Essa sexta tá pegando fogo no Inferninho Trabalho Sujo, quando recebemos dois bardos da psicodelia brasileira de fora de São Paulo para o palco do Picles. A noite começa com Guilherme Cobelo mostrando seu disco Caubói Astral pela primeira vez na cidade, com a participação da incrível Gaivota Naves. E depois é a vez do mestre pernambucano Tagore trazer seu disco mais recente, Barra de Jangada, pra esquentar ainda mais a noite – e quem aparece no show dele é o capixaba André Prando. Depois dos shows é a vez de eu e a Fran nos encontrarmos mais uma vez para transformar a pista do Picles em nosso clubinho particular – e vocês sabem como ficam as coisas quando a gente põe as pessoas pra dancar! O Picles fica no número 1838 da Cardeal Arcoverde, no coração de Pinheiros, e a casa abre a partir das 20h – os shows começam às 21h30. Vamos?
Inferninho Trabalho Sujo atípico (ao menos para mim) nessa sexta-feira no Picles, a noite serviu para extravasar tensões com a sequência da banda CØMA seguido das minas da Crime Caqui. O primeiro grupo, projeto pós-punk inventado pela baterista Bianca Godói e pelo guitarrista Guilherme Held, está cada vez mais coeso e intenso, com Otto Dardenne solto nos vocais, improvisando sobre letras dadaístas, Joana Bergman e Danilera se entregando nos synths enquanto Rubens Adati segura o groove kraut quase ininterrupto no baixo. Uma apresentação quente de um grupo cada vez mais promissor.
Depois foi a vez da Crime Caqui subir no palco do Picles para mostrar seu groove dreampop que também tem um pezinho no pós-punk embora seja mais suave que agressivo, deixando o público hipnotizado com suas ondas que misturam a doçura psicodélica de guitarras e vocais entrelaçados com o groove hipnótico do orgulho sapatão. As minas mostraram músicas novas e chamaram a Grisa, que já tinha tocado no Inferninho, para participar de uma música e cantar sozinha a faixa-título de seu primeiro álbum (Geografia de Lugar Nenhum), que já existe fisicamente mas ainda não está disponível nas plataformas. Depois foi a vez de reencontrar-me com a Fran e discotecar junto com ela quase um semestre depois da última vez, matando saudades e deixando a poeira mental baixar enquanto a pista enchia de forma quase sempre improvável. Valeu demais!
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Tá com saudades do Picles? Eu tô! E de discotecar com a Fran então? Faz teeeempo… Mato essas saudades neste sábado, dia 24 de janeiro, quando faremos o primeiro Inferninho Trabalho Sujo de 2025 em nossa casa de origem com a participação de duas bandas do coração, as queridas Crime Caqui, que não vejo ao vivo desde antes da pandemia, quando a banda havia acabado de começar, e os novíssimos CØMA, projeto pós-punk do guitarrista Guilherme Held com a baterista Bianca Godói que conta com algumas figurinhas carimbadas da cena underground paulistana na formação. E depois dos dois shows é a vez de discotecar com a Fran aquela mistureba de R&B do começo do século com MPB dos anos 70, rock da década seguinte e música pop dos anos 20 que não deixa ninguém parado! O Picles fica no número 1838 da rua Cardeal Arcoverde, no coração do canteiro de obras conhecido por Pinheiros, e abre as portas a partir das 20h – mas chega cedo que o primeiro show começa às 21h30! Vamos?
Não sei como tá a correria de fim de ano aí do seu lado, mas por aqui nunca vi um dezembro tão intenso, seguido da sensação de que o fim do ano começou em agosto (!), e essa insanidade de tempo, trânsito e tensão me fez perder o show da Bufo Borealis, que abriu a última edição do Inferninho Trabalho Sujo do ano em São Paulo, mas felizmente peguei o show da Pelados, fácil fácil minha banda brasileira favorita atualemnte, que aos poucos começa a abrir caminho para o próximo passo em suas carreiras, ao lançar o sucessor do formidável Foi Mal. Vincete Tassara, guitarrista da banda – e tecladista da Bufo, responsável por reunir suas duas bandas naquela noite que era seu próprio festival pessoal, o Viçafest -, já deu a letra que aquele é um dos últimos shows dessa fase e eles colocaram isso em prática nessa quinta mesmo ao tocar todo o disco na íntegra sem abrir espaço para as músicas do disco anterior. Em vez destas o grupo começou a mostrar suas roupas novas, trazendo músicas que estarão em seu segundo disco, que ainda nem têm título: uma com um refrão que fala sobre “as cores da Enel desmancham no papel”, uma bilíngüe e bipolar em que a vocalista Manu Julian canta que perdeu “todo o controle”, se acabando para mostrar que é uma das melhores cantoras de São Paulo hoje, e a terceira, “Modrich”, já conhecida pelos fãs dos shows que têm feito. E tão legal quanto ver a banda cada vez mais entrosada (é empolgante perceber a química entre os primos Manu e Vicente, o baterista Theo Ceccato esmurrando seu instrumento como um stooge, a baixista Helena Cruz quase uma Tina Weymouth abrasileirada entre o groove do samba-jazz e linhas angulosas pós-punk e Lauiz soltando ondas sintéticas enquanto faz piadas infames com um sorriso onipresente no rosto) é assistir ao público complementar a apresentação, berrando refrões, se acabando de dançar, abrindo rodas de pogo e gritando o nome da banda em uníssono. A noite terminou com uma versão Sonic Youth sem freio de uma das minhas músicas brasileiras preferidas da década, o épico indie “Yo La Tengo na Casa do Mancha”, que a banda esticou por mais de dez minutos de improv noise. Depois eu e Bamboloki seguimos o clima indie hits da noite misturando Charli XCX com Beck, aquela versão de “Voyage Voyage” em espanhol, mixando “Smalltown Boy” com “I Feel Love” e os nove minutos de “Marquee Moon” do Television, mantendo a pista cheia o tempo todo. E isso numa quinta-feira! Foi o último do ano em São Paulo (tenho novidades ainda sobre 2024 semana que vem) e o próximo acontece no dia 24 de janeiro, por isso já marca aí na agenda, porque em 2025 o Inferninho vai queimar ainda mais!
E vamos encerrar mais um ano de Inferninho Trabalho Sujo nessa quinta-feira, quando retorno ao bom e velho Picles para receber duas bandas queridas que teriam se apresentado no mês passado caso a prefeitura de São Paulo não estivesse disposta a sabotar a própria população. Em um dos dias de blecaute que a cidade viveu recentemente, Bufo Borealis e Pelados se apresentariam no intenso sobrado no coração de Pinheiros no que seria a primeira edição do Viçafest, pois ambos grupos contam com Vicente Tassara na formação, que aproveitava a ocasião para coemmorar seu aniversário. Mas mesmo que a prefeitura e a Enel tenham lutado contra o Viçafest acontece nesta quinta-feira, dentro do Inferninho Trabalho Sujo e o melhor é que se você chegar antes das 22h não paga para entrar (só tem que retirar seu ingresso online antes neste link). O Picles fica no número 1838 da Cardeal Arcoverde e depois dos dois shows assumo a pista com a minha cúmplice caótica Bamboloki para nos despedirmos de 2024 em grande estilo. Vamos?
Inferninho Trabalho Sujo especial nesta sexta-feira no Picles, quando o Varanda pode mostrar as músicas de seu disco de estreia pela primeira vez no mesmo palco que trouxe a banda mineira pela primeira vez a São Paulo, sentindo-se em casa na festa que faço desde o ano passado ao mesmo tempo em que sente-se consolidando a primeira fase de sua carreira. “Aqui que a gente nasceu pra vocês”, disse a vocalista Amélia do Carmo. Antes do show do grupo, que fechou a primeira parte da festa, foi a vez da paulistana Lotzse mostrar seu recém-lançado Excelentes Exceções, em que, acompanhada por uma banda pesadíssima (formada pelo guitarrista Victor Kroner, o tecladista Christian Sayeg, o baixista Rafael Nilles e o baterista Davi Gomes), pode soltar sua voz em suas canções pop com um groove entre equilibrado entre o funk, o jazz e o rock, abrindo espaço para versões de músicas alheias, como “Maria Maria” (de Milton Nascimento, que sublinha o tema principal do álbum, que é a relação não-romântica entre mulheres), “Azul Moderno (de Luiza Lian) e “Murder on the Dancefloor” (de Sophie Ellis-Bextor), que entrou no bis.
A abertura deixou o público do Inferninho Trabalho Sujo em ponto de bala para que o Varanda fizesse o Picles pegasse fogo. A festa foi o ponto de partida da banda mineira em sua carreira paulistana, cuja fase inicial culminou com o show de lançamento de seu álbum de estreia, Beirada, que aconteceu há dois meses no Sesc Vila Mariana. E agora encerram seu 2024 com um show redondinho, tanto com a química entre os músicos cada vez mais precisa: o baterista Bernardo Merhy e o baixista Augusto Vargas segurando a base firme o guitarrista Mario Lorenzi e a vocalista Amélia do Carmo se soltarem sem medo da queda, Amélia em alguns casos quase literalmente, se pendurando nas paredes do Picles e se jogando no meio da pequena multidão que cantava as músicas da banda. É muito bom ver o quanto os quatro evoluíram no último ano, ganhando confiança entre si e para com o público enquanto levam suas canções para um outro patamar no palco, como acontece com as melhores bandas. E é impressionante como isso se materializa especialmente em Amélia, cada vez mais segura de sua performance, de seu canto e de seu carisma, hipnotizando a audiência como uma bruxa sedutora, transformando cada canção num passe de mágica. A banda ainda chamou a amiga Manu Julian para dividir os vocais de “Cê Mexe Comigo” que a vocalista dos Pelados canta no disco, ajudando ainda mais a temperar este que foi o melhor show da banda que vi. Depois eu e Bamboloki assumimos o comando da madrugada – se é que dá pra dizer que houve algum comando naquele desfile desenfreado de hits de todas as épocas que concluímos com nossa a música que iniciou nossa relação, “Clara Crocodilo”, faixa-símbolo de um de nossos faróis estéticos, o mestre Arrigo Barnabé. Que noite!
Vamos pro Picles! Sexta-feira tem mais Inferninho Trabalho Sujo, desta vez na casa que viu a festa nascer com duas atrações daquelas: quem abre a noite é a novata Lotsze, que acaba de lançar seu disco de estreia, Excelentes Exceções e prepara o terreno para uma banda veterana de Inferninho, os mineiros do Varanda, que tocam seu recém-lançado disco de estreia, Beirada, pela primeira vez no Inferninho. E a noite termina comigo comandando a pista ao lado da minha comissária da loucura Bamboloki, que me ajuda a incendiar a pista do Picles, que fica no número 1838 da rua Cardeal Arcoverde, no coração de Pinheiros! Vamos?
Nós vamos invadir sua praia! O Picles acaba de anunciar sua primeira incursão para fora de São Paulo e o foco inicial é o Rio de Janeiro, quando promovem, entre os dias 5 e 9 de dezembro um festival itinerante passando pro quatro diferentes casas de show do balneário fluminense. Dia 5 eles levam O Grilo e Chorões da Pisadinha para o Agyto, no dia seguinte Anelis Assumpção, BNegão e Tulipa Ruiz tocam no Sacadura 154, no sábado tem Esteban Tavares, Jonas Sá e Julia Mestre no Galpão Ladeira das Artes e encerram a invasão dia 8 com shows de Rafael Castro e Silvia Machete, além de DJ set de Alice Caymmi no MotoCerva. Os ingressos já estão à venda e tem mais informações no Instagram que eles criaram pra divulgar a nova fase. Mas será que eles teriam coragem de abrir um Picles no Rio?
Uma sexta-feira com um coração imenso: assim foi a edição de outubro do Inferninho Trabalho Sujo no Picles. A noite começou com a usina de força que é a banda Tietê. Ancorada no reggae, o novíssimo septeto paulistano tempera sua mistura de ritmos com funk, soul, grooves latinos e música brasileira e a energia que transborda no palco inevitavelmente contagia o público. Atiçados pelo carisma inacreditável da vocalista e saxofonista Dodô, os integrantes da banda trocam de instrumentos enquanto passeiam por diferentes vibes, sempre carregando a expectativa do público junto, seja nos momentos mais introspectivos ou na fritação completa. E eles estão só começando: acabaram de gravar o segundo disco (no estúdio Abbey Road, em Londres, olha só) e o repertório da noite ficou por conta destas músicas ainda inéditas, que deverão vir a público apenas em 2025.
A banda deixou o o caminho pronto para a estonteante Soledad enfeitiçar o público com o repertório de seu novo trabalho, chamado de Desterros, que misturas suas composições às da geração clássica do cancioneiro cearense, como Fagner, Fausto Nilo, Ednardo (revisto em uma versão apaixonante para “Beira Mar”), Rodger Rogério, entre outros. Seu terreiro é encantado com a ajuda de bruxos da música, com Davi Serrano e Allen Alencar revezando-se entre o baixo e a guitarra, Xavier e Clayton Martins trocando lugares entre a bateria e a percussão (acústica e eletrônica), enquanto Paola Lappicy serpenteava pelos teclados e sintetizadores. E entre estes hinos, ela ainda contou com as participações de Julia Valiengo (com quem dividiu “Santo ou Demônio”, de Fagner) e de Fernando Catatau, que ainda puxou duas músicas próprias, “Completamente Apaixonado” de seu primeiro disco solo e a clássica “Homem Velho” do grupo Cidadão Instigado. No centro de tudo, a voz e a o corpo de Sol, completamente entregues à emoção e à música, hipnotizava o público, que embarcava naquela viagem intensa de sentimentos e sons. Quando eu e a Bamboloki assumimos o som depois de seu show – e fomos de dance music a rock clássico, passando por clássicos da disco music, do funk e aquela mistura de summer eletrohits com o disco novo da Charli. E depois eu contei pra Bam o que o público que não estava na pista tinha mais… Que noite!
Tá sentindo falta do Inferninho Trabalho Sujo? Pois cá estamos nessa sexta-feira mais uma vez no Picles, quando recebo pela primeira vez a promissora banda Tietê e a maga cearense Soledad num show que ainda contará com participações de Fernando Catatau e Júlia Valiengo. Depois dos shows, meia-noite em diante, esquento a pista ao lado da minha fiel escudeira ícone do desvario Bamboloki e já decidimos de antemão que vamos pesar pra eletrônica, ela quer Justice e eu quero Charli. O Picles fica no número 1838 da rua Cardeal Arcoverde, no coração de Pinheiros, e quem chegar antes das 21h paga mais barato. Vamos?