Of Montreal – “Bunny Ain’t No Kind Of Rider” / “Gronlandic Edit”
É, o festival foi tudo isso mesmo. Não consegui ver o Hot Chip (que foi elogiadaço por vários que viram), mas peguei meu quarto show do Pavement esse ano, o melhor do festival disparado. Que guitarra é essa do Stephen Malkmus, dizaê. Depois do Pavement, a melhor apresentação foi o dedo na tomada do pop provocado pelo Girl Talk, que chamou vários conhecidos paulistanos para a algazarra no palco e salvou os que não suportaram a sessão de tortura chinesa que foi o show dos Smashing Pumpkins, uma das coisas mais constrangedoras que já vi num palco. O Phoenix também fez bonito e apesar de um meio de show paradão à toa (quando eles tocaram “Love Like a Sunset”) fez valer com o final apoteótico, quando o senhor Sofia Coppola repetiu seu velho truque de ser carregado pelas mãos do público ao final de “1901”. Não vi nem o Passion Pit e nem o Yeasayer inteiros, mas pelo que vi, são bandas em construção, crescendo ao vivo, ensaiando em público. Ambas têm hits e boa presença de palco, mas falta tutano, falta música. Mika é o showbusiness em pessoa, é inacreditável que ele não seja um nome tão grande a ponto de fechar um estádio apenas para si mesmo e ter de entrar num festival de rock alternativo. Por isso mesmo sua apresentação tem um quê de Glee, de High School Musical, de Cirque de Soleil do rock. “Não que tenha algo de errado com isso”, mas não é para o meu paladar. E o Of Montreal, grupo que vi logo que cheguei no festival, é o mais perto que o indie rock pode chegar do P-Funk, show de psicodelia de banda gringa mais foda no Brasil desde… o Mercury Rev em 2005, em Curitiba. E a estrutura e dimensões do festival, mais uma vez, corresponderam às expectativas. Mas primeiro vou subindo os vídeos e, se der tempo, comento mais tarde. Afinal, hoje tem o Paul.
Yeasayer – “O.N.E.”
Mika – “Love Today”
Passion Pit – “I’ve Got Your Number”
Phoenix – “Lisztomania”
Phoenix – “Long Distance Call”
Phoenix – “Rome”
Phoenix – “If I Ever Feel Better” / “1901”
E o momento que o vocalista do Phoenix nadou pela multidão
Pavement – “Gold Soundz” / “Grounded”
Pavement – “Date w/ IKEA” / “Unfair”
Pavement – “In the Mouth of a Desert”
Pavement – “Stop Breathing”
Pavement – “Box Elder” / “Range Life”
Girl Talk – “Down for the Count”
Girl Talk – “Makes me Wanna”
O festival de hoje vai ser bom…
Pavement passando o som nesta sexta-feira. Que banda foda.
E os “uuuuu” de “Kennel Disctric”, cê sabe a hora de cantar?
Esse show vai ser incrível, anotem aí.
Cool até dizer chega o post da Mariana Neri na véspera do Planeta Terra, sublinhando a rixa entre Malkmus e Billy Corgan. Ela limitou-se a linkar o áudio do cover que o Pavement fez para “‘1979” num show no segundo semestre de 1999.
Vinícius foi esperto e transformou a sagacidade da baiana em causa – e puxou o coro para ver se a banda californiana cai na pilha do Billy Corgan e azara o show dos caras com uma música deles. Ia ser demais!
(Fora que isso me lembra uma história que eu nem sei se é verdade ou lenda, de quando o Los Hermanos foi fazer um show em alguma cidade de Santa Catarina, convidou o Repolho para abrir o show e o grupo de Chapecó se limitou a tocar diferentes versões de “Anna Julia” no show de abertura – bem na época em que a banda começou a tirar o hit de seu repertório. Mesmo se for lenda essa história é muito boa…)
Vamos dar um tempinho no Paul, já que neste finde também tem o Terra?
Pavement – “Motion Suggets”
Mombojó – “Praia da Solidão”
Phoenix – “Rome”
Empire of the Sun – “Walking on a Dream”
Mika – “Relax (Take it Easy)”
Yeasayer – “Ambling Alp”
Passion Pit – “Moth’s Wings”
Of Montreal – “An Eluardian Instance”
Smashing Pumpkins – “1979”
Hurtmold – “Churumba”
Hot Chip – “Thieves in the Night”
Girl Talk – “This is the Remix”
Já vi três shows dos caras esse ano (dois no Central Park e um em Las Vegas), mas não vejo a hora do show do Pavement no Terra desse ano. A banda está azeitadíssima como nunca se ouviu (os piratas de shows deles durante os anos 90 estão por aí, online) sem perder o charme largado que sua assinatura – uma extensão da personalidade de seu líder, Stephen Malkmus, que acaba permeando por todo o grupo. O foco da banda é Malkmus – é sua voz e guitarras formam a textura sonora que reconhecemos como Pavement e é impossível notar o magnetismo que ele emana para o resto da banda, que reconhece a felicidade que é estar no mesmo palco que o cara. Mark Ibold e Scott Kannberg não param de sorrir o tempo todo. O guitarrista Spiral Stairs (de boné o tempo todo, sacumé, idade) e o baterista Steve West embalam bem o transe desleixado do grupo, que, mesmo com a fama de preguiçoso, funciona com a precisão de um relógio no palco. O vídeo acima eu fiz no show que os caras fizeram dia 23 de setembro em Nova York, mas se você quer ver o show com uma qualidade mais profissa, dá uma passada no site do Primavera que eles colocaram a íntegra do show deles esse ano no festival para assistir em streaming.
Daqui a pouco tem show deles aqui, hein.
E a preguiça?
Lou Reed – “Wagon Wheel”
Beatles – “Please Mr. Postman”
Apples in Stereo – “Energy”
Novos Baianos – “Mistério do Planeta”
Jurassic 5 – “In the Flesh”
TTC – “Teste Ta Compréhesion”
Eminem – “Lose Yourself”
Average White Band – “Cut the Cake”
Emicida – “Outras Palavras”
Picassos Falsos – “Bolero”
Erasmo Carlos – “Minha Gente”
Jimi Hendrix Experience – “Third Stone from the Sun”
Ween – “Freedom of ’76”
Pink Floyd – “San Tropez”
Pavement – “Half a Canyon”
Steely Dan – “King of the World”
Isaac Hayes – “Hyperbolicsyllablicsesquedalymistic”