A fase 3 do Emicida

“Hoje Cedo”, com a participação da Pitty, é a primeira música do disco novo do Emicida, que deve ser lançado neste mês de agosto. É a terceira fase da carreira do rapper, um dos artistas brasileiros mais prolíficos deste século:

emicida-hoje-cedo

Na primeira fase, ele era o garoto-prodígio das rimas, o futuro do hip hop paulistano antes da chegada do Criolo. Na segunda fase, abraçou o sucesso e garantiu que não tinha medo de ser mainstream. Agora ele chega à nova etapa refletindo sobre o que conseguiu.

Vi no Bracin.

Arte e emprego – o divino e o terreno, por Pitty

Uma frase no livro novo do Arnaldo fez a Pitty escrever um post no Facebook sobre arte e trabalho, que o Bruno republicou na fanpage do URBe (já curtiu?) – daí eu perguntei pra ela se podia publicar aqui, ela ficou encabulada, porque escreveu o texto sem maior pretensão, mas no fim liberou. A discussão é bem pertinente – e a foto que ilustra o post foi tirada pela Pitty, no SXSW desse ano:

“As pessoas gostam de falar mal das bandas que cedem às pressões do mercado, mas fazem a mesma coisa todo dia de 9 às 6.”

Arnaldo Branco, em seu novo livro, sintetizando um pensamento que volta e meia me ocorre.

Mas aí me ocorreu um outro: por quê sentimos isso em relação a arte e não a um emprego, entre aspas, comum? Talvez porque intuimos (ou nos condicionamos, ou aprendemos) que a arte é sagrada, e partindo desse suposto caráter “divino” não pode ser maculada ou influenciada por quaisquer questões demasiado terrenas tais como ter que pagar o aluguel no final do mês. E talvez não sintamos isso em relação a empregos “comuns” por uma culpinha cristã: se você exerce uma atividade que não gosta e é extenuante, sua compensação, se não emocional e intelectual, deve ser financeira. Se escolheu fazer o que gosta- privilégio de desaforados pois “estamos aqui para sofrer”, nada mais justo que seja punido por esta insolência com a miséria.

Romantizamos os artistas falidos, os que sofreram, passaram perrengues em nome da arte porque aos nossos olhos tornam-se mártires: penaram e pagaram com sua própria existência para que outros artistas, num futuro mais brilhante pudessem exercer o ofício dignamente. É um quase se “jesusificar”; eu me sacrifico para que um dia possa ser melhor. É como uma promessa de pureza, pueril e idealista; idealizada e nobre, porquanto bela.

Gosta-se de heróis, precisa-se deles… mas confesso maior simpatia pelo anti-herói, aquele que não é necessariamente o antônimo, mas que apenas se permite ser humano e fazer suas cagadinhas pelo meio do caminho. Que se desvela do tal suposto caráter divino, que abdica de ser santo e mártir e assume que pagar as contas é algo bem legal. E mais ainda, que é mágico: constrói com maestria a ilusão de que está jogando o jogo e dá a volta em todos os mecanismos, e os usa a seu favor.

No final, o mais legal e o mais difícil é aquele que consegue abarcar o melhor dos dois mundos; o divino e o terreno. Que consegue manter sua arte imaculada no sentido de liberdade criativa, mas que não se sente culpado de ser remunerado por ela. E que entende que certas concessões se justificam lá na frente, que tudo tem peso e medida, e que recuar no campo de batalha é só estratégia para se posicionar melhor e mais forte.

Voltando a Arnaldo: talvez por conveniência, talvez por covardia, ou quem sabe por justiça; a sentença me vestiu como o mais bem cortado terno.

Valeu, Pitty.

“Essa noite eu fiz um movimento louco dentro do meu sonho”

Eu adoro essa do 3 na Massa com a Pitty…

Pitty, sua linda

Tunguei o post e o título da Ariane – mas cola lá no blog dela que tem mais fotos desta mesma seção.

Pitty + João Gilberto

O mesmo fez o Vinícius, com a variação de uma carta que ele mesmo havia jogado. Agora, é a vez da minha carta.

Rock in Rio 2011

Essa é pra você que curte reclamar do SWU:

Na boa, até quando isso aí tudo vai parar de ser associado a entretenimento e música popular no Brasil? Tem alguém que salva desses aí de cima? Não tou falando em passado, mas em relevância atual. Talvez só a Pitty – e isso porque eu sempre sou gente boa com ela.

Pitty + João Gilberto

Agora eu invejei: t-girl 100% essa, hein, Vinícius. Vou até jogar a próxima carta mais embaixo.

As 300 melhores músicas dos anos 00: 288) Pitty – “Equalize”

Vida Fodona #135: Never Stops

Tá explicado porque o Vida Fodona da semana passada não saiu na quarta-feira: na linha do #110, em que dei uma geral no primeiro semestre de 2008, esse #135 faz a rapa na produção e lançamentos da segunda metade do ano (tem coisa lançada no primeiro semestre, mas que só fui ouvir depois). E sem apresentação, falatório ou comentários sobre as faixas – agora é só música. Vai fundo:

Last Shadow Puppets – “The Time Has Come Again”
Lambchop – “National Talk Like a Pirate Day”
Silver Jews – “Suffering Jukebox”
Peter Bjorn & John – “Needles and Pills”
3 na Massa & Pitty – “Lágrimas Pretas”
Panda Riot – “Paper Planes”
Van She – “Kelly”
Copacabana Club – “Just Do It”
Mickey Gang – “I Was Born in the 90s”
Friendly Fires – “Paris”
Metronomy – “A Thing for Me”
Santogold – “Say Aha”
Killers – “Losing Touch”
Rubies – “A Room Without A Key (Studio Version)”
David Byrne & Brian Eno – “Strange Overtones”
Xis & KL Jay – “Bem Pior”
Justice – “Stress”
Bomb the Bass (feat. Fujiya & Miyagi) – “Butterfingers”
Ruído/mm – “Sanfona”
Guizado – “Der Golem”
Teenagers – “Streets of Paris”
TV on the Radio – “Golden Age”
Britney Spears – “Phonography”
Primary 5 – “Lost and Confused”
Cure – “Scream”
Nomo – “Three Shades”
Deerhunter – “Never Stops”
Little Joy – “Keep Me in Mind”
Benji Hughes – “The Mummy”
Cat Power – “I’ve Been Loving You Too Long (To Stop Now)”
Nancy – “Keep Cooler (Born Ruffians Remix)”
Fleet Foxes – “Tiger Mountain Peasant Song”