The Piper at the Gates of Dawn – Pink Floyd

Olhe no espelho, o que você vê? Certamente não o mesmo que as outras pessoas vêem em você. O máximo de tempo que você possa dedicar ao simples fato de se observar vai sempre lhe dar a certeza que nunca ninguém te observou daquele jeito. Cada pequena dobra de pele, cada fio de cabelo que sai de sua cara, cada colorido que você possa encontrar: todo detalhe que você vê em seu próprio rosto está envolvido por sentimentos pessoais que vêm à sua memória a cada centímetro observado. O espelho não é um mero reflexo da realidade – é uma distorção plana que nos leva aprofundar-se em nossas personalidades, o único lugar em que conseguimos observar nosso próprio olhar e analisá-lo friamente na tentativa de descobrir o que as outras pessoas podem ver. Mesmo assim, não é preciso, afinal os lados estão trocados: a esquerda é a direita e vice-versa e temos que reorganizar o que vemos no cérebro para tentarmos chegar perto da realidade.

Na frente dele, todos somos iguais. Mesmo se o encaramos ou fugimos dele, temos sempre a mesma reação que é uma ansiedade em vermos nós mesmos. Todo ser humano tem esta curiosidade ou repúdio, sentimento que varia de acordo com o nível de amor próprio que cada um tem. Um mundo estranhamente natural, que nos leva a pensar se é mesmo um portal para uma dimensão paralela, como o escritor inglês Lewis Carroll uma vez imaginou. Confessionário, juiz, vitrine, terapia, passarela: o espelho pode ser o que você quiser, basta você querer. Você transfere para ele aquilo que você quer ser.

A psicodelia foi o espelho que o rock mirou-se no meio dos anos 60. Ao atingir a adolescência, ele viu que não precisava se esconder na barra da calça de gêneros mais velhos para sobreviver. Ele queria se afirmar e bastava apenas se olhar num espelho para ter certeza do que estava fazendo. Mas a psicodelia não é inventada, não surge de uma hora para outra. Bastaram os Beatles disseminar a facilidade e felicidade que era ter e tocar em uma banda de rock para que todo planeta os ajudasse neste processo de amadurecimento.

Nos Estados Unidos, moleques de todo país se enfurnavam nas garagens de seus pais à procura de um som que, por mais rudimentar que fosse, era pessoal, próprio, individual. Das garagens para as ruas, os jovens passaram a morar juntos, em comunidade, numa forma desesperada de deixar a realidade quadrada de seus pais e criar seu próprio modelo de sociedade. O leque de referências ia se ampliando e aqueles jovens iam enfiando tudo que achassem que pudessem ser apenas seu em sua normalidade anormal: drogas, free jazz, xamãnismo, arte de vanguarda, poesia beat, distorção e microfonia, surrealismo, teatro, flores, revolta, modernismo, literatura do começo do século, poesia romântica, efeitos sonoros, gravações alteradas… Como uma menina se maquiando pela primeira vez, o rock americano pegava todas as referências que pudesse encontrar e esfregava-as em sua própria cara, criando sua noção de realidade, um novo mundo.

Na Inglaterra, uma revolução semelhante acontecia, mas ditada pelo estilo. Enquanto os Estados Unidos abraçavam o rock visceral como ponto de partida, no velho continente este saía do ponto de equilíbrio entre mods e rockers. Como a menina americana que se maquiava pela primeira vez, a menina inglesa preocupava-se em não borrar-se (borraria-se uma década depois, com o punk), abraçando um espectro igualmente amplo de informações. Só que o academicismo europeu acabaria fazendo com que a psicodelia inglesa englobasse elementos que sua versão americana nem pensaria em incluir.

O melhor exemplo, claro, é o marco da virada dos Beatles – a tríade Rubber Soul, Revolver e Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band -, que marca a passagem da juventude mundial de um retrato em preto e branco para uma paisagem tridimensional multicolorida, colocando-os no olho do furacão ao mesmo tempo que ajudava-o a continuar evolvendo. Entre os discos de 1965, 1966 e 1967, respectivamente, os Beatles saíam de seu universo pop (mais vasto que a maioria das bandas de sua época, englobando country, soul, pop, folk, skiffle, rockabilly e blues) e criavam um universo tão amplo quanto o que habitamos hoje. Não é exagero dizer que toda cultura pop – que é a cultura popular em tempos de capitalismo – deva os olhos da cara ao que os Beatles fizeram naqueles três anos.

Tibet, circo, música hindu, religião, Bach, mensagens subliminares, amor, técnicas de gravação, medicina e farmacêutica, fitas invertidas, Dylan, música infantil, cravos, Inglaterra vitoriana, Alleister Crowlley, vaudeville, vocais superpostos, televisão, Gandhi, Motown, jazz, Elvis, orquestras, dinheiro, cordas, música erudita, Stockenhausen, nostalgia: a paisagem total criada pelos Beatles regeria não apenas a psicodelia do final dos anos 60 como todo o mundo depois deles.

Um elemento era fundamental para a psicodelia em ambos lados do Atlântico (e para o resto do mundo): o LSD. Sintetizado por Albert Hoffman no final dos anos 50, o ácido lisérgico 25 foi a chave para toda geração flower power perceber a nova dimensão que o mundo tomava, o formato das coisas que estavam para acontecer. Era um portal para uma nova consciência que revelava nuances da realidade imperceptíveis quando careta. Mais do que uma droga hedonista, que apenas faz com que o usuário se sinta bem, o LSD tinha um caráter de revelação, de iniciação mística e espiritual, que fez com que toda uma geração (gente que hoje anda pela casa dos 50 anos e recrimina seus filhos por usar coisas bem mais leves) entrasse na mesma sintonia e se observasse, ao mesmo tempo, no mesmo espelho.

Mas se os Beatles tinham a responsabilidade de serem os líderes desta geração (disfarçando suas mensagens em títulos que soavam como piadas internas, sendo Lucy in the Sky with Diamonds (atente para as iniciais) o caso mais clássico), outros grupos não estavam nem um pouco preocupados em ser sutis. O mais evidente de todos era o Pink Floyd, cujas apresentações ao vivo eram perfeitas para se viajar de ácido. Tomados pelo espírito inventivo e experimentalista que o ácido proporcionava, eles levitavam o rock para uma realidade desconhecida, andando no lado escuro do sonho que os Beatles desenhavam.

O grupo foi criado em 1965 no curso de arquitetura da Escola Politécnica da Regent Street, em Londres. Eram apenas quatro malucos (o guitarrista Syd Barrett, o baixista Roger Waters, o tecladista Rick Wright e o baterista Nick Mason) que começaram como outra banda qualquer, mas que, por influência do ácido, começaram a experimentar o som. À frente do grupo, a figura de Syd Barrett era responsável pelos limites explorados pelo grupo. Barrett era uma versão rock de um misto de Salvador Dali com Buda, liderando o grupo e seus primeiros fãs com a placidez de um líder religioso, mas com o espírito inventivo e de inovação que move a arte desde o começo dos tempos. Introspectivo fora do palco, ele se entregava por inteiro quando imergia-se na música.

O grupo passou por várias encarnações, como Meggadeaths, Sigma 6, Abdabs (que contava com a futura esposa de Wright, Juliette Gale, na formação e se apresentava de forma convencional – como Architectural Abdabs – e não-convencional – como Screaming Abdabs -, às vezes na mesma noite), Leonard’s Lodgers e T-Set, em cada uma delas lapidando o som que mais tarde comporia o som do Pink Floyd. Este nome inclusive, mostra o nível de liderança que Barrett exercia sobre seus outros companheiros, pois foi tirado de uma visão que o guitarrista teve durante uma viagem de ácido. O nome mais tarde seria revelado uma fusão dos primeiros nomes dos bluesmen favoritos de Syd, Pink Anderson e Floyd Council – mas na época ninguém contestou o batismo premonitório.

E como Pink Floyd o grupo saiu do circuito universitário, freqüentando casas noturnas que em pouco tempo se tornariam referenciais da cultura londrina. Vivendo em plena era Swinging London, Londres assistia ao nascimento de sua psicodelia à medida que as cores apareciam e o volume dos sons aumentava, como se a própria cidade tivesse tomado LSD. Os mods tornavam-se cada vez mais coloridos e os rockers cada vez mais barulhentos e essa combinação de estilo com ruído caía como uma luva nas apresentações do Pink Floyd. Em casas de shows como o Marquee, a Roundhouse e o UFO, eles tocavam rocks primitivos (como Louie Louie) em versões caóticas, além de apresentar as canções do vocalista e guitarrista – jóias pop distorcidas em clássicos lisérgicos. Ocasionalmente se comportavam como uma banda tradicional, experimentando em estúdio e no palco os limites que poderiam ser encontrados entre refrões, introduções, solos. Outras vezes deixavam simplesmente o instinto tomar conta em jam sessions intermináveis, onde barulho e silêncio se encontravam com instrumentos tocados de forma não-convencional, efeitos de som e de luz, projeção de slides, seqüências de notas heterodoxas e a repetição abusada ao extremo.

Gravaram seu primeiro single de forma independente, com o futuro George Martin do folk inglês atrás dos controles (Joe Boyd mais tarde seria responsável pelos melhores discos da Incredible String Band, do Fairpoirt Convention, Sandy Denny, Richard Thompson e Nick Drake – além dos primeiros discos do R.E.M.). Arnold Layne/Candy and a Current Bun já mostrava a disposição para ir contra a corrente. No lado A, Syd Barrett cantava sobre o personagem-título, um sujeito cujo hobby era roubar lingerie dos varais da vizinhança. O lado B teve que ter seu título mudado pois o original, Let’s Roll Another One (Vamos Enrolar Mais Um), daria problemas com a polícia. Nos dois, o experimentalismo sônico já estava em voga, com efeitos sonoros, cadências estranhas, o estranho cruzamento do som da guitarra Danelectro de Syd (tocada aos pedaços) e dos teclados de Rick sobre a cozinha anfetamínica de Waters e Mason. Os vocais de Syd – chapados e concentrados ao mesmo tempo – contrapunham-se com as melodias, quase infantis, das duas canções. O single teve ótimo desempenho nas paradas, atingindo o 20º posto na Inglaterra. O próximo (See Emily Play – parente inglesa dos Doors -/Scarecrow) seguia o rumo do primeiro, mas a regência já não era de Boyd, mas de Norman Smith, engenheiro de som da EMI que havia trabalhado em pelo menos quatro discos dos Beatles. Eles foram levados para a mesma gravadora do grupo de Liverpool após seu primeiro contato com o empresário Peter Jenner, que passeava por Londres procurando uma banda que pudesse mudar sua vida. Encontrou o Floyd num show no Marquee Club e resolveu transformá-los em seus Beatles. Logo o grupo estava tocando no concerto de lançamento do diário da revolução sonora londrina – o International Times, também conhecido com It -, em dezembro de 1966.

Logo o nome do grupo começava a crescer e eles fariam sua primeira turnê pela Europa no inverno de 1967. Voltaram da Holanda no dia 27 de abril daquele ano, no Alexandra Palace, ainda a tempo para apresentar-se como principal atração do minifestival 14 Hour Technicolor Dream, ao lado de artistas como Yoko Ono, os Pretty Things, Binder Edwards & Vaughn, Utterly Incredible Too Long Ago To Remember Sometimes Shouting at People, Ron Geesin, Alexander Trocchi, Graham Bond, Michael Horovitz & The 26 Kingly Street Group, Alexis Korner, o pianista Champion Jack Dupree, Barry Fantoni, Ginger Johnson, Savoy Brown, Christopher Logue, 117, os Flies, The Purple Gang, o Crazy World Of Arthur Brown (cujo vocalista ateou fogo no próprio corpo durante seu único hit – Fire) e o Soft Machine. Era claro que o grupo era o principal nome da nova cena londrina, afinal 20 mil malucos de ácido não poderiam estar errados. A consagração aconteceu no mês seguinte, no show Games For May (cujo título havia sido tirado de See Emily Play), no Queen Elizabeth Hall. O evento multimídia colocava o Floyd no centro das atenções, entre música eletrônica, shows de luzes, projeções de imagens, incenso e a estréia do Azimuth Co-Ordinator, o impressionante sistema de som e efeitos sonoros do grupo. Estava na hora de entrar no estúdio para gravar seu primeiro álbum.

Assim nascia The Piper at the Gates of Dawn, cujo título havia sido tirado do livro infantil The Wind in the Willows. Gravado no estúdio 1 do complexo da EMI (que mais tarde viria a ser conhecido como Abbey Road), Piper foi concebido enquanto os Beatles terminavam seu megaprojeto Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band no estúdio ao lado, o 2. A vibração psicodélica estava no ar e muitos cogitam a possibilidade de um disco ter influído no outro, devido aos encontro esporádicos entre Barrett e John Lennon nos corredores da gravadora, saindo dos estúdios para fumar um cigarro ou tomar uma xícara de chá. Capitaneado pelo mesmo Norman Smith de See Emily Play (que depois levaria seus conhecimentos sonoros lisérgicos adquiridos com o Floyd para as gravações do melhor disco dos Pretty Things, S.F. Sorrow), The Piper at the Gates of Dawn é o disco mais pop e mais psicodélico simultaneamente que a história do rock já viu.

Ele abre com a tensa Astronomy Domine, que começa com o empresário Peter Jenner fingindo-se de torre de comando do controle espacial enquanto lê, monocordicamente, um livro de astronomia aberto numa página qualquer. Sobre o vocal robótico, a guitarra seca de Barrett começa a marcar o tempo e é seguida pelo baixo de Waters, formando um compasso mecânico acrescido de um código morse inventado por Rick Wright ao teclado e pela bateria esparsa de Mason. A guitarra abre a canção com acordes soltos e improvisados, seguidos pelos vocais superpostos de Barrett e Waters: “Flutuando abaixo, o som soa sob as águas congeladas no subterrâneo/ Júpiter e Saturno/ Oberon, Miranda e Titânia/ Netuno, Titã/ Estrelas podem assustar”. A guitarra vai para um lado, o baixo vai para o outro e ambos desenham uma ladeira vertiginosa que mostra a amplitude sonora que as referências astronômicas parecem descrever. O vocal sobre este improviso é um falsete assustador que logo é interrompido com o barulho do vento e a entrada do solo. Por trás, Mason viaja sobre a cadência criada no começo da música, virando-a para dar a dimensão espacial do som. Entramos num universo sonoro novo, onde ouvimos cores e vemos sons.

Lucifer Sam abre com uma levada groovy do baixo de Waters surpreendida pelos teclados flutuantes de Wright. “Lucífer Sam/ Gato siamês/ Sempre sentado a seu lado/ Sempre a seu lado/ Este gato é algo que não consigo explicar” – o imaginário de Barrett apenas atira pedaços de referências, deixando o ouvinte sem o rumo que a canção pode ter. Sua guitarra alterna golpes secos com microfonia e assobios feitos com o wah-wah. “Você é o lado esquerdo/ Ele é o lado direito/ Oh não” – não há sentido nenhum nas letras a não ser a mesma expansão de consciência que o grupo propõe com som. Ele quer que o ouvinte torne-se uma criança que não conhece o mundo, ingênua da realidade que o cerca, esperando novidades trazidas de outra região da mente. E assim é Matilda Mother, cujo andamento hipnótico revela ouvintes ávidos pelo desconhecido: “Oh mãe/ Conte-me mais/ Por que você me deixa aqui/ Com meu ar infantil/ Esperando?/ Você só tem que ler as linhas/ Escritas em negro e tudo se iluminará”. No meio da canção, Syd – com os vocais – repete a bateria dos Beatles em Tomorrow Never Knows e deixa teclado e guitarras fazerem o que quiser.

Flaming começa sombria, mas logo se mostra um dos momentos mais coloridos do disco. “Só sob as nuvens azuis/ Deitado num edredon/ Você não pode me ver/ Mas eu te vejo” – aqui a atmosfera é de sonho e o narrador nos guia por um folk ácido, cheio de referências surreais e efeitos sonoros, interrompidos por um solo de teclado inspirado, acompanhado de perto dos ruídos do Azimuth Co-Ordinator e da guitarra melancólica de Syd. A instrumental Pow R. Toc H. nos leva para uma floresta úmida e misteriosa, onde cada um dos integrantes imita um animal fantástico, numa espécie de Caravan (de Duke Ellington) abastecida com ácido. No centro da canção, outro solo de teclado, mais jazzy, dá melodia ao batuque primitivo que é a espinha dorsal do disco. A percussiva Take Thy Stethoscope and Walk é a única composição de Waters do disco e é construída em volta de um vocal repetitivo que trafega o verso “Doctor! Doctor!” de uma caixa para outra. Mas logo à frente, o grupo volta às jam sessions que fazem durante todo disco, para Barrett concluir o primeiro lado do álbum: “Música parece ajudar a dor/ Parece cultivar o cérebro/ Doutor gentilmente conta à sua esposa que/ Estou vivo!/ Flores nascem!/ Perceba!/ Perceba!/ Perceba!”.

O lado B começa com um dos momentos mais memoráveis da carreira do Pink Floyd em disco. Interstellar Overdrive é apenas um riff repetido várias vezes até o grupo ceder ao improviso e se arrastar por quase dez minutos que ao vivo chegavam a quarenta, em alguns casos. Durante o percurso, o mais próximo que a psicodelia chegaria ao free jazz sem perder suas características rocker, o grupo acelera, pára, aumenta o som, diminui, os teclados emitem sons estranhos, a guitarra cria sensações anormais, o baixo desfere golpes e assobia doces melodias e a bateria voa para muito além do ritmo – sempre voltando, ocasionalmente, à frase inicial, que retorna, lenta e com pirações em estéreo, no final da canção, interrompida abruptamente por The Gnome, antes do fim. Esta canção, uma bucólica e infantil descrição da vida de Grimple Grumblo em sua aldeia de gnomos. “Olhar pro céu/ Olhar pro rio/ Não é tão bom?”, sussurra Barrett, celebrando o ócio que sua geração abraçara.

“Um movimento é completo em seis estágios/ E o sétimo traz a volta”, canta, contemplativo, Barrett em Chapter 24, “o sete é o número da luz jovem/ Forma-se quando a escuridão é acrescida de um/ Mudança volta sucesso/ Indo e vindo sem erros/ Ação traz boa sorte/ Pôr-do-sol”. A faixa é lírica e um dos momentos mais lisérgicos do disco e foi tirada em sua íntegra do capítulo 24 (Fu) do I-Ching. Ao ocaso da canção, o teclado de Wright desenha uma bela paisagem em que os vocais de Barrett e Waters se circulam como numa canção oriental.

A percussão de Scarecrow é construída à medida que a canção começa e é acompanhado por um teclado infantil. A faixa tem o mesmo ar pueril de The Gnome, mas em vez de falar sobre sua própria geração, prefere discorrer sobre a de seus pais, falando da estática não-criativa que a sociedade os impôs na figura de um espantalho. O clima infantil continua em Bike, em que os principais elementos do Floyd original – pop, efeitos sonoros, letras surreais, solos, vocais intercalados e superpostos – se encontram pela última vez. “Eu conheço um quarto de sons musicais/ Uns rimam, outros tocam/ A maioria deles é mecânica/ Vamos lá fazê-los funcionar”, Barrett encerra o disco cantando sobre o próprio, à medida que saímos do quarto que ele acabou de descrever. Mas sem antes deixar-nos intrigados com uma seqüência de sons inventados no estúdio.

Lançado no dia 5 de agosto de 1967, The Piper at the Gates of Dawn foi, junto com seus contemporâneos (como o primeiro disco dos Doors, o primeiro de Frank Zappa, o primeiro do Velvet Underground, Smiley Smile, dos Beach Boys) ofuscado pelo lançamento de Sgt. Pepper’s, dos Beatles, que é inevitavelmente o disco mais importante deste período. Mas o disco de estréia do Floyd explora o limite entre o pop e a lisergia de uma forma que os Beatles sequer consideravam. Depois do lançamento do disco, Barrett começou a dar sinais que a quantidade de ácido que tomava não estava fazendo bem à sua cabeça e ele teve de ser afastado do grupo, sendo substituído por David Gilmour já no segundo álbum, A Saucerful of Secrets. Mesmo com alguma participação em Saucerful… (como a íntegra de Jugband Blues e participações em Remember a Day, See-saw e Set the Controls for the Heart of the Sun) e outros singles que hoje só encontramos em piratas (Vegetable Man e Apples and Oranges, além do até hoje inédito Scream Thy Last Scream – todos dignos de nota), o legado de Syd Barrett está totalmente concentrado no primeiro disco do Pink Floyd, que depois tornou-se a principal banda do rock progressivo, levando o conceito dos Beatles em Abbey Road (de 1969) às últimas conseqüências. Mesmo em sua errática carreira solo (em que preferia esmurrar o próprio violão a explorar novos horizontes sônicos), Barrett não conseguiu atingir o mesmo vigor e brilho do auge da psicodelia londrina. Nem ele, nem ninguém.

“I need to know this, cause I noticed you’re smiling”

Enquanto você quer ler, eu falo.

VF 15 – Cornelius remixando Avalanches, Calexo com Iron & Wine, Secos e Molhados instrumental, “Miss Alissa”, Primal Scream novo, Pequeña Orquestra Reincidentes, Queen alternativo, Ave Sangria, “Crazy”, Echo Sound System, Arab Strap, single novo da PELVs, Coco Rosie com o Devendra e Roberto Carlos.

– “We Will Rock You (Live at the King Biscuit Flower Hour)” – Queen
– “Take Your Music Away” – PELVs
– “Since I Left You (Cornelius mix)” – Avalanches
– “Crazy” – Gnarls Barkley
– “Brazilian Sun” – Coco Rosie e Devendra Banhard
– “Anoche” – Pequeña Orquestra Reincendentes
– “A History of Lovers” – Calexo e Iron & Wine
– “Country Girl” – Primal Scream
– “Lobo Mau” – Roberto Carlos
– “Miss Alissa” – Eagles of Death Metal
– “Rats” – Sonic Youth
– “Rookie Rock” – Echo Sound System com Funk Buia e General Smiley
– “O Mais Vendido” – Mombojó
– “Hei Man” – Ave Sangria
– “Instrumental (ao vivo)” – Secos e Molhados
– “Pega a Voga Cabeludo” – Os Brasões
– “Phone Me Tomorrow” – Arab Strap

VF 16 – Supercordas, Searchers, Handsome Boy Modelling School, Cassiano solo, psicodelia alemã, música da demo do Cidadão Instigado, Annie, Junior Senior novo e Jerry Lee Lewis nas entrelinhas.

– “Down Yonder” – Del Wood
– “Poeira” – Cidadão Instigado
– “Novo Prazer” – Mombojó
– “Ruradélica” – Supercordas
– “Shummy Poor Clessford Idea in Troody Tarpest Noodles” – Staff Carpenborg and the Electric Corona
– “He He Ho” – Giants
– “Give Me All Your Love” – Jo Hamann
– “Smiley Faces” – Gnarls Barkley
– “Take My Time” – Junior Senior
– “Gimme Your Money” – Annie
– “This Place Called Feeling” – Cassiano Fagundes
– “Metaphysical (feat. Miho Hatori & Mike D)” – Handsome Boy Modeling School
– “Blue Above the Rooftops” – Eugenius
– “Love Potion Number 9? – The Searchers

VF 17 – De novo “Crazy”, Patife Band, Vianna Moog, Portishead, Mingus, Unrest, Brainfreeze, Mundo Livre S/A, Le Tigre remixado pelo Junior Senior, “Lanchinho da Madrugada” e Simonal.

– “Crazy” – Gnarls Barkley
– “Meu Limão, Meu Limoeiro” – Wilson Simonal
– “Virnalisi (Pilgerowsky Mix)” – Vianna Moog
– “Aerodynamic (Daft Club Remix)” – Daft Punk
– “Nanny Nanny Boo Boo (Junior Senior Remix)” – Le Tigre
– “Soy Loco Por Sol” – Mundo Livre S/A
– “Tô Tenso” – Patife Band
– “Lanchinho da Madrugada” – Bonde dos Magrinhos
– “All Mine” – Portishead
– “Yes She is My Skinhead Girl” – Unrest
– “Tears” – Giorgio
– “Quit Jivin’” – Pearly Queen
– “Dance the Slurp” – 7-Eleven
– “Oh Lord Don’t Let They Drop that Atomic Bomb on Me” – Charles Mingus

VF 18 – Especial Dangermouse, Lalo Schiffrin, o finzinho do Dub Side of the Moon, a nova do Rapture, Babau do Pandeiro, hit do Beck, Zé Gonzalez, LCD, 2ManyDJs, Nação tocando Beatles, uma do Garvey’s Ghost, outra do Devendra e mais uma do Gnarls Barkley.

– “Hotel Daniels” – Lalo Schiffrin
– “Tomorrow Never Knows” – Los Sebozos Postiços
– “Institution” – Burning Spear
– “Brain Damage / Eclipse” – Easy Star All-Stars
– “I Feel Just Like a Child” – Devendra Banhard
– “Devil’s Haircut” – Beck
– “Smells Like Booty” – 2 Many DJs
– “A Luta Continua” – Zegon
– “Skunk Juice” – The Pazant Brothers
– “Somos Seis” – Babau do Pandeiro
– “W.A.Y.U.H.” – Rapture
– “Benzie Box (ft. Cee-lo)” – MF Doom & Dangermouse
– “Gone Daddy Gone” – Gnarls Barkley
– “Tribulations” – LCD Soundsystem

VF 19 – Dia das mães, pós-skolbeats, frito, virado e ponhando DJ set com Annie, Playgroup, LCD, Abba, Cansei, Plump DJs e Prodigy.

– “Beat Connection” – LCD Soundsystem
– “Wedding” – Annie
– “Number One” – Playgroup
– “Gimmie Gimmie Gimmie (A Man After Midnight)” – Abba
– “Bezzi (versão gay versus Sweet Dreams)” – Cansei de Ser Sexy
– “When the Funk Hits the Fan / In Stereo” – Plump DJs
– “Poison” – Prodigy
– “Yeah” – LCD Soundsystem
– “Alala” – Cansei de Ser Sexy
– “Out of Space (Techno Underworld Remix)” – Prodigy
– “Chase the Devil” – Max Romeo and the Upsetters
– “House of Jealous Lovers” – Rapture

VF 20 – Chico Buarque cantando rap, Mombojó que não tá em álbum, Jurassic clássico, Amigos Invisibles, Jay Z com Metallica, Gwen Stefani, Wolfmother e Ian Brown.

– “Dimension” – Wolfmother
– “Rich Girl (featuring Eve)” – Gwen Stefani
– “Gold Lion (Diplo Remix)” – Yeah Yeah Yeahs
– “Lions (with Denise)” – Ian Brown
– “Concrete Schoolyard” – Jurassic 5
– “Ode aos Ratos” – Chico Buarque
– “Tabocas” – Instituto & Z’África Brasil
– “Brainfood” – Burning Spear
– “Labundaracha” – Mombojó
– “Easy Your Mind / Isyormain” – Los Amigos Invisibles
– “99 Problems + Sad But True” – DJ Dangermouse

VF 21 – Só música lançada este ano: Primal Scream, Sonic Youth, Mombojó, De Leve, Gnarls Barkley, Os Princesa, Lucas Santtana, Turbo Trio, Nightmares on Wax, George Belasco & O Cão Andaluz, Aphex Twin, Raconteurs, Matisyahu, Digitaldubs, Lupe Fiasco, Marcelo D2, Vanguart, Fatboy Slim, Mayday e o DJ Gorky remixando Black Eyed Peas.

– “Caô Fudido” – De Leve
– “Pink Steam” – Sonic Youth
– “Smiley Faces” – Gnarls Barkley
– “Nitty Gritty” – Primal Scream
– “My Humps (DJ Gorky Mix)” – Black Eyed Peas
– “Vários Rolé” – Digitaldubs com MC Funk
– “Balança” – Turbo Trio
– “King Without a Crown” – Matisyahu
– “Kick, Push” – Lupe Fiasco
– “Pára-Quedas” – Mombojó
– “Steady as She Goes” – Raconteurs
– “Meu Samba é Assim” – Marcelo D2
– “Mondo, Negativo” – George Belasco & O Cão Andaluz
– “O Massacre da Cena Electro (DJ Fromage du C Instrumental Remix)” – Os Princesa
– “Pitcard” – AFX
– “Pudpods” – Nightmares on Wax
– “That Old Pair of Jeans” – Fatboy Slim
– “Semáforo” – Vanguart
– “A Natureza Espera” – Lucas Santtana
– “Groundhog Day” – Mayday featuring Cee-lo

Eu sei que tu não tá ouvindo e quem dá mole não sou eu…

A little bit of mambo

Lembrando do nosso querido e bissemanal VF:

Vida Fodona 12: Air, T-Rex, Vince Guaraldi Trio, Pulp, Sergio Ricardo, Byrds, DJ Assault, Florence Miller, Mulatu Astatke, Lulina, Guab versus Fugazi, Del Rey, Goblin, Snoop Doggy Dogg com Justin Timberlake, Superguidis e Ike & Tina Turner tocando Led.

“Bob Lind” – Pulp
“People in the City” – Air
“Goodies” – Ciara e M.I.A. (Richard X Mix)
“Signs” – Snoop Doggy Dogg, Pharrel e Justin Timberlake
“Todo Mundo Tem Algo a Esconder Exceto Eu e o Meu Macaco” – Superguidis
“As Curvas da Estrada de Santos” – Del Rey
“Snip Snap” – Goblin
“Peanuts Theme Song” – Vince Guaraldi Trio
“Waiting Room (Dub Guab Mix)” – Guab vs. Fugazi
“Everybody’s Been Burned” – Byrds
“Whole Lotta Love” – Ike & Tina Turner
“The Groove I’m In” – Florence Miller
“Yegelle Tezeta”- Mulatu Astatke
“Ghetto Shit” – DJ Assault
“Meu Príncipe” – Lulina
“Emília” – Sérgio Ricardo
“Planet Queen” – T-Rex

Vida Fodona 13: DJ Q-bert, A Tribe Called Quest, Engenheiros do Hawaii, Jess Saes, Lalo Schiffrin, Marianne Faithfull e Sly + Robbie, Cabaret, Sabotage, Eugenius, Jarvis Cocker e Kid Loco, Bugo, Britta Phillips e Dean Wareham, Graforréia Xilarmônica e Franz Ferdinand e Jane Birkin.

“Easter Bunny” – Eugenius
“Preskool Breakmix – Track 01? – DJ Qbert
“Jazz” – A Tribe Called Quest
“Rap é Compromisso” – Sabotage
“Sopa de Letrinhas” – Engenheiros do Hawaii
“Con Il Cuore Nel Culo” – Bugo
“Eu Gostaria de Matar os Dois” – Graforréia Xilarmônica
“Kelly´s Heroes” – Lalo Schiffrin
“Messias Pessoal” – Cabaret
“Miles and Miles Away” – Jess Saes
“I Just Came to Tell you That I’m Going (Je Suis Venu Te Dire Que Je M’en Vais)” – Jarvis Cocker & Kid Loco
“Lola R. For Ever (Lola Rastaquouère)” – Marianne Faithfull & Sly and Robbie
“A Song For Sorry Angel (Sorry Angel)” – Franz Ferdinand & Jane Birkin
“Ginger Snaps” – Britta Phillips & Dean Wareham

Vida Fodona 14: Basement Tapes, Céu cantando Bob Marley, Beatniks, Bonnie “Prince” Billy e Tortoise tocando Milton Nascimento, entrevista com Guilherme Werneck, The Galaxies, Fred Wesley, Easy Dub All-Stars, Jamie Lidell, Narinha, nova do Massive Attack, “No, No, No”, Esquadrão Atari, Os Baobás e Flying Burrito Brothers.

“Yazzo Street Scandal” – Bob Dylan & the Band
“Multiply” – Jamie Lidell
“Blow Your Head” – Fred Wesley
“Corrida de Jangada” – Nara Leão
“Jumbo Elektro” – Esquadrão Atari
“Live with Me” – Massive Attack
“The Great Gig in the Sky” – Easy Star All-Stars
“No, No, No” – Dawn Penn
“Concrete Jungle” – Céu
“Do Right Woman” – Flying Burrito Brothers
“I Love You” – Os Baobás
“Fire” – The Beatniks
“Orange Skies” – The Galaxies
“Cravo & Canela” – Bonnie “Prince” Billy & Tortoise

Um dia vira hábito.

“Burning Bridges” – Pink Floyd

G F D Bb F C G

G F
Bridges burning gladly, merging with the shadows,
D
Flickering between the lines.
Bb F
Stolen moments floating softly on the air,
C G
Born on wings of fire and climbing higher.
Ebmaj7 Dbmaj7
Ancient bonds are breaking, moving on and changing sides.
Ebmaj7 Dbmaj7
Dreaming of a new day, cast aside the other way.
Ab G
Magic visions stirring, kindled by and burning flames rise in her eyes.
Ebmaj7 Dbmaj7
The door that stands ajar, the walls that once were high.
Ebmaj7 Dbmaj7
Beyond the gilded cage, beyond the reach of ties.
Ab
The moment is at hand.
G
She breaks the golden band.

Ebmaj7 Dbmaj7 Ab G

Mais uma sessão de sessões

Novos VF na área, já que tu não assina o RSS…

Vida Fodona 9: Supergrass na movimentação, demo do Flaming Lips, Céu, a namoradinha da crítica de MPB do Brasil, Walverdes brusco, Jesus & Mary Chain tocando Pink Floyd, Def Squad visitando Beastie Boys, Preza na íntegra, a banda de rock do Nego Moçambique, Mutantes clássico, música nova do TFC e set do Camilo Rocha com Jimi Hendrix e INXS.

– “Moving” – Supergrass
– “Body Movin’” – Def Squad vs. Beastie Boys
– “Capitão Presença” – Instituto
– “Jogo de Calçada” – Mutantes
– “It’s All in My Mind” – Teenage Fanclub
– “Assim Sou Eu” – Odair José
– “Seja Mais Certo” – Walverdes
– “Lenda” – Céu
– “Feeling Yourself Disintegrate (Eve Session)” – Flaming Lips
– “A Man is a Man” – Oz
– DJ Set do Camilo Rocha
– “Vegetable Man” – Jesus & Mary Chain

Vida Fodona 10:
Entrevista e dois sons do Bonde do Rolê, Jack Johnson, Digitaldubs inédito com o Mr. Catra, o fim do surfe dos Beach Boys, Bad Folks, Kanye West sampleando Curtis Mayfield, Stretch, Four Tet ao vivo, Asian Dub Foundation + Racionais MCs, demo do Exile on Main Street, Takara, Headhunters e a única música lançada (até agora) do projeto Maquinado, do Lucio Maia.

– “Máquina de Ricota” – Bonde do Rolê
– “Sutura” – Maquinado
– “Good People” – Jack Johnson
– “6? – M. Takara
– “Coyotte Girl Revisited” – Bad Folks
– “She Moves She” (ao vivo) – Four Tet
– “Ventilator Blues (demo)” – Rolling Stones
– “I Remember I Made You Cry” – Headhunters
– “Why Did You Do It” – Stretch
– “Touch the Sky” – Kanye West
– “Dança da Ventoinha” – Bonde do Rolê
– “19 Rebellions” – Asian Dub Foundation e Edy Rock
– “Se Liga Nelas” – Digitaldubs e Mr. Catra
– “Surf’s Up” – Beach Boys

Vida Fodona 11: Músicas novas do Edu K, Chico Correa, D2, Repolho e De Leve, sessão motorik com Can, Stereolab e Wilco, Flaming Lips tocando Radiohead, LCD Soundsystem e Pink Floyd no mesmo clima, Sérgio Mendes no hip hop, Satanique Samba Trio e Jorge Ben clássico.

– “Toda Colorida” – Jorge Ben
– “Never As Tired As When I’m Waking Up” – LCD Soundsystem
– “Burning Bridges” – Pink Floyd
– “Knives Out” – Flaming Lips
– “Mother Sky” – Can
– “Spiders (Kidsmoke)” – Wilco
– “Metronomic Underground” – Stereolab
– “Gueto” – Marcelo D2
– “Samba Da Bênção (Samba Of The Blessing)” – Sergio Mendes e Marcelo D2
– “México” – De Leve
– “Baile Muderno” – Chico Correa & the Electronic Band
– “Teletransputa” – Satanique Samba Trio
– “Gatas” – Edu K
– “Definhando Lentamente ou Emagrecimento Definitivo” – Repolho

Pequenas epifanias à medida em que o ano embica pro fim

Reciclando um post do meio do ano:

– Um poste no final da ladeira do Paraíso
– Catra + Digital Dubs na Casa da Matriz
– Grenade no Milo e abrindo pra Nação em Curitiba
– Sorvete noturno
– Camilo x Nepal duas vezes, no Fosfobox e na Casa da Matriz
– 15 dias em Floripa
– Quatro parafusos a mais
– Jamie Lidell no Tim Festival
– Catra + Dolores, Nego Moçambique + Gerson King Combo no trio elétrico do Skol Beats
– Batman Begins
– Imersão em Rolling Stones (quatro bios, todos os discos oficiais, filmes, outtakes, raridades)
– Paulo Nápoli na Popcorn
– Disco do primeiro semestre: O Método Tufo de Experiências, do Cidadão Instigado
– DJ Rupture no Vegas
– Tarja Preta 4
– Kings of Convenience no Tim Festival
– Disco de Ouro – Acabou Chorare com Lampirônicos, Baby Consuelo, Luiz Melodia, Rômulo Fróes, Elza Soares e Davi Moraes no Sesc Pompéia – catártico
– Wax Poetic e Vitallic numa mansão em Floripa
– Publicar o Cultura Livre no Brasil
– Damo Suzuki e convidados no Hype
– Baladas gastronômicas
– A mixtape do Nuts
– Quinto Andar e Black Alien no falecido Jive
– Disco do segundo semestre: Futura, Nação Zumbi
– Pipodélica na Creperia
– “Capitão Presença” – Instituto
– Curumin, Jumbo Elektro e KL Jay na Casa das Caldeiras
– Úmero de titânio
– Television no Sesc Pompéia
– Violokê no Chose Inn
– Turbo Trio
– Stuart e Wander Wildner no Drakkar
– Rockstar: depois dos GTA, Beaterator
– Lafayette & Os Tremendões no Teatro Odisséia
– Donnie Darko
– Sandman pela Conrad
– Mylo no Skol Beats
– “The Other Hollywood”
– Weezer em Curitiba
– Buenos Aires
– Comprar livros em Buenos Aires
– Disco de Ouro – Da Lama ao Caos com Orquestra Manguefônica no Sesc Pompéia
– Anthony Bourdain
– Instituto + Z’África Brasil no Vivo Open Air
– Animal Man, de Grant Morrison
– Bátima, com direito à entrevista em vídeo
– Segundas-feiras no Grazie a Dio (Cidadão Instigado, Moreno + 2, Junio Barreto, Hurtmold, Wado, Curumin)
– Transformar uma discotecagem num toque de atabaque pós-moderno (as minhas melhores: duas vezes na Maldita, abrindo pros Abimonistas na Revolution da Funhouse, aniversários da Laura e da Fernanda na Vila Inglesa, esquema lo-profile no Adega, duas vezes duelando com o Guab na Rockmixtape e abrindo pro Satanique Samba Trio e pro Diplo no Milo, aniversário da Tereza no Berlin, com o Cris numa festa fechada no Vegas)
– “Promethea” – ufa!
– Paul Auster
– A Fantástica Fábrica de Chocolate, de Tim Burton
– Papo sobre o futuro do jornalismo com o Alex Antunes e o Claudio Julio Tognolli na Abraji
– Oséias e Los Hermanos no Trama Universitário
– O melhor duelo de sabres de luz de todos os tempos
– E.S.S. duas vezes, no Atari e na Funhouse
– Dar a dica pro Diplo tocar Cyndi Lauper no bis do set na choperia do Sesc Pompéia (que, aliás, tá com uma caixa nova que, ela mesma, é uma epifania)
– MP3s dos Sebozos Postiços
– O sábado do II Encontro de Mídia Universitária
– A volta do Pink Floyd clássico e Saucerful of Secrets do Nicholas Schaffner
– Sopa e chá na hora certa
– O novo do Cronenberg
– Sebozos Postiços no Vivo Open Air
– Temporada no Takara no Coisa Fina
– Ju, Ana, Dan, Fab, Tati – uma senhora equipe de trabalho
– DJs residentes: MZK, Bispo, Guab e Miranda
– China e Mombojó no Sesc Pompéia
– “Quanto Vale ou É Por Quilo” – só falta ser mais pop pra sair do cineclube (alguém explica o Michael Moore pro Sérgio Bianchi e ele pára com o pessimismo “já era”)
– Labo e SOL num Blém Blém quase vazio
– Wilco no Tim Festival
– Ter certeza que nunca tanta música ruim e desinteressante foi produzida na história como hoje – fora do Brasil (inclua o nome que você imaginar nessa lista – do Nine Inch Nails ao Coldplay passando pelo Wolf Eyes e Teenage Fanclub, ou Weezer e Sleater-Kinney). Só o Jack Johnson e o Franz Ferdinand salvam
– Aqui dentro, por outro lado, é outra história
– Jazzanova no Ampgalaxy
Piratão, do Quinto Andar
– Walverdes no Rose Bon Bon
Milo Garage
– Pipodélica e Zémaria no Avenida
– “Feel Good Inc.”, colosso
– It Coul Have Been So Much Better – Franz Ferdinand
– Jurassic 5 em duas noites em Santo André
– Bad Folks abrindo pro Mundo Livre em Curitiba
Sites de MP3 e mixtapes de funk carioca
– De La Soul no Tim Festival
– Mike Relm no Vegas
– “I Feel Just Like a Child”, Devendra Banhart
– Entrevistar o J.G. Ballard por fax
– Mercury Rev, perfeito, em Curitiba
– Sessão privada do Sou Feia Mas Tou na Moda com a Laura, a Denise, o Bruno, o Boffa, o Diplo e a Mia
– O livro do Sílvio Essinger
– Sonic Youth no Claro Q É Rock de São Paulo
– Chopinho vespertino numa Curitiba belga
– Acompanhar as turnês do Mundo Livre S/A e da Nação Zumbi pelo sul do Brasil
– Superguidis ao vivo
“Galang”
– Abajur pra sala no quarto
– “Music is My Hot Hot Sex” – Cansei de Ser Sexy
– As voltas do Akira S e do DeFalla
– Gravação do DVD do Otto
– Chaka Hot Nightz
– A volta da Bizz (muito istaile)
– R2D2 do Burguer King
– “Nada melhor do que não fazer nada…”, Rita Lee, mesmo que só em canção, realmente sabe das coisas
– Cuba! – e com a Laura…

“Jugband Blues” – Pink Floyd

Tou em altas fase Syd Barrett, não repara…

C Am
It’s awfully considerate of you to think of me here
C Am C
And I’m almost obliged to you for making it clear that I’m not here
Am C
And I never knew the moon could be so big
Am C
And I never knew the moon could be so blue
Am C
And I’m grateful that you threw away my old shoes
F G A
And brought me here instead dressed in red
Bm F#m Bm F#m
And I’m wondering who could be writing this song

G D A D
I don’t care if the sun don’t shine
G D A D
And I don’t care if nothing is mine
Fm A
And I don’t care if I’m nervous with you
Fm A
I’ll do my loving in the Winter

G D A D (X4)

G D
La, La, La, La La, La, La, La
A D —-> (x4)
La, La, La, La La, La, La, La

N.C.
La, La, La, La… (Glissando from D to Fdim: 1 2 1 x x x)

Coda: Am C

Am Am
And the sea isn’t green
C Am
And I love the queen
C Am
And what exactly is a dream?
C A
And what exactly is a joke?

“Lucifer Sam” – Pink Floyd

F#m G
Lucifer Sam, siam cat.
B
Always sitting by your side
E
Always by your side.
C G D
That cat’s something I can’t explain.

F#m G
Jennifer Gentle, you’re a witch.
B
You’re the left side
He’s the right side.
E
Oh, no!
C G D
That cat’s something I can’t explain.

F#m G
Lucifer go to sea.
B
Be a hip cat, be a ship’s cat.
E
Somewhere, anywhere.
C G D
That cat’s something I can’t explain.

F#m G
At night prowling sifting sand.
B
Hiding around on the ground.
E
He’ll be found when you’re around.
C G D
That cat’s something I can’t explain.

“See Emily Play”- Pink Floyd

G D/F# Am/E N.C.
Emily tries but misunderstands, ah-ooh.
Cmaj7 Am G
She’s often inclined to borrow somebody’s dream till tomorrow.
E
There is no other day.
D E
Let’s try it another way.
D E N.C. A
You’ll lose your mind and play free games for May.
G
See Emily play.

G D/F# Am/E N.C.
Soon after dark Emily cries, ah-ooh.
Cmaj7 Am G
Gazing through trees in sorrow, hardly a sound till tomorrow.
E
There is no other day.
D E
Let’s try it another way.
D E N.C. A
You’ll lose your mind and play free games for May.
G
See Emily play.

G D/F# Am/E N.C.
Put on a gown that touches the ground, ah-ooh.
Cmaj7 Am G
Float on a river forever and ever, Emily.
E
There is no other day.
D E
Let’s try it another way.
D E N.C. A
You’ll lose your mind and play free games for May.
G D
See Emily play.

“Flaming”- Pink Floyd

E D
Alone in the clouds all blue
Bm A Asus4 A Asus2 A
Lying on an eiderdown.
E A
Yippee! You can’t see me
D F E
But I can you.

E D
Lazing in the foggy dew
Bm A Asus4 A Asus2 A
Sitting on a unicorn.
E A
No fair, you can’t hear me
D F E
But I can you.

E D
Watching buttercups cup the light
Bm A Asus4 A Asus2 A
Sleeping on a dandelion.
E A
Too much, I won’t touch you
D F E
But then I might.

E D
Screaming through the starlit sky
Bm A Asus4 A Asus2 A
Travelling by telephone.
E A
Hey ho, here we go
D F E
Ever so high.

E D
Alone in the clouds all blue
Bm A Asus4 A Asus2 A
Lying on an eiderdown.
E A
Yippee! You can’t see me
D F E
But I can you.