Tumblr do dia: Contagem regressiva para o verão 2011/2012

E por falar em Belém do Pará, o calor começa a despontar no horizonte do fim do ano. E como já é tradicional, Fabio “Mumu” Bianchini começou sua contagem regressiva para a chegada do verão deste ano em um tumblr diário:

E achei mágicow o fato do Mumu ter postado o carimbó do Pinduca bem às vésperas de minha ida pro norte:

Ainda mais que terça que vem eu tou chegando em Floripa – pra falar e pra fazer dançar.

Pinduca e o rock de Brasília

O Porão do Rock desse ano também deu motivo para o Pinduca escrever um pouco sobre o estado das coisas no rock de Brasília. Vi lá no Senhor F:

“Cheguei a Brasília em 1989, época em que existia uma verdadeira idolatria em relação às bandas da Capital. Lembro de, em minhas primeiras idas ao shopping Conjunto Nacional com a minha mãe, ver vários estandes com camisas que estampavam o nome de bandas brasilienses à venda. Além disso, era comum ter amigos de escola ou de quadra que tinham bandas, numa proporção bem maior do que em outros estados onde havia morado. O rock era uma espécie de orgulho e hábito locais, principalmente para uma cidade nova como Brasília, que ainda buscava a sua identidade cultural.

Viver minha adolescência aqui me fez adquirir uma “alma brasiliense”. E, de uma hora para outra, me vi fazendo parte dessa turma que produzia rock na capital federal. Para a minha geração, dos anos 90, essa história de ser uma banda brasiliense ainda tinha algum valor e rendia até espaço em jornais de outros estados. De certa forma, o estouro nacional da geração anterior (Plebe, Capital e Legião) fazia brotar uma curiosidade por parte tanto do público e crítica brasilienses quanto de outros estados pelo que estava sendo produzido por aqui.”

Sou desta mesma geração do Pinduca, estudamos juntos no Maristão, quando ele ainda tocava no Cravo Rastafari (ou era só o Txotxa e eu tou confundindo?) e zarpei de Brasília rumo à Campinas na mesma época em que a safra Little Quail, Raimundos, Low Dream, Oz e Maskavo começavam a aparecer pelo então ainda decisivo eixo Rio-São Paulo. Pude assistir como cada uma dessas bandas conseguiu sua brecha de sucesso (vi, por exemplo, os Raimundos abrirem para o DeFalla e para o Ratos de Porão no Gran Circo Lar menos de dois meses de fazer o show no Juntatribo que revelou a banda para a crítica paulistana) para, logo depois, perder – cada uma por seu motivo.

Hoje é fácil localizar essa geração de bandas como a segunda onda do rock de Brasília – na época, nos referiamos como sendo a terceira, pois contava-se uma fase de bandas do final dos anos 80, grupos com nomes bizarros como 5 Generais, Marciano Sodomita e Beta Pictoris, completamente desconhecidos no resto do país, mas que por uma faísca de orgulho local disparada pelo trio Legião-Capital-Plebe eram pequenos ídolos locais – tocavam até no rádio. Dessa segunda safra, engolida pelo tempo, só o Finnis Africae e o Detrito Federal conseguiram alguma exposição fora de Brasília. Pra quem era da cidade, qualquer aparição em programa da Cultura em São Paulo (retransmitida para o DF pela TV Nacional) era motivo para celebração.

Mas a geração dos anos 90, no fim das contas, ensina uma nova lição à cidade – a de que é importante fazer música. As três bandas da cidade que conseguiram colocá-la no mapa nos anos 80 definharam na década seguinte e quase todos largaram a música – o Legião acabou após a morte de Renato e sobreviveu em relançamentos e biografias, o Capital tentou resistir na marra e viu até a transformação de Dinho num MPBista eletrônico (enquanto os irmãos Lemos convocavam o vocalista de uma banda chamada Rúcula para o seu lugar) e a Plebe simplesmente acabou. Já a geração dos anos 90 segue firme na música. Os Raimundos continuam na ativa mesmo que apenas como uma paródia de si mesmos. Os três Little Quail ainda mantém-se no ramo – Gabriel é dono do Autoramas, Bacalhau tocou no Rumbora e hoje toca no Ultraje e Zé Ovo segue roadie de bandas. O ex-Marcelo Bighead do Oz virou o Nego Moçambique e até o Giulliano do Low Dream mantém-se DJ. Foram esses caras – junto com mais algumas outras bandas – que criaram a tal cena descrita por Pinduca em seu blog e que fizeram com que Brasília se tornasse uma das cidades com mais tradição em rock do Brasil. O resto do texto segue falando da importância desta percepção até mesmo para a continuação dessa tradição, uma das poucas de uma cidade que não tem nem 50 anos de vida. Vale muito a leitura (a foto eu peguei de uma entrevista que ele deu ao blog Rock Pará).

On the Run 52: Dancing Cheetah! – Tropicaliente

João Brasil está se despedindo momentaneamente do país que carrega no sobrenome, mas leva a alma tropical na bagagem – e nos deixa com a segunda mixtape da festa Dancing Cheetah, batizada de Tropicaliente. O mix leva o clima da festa que João tem tocado com Pedro Seiler e Chico Dub no Rio. Aproveita e dá uma sacada, que o blog da festa é puxado pra groove latinos, molejos caribenhos, batuques africanos e rebolados de lambada, puxado pelo filtro da dance music, eletrônica ou não.

Dancing Cheetah! – Tropicaliente