ANALÓGICODIGITAL apresenta CINCO ANOS DE VENENO

Você sabe como são essas festas do VENENO com o TRABALHO SUJO na TRACKERS: quando você menos espera, pinta um sábado memorável do nada! E a festa de agosto promete ser épica como sempre – pra começar, o trio VENENO SOUNDYSTEM aproveita a oportunidade para festejar seus cinco anos de grooves analógicos sem fronteiras – sejam geográficas, históricas ou galáticas. E o convidado do PEBA TROPIKAL, RONALDO EVANGELISTA e MAURICIO FLEURY é o mestre DJ PAULÃO, com sua coleção impecável de pérolas negras em forma de LP. Na pista digital, o incansável ALEXANDRE MATIAS não comparece pessoalmente pois encontra-se em recuperação – mas suas vibrações se materializam em uma pista que começa com a dupla TAÍS TOTI e ANDRÉ PALUGAN desfilando hits modernos e clássicos dos anos 90, passa pela incendiária volta das AWE MARIAH (HELÔ LUPINACCI + MARI GOUVEIA + LOU FEDERMAN tocam sem a presença de SANTAROSA BARRETO, em temporada nova-iorquina) comandando uma micareta sexy iemanjá e termina com a dupla RAFA SPOLADORE + DANILO CABRAL, entre riffs de guitarra e baixos da pesada. Alguma dúvida de que vá ser histórico? Nenhuma!

VENENO 5 anos + TRABALHO SUJO
No som os DJs: Maurício Fleury, Ronaldo Evangelista, Peba Tropikal, Paulão, Helô Lupinacci, Mari Gouveia, Lou Federman, Rafa Spoladore, Danilo Cabral, Taís Toti e André Palugan. projeções: Várzea Ilustrada.

Trackertower
Rua Dom José de Barros 337, esquina com av. São João
$25 (só entra com nome na lista! baile@venenosoundsystem.com)

Como foi a ANALÓGICODIGITAL com o Don Letts

Mais uma festa histórica na Trackers, desta vez com a presença do mestre Don Letts na discotecagem. As fotos da Bárbara dão uma pequena idéia do que aconteceu naquela quarta-feira mágica, veja abaixo.

 

ANALÓGICODIGITAL apresenta DON LETTS

Sem aviso e sem alarde, porque quando a coisa é séria não é preciso afobação – e eis que aproveitamos mais uma véspera de feriado para transformar uma noite de quarta em um evento incrível, daqueles de ficar com as pernas bambas de tanto dançar e com a cara dolorida de tanto sorrir. E essa ANALÓGICODIGITAL JUNINA promete: do lado Analógico, o trio Veneno (Ronaldo Evangelista + Maurício Fleury + Peba Tropikal) recebe o patrão do Baile Tropical, Patrick Tor4, para esquentar o caldeirão de grooves interplanetários de vitrolas que seduzem a pista aos giros. Do lado digital, o senhor Trabalho Sujo, Alexandre Matias, comanda os trabalhos escrachadamente pop chamando primeira a dupla Fer Cardoso e Tati K, donas da já clássica festa Brasa, tocando só música brasileira pra começar bem a noite. Depois é a vez de outra dupla, a Selvagem do Trepanado e Millos Kaiser, entortar de vez cérebros e quadris com uma mistura naturalíssima de épocas e gêneros díspares. E para encerrar, ninguém menos que a lenda-viva DON LETTS fecha a pistinha azul com muitos grooves afro-jamaicanos. E se você já está habituado com o caráter transcedental das madrugadas naquele andar do outro mundo, prepare-se para entrar no próximo nível!

Quarta, 6 de junho de 2012, 0h
ANALÓGICODIGITAL apresenta DON LETTS
VENENO SOUNDSYSTEM + TRABALHO SUJO
No som: Alexandre Matias, Fernanda Cardoso, Tatiana K., Trepanado, Millos Kaiser, Mauricio Fleury, Peba Tropikal, Ronaldo Evangelista e Patrick Tor4.
Trackertower
Rua Dom José de Barros 337, esquina com av. São João
$25 (lista: baile@venenosoundsystem.com)

ANALÓGICODIGITAL na MADRUGADA DA PAIXÃO

Só quem foi na MADRUGADA DA PAIXÃO – também conhecida como a quinta edição da melhor festa de São Paulo, a ANALÓGICODIGITAL – tem noção do que foram aquelas horas. Ou não… Olha as fotos do Leandro Furini aí embaixo:

 

Trabalho Sujo + Veneno: A melhor festa do mundo?

Só quem já foi numa festas dessas tem noção do estrago. As fotos do Ariel dão uma boa medida (dá pra ver tanto no I Hate Flash quanto no Facebook, curte lá)…

Vinteonze: É rádio!

Peba Tropikal e Maurício Fleury, os 2/3 do Veneno Soundsystem que nunca estão presentes no Vinteonze, baixam nos estúdios Casa Sonora em celebração à primeira quinta-feira que faremos juntos no Alley, com a festa Analógico/Digital (já confirmou sua presença no Feice?). E aproveitamos a vinda dos dois para falar sobre o momento cultural que São Paulo está atravessando hoje – abrindo todos os hyperlinks mentais que um devaneio desses pode permitir -, ao som do disco da Budos Band do ano passado, III.


Ronaldo Evangelista & Alexandre Matias + Maurício Fleury + Peba Tropical – “Vinteonze #0011“ (MP3)

Alguém anotou a placa da festa de 15 anos do Trabalho Sujo?

A morte do carão é um nicho


Na funça, Instagram do Pedreira

“Cadê tu, mano?”, Maurício me ligou quando estava descendo a Consolação rumo ao centro. “Calma, tou chegando, já tem gente?”, era meia-noite quando ele havia me ligado, exatamente a hora em que as portas da Tracktower se abriam para a festa de 15 anos do Trabalho Sujo. “Ainda estão chegando, mas vem logo!”. Estava indo. Sem pressa. A lista de convidados já estava batendo o milhar e meio e eu já havia avisado aos próximos: chegue cedo para não pegar fila. E ao passar pela São João, avistei a portinhola que dava acesso à festa, constatando feliz que não havia fila ainda.


Carol e Jana na escada espiral, foto da Ilana

Que nada. A fila começava exatamente logo que se passava pela porta rumo ao prédio e serpenteava pelos vários lances de escada circular até chegar ao andar da Trackers. Passei por ela, cumprimentando uma vastidão de conhecidos e amigos por seus degraus. “Tá todo mundo aí”, pensei, ao mesmo tempo em que começava a perceber que a noite desequlibraria. Quem trabalha na noite consegue perceber, ainda nos primeiros minutos, se o clima vai engatar ou não. E bastou atravessar a porta para dentro do andar em que a festa aconteceu para ter a certeza disso. Recuso-me a tentar descrever o local fisicamente – suas paredes grafitadas e luzes coloridas perdem todo o impacto e magia ao morrer nas palavras.


Hipster in natura, foto da Fer

Cheguei, cruzei o Maurício, “cadê o Ronaldo?”, que ainda não havia chegado (e a fama de atrasado é minha, tudo bem, lido com ela), e comecei a circular pelo lugar em busca da segunda pista. No caminho, num lounge com uma banheira e um cadeirão, encontro Jana, Carol e Ilana tirando fotos sob as luzes coloridas do apartamento. As três atentaram ao meu anúncio e chegaram cedo demais, antes da casa abrir, mas estavam maravilhadas com a casa ao mesmo tempo em que ansiosas em relação ao início da festa.


Like a boss, foto da Ilana (enquadra pra mim? :P)

Jana pede pra tirar uma foto minha na banheira, digo que está cedo e sento no cadeirão para a câmera de seu celular. No cômodo ao lado, o Peba começa a movimentar corpos ao som de grooves dos anos 70. Uma pequena fila se forma no caixa, os fumantes dominam a varanda, as pessoas começam a circular.


Ilana na banheira, foto da Jana

O dono do local me leva à salinha menor que, ainda vazia, me passava a impressão de caos que eu tanto gosto. A palavra “inferninho” piscou no meu inconsciente, me levando para festas em moquifos no Recife, em casas minúsculas no Rio de Janeiro e em Porto Alegre, no saudoso Susi in Transe aqui em São Paulo, animações coletivas que fugiram do controle da realidade e transformaram todos os envolvidos em um único ser festeiro, sorridente, bêbado feliz, inconsequente e tolerante.


Luz verde, foto da Fer

Tolerância. Eis a palavra-chave da noite. Percebi logo depois que a Dani chegou e começamos a arrumar seu set. Sem o cabo para ligar seu computador, ela se dispôs a discotecar usando apenas o iPod, até que, certa hora, alguém bateu em algum lugar e desligou o som. Já esperava os habituais “êêêêêêê”, “iiiiiih” e”uuuuuuuuuuh” que sempre acompanham estes incidentes, mas em vez disso, só gente conversando. Ninguém gritou “não vai começar, não?” ou “vai djidjêi”. As pessoas que já lotavam a salinha perceberam que estávamos com um problema e esperavam este ser sanado. Quem queria dançar logo foi para a outra pista, mas a grande maioria esperou pacientemente arrumarmos as coisas e a música voltar a ecoar na salinha. Perguntei se ela tava tranquila, ela disse que não, tava “TEMÇA” (e eu li o mç naquele sorriso duro), disse que ia pegar um drink e fumar um cigarro. A pista ainda não tinha legalizado.


Ao fundo, Mr. Mason e Chico Barney combinam alguma, foto minha

Encontro novamente o Maurício na varanda e ele tá com os olhos arregalados. “OLHA A FILA…”, que fazia a curva e deslizava quarteirão afora. Aos poucos começavam a chegar os relatos: meia hora na fila, uma hora na fila, uma hora e meia na fila, fulano acabou de ligar dizendo que desistiu depois de uma hora. Isso sem contar a chuva. Mas quem enfrentava a bendita não levava nem cinco minutos para entrar no clima da festa. As pessoas estavam ali claramente pra se divertir e haviam se encontrado num apartamento do centro que parecia uma dimensão paralela. Aos poucos, casais de todos os tipos começavam a se formar e a multidão lentamente se metamorfoseava em muvuca. Gente saindo pelo ladrão. Mas nenhuma cara feia, sorrisos largos para todos os lados. E um monte gente conhecida, famosos, amigos, famosos-amigos e conhecidos que sabiam a senha para a noite.  Todos se divertindo pacas. “Cê viu que a Alessandra Negrini tá aí?”. Eu só vi o BNegão, cuja presença me lembrou uma noite desse naipe que promovemos em Belém, em 2007, eu discotecando e ele rimando.


A Dani tá escondida atrás do BNegão e, sim, é um cara de toga, foto da Fer

Trago o drink de Dani quando ela me puxa uma relíquia da bolsa, sacudindo CD-Rs com nomes de músicas escritos à mão no envelope de papel branco: “Gente Bonita Clima de Paquera” diziam os títulos dos CDs, gravados para a Gente Bonita em que ela tocou em 2007, que eu comentei outro dia. Mas depois de um início tenso, ela logo estava dominando a pista como bem sabe e o sorriso começou a se soltar. Perguntei quanto tempo ela queria tocar, ela, com algum resquício de ansiedade, disse “meia hora” e eu reclamei que ela havia acabado de começar. Disse que tocaria com ela pra aliviar a tensão, ela topou, mas em menos de dez minutos já estava disparando Neneh Cherry, Technotronic, Madonna e funk carioca como se não houvesse amanhã. Um dos ápices de sua discotecagem foi quando sacou “All That She Wants”, do Ace of Base. A partir daí, as coisas começaram a sair do controle. For good.


Esse cara com a coroa de louros logo tiraria a roupa e ficaria apenas de cueca, pendurado numa janela, foto da Fer

“O que que tá acontecendo?!”, Ronaldo aparece com um sorriso estatelado e olhos pasmos, “que festa é essa, Matias?!”. Saquei meu charuto de Hannibal e ameacei rir “adoro quando um plano dá certo” com o canto da boca, mas estava igualmente pasmo para tentar qualquer reação cínica. As próximas a assumir a pista, Giu e Chebel, já haviam gasto a tensão que fritaram o sábado inteiro com a discotecagem da Dani e ficaram bem à vontade para esculhambar de vez as coisas.


Dani na pista, bem em primeiro plano, foto minha

Que surpresa boa. Quando elas me mandaram o set que eu havia pedido para postar no Sujo, todo cheio de disco music, soul e música brasileira vintage, pensei que podia haver um momento de intersecção com a pista Veneno, grooves que se espalham pelos cômodos na mesma freqüência… mas qual. Apimentadas pelo set da Dani, as duas não seguraram a franga e nos fizeram cantar… “CHORANDO SE FOI” DO KAOMA. E quando a Giu tocou “VOLARE” com os Gypsy Kings? E quando rolou” O Meu Sangue Ferve por Você” do Sidney Magal? Em quase todas essas músicas eu não resistia e abaixava o volume delas no refrão, deixando o povo se esgoelar: “AAAAAAAAAAAAAH! EU TE AMO! AAAAAAAAAAAAAAAAAH EU TE AMO MEU AMOR!” Acho que por volta desse horário todo mundo entrou em alfa ao mesmo tempo e a festa passou a entender todos os sentidos como um só. Visão, audição, tato, paladar e olfato todos à disposição do prazer. Dancinhas, esfregões, gente pendurada no teto, gente tirando a roupa, suor nas paredes, ebulição completa. Eu já falei umas três vezes pra elas, mas não custa repetir: QUE DISCOTECAGEM, meninas.


Que discotecagem… Chorei, foto minha

Depois que Renata e Giuliana saíram (Chebel sairia da festa logo depois, com dor no coração por ter de fazer um frila às 8h da madruga do domingo!), eu e Luciano assumimos a discotecagem e aí eu não lembro de mais nada.


Foto minha

Só uns flashes.


Foto da Fer

Mas geral curtiu.


Foto minha

Só sei que eram oito da manhã quando cheguei em casa. Vai rolar outra? Vai, mas ainda estou me recuperando do que aconteceu neste sábado… Quem mais foi? Mais histórias? E AS FOTOS, CADÊ? Tive que fazer uma rapa nas poucas fotos que tirei, nas da Fer, do Pedreira e da Jana pra ter alguma recordação visual, mas vi muito flash estourando por lá… Alguém mais tirou? E a pista Veneno? Não vi nada…

E na segunda, a Helô lamentava não ter ido por motivos de saúde, depois de ter ouvido relatos de todas as amigas e de cruzar uma galera no jornal que só me cumprimentava com uma risada frouxa que parecia misturar “que festa” com “que ressaca”. “É o fim do carão, Matias!”, ela comemorava enquanto esperávamos o elevador. “Não é o fim do carão, Helô”, respondi, “as pessoas vão continuar tirando onda que são ricas, cultas, esnobes, nobres, bem vestidas, por dentro. Isso ainda vai ser esfregado na cara de todo mundo”. Mas de todo mundo que se dispor a entrar nessa onda errada. Aos que não – gente que foi na festa de sábado -, uma coisa já está clara: o não-carão é um nicho.

Sejam bem-vindos.