, que fez valer sua fama de profissionalismo, e especialmente ao produtor Wagner Castro, que toda terça estava lá para acompanhar as atrações escolhidas e a me ajudar a fazer um balanço de como andava a curadoria. Um salve também pro fotógrafo Leonardo Mascaro, que aproveitou as terças de graça como laboratório para suas viagens com a luz, testemunha de boa parte de shows da temporada. Em fevereiro acontece a Mostra Prata da Casa 2012, em que, durante uma semana, duas atrações deste ano tocarão na mesma noite, de terça a domingo. Quando o ano começar eu dou mais detalhes dessa novidade.
E hoje é o último Prata da Casa com a minha curadoria. No ano que vem, teremos a Mostra Prata da Casa 2012, com os melhores da minha gestão de clima. A atração final é o grupo Os Sertões e pra quem ainda não sabe: os ingressos começam a ser distribuídos às 20h e show começa uma hora depois, na choperia do Sesc Pompéia. Abaixo, o texto que escrevi pro projeto. Foi altos :~~~~~~
Clayton Barros, um dos fundadores do Cordel do Fogo Encantado, era quem fazia a ponte entre os hinos religiososo-existenciais de Lirinha e a percussão explosiva do grupo, usando seu violão de forma percussiva e rítmica para dar tons musicais à catarse musical vinda do interior do Pernambuco. Em sua nova banda, Os Sertões, Clayton explora as virtudes mais tradicionais do instrumento – melodia e harmonia surgem em primeiro plano na medida em que o grupo encarna um sentimento menestrel, andarinho e contador de histórias típico do Nordeste brasileiro, que encontra parentescos com a obra de Luiz Gonzaga, Ariano Suassuna, Quinteto Violado e – por que não? – Raul Seixas. O peso do rock é percebido desde a capa de seu primeiro disco, A Idade dos Metais, que homenageia o clássico Sgt. Pepper’s dos Beatles e apresenta-se como uma espécie de continuação da obra do Cordel, ainda na fronteira da cultura escrita e da oral, mas menos elemental, mais ampla mas sem perder o tom épico e pesado – e conta com versões do grupo para Les Baxter e Zé Ramalho.
Deixando a controvérsia teórica sobre o que é o papel de um curador, o fato é que esse ano exerci a função pelo menos duas vezes: na parte musical do Festival da Cultura Inglesa (função que exerci ao lado do compadre Lucio Ribeiro) e na escalação do projeto Prata da Casa do Sesc Pompéia durante esse ano. Conversei com a Gabriela, do Ei Xuxu, sobre como foi este último trabalho, que chega ao fim com este mês de novembro (na próxima terça, dia 20, não haverá Prata da Casa e o da terça seguinte, com o grupo Os Sertões, é o último do ano). Foi um dos trabalhos mais legais que fiz em toda minha vida e trabalhar de perto com o Sesc foi só a confirmação de que não é à toa que a rede é um dos principais méritos da vida cultural de São Paulo. Ainda no início de 2013 haverá a Mostra Prata da Casa 2013, reunindo as melhores apresentações do ano em que fui curador. E como insistem que o trabalho de editor e o de curador são quase o mesmo (a tal controvérsia teórica que citei no início), o YouPix me colocou como um dos indicados ao prêmio de Curador do Twittosfera em 2012, ao lado do Não Salvo, da Rosana Herrman, dos Outros 500 e do Inagaki. Se você concorda, o link pra votar em mim é este.
E a foto que ilustra o post é do show do Dorgas no Prata da Casa, e foi tirada pelo Leo Mascaro, testemunha de quase todos os Prata deste ano…
Afrojazz instrumental mineiro é a opção de hoje no Prata da Casa do Sesc Pompéia. Vamos lá? O show começa às 21h e os ingressos – gratuitos – começam a ser distribuídos uma hora antes. Abaixo, o texto que escrevi para o projeto – cuja edição de 2012, com a minha curadoria, termina neste mês.
A música brasileira vive uma nova época de ouro da música instrumental. Na mesma medida em que rádio e televisão perderam o espaço para a internet como principais veículos a mapear novos artistas, uma certa desobrigação em relação a letras e ao papel central de um vocalista em uma banda abriu espaço para bandas de todo o Brasil experimentarem novos formatos – indo desde o afrobeat ao jazz mais cabeçudo, passando por rock experimental e outros formatos em que a canção e a melodia ficavam em segundo plano. Neste cenário, Belo Horizonte vem se fortalecendo como um grande celeiro de novas bandas – e o Iconili, com seus onze integrantes que fundem música africana, tropicalismo e jazz em doses cavalares, usando instrumentos como sopros, metalofone e muita percussão, é só a ponta do iceberg de uma cena que conta com nomes igualmente fortes como Constantina e Dibigode. Seu primeiro disco, Serrassônica, foi lançado em 2006 e só agora o grupo começa a preparar um sucessor – e o novo EP deve ser lançado até o fim do ano.
Este é o último mês da minha curadoria no Prata da Casa – e pra começar vamos de jazz, com o saxofonista Raphael Ferreira. Os shows no Prata acontecem sempre às 21h e os ingressos – gratuitos – começam a ser distribuídos uma hora antes. Quem vai? Abaixo o texto que escrevi para o projeto.
A classificação musical, por mais que sirva para guiar ouvintes pelos territórios sonoros que serão desbravados antes da audição, muitas vezes restringe os limites de atuação do artista. Para este, no entanto, rótulos e gêneros musicais são meras etiquetas que tentam grudar ao som e que podem ou não ter sua funcionalidade didática, mas não o restringe das novas possibilidades. É um terreno habitado pela música instrumental brasileira, que cada vez mais extrapola as fronteiras de gênero para além das influências do choro, da bossa nova ou da MPB, rumo à sonoridade universal do jazz, que engloba todos os ritmos e harmonias. É o caso do trabalho do saxofonista Raphael Ferreira, com formação em música na Unicamp e na USP, que, ao lado de Sidiel Vieira (baixo acústico), Fábio Leal (guitarra), Sérgio Machado (bateria) e Felipe Silveira (piano), alça longas incursões instrumentais que partem do jazz contemporâneo para mirar em novos horizontes – da música popular à música erudita dos séculos 19 e 20 – , bebendo inclusive nas águas brasileiras, ao ungir sua musicalidade livre nos ritmos do afoxé, do samba e do baião. Em seu primeiro disco, Ultramar, ele mostra porque a música instrumental brasileira sequer precisaria ter estes dois últimos adjetivos.
E a atração do Prata da Casa de hoje é o pernambucano Tibério Azul. O Prata começa às 21h no Sesc Pompéia e os ingressos, gratuitos, começam a ser distribuídos uma hora antes. Abaixo, o texto que escrevi sobre o artista.
Apesar de ser um dos novos nomes da cena pernambucana da nova década, Tiberio Azul não é propriamente um novato. Com passagens por grupos como Mula Manca & a Fabulosa Figura (onde lançou os discos O Circo da Solidão e Amor e Pastel) e Seu Chico (em que dividiu o palco com o jovem virtuoso Vítor Araújo, tocando versões para músicas de Chico Buarque), ele finalmente lançou-se em carreira solo este ano. Bandarra, seu primeiro disco – em download gratuito em seu próprio site -, foi lançado pelo selo Joinha Records, do vocalista China e do tecladista do Mombojó Chiquinho, e inevitavelmente traz referências da música pernambucana pós-mangue beat, mas também bebe na fonte dos cariocas dos Los Hermanos, fazendo a ponte entre o rock independente e a velha música brasileira. De voz doce e composições que funcionam como crônicas, Tibério não é apenas um nome recifense para se ficar de olho e já está entre as principais novidades ainda não ouvidas pelo resto do Brasil.
E hoje a atração do Prata da Casa é o projeto Me & the Plant. Já sabe como é o esquema né: a partir das 20h os ingressos começam a ser distribuídos e o show começa pontualmente uma hora depois. Abaixo, o texto que escrevi para o projeto. Quem vai?
Fruto da mente do carioca residente em São Paulo Vítor Palantano, o Me & the Plant desbrava as fronteiras de um pop maduro usando o violão como principal arma, mas não única. Vale frisar pois é inevitável associar a sonoridade de sua banda ao folk ou ao indie rock mais introspectivo, mas ela vai além, com referências que vão do rock progressivo à música eletrônica, o jazz e a MPB – embora todas as músicas sejam compostas em inglês. Mas é melhor rotulá-lo próximo da psicodelia, uma vez que a banda é um projeto individual com uma única ouvinte – a planta que também batiza a banda – e que começou a existir a partir de uma epifania de isolamento no Patagônia argentina, quando Vítor compôs quase todo repertório dos shows em poucos dias. Seu primeiro disco, The Romantic Journeys of Pollen, foi gravado no Rio por Kassin e conta com uma banda formada por Vítor, no violão e vocais, o próprio Kassin, o hermano Rodrigo Barba na bateria, Gabriel Bubu da banda Do Amor no baixo e Marcos Lobato do grupo O Rappa nos teclados e guitarra slide.