Exatamente um mês após a celebração inaugural de 2018, repetimos o experimento festivo ao cubo, multiplicando as possibilidades de excitação e energia positiva ao convocá-los para mais um evento anual, encerrando tradicionalmente os festejos mominos ao transformar o laboratório Trackertower em um baile à fantasia, abrindo caminho para testes estéticos que vão para além da música. E, como de praxe, os célebres pesquisadores e exploradores sonoros Alexandre Matias, Luiz Pattoli e Danilo Cabral reúnem-se em sua egrégora mental dispostos a transformar a última noite do Carnaval em uma cerimônia de expansão de consciência para além da visceralidade carnal típica desta época do ano. Manuseando ondas sonoras para manipular sensações e químicas mentais em fontes de prazer e boas vibrações, os três dominam o auditório azul da torre de concreto em frente ao Largo do Paysandu conclamando todos para a dança. No auditório negro, no mesmo andar, os três recebem velhos cientistas que há muito coordenam experimentos de natureza semelhante, quando parte do coletivo rítmico Veneno Soundsystem entra em ação. Desfalcados do maestro Maurício Fleury, os doutores Ronaldo Evangelista e Peba Tropikal recebem o laureado Ramiro Zwetsch para uma noite de puro delírio melódico, harmonizando sambas e outros embalos de eras passadas. Como de hábito, a única edição do experimento realizado fora do sábado, abre as portas para aqueles que querem soltar seus anjos e demônios em trajes ousados ou recatados, de acordo com suas vontades. Só não esqueça que o passeio rumo ao raiar da quarta-feira de cinzas é voluntário e só pode ser realizado com o envio do nome para o correio eletrônico noitestrabalhosujo@gmail.com até às 20h do dia da realização do evento. Evoé, Carnaval!
Noites Trabalho Sujo @ Trackers
Terça-feira, 13 de fevereiro de 2018
A partir das 23h45
No som: Alexandre Matias, Luiz Pattoli e Danilo Cabral (Noites Trabalho Sujo), Peba Tropikal, Ronaldo Evangelista e Ramiro Zwetsch (Veneno Soundsystem).
Trackers: R. Dom José de Barros, 337, Centro, São Paulo
Entrada: R$ 40, só com nome na lista pelo email noitestrabalhosujo@gmail.com. Aniversariantes da semana não pagam para entrar (avise quando enviar o nome no email, por favor). Os cem primeiros a chegar pagam R$ 25.
O primeiro projeto que bolei no Centro Cultural São Paulo foi o fim de semana Cultura do Vinil, que criei ao lado dos comparsas da Patuá Discos, Paulão, Peba e Ramiro, três dos principais conhecedores desta cultura, ambos velhos companheiros de outros carnavais. Cultura do Vinil reuniu bambas de diferentes eras para tratar deste suporte mágico que felizmente voltou a circular para a maioria das pessoas. A sociedade secreta do disco preto reunia nomes como o mítico Seu Osvaldo (o primeiro DJ do Brasil) e o ás Erick Jay (então vencedor mundial do campeonato DMC e DJ do programa Manos e Minas), passando pelo mestre Arthur Joly, o fera Rodrigo Gorky, o grande Edson Carvalho (da Batuque Discos), DJ Nuts (que dispensa apresentações), o coletivo Vinil é Arte, MZK e Marcio Cecci homenageando o querido Don KB (que havia falecido no início do ano), entre outros. Foi o primeiro projeto que assinei no Centro Cultural São Paulo e que me ajudou a entender que música naquele espaço era muito mais que simplesmente pautar shows ou pensar em sucessos comerciais.
Este sábado o evento Record Store Day completa dez anos e é indiscutível que ele foi crucial para que a indústria fonográfica começasse a ver que o velho vinil – tido como morto para a maioria das pessoas àquela época – poderia ser reencarado como um produto viável, inclusive comercialmente. Um novo interesse pelo formato, temperado com uma forte dose de nostalgia, fez o disco voltar à franca circulação, primeiro como curiosidade, depois como modismo e finalmente como uma das fontes de renda de artistas, tanto jovens quanto veteranos e defuntos.
Mas a renascença do vinil só aconteceu devido a uma resistência analógica que manteve-se firme mesmo quando parecia que o digital ia dominar tudo. Enquanto todos se desfaziam de suas coleções de discos, estes personagens – DJs, técnicos, colecionadores, artistas – guardavam as suas como seu maior tesouro, enquanto criavam uma rede de troca e de interrelações que permitiu que o vinil renascesse pleno. Ele não ressuscitou do nada – e sim de um terreno que nunca deixou de ser alimentado.
São estes os heróis celebrados no evento Cultura do Vinil, que acontece no Centro Cultural São Paulo nos dias 22 e 23 de abril, das 14h até o início da noite. Chamei os caras da Patuá Discos – Paulão, Ramiro e Peba – para me ajudar a criar um evento que falasse da importância cultural do disco, não apenas do ponto de vista mercadológico, e assim reunimos bambas de todas as estirpes para dissecar este objeto cada vez mais clássico. O fim de semana começa com o pioneiro Seu Osvaldo, um dos primeiros DJs do Brasil, contando seus tempos de Orquestra Invisível e ainda tem um debate sobre fuçar discos em sebos, com dois mestres no assunto, Rodrigo Gorky (Fatnotronic) e Edson Carvalho (Batuque Discos); uma aula de limpeza e manutenção de discos, com César Guisser; e outra sobre masterização para vinil, com Arthur Joly. Além disso teremos apresentações de cobras como DJ Nuts, Erick Jay e o braço paulistano do núcleo Vinil é Arte, Formiga e Niggas. O evento será encerrado com uma homenagem ao querido Don KB, que faleceu no mês passado, quando seu irmão, Marcio Cecci, apresenta-se ao lado do grande MZK, recriando o clima das Jive Nights, e apresentando o filho do Don, Enzo Cecci, dando continuidade à linhagem nos toca-discos.
E o melhor: tudo de graça. Chega cedo pra garantir a presença. Abaixo, a programação completa (tem mais informações aqui):
Sábado, 22 de abril
14h: Naquele tempo, com Seu Osvaldo
Seu Osvaldo começou a discotecar em 1958 com sua Orquestra Invisível e é considerado o primeiro DJ do Brasil. Ele conta um pouco de sua experiência e mostra o som que rolava nas festas de sua época.
15h: Nos toca-discos: DJ Nuts
DJ Nuts é um dos DJs brasileiros mais reconhecidos fora do Brasil tanto pela técnica como por sua pesquisa. Ele fala um pouco sobre sua trajetória e exibe sua habilidade nos toca-discos.
16h: Busca sem fim, com Edson Carvalho e Rodrigo Gorky
Edson Carvalho (Batuque Discos) é reconhecido como um dos melhores “record dealers” do Brasil. Rodrigo Gorky, além de DJ e integrante do Bondê do Rolê, é um voraz colecionador de vinil. Os dois conversam sobre os macetes de como fazer um bom garimpo de LPs e compactos.
17h: Limpeza e Manutenção, com Cesar Guisser
Nem sempre um vinil que está pulando, está riscado. Cesar Guisser, especialista em limpeza e conservação de discos de vinil, apresenta as melhores técnicas e produtos para manter sua coleção em bom estado de conservação.
18h: Nos toca-discos: Vinil é Arte
Vinil é Arte é um coletivo que reúne 6 DJs, com três duplas que representam as cidades de São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. A programação de sábado termina com uma discotecagem dos DJs residentes em Sampa: Formiga e Niggas.
Domingo, 23 de abril
15h: Nos toca-discos: Erick Jay
Erick Jay é o DJ residente do programa “Manos e Minas” e atual campeão mundial do DMC, o principal campeonato de DJs do planeta. Ele faz sua performance de “turntablism”, a arte de invenção musical a partir de dois toca-discos.
16h: Masterização em vinil, com Arthur Joly
Arthur Joly (Reco Master) é especialista no Brasil na complexa ciência da produção de um vinil. Ele divide com o público a sua experiência nessa rara atividade.
18h: Homenagem a Don KB
Don KB, falecido aos 47 anos em março deste ano, foi uma das figuras por trás da casa noturna Jive, que fomentou a vida noturna paulistana e a cultura de vinil no começo dos anos 2000. Ele é homenageado com discotecagem de dois de seus principais parceiros na Jive (MZK e Marcio Cecci) e também do seu filho, Enzo Cecci.
Todo ano fazemos questão de encerrar as folias mominas com nosso já tradicional encontro dançante mascarado realizado na antena de concreto armada em frente ao Largo do Paysandú, no coração da maior cidade da América do Sul. A quantidade de energias positivas que exalam das pessoas nestes no mínimo quatro dias de celebração permite que nosso experimento de catalização de energias orgônicas antija picos de carga elétricas que fluem de sonoridades essencialmente acústicas a extremos intrinsincamente sintéticos. Entre o natural e o artificial criamos a já conhecida argumentação dialética bipolar entre os dois núcleos de pesquisa auditiva – o laboratório Noites Trabalho Sujo e o conservatório Veneno Soundsystem – que permite que nossos pesquisadores possam se aprofundar na dicotomia de pesos e de realidades adversas – o plano e o curvo, o reto e o torto, o equilibrado e o desequilibrado. De um lado o pesquisador-sênior Alexandre Matias, o explorador-chefe Danilo Cabral e o físico-navegador Luiz Pattoli movem átomos através de cliques, ondas térmicas com vibrações plásticas, cérebros e quadris à base da repetição, enquanto do outro o maestro Maurício Fleury, o produtor Ronaldo Evangelista e o selecta Peba Tropikal cultuam sulcos, riscos, o tato, o toque e o calor vintage para chacoalhar auras e decifrar intimidades. O auditório azul conta com a presença da celebrada expert Giuliana Viscardi, que abre a apresentação dissecando sentimentos com precisão cirúrgica. A presença nesta celebração bíblica pressupõe o uso de trajes carnavalescos e a sua metamorfose em outra persona. Outra obrigatoriedade é o envio de nomes para o endereço eletrônico noitestrabalhosujo@gmail.com – caso contrário não há como garantir a entrada para assistir ao fim do carnaval de 2017 da melhor maneira. Essa é a vibração…
Noites Trabalho Sujo @ TrackersBaile de Carnaval à Fantasia
Terça, 28 de fevereiro de 2017
A partir das 23h45
No som: Alexandre, Danilo Cabral e Luiz Pattoli (Noites Trabalho Sujo), Maurício Fleury, Peba Tropikal e Ronaldo Evangelista (Veneno Soundsystem) e Giuliana Viscardi.
Trackers: R. Dom José de Barros, 337, Centro, São Paulo
Entrada: R$ 35 só com nome na lista pelo email noitestrabalhosujo@gmail.com. Os cem primeiros a chegar pagam apenas R$ 25. O preço da entrada deve ser pago em dinheiro, toda a consumação na casa é feita com cartões. Chegue cedo para evitar filas.
As experiências psíquico-sônico-físicas proporcionadas pelo centro de pesquisas Noites Trabalho Sujo mais uma vez entram no módulo anual de exercícios e testes realizados em condições extremas de satisfação e prazer. O estudo antropológico-medicinal conduzido no laboratório psicodélico Trackertower desta vez recebe seus participantes depois de uma exposição intensa à noventa e seis horas de energia orgônica extravasada na cara. Depois de quatro dias de descoordenação motora e alucinações etílicas, que testam os limites da extroversão em nossos convidados, atravessamos a última madrugada do carnaval paulistano deste ano movimentando sistemas circulatórios, neurônios, quadris e espasmos de enzimas de estímulo e animação. Os experimentos começam logo à entrada, quando os convidados são recepcionados pelo pós-doutorado em expansão cerebral química Ricardo Spencer, que acelerará partículas sonoras buscando referências em suas raízes soteropolitanas. No pavilhão azul, o grupo de pesquisadoras Awe Mariah, formado pela antropóloga social Heloísa Lupinacci, a controladora psíquica Mariana Gouveia, a coreógrafa mental Fernada Pappalardo e a exploradora rítmica Luise Federman, testa os limites da compreensão e do ritmo submetendo os presentes a doses maciças de registros musicais ativadores do inconsciente. A pós-graduanda em comportamento digital Ana Paula Freitas junta-se à apresentação do grupo de pesquisadoras num encontro inédito neste lado do Equador. No outro auditório, dois dos três fundadores do instituto de pesquisas culturais Veneno Soundsystem desmancham preconceitos e desconcertam estereótipos ligados às civilizações latino-americanas, africanas, caribenhas e do oriente médio. O pesquisador de continentes Peba Tropikal traz sua coleção de registros raros em acetato enquanto o escritor Ronaldo Evangelista demonstra improvisos musicais de décadas passadas. Os dois recebem o renomado correspondente Ramiro Zwetsch, do laboratório Radiola Urbana, que hoje atua na indústria artesanal fonográfica em seu enclave Patuá Discos, que substitui a ausência do doutor arranjador Maurício Fleury, atualmente em excursão pela Europa com o coletivo psíquico-rítmico Bixiga 70. E encerrando as atividades, o centro de pesquisa realizador do encontro, o trio de cientistas intergaláticos intraplanetário Noites Trabalho Sujo, extrai a energia restante dos participantes, convertendo o desgaste físico em combustível para outras tantas horas de excitação e êxtase. Alexandre Matias, Luiz Pattoli e Danilo Cabral também fazem questão de frisar a importância da fantasia nesta madrugada, para que o experimento possa atravessar camadas cerebrais ativadas também pelo questionamento visual. Como de praxe, a participação no evento requer obrigatoriamente o envio dos nomes de quem quiser se submeter a tais experiências pelo correio eletrônico noitestrabalhosujo@gmail.com.
Baile de Carnaval Noites Trabalho Sujo 2016!
Terça, 9 de fevereiro de 2016
No som: Alexandre Matias, Luiz Pattoli e Danilo Cabral (Noites Trabalho Sujo), Helo Lupinacci, Fe Pappalardo, Mari Gouveia e Lu Federman(Awe Mariah), Ana Freitas, Ricardo Spencer, Ramiro Zwetsch, Ronaldo Evangelista e Peba Tropikal (Veneno Soundsystem)
A partir das 23h45
Trackertower: R. Dom José de Barros, 337, Centro, São Paulo
Entrada: R$ 30 só com nome na lista pelo email noitestrabalhosujo@gmail.com (e chegue cedo – os 100 que chegarem primeiro na Trackers pagam R$ 20 pra entrar)
Nossa… Nem te conto.
Novamente nosso experimento acontece na mesma Associação Brasileira de Empresários de Diversões no centro histórico da maior cidade da América do Sul e desta vez celebra duas décadas de pesquisas em musicoterapia, neurometereologia, psiconarrativas e comunicações interdisciplinares do estudioso brasiliense Alexandre Matias, que convida seus velhos colegas do laboratório Noites Trabalho Sujo e os doutores em frequências rítmicas e explorações psíquico-harmônicas para a realização de um novo congresso Analógicodigital, que também celebra também a primeira realização do simpósio, há cinco anos. No auditório azul, trabalhando com equipamentos eletrônicos, discos rígidos, memórias portáteis e registros de diferentes épocas de gravações sonoras deste e do século passado, o experimento emocional Noites Trabalho Sujo também conta com a precisão cirúrgica do perito em física do movimento Danilo Cabral, especialista em frequências graves e autocontrole da mente que desembarca direto de uma pesquisa de campo no estado do Maranhão, e a abordagem termossociológica do doutor Luiz Pattoli, que traz em sua bagagem estudos norte-americanos que apontam uma série de motivos para abandonar os trajes de forma inconsciente. A atração desta edição fica com o retorno da estudiosa independente Babee, que abandonou as pesquisas com cobaias voluntárias para dedicar-se à composições de harmonia ótica e excepcionalmente retorna ao seu reduto intelectual para felicidade de seus colaboradores e admiradores. No auditório preto, o trio de antropólogos psíquicos formado por Ronaldo Evangelista, Maurício Fleury e Peba Tropikal do instituto Veneno Soundsystem traz seus raros suportes circulares de petróleo para demonstrar que justaposições de diferentes frequências provocam forte atação química e transe cerebral conexo. E próximo à recepção, o jovem cientista Wilson Farina lida com suas ondas de calor de forma experimental. Como de praxe, a presença no experimento deve ser confirmada por correio eletrônico horas antes de sua realização, que acontece no dia 21 de novembro de 2015, pouco após às 11 horas da noite. Venha com a cabeça aberta, pés descansados e o coração quente.
Noites Trabalho Sujo @ Trackers | 20 anos de Trabalho Sujo
Sábado, 21 de novembro de 2015
No som: Alexandre Matias, Danilo Cabral, Luiz Pattoli, Babee (Noites Trabalho Sujo), Mauricio Fleury, Peba Tropikal, Ronaldo Evangelista (Veneno Soundsystem) e Wilson Farina (Heatwave).
A partir das 23h45
Trackertower: R. Dom José de Barros, 337, Centro, São Paulo
Entrada: R$ 30 só com nome na lista pelo email noitestrabalhosujo@gmail.com (e chegue cedo – os 100 que chegarem primeiro na Trackers pagam R$ 20 pra entrar)