No próximo sábado, dia 9 de novembro, o @inferninhotrabalhosujo estreia no Porta, quando recebemos as bandas Miragem, está lançando seu primeiro disco, Muitos Caminhos Prum Lindo Delírio, e a banda Schlop, além de discotecagens minha e da Lina Andreosi. A Porta está em novo endereço, na rua Horácio Lane 95, entre os bairros Pinheiros e Vila Madalena, do lado do Ó do Borogodó, os ingressos já estão à venda neste link e a festa também faz parte das comemorações dos 29 anos do Trabalho Sujo. Vamos?
E ainda deu tempo de passar no novo endereço do Porta, que saiu da Rua Fidalga e foi parar no quarteirão entre a Inácio Pereira da Rocha e a Cardeal Arcoverde, na fronteira entre os bairros de Pinheiros e Vila Madalena, do lado do Ó do Borogodó e em frente ao cemitério. Depois de dois anos criando público e alimentando uma cena underground, alternativa e também pop, Paula Rebellato e os irmãos Bruno e Raphael Carapia mudaram de endereço para uma casa espaçosa, de pé direito alto, com direito a mezzanino, vitrais coloridos e isolamento acústico perfeito, abrindo a casa pela primeira vez neste sábado, sem cobrar ingresso, para orgulhosos mostrar o novo espaço que estão inaugurando. A noite começou com os shows do Rádio Diáspora e das Mercenárias, mas só consegui chegar a tempo de ver a última apresentação da noite, a banda Madrugada, que conta com Paula e Raphael na formação e que agora tem dois bateristas – Yann Dardenne e Cacá Amaral – e cujo groove é completo com o baixo de Otto, irmão de Yann. A anestesia kraut a que o grupo submeteu as mais de cem pessoas que se espremiam na nova casa, numa verdadeira coluna social da cena indepnedente de São Paulo, coroou uma noite em que o novo estabelecimento mostrou a que veio. Viva o Porta!
Bem boa a primeira edição do Inferninho Trabalho Sujo na Porta, que aconteceu neste sábado com discotecagem minha, da Pérola, da Fran e da Lina e, claro, com o show da banda Celacanto, que está cada vez mais afiada. Com um pé no indie rock e outro no rock progressivo, a banda desbrava um território musical complexo e difícil, trabalhando com o entrelaçamento de texturas, andamentos e timbres ao mesmo tempo em que cantam sobre questões existenciais e sentimentais de nossas vidas. O vocalista Miguel Leite puxa o grupo com sua voz e guitarra, acompanhado de perto sempre do segundo guitarrista Eduardo Barquinho, do baixista Matheus Arruda e o baterista Giovanni Lenti, que singram por melodias tortuosas e arranjos intricados enquanto tem a atenção completa do público que compareceu à Porta. Foi demais!
A novidade do segundo ano do Inferninho Trabalho Sujo é que a festa vai para além do Picles. Dedicada a apresentar novas bandas às que já existem, criei a festa há um ano transformando as sextas-feiras do Picles numa incubadora de talentos que mistura tanto artistas iniciantes quanto outros já estabelecidos para aproveitar o calor da cena musical brasileira pós pandemia. Em seu primeiro ano, a festa já já contou com artistas novíssimos como Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo, Pelados, Varanda, Os Fadas, Monch Monch, Madre, Tangolo Mangos, Desi e Dino, Janine, Mundo Vídeo, Boca de Leoa, Odradek, Fernê, Madrugada, Cianoceronte, Schlop, Monstro Bom, Manu Julian, Celacanto, André Medeiros Lanches, Ondas de Calor, Skipp is Dead, Lauiz, Fernanda Ouro, Grisa e Tiny Bear e nomes já consagrados da cena independente brasileira como Ava Rocha, Yma, Grand Bazaar, Test, Patife Band, Di Melo, Rafael Castro, Tagore, Lulina, Garotas Suecas, Filarmônica da Pasárgada, Xepa Sounds de Thiago França, Luna França, Laurie Briard, entre outros. E a partir deste mês começo a explorar novas casas de shows, novos formatos e horários para espalhar a palavra do Inferninho por aí. A primeira delas acontece neste sábado, dia 17, no Porta, quando recebemos a banda Celacanto. No dia 23, uma sexta, seguimos no Picles trazendo o tradicional show anual da Fernê ao lado da banda Monstro Bom, que está lançando seu disco de estreia. Na sexta seguinte, dia 30, vamos pro Cineclube Cortina, quando teremos o lançamento do segundo disco da banda catarinense Exclusive os Cabides, Coisas Estranhas, com abertura da banda paulistana Os Fonsecas (ingressos à venda por aqui). E na outra quinta-feira, dia 5 de setembro, fazemos uma versão ainda maior na Casa Rockambole, trazendo os trabalhos das cantoras Luiza Villa, Marina Nemésio, Tori e Júlia Guedes, a banda Tangolo Mangos e o grande Sessa (ingressos à venda neste link). Em todas as apresentações estarei sempre bem acompanhado na discotecagem com as queridas Francesca Ribeiro, Lina Andreosi, Pérola Mathias e Bamboloki, que me ajudam a deixar essa nova fase ainda mais quente. Vamos?
Quinta foi dia de visitar a Porta pra ver show de duas bandas em diferentes estágios, mas na mesma frequência. Tanto a nova versão do Retrato quanto os primeiros passos do banda nova do Otto Dardenne passeiam por caminhos distintos do casamento entre melodia e microfonia, mas a jornada dupla fez sentido para quem pode passar na casa da Vila Madelena. A noite começou com a ex-dupla Retrato (que agora é um quinteto) preparando-se para sua primeira turnê na região sul do país. O grupo formado pela dupla Ana Zumpano (bateria e vocais) e Beeau Gomez (guitarra e vocais) juntou-se em definitivo com a dupla Antiprisma (o casal Elisa Moreira na guitarra e Victor José no baixo) e a John Di Lallo (sintetizadores e efeitos) deixando seu som mais volumoso e, justamente por isso, hipnótico, misturando levadas kraut, ruídos com melodias velvetundergroundianas, um gostinho sessentista e uma pitada de eletrônica vintage, deixando as canções assumir seu lado mais onírico. Só pecou por ser curto: como disse pros dois no final, tinham músicas ali poderiam ser esticadas por mais de dez minutos, só no groove analógico. Mas funcionou bem.
E depois do Retrato foi a vez de Otto Dardenne mostrar seu primeiro projeto solo batizado com o trocadilho que fez com o disco mais recente da Rosalía e seu username nas redes sociais, Ottopapi. E ele montou um supergrupo indie para acompanhá-lo em seu segundo show: Gael Sonkin do Mundo Vídeo na batera, Thales Castanheira (que toca com a Manu Julian) na guitarra solo, Bianca Godoi no baixo e Danilo “Várias Fitas” Sansão nos synths e efeitos fazem as canções do guitarrista ganhar corpo e sintonizar numa frequência parecida com a da banda anterior, embora puxando mais pras melodias indie (um astral “Sonic Youth de rua” como disse um compadre presente no local) e prum ar de power pop que naturalmente habitam suas composições. Showzão.
Participo, neste sábado, da primeira ação do coletivo Aonde, união de dez casas de shows de São Paulo que começam a conversar entre si para facilitar a colaboração mútua em vez de pensar em concorrência. Neste primeiro encontro, que acontece no Cine Joia, cada uma das casas mandará uma atração musical composta por integrantes de sua equipe. Assim, discoteco no começo da noite em nome de uma das casas participantes da noite, o Centro da Terra, numa programação que ainda incluirá a banda Emicaeli e as DJs Camilla & Erikat (representando a Associação Cultural Cecília), a banda Combover (do Estúdio Aurora), a banda Madrugada e o DJ Nag Nag (da casa de shows Porta), a banda Batto (representando o 74Club de Santo André), a banda Huey (em nome do FFFront), o grupo N0rvana (representando a Laje SP e o Tectonica) a discotecagem Punk Reggae Party (em nome da Secilians Shop) e a banda Punho de Mahin (representando a Fun House de Ribeirão Pires). Mais informações sobre o evento aqui.