Apesar da chuva, do frio e da quinta-feira, tivemos uma edição quente do Inferninho Trabalho Sujo no Picles com duas catarses lideradas por um homem só. A priimeira aconteceu na volta ensandecida de Monch Monch para o Brasil. Depois de uma temporada em Portugal, o frontman endiabrado Lucas Monch reuniu seu bando mais uma vez para tirar a poeira de músicas antigas e mostrar algumas novas que estarão em seu próximo disco, programado para sair ainda este semestre. O furacão elétrico de noise, rock e loucura contou com participações espontâneas, incluindo sax free jazz e gaita (esta tocada por ninguém menos que o tangolo mango Felipe Vaqueiro), e hits instantâneos como “Merda” e “Jeff Bezos Me Paga Um Pão de Queijo”. Como ele mesmo diz: “AAAAAAAAAAAAAAAAAAH!”
Depois foi a vez de Jair Naves fazer sua estreia (!) no Picles e apesar do tom grave e sério que começou sua apresentação (tocando violão), logo logo o cantor e compositor entrou no clima da noite e se jogou pra cima do público, transformando seu show naquela missa catártica e elétrica que quem acompanha sua carreira bem conhece. O público cantava de cor suas letras densas e quilométricas enquanto ele aproveitou para comemorar a inusitada (atrasada e obviamente festejável) prisão de Fernando Collor, pedindo pra que ela abrisse caminho pra que seu xará também chegasse à cadeia. Uma noite e tanto!
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O próximo Inferninho Trabalho Sujo acontece numa quinta-feira, dia 24 de abril, no clássico Picles, quando reunimos dois bardos de gerações diferentes que se entregam para o público em catarses apoteóticas. Abrindo a noite temos o jovem Lucas Monch, que, depois de uma temporada em Portugal, reúne um monte de gente boa para colocar seu projeto solo pela segunda vez no palco do clássico sobrado de Pinheiros. Depois é a vez do mestre Jair Naves trazer suas baladas intensas e rock cru para adensar ainda mais a noite, que vira uma pista de dança logo em seguida, quando eu e a Fran entramos com os hits que transformam a noite em uma pista de dança interminaável. Oa ingressos já estão à venda – e se liga que agilizando essa compra até um dia antes da festa, dá pra deixar seu nome numa lista que permite a entrada de graça antes das 21h. Vamo nessa!
O Picles sempre se supera e para realizar o primeiro show da dupla Sophia Chablau e Felipe Vaqueiro após o lançamento de seu primeiro single, reuniu Luiza Brina e Bruna Lucchesi para apresentar-se antes da dupla, inaugurando uma nova noite e um novo conceito: o AFLITO SP, numa tiração de onda com a versão paulistana do Tranquilo, transformando seu neon motivacional “ouvidos atentos, corações abertos” num slogan que tem mais a ver com o portal interdimensional no coração de Pinheiros – “pernas inquietas, corações disparados”. A primeira edição acontece dia 16, mas pelo jeito vai longe. Coisa fina, daquelas que só o Picles faz pra você. Os ingressos estão à venda neste link.
Mais um Inferninho Trabalho Sujo daqueles, este com a vantagem de trazer duas ótimas bandas em ascensão que nunca haviam pisado no palco do nosso querido Picles. A noite começou com a banda Morro Fuji, diretamente do ABC, mostrando que está em ponto de bala, com canções redondinhas, boa dinâmica entre seus integrantes e uma presença de palco magnética, mostrando-se como mais uma das novas bandas da cena pós-pandêmica que engrossa a sensação de nova geração que vem se firmando, cuja base rock confunde rock clássico com indie rock e o senso melódico conversa tanto com o pop brasileiro dos anos 80 e 90 e a MPB mais elétrica. E avisaram que tem disco programado pra esse ano, vou ficar de olho…
Depois do Morro Fuji foi a vez da ótima Miragem, que já havia tocado em outra edição do Inferninho Trabalho Sujo mas nunca tinha ido ao palco do Picles. E a banda sonhada pela guitar heroine Camilla Loureiro fica mais intensa a cada nova apresentação, desta vez transformando-se em um quinteto graças à efetivação da ex-diretora de clipes da banda Mariana Nogueira como tecladista da banda. Mas o foco e a força da banda expandem a partir de sua principal compositora e guitarrista, multiartista que faz os clipes de animação da banda e trajava uma camiseta com a capa do disco de estreia do grupo lançado no ano passado, Muitos Caminhos Prum Lindo Delírio. O álbum, esse estranho e atrativo alienígena que soa tanto faz o grupo soar como uma banda de rock brasileiro dos anos 80, uma banda prog cabeçuda, um grupo pós-punk e uma banda de rock psicodélico clássica ao mesmo tempo, às vezes na mesma música, torna-se ainda mais pesado e dinâmico ao vivo e os outros três integrantes – o guitarrista Gustavo Esparça, o baixista Rafael Biondo e o baterista de Lucas Soares – fazem o grupo soar à altura – e voar além – dos delírios de sua compositora, que sempre deixa todo mundo de queixo caído quando sola sua guitarra. Mais um showzaço do grupo, deixando tudo a postos pra que eu e Pérola viajássemos na discotecagem, metamorfoseando a pista do Picles em ambientes completamente distintos a cada parte da noite, misturando todo tipo de vibe (latina, dance, psicodélica, roqueira, R&B ou brasileira) no mesmo astral incansável! E semana que vem tem mais Inferninho!
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A próxima edição do @inferninhotrabalhosujo acontece nessa sexta-feira, no lendário Picles, quando convido as bandas Miragem, esta tocando pela segunda vez na festa e comemora o lançamento do clipe “Eterna Distração”, e Morro Fuji, que faz sua estreia no Inferninho ao lançar o single “Cores e Luzes”, para dividir o palco antes de eu começar a discotecar madrugada adentro, desta vez com a comadre Pérola Mathias, que ajuda a esquentar a pista do caótico e amado sobrado no número 1838 da rua Cardeal Arcoverde, em Pinheiros. Os ingressos antecipados podem ser comprados mais baratos aqui.
Guilherme Cobelo e Tagore fizeram uma noite quentíssima na edição desta sexta-feira no Inferninho Trabalho Sujo no Picles, quando trouxeram versões de uma psicodelia brasileira influenciada pela cultura do sertão, cada um à sua maneira. Cobelo trouxe seu Caubói Astral pela primeira vez para São Paulo, acompanhado do guitarrista Jota Dale, do baterista Dinho Lacerda e do baixista André de Sousa, e ainda cantou músicas inéditas, como minhas favoritas “Asa Soul” e “Conversando como Sábado”, esta última dividindo os vocais com sua irmã de Joe Silhueta, Gaivota Naves, que subiu no palco para abrilhantar ainda mais a noite.
Depois foi a vez de Tagore passear por seus discos e invocar a psicodelia nordestina, puxando Alceu Valença e Ave Sangria entre seus vários ídolos musicais em meio às músicas de seus discos clássicos como Movido a Vapor, Maya e o mais recente Barra de Jangada. Ele veio com uma banda azeitadíssima, que contava com seu fiel comparsa João Cavalcanti no baixo, o ás Arthur Dossa na guitarra, o baterista Arquétipo Rafa e o tecladista Gustavo Garoto, e ainda convocou o capixaba André Prando para a celebração de uma noite quente! Showzaço!
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Essa sexta tá pegando fogo no Inferninho Trabalho Sujo, quando recebemos dois bardos da psicodelia brasileira de fora de São Paulo para o palco do Picles. A noite começa com Guilherme Cobelo mostrando seu disco Caubói Astral pela primeira vez na cidade, com a participação da incrível Gaivota Naves. E depois é a vez do mestre pernambucano Tagore trazer seu disco mais recente, Barra de Jangada, pra esquentar ainda mais a noite – e quem aparece no show dele é o capixaba André Prando. Depois dos shows é a vez de eu e a Fran nos encontrarmos mais uma vez para transformar a pista do Picles em nosso clubinho particular – e vocês sabem como ficam as coisas quando a gente põe as pessoas pra dancar! O Picles fica no número 1838 da Cardeal Arcoverde, no coração de Pinheiros, e a casa abre a partir das 20h – os shows começam às 21h30. Vamos?
Inferninho Trabalho Sujo atípico (ao menos para mim) nessa sexta-feira no Picles, a noite serviu para extravasar tensões com a sequência da banda CØMA seguido das minas da Crime Caqui. O primeiro grupo, projeto pós-punk inventado pela baterista Bianca Godói e pelo guitarrista Guilherme Held, está cada vez mais coeso e intenso, com Otto Dardenne solto nos vocais, improvisando sobre letras dadaístas, Joana Bergman e Danilera se entregando nos synths enquanto Rubens Adati segura o groove kraut quase ininterrupto no baixo. Uma apresentação quente de um grupo cada vez mais promissor.
Depois foi a vez da Crime Caqui subir no palco do Picles para mostrar seu groove dreampop que também tem um pezinho no pós-punk embora seja mais suave que agressivo, deixando o público hipnotizado com suas ondas que misturam a doçura psicodélica de guitarras e vocais entrelaçados com o groove hipnótico do orgulho sapatão. As minas mostraram músicas novas e chamaram a Grisa, que já tinha tocado no Inferninho, para participar de uma música e cantar sozinha a faixa-título de seu primeiro álbum (Geografia de Lugar Nenhum), que já existe fisicamente mas ainda não está disponível nas plataformas. Depois foi a vez de reencontrar-me com a Fran e discotecar junto com ela quase um semestre depois da última vez, matando saudades e deixando a poeira mental baixar enquanto a pista enchia de forma quase sempre improvável. Valeu demais!
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Tá com saudades do Picles? Eu tô! E de discotecar com a Fran então? Faz teeeempo… Mato essas saudades neste sábado, dia 24 de janeiro, quando faremos o primeiro Inferninho Trabalho Sujo de 2025 em nossa casa de origem com a participação de duas bandas do coração, as queridas Crime Caqui, que não vejo ao vivo desde antes da pandemia, quando a banda havia acabado de começar, e os novíssimos CØMA, projeto pós-punk do guitarrista Guilherme Held com a baterista Bianca Godói que conta com algumas figurinhas carimbadas da cena underground paulistana na formação. E depois dos dois shows é a vez de discotecar com a Fran aquela mistureba de R&B do começo do século com MPB dos anos 70, rock da década seguinte e música pop dos anos 20 que não deixa ninguém parado! O Picles fica no número 1838 da rua Cardeal Arcoverde, no coração do canteiro de obras conhecido por Pinheiros, e abre as portas a partir das 20h – mas chega cedo que o primeiro show começa às 21h30! Vamos?
Não sei como tá a correria de fim de ano aí do seu lado, mas por aqui nunca vi um dezembro tão intenso, seguido da sensação de que o fim do ano começou em agosto (!), e essa insanidade de tempo, trânsito e tensão me fez perder o show da Bufo Borealis, que abriu a última edição do Inferninho Trabalho Sujo do ano em São Paulo, mas felizmente peguei o show da Pelados, fácil fácil minha banda brasileira favorita atualemnte, que aos poucos começa a abrir caminho para o próximo passo em suas carreiras, ao lançar o sucessor do formidável Foi Mal. Vincete Tassara, guitarrista da banda – e tecladista da Bufo, responsável por reunir suas duas bandas naquela noite que era seu próprio festival pessoal, o Viçafest -, já deu a letra que aquele é um dos últimos shows dessa fase e eles colocaram isso em prática nessa quinta mesmo ao tocar todo o disco na íntegra sem abrir espaço para as músicas do disco anterior. Em vez destas o grupo começou a mostrar suas roupas novas, trazendo músicas que estarão em seu segundo disco, que ainda nem têm título: uma com um refrão que fala sobre “as cores da Enel desmancham no papel”, uma bilíngüe e bipolar em que a vocalista Manu Julian canta que perdeu “todo o controle”, se acabando para mostrar que é uma das melhores cantoras de São Paulo hoje, e a terceira, “Modrich”, já conhecida pelos fãs dos shows que têm feito. E tão legal quanto ver a banda cada vez mais entrosada (é empolgante perceber a química entre os primos Manu e Vicente, o baterista Theo Ceccato esmurrando seu instrumento como um stooge, a baixista Helena Cruz quase uma Tina Weymouth abrasileirada entre o groove do samba-jazz e linhas angulosas pós-punk e Lauiz soltando ondas sintéticas enquanto faz piadas infames com um sorriso onipresente no rosto) é assistir ao público complementar a apresentação, berrando refrões, se acabando de dançar, abrindo rodas de pogo e gritando o nome da banda em uníssono. A noite terminou com uma versão Sonic Youth sem freio de uma das minhas músicas brasileiras preferidas da década, o épico indie “Yo La Tengo na Casa do Mancha”, que a banda esticou por mais de dez minutos de improv noise. Depois eu e Bamboloki seguimos o clima indie hits da noite misturando Charli XCX com Beck, aquela versão de “Voyage Voyage” em espanhol, mixando “Smalltown Boy” com “I Feel Love” e os nove minutos de “Marquee Moon” do Television, mantendo a pista cheia o tempo todo. E isso numa quinta-feira! Foi o último do ano em São Paulo (tenho novidades ainda sobre 2024 semana que vem) e o próximo acontece no dia 24 de janeiro, por isso já marca aí na agenda, porque em 2025 o Inferninho vai queimar ainda mais!