Pélico começou sua temporada Cá com os Meus Botões nesta segunda-feira no Centro da Terra voltando em momentos distintos de seu repertório revistos de forma direta e reta, deixando a força de suas canções de amor soar para além de arranjos meticulosos, silêncios de câmara e várias participações, como pedem seus registros fonográficos. Ao lado de Pedro Regada, que revezou-se entre os teclados e o piano, ele preferiu mostrar suas canções cruas, fossem acompanhadas por seu violão ou conduzidas apenas por sua voz. E assim passou por diferentes momentos de seus três discos mais recentes – Que Isso Fique Entre Nós, de 2011 (representado por “Não Éramos Tão Assim”, “Não Vou Te Deixar, Por Enquanto”, “Sem Medida” e pela faixa-título); Euforia, de 2015 (que também veio com sua faixa-título e “Olha Só”) e por seu disco mais recente, Quem Me Viu, Quem me Vê, de 2019 (que veio com “Machucado”, que abriu o show, “Nosso Amor” e “Amanheci”) -, além de visitar duas pérolas alheias, “Espelhos d’Água” de Dalto que ficou famosa com Patrícia Marx, e “O Que Me Importa” que Cury Heluy fez pra Wanderlea, mas que foi gravado depois por Tim Maia, Ira! e Marisa Monte. Em todas as canções, a intensidade de sua voz reforçava a força das letras e das melodias, que se integravam perfeitamente quando o piano se misturava ao violão, como fizeram na última canção da noite, ao visitar mais uma do disco de 2011, “Recado”. Foi bem bonito.
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E com prazer recebemos durante as segundas-feiras de outubro o grande cantor e compositor Pélico, que depois de uma temporada no exterior, começa a preparar sua volta aos palcos e aos discos, lentamente preparando um próximo álbun à medida em que volta a sentir a pulsação do momento. E ao propor a temporada Cá com Meus Botões, ele volta-se para si mesmo, como o título deixa claro, para, a cada segunda-feira, visitar um trecho de sua carreira com diferentes formações. Na primeira segunda, dia 7, ele vem acompanhado do tecladista Pedro Regada, para depois, no dia 14, visitar um repertório de canções que canta em casa acompanhado do violão de Kaneo Ramos: violão. No dia 21 ele vem escudado pelo compadre Regis Damasceno, que toca guitarra, violão e o acompanha nos vocais, e do cello tocado por Thiago Faria, para revisitar velhas canções nesta nova formação. E encerra a temporada no dia 28, acompanhado de sua atual banda (formada por Regis Damasceno, Pedro Regada, Jesus Sanchez no baixo e Richard Ribeiro na bateria), quando começa a mostrar sua produção atual. Os espetáculos começam pontualmente sempre às 20h e os ingressos estão à venda na bilheteria e no site do Centro da Terra.
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O ano está chegando ao fim e outubro já começa na semana que vem, quando trazemos uma série de novidades e experimentos musicais no palco do Centro da Terra. Quem toma conta das segundas-feiras é o cantor e compositor Pélico, que apresenta a temporada Cá com Meus Botões, em que começa a mostrar o que será seu próximo disco ao mesmo tempo em que volta ao passado para rever suas composições anteriores à luz deste novo momento, sempre com diferentes convidados a cada nova apresentação. A primeira terça-feira do mês, dia 1°, ficou com Fernando Catatau, que convidou sua companheira Isadora Stevani, que reúnem música e imagem no que chamam de “um encontro a partir do não-existente” no espetáculo chamado de Outra Dimensão. Na terça seguinte, dia 8, dois nomes do hardcore paulistano – a cantora Carox (das bandas Carox e Miami Tiger) e e o guitarrista Flávio Particelli (das bandas Fullheart, Falante e Anônimos Anônimos) – reúnem-se para apresentar o primeiro show de seu novo projeto, a dupla folk A Ride for Two, que apresenta o espetáculo intimista Hey Life com outros músicos convidados. Dia 15 é a vez da mineira Julia Guedes apresentar seu primeiro show solo em São Paulo, quando mostra Vermelho e Sem Nome acompanhada da banda Terceira Margem. Na terça-feira dia 22 é a vez de Bianca Godoi, Guilherme Held, Otto Dardenne, Joana Bergman e Rubens Adati mostrarem, pela primeira vez, o projeto pós-punk recém-criado que chamaram de CØMA. E a programação de outubro termina com a primeira apresentação solo no Brasil de Francisca Barreto, que apresentava-se como Chica quando tocava ao lado de Nina Maia, mas assumiu seu nome de batismo depois que acompanhou o músico Damien Rice em turnês pelos cinco continentes. Ela mostra suas primeiras composições autorais no espetáculo chamado Bico da Proa e vem acompanhado de músicos convidados, entre eles a própria Nina. Lembrando que as apresentações sempre começam pontualmente às 20h e os ingressos já podem ser comprados na bilheteria e no site do Centro da Terra.
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Pélico completa a décima edição da Sexta Trabalho Sujo, mostrando seu novo show no palco do Estúdio Bixiga nesta sexta-feira, 24 de janeiro. A noite gira em torno do lançamento de seu quinto álbum, Quem Me Viu, Quem Me Vê, que ele mesmo considera seu disco mais sincero e direto. Produzido por Dudinha e Regis Damasceno, ele marca o amadurecimento de suas composições de forma simples e crua, mas sem perder a capacidade de introspecção e sua veia sentimental, características de seus dez anos de carreira (mais informações aqui).
E aí, como foram de virada de ano, tudo certo? Espero que esteja tudo bem porque aqui está tudo pronto para começarmos o ano – a partir desta sexta-feira, quando retomamos as Sextas Trabalho Sujo no Estúdio Bixiga, sempre às 21h. O primeiro show do mês, no dia 10, é de um rapper dono de um dos melhores discos do ano passado, o ótimo Lógos, do MC paulista Nill (mais informações aqui). Dia 17 é a vez do trumpetista Guizado trazer seu groove psicodélico instrumental para o palco do Estúdio Bixiga – e ele está falando em trazer participações especiais (mais informações aqui). Dia 24 é a vez do grande Pelico, que traz seu ótimo Quem Me Viu Quem Me Vê para São Paulo logo após passar o fim de ano em Portugal, mostrando este mesmo disco (mais informações aqui). E fechamos o primeiro mês de 2020 dia 31, com as meninas do Florcadáver (mais informações aqui). Vamos lá?
“Esse disco é um retrato atual da minha vida, consequentemente a situação do Brasil permeia algumas canções, de forma um pouco mais sutil que o primeiro single, mas tem uma indignação, um desconforto pessoal e coletivo”, me explica o cantor e compositor paulistano Pélico, que lança o clipe de sua “Descaradamente”, dirigido por Bruno Galan e que conta com a participação de Negro Léo nos vocais, em primeira mão no Trabalho Sujo. A primeira canção poderia dar uma ideia de um trabalho mais politizado, ainda mais na situação que passamos hoje no país, mas o disco Quem Me Viu, Quem Me Vê, que será lançado nas plataformas digitais no dia 18 de outubro (e que Pélico antecipa a ordem das faixas, abaixo), aborda outros temas, além do explicitado no primeiro single. A escolha da canção é direta: “Ela representa o que de mais urgente eu preciso dizer”, continua, “estamos num momento muito delicado e perigoso da nossa história. É preciso falar, antes que a gente se arrependa de ter ficado calado.”
“Descaradamente” marca o início de uma nova fase na carreira de Pélico. “Depois de 10 anos trabalhando com o mesmo produtor musical, Jesus Sanchez, resolvi trabalhar com novos produtores, além de boa parte da banda ter mudado também”, conta ele explicando que convocou Régis Damascendo e Dudinha para ajudá-lo a parir o disco. “O Clayton Martin gravou todas as baterias, o André Lima gravou pianos e sintetizadores e o Dudinha gravou alguns baixos. Todos eles nunca tinham gravado comigo. Também tem as participações especiais do Negro Leo e do Teago Oliveira, do Maglore.”
A principal mudança, no entanto, não acontece apenas entre as pessoas com quem Pélico agora trabalha, mas principalmente em relação a método. “Pela primeira vez eu compus boa parte do repertório do disco durante o processo de gravação, escrevia de manhã e à noite levava pro estúdio pro Regis e Dudinha ouvirem e na sequencia levantar a base. Isso deu uma cara pro disco, uma crueza e uma urgência que os outros meus três discos anteriores não tem.”
“Acerto de contas”
“Quem me viu, quem me vê”
“Nosso Amor”
“Não Procurava Ninguém”
“Machucado”
“Descaradamente”
“Nunca Mais”
“Louco por Você”
“Pra te Dizer”
“Amanheci”
O bardo popular Odair José apresenta seu disco mais recente – o pesado Gatos e Ratos – no Cine Joia nesta sexta-feira, com abertura do Pélico, e me ofereceram cinco pares de ingressos para quem quiser assistir ao show. Para concorrer, basta dizer qual sua música favorita do Odair José que até às 19h eu aviso como retirar os ingressos para o show (mais informações sobre o show aqui).
O cantor e compositor paulistano Pélico comemora a nova fase inaugurada com seu ótimo disco Euforia, lançado no ano passado, com a inclusão da versão que fez para “Não Há Cabeça”, de Ângela Ro Rô, na trilha sonora da novela Velho Chico. A música foi gravada para o tributo à cantora lançado há três anos e ressurge agora o aproximando de um público ainda maior e para aproveitar a oportunidade produziu um clipe para a música, lançado com exclusividade aqui no Trabalho Sujo. Conversei com ele sobre esse momento de sua carreira.
Conta a história de como você gravou essa música: você já conhecia a obra da Angela Ro Rô ou foi conhecer por causa do tributo?
Em 2013 o Zé Pedro e o Marcus Preto me convidaram pra participar do Coitadinha Bem Feito, um disco em homenagem à Ro Rô. Eles me deram uma lista de cinco ou seis músicas dela, aí eu escolhi a “Não Há Cabeça”. Lembro que o Preto me sugeriu a “Não Há Cabeça”, disse que ela tinha muito a ver com o meu trabalho, e isso me deu mais certeza com a escolha da música. Eu conhecia bem o Angela Ro Rô de 79 e o Escândalo de 81. Mas, a partir do tributo, eu mergulhei mais fundo na obra dela. Adoro participar de tributos por conta disso também, você acaba mergulhando no universo do artista.
Como a música foi parar na novela? Alguma música sua já teve esse nível de exposição? Como está sendo a reação dos seus fãs e do novo público?
Sinceramente, eu ainda não sei. Eu acredito que foi uma escolha do diretor da novela, Luiz Fernando Carvalho, sei que ele é bem conectado com a “nova geração” da música brasileira. Minha produtora e eu estamos tentando entrar com contato com ele, em breve termos essa resposta. É a primeira vez que tenho essa exposição. É impressionante, toda vez que a música toca na novela, o WhatsApp e as mensagens no Facebook bombam. A reação dos fãs tá rolando muito bem. Agora, se já existe um novo público por conta da música na novela, acho que vamos sentir essa diferença um pouco mais pra frente.
Você acha que a “nova geração da MPB” – que já tem uns dez anos de estrada – finalmente está rompendo a barreira do grande público?
Caramba, é verdade, essa “nova geração” já tem uns 10 anos. Assustei! Então, eu acredito que aos poucos e mesmo sem investimentos milionários a gente tá chegando. Mas sei que ainda falta muito pra gente dividir espaço nas rádios e programas de TV mais populares com artistas do sertanejo, do forró… Onde há muito investimento, grana pesada, saca?
Também acho que não é só grana, entre outras coisas, é uma questão de postura artística também. Um artista que não faz um trabalho muito popular não precisa ter medo ou desconfiança de ser ouvido e consumido pelo grande público.
E como chegar no rádio? É a grande barreira?
Já temos espaço em muitas rádios em todo o Brasil, mas o pulo do gato é a gente conseguir, sem ter que pagar aquela graninha, entrar na programação das rádios mais populares. Eu tenho duas músicas gravadas – uma pelo Toni Ferreira e outra pelo Filipe Catto – que tocam muito nas rádios, e vi de perto a importância, principalmente fora das grandes capitais, de se ter uma música tocando diariamente nessas rádios. Muitas pessoas vão aos meus shows por conta disso, pra ouvir essas músicas, olha que nem são cantadas por mim. Ou seja, as rádios populares ainda são uma grande barreira e precisamos chegar nelas com dignidade.
Você já está trabalhando em um novo disco ou vai seguir 2016 com o trabalho do ano passado?
Esse ano continuo trabalhando o Euforia, acabei de estrear o Dos Nós, um novo show, com repertório dos meus três discos e mais releituras, num formato mais intimista – guitarra, violão, sanfona e piano elétrico. E ando compondo pra outros artistas, um trabalho que amo fazer.
O site do jornalista Marcelo Costa Scream & Yell lança mais um disco-tributo em homenagem a um de seus ídolos, o cantor e compositor Milton Nascimento. A coletânea Mil Tom sai em dois volumes e o primeiro deles reúne nomes como Vanguart, Tono, Letuce, Aláfia, Bruno Souto, Karol Conká e Rashid resgatando pérolas do cancioneiro de Minas Gerais compostas por esse carioca de nascimento. Separei aqui a bucólica versão que a Bárbara Eugênia e o Pélico fizeram pra “Paula e Bebeto”, mas dá pra ouvir e baixar o disco inteiro lá no Scream & Yell.