Sempre eles…
Uns russos esperaram a noite chegar e driblaram a segurança nas pirâmides egípcias para escalá-las e tirar umas fotos incríveis lá de cima. Saca só aí embaixo:
Sim, o melhor seriado atual (em julho de 2011, perceba que estamos no hiato entre as duas temporadas de Fringe) é um programa do History Channel. E Ancient Aliens é só aquilo que aparenta ser: um monte de pseudocientistas, a maioria filhote do Erich von Däniken (autor de Eram os Deuses Astronautas?, também onipresente no documentário), questionando verdades históricas para mexer em velhas perguntas, que linkam Stonehenge aos maias, máquinas voadoras indianas e os tapetes voadores do Oriente Médio, alienígenas, Ilha da Páscoa, Antártida, Atlântida, siderúrgicas portáteis na Bolívia, pirâmides espalhadas pelo mundo, anjos, OVNIs e esse monte de mistério que sempre atiça a curiosidade.
O bom é que a série (cujos episódios têm uma hora e meia) funciona como se tivesse sendo produzida por Fox Mulder – e por mais que costure diferentes aspectos, épocas, ciências e culturas, quase sempre volta para o raciocínio central: de que a civilização moderna é só mais uma das civilizações humanas altamente avançadas tecnologicamente que já habitaram esse planeta e de que sempre contamos como uma mãozinha dos nossos amigos extraterrestres pra chegarmos lá.
Independentemente de ser crível ou não, o ruim desse tipo de teoria é que ele sempre menospreza a capacidade humana, que é sempre vista como júnior demais para conceber projetos arquitetônicos e mecanismos tecnológicos complexos demais em outro momento da história que não fosse depois da revolução industrial.
Mas, por outro lado, eu sempre curto aquela piração do Timothy Leary, que ele diz que todo tipo de aparição que vemos e não conseguimos compreender (espíritos, ETs, assombrações, santos, aliens, anjos, fantasmas) são, na verdade, manifestações de nós mesmos, no futuro, querendo entrar em contato com nós mesmos, no passado. Assim, toda a tecnologia humana teria sido avançada graças ao envolvimento dos próprio humanos do futuro na rotina de seu passado – um clichê em loop, uma fita de Möbius narrativa clássica da ficção científica.