Paul McCartney, Jack White e St. Vincent tocando “The End”, dos Beatles, juntos!

O já tradicional festival mexicano Corona Capital encerrou sua edição neste domingo em grande estilo ao reunir, na última música do último show, três gigantes de três gerações diferentes numa jam session guitarreira, quando Jack White e St. Vincent se juntaram ao Sir Paul McCartney na parte instrumental do final da última música do último disco dos Beatles, “The End”, que encerra tanto o disco Abbey Road quanto a atual turnê do eterno beatle. Foi a primeira vez que Jack White, beatlemaníaco daqueles, dividiiu o palco com Paul – depois que o próprio Macca chamou St. Vincent para dividir “Get Back” com ele, minutos antes daquele mesmo show. Que delírio, olha só:  

Agora e sempre

Chega um momento em que as pessoas parecem desdenhar do privilégio que é receber Sir Paul McCartney cada vez mais no Brasil. Piadinhas que falam sobre o número de seu CPF ou a casa que comprou no litoral paulista fazem parecer que o ex-beatle é um artista decadente que sobrevive fazendo shows em países subdesenvolvidos. Nada mais distante da realidade: Paul frequenta o Brasil constantemente há mais de dez anos porque descobriu que tem um público fiel e cativo no país, que vai assisti-lo sempre. E mesmo que só tenha atinado para isso no que muitos vão assinalar como “fim de carreira”, encantou-se com o país que conheceu ainda na última década do século passado, quando fez dois shows no Rio de Janeiro (em 1990, no Maracanã) e em São Paulo (em 1994, no Pacaembu, minha estreia em uma de suas apresentações). Nove shows depois daquele histórico momento no Pacaembu, cá estou eu mais uma vez lendo o setlist antes de começar meu décimo show do Paul McCartney, e me perguntando se ele faria alguma alteração no repertório que vinha apresentando. As mudanças foram mínimas. O show foi idêntico ao último que fui, em dezembro do ano passado, no mesmo estádio do Palmeiras, sob chuva de canivetes, mas havia surpresas: “All My Loving” tocada pela primeira vez ao vivo desde a pandemia, a estreia de “Day Tripper” nesta turnê e, claro, a rendição de “Now and Then”, última música lançada pelos Beatles, no ano passado. E esse pequeno detalhe final foi a pedra solta no dique das emoções, me fazendo chorar copiosamente como há muito não havia chorado num show do senhor McCartney. E mesmo saudando sua esposa atual (em “My Valentine”) e a anterior (em “Maybe I’m Amazed”), seus colegas falecidos de banda (John em “Here Today”, George em “Something”) e tendo mais de dois terços da apresentação dedicadas à maior banda de todos os tempos, Paul reforçava o tempo em que estamos vivendo, seja fazendo piadinhas infames em português, atiçando o público para cantar junto e repetindo várias vezes o nome do país e da cidade em que estava (sem tomar um mísero copo d’água nas quase três horas de show que fez). A voz por vezes falha, mas segue tocando muito tanto guitarra, piano e baixo – além do indefectível assobio. “Meu tempo é hoje”, parece sublinhar citando outro Paulo, mesmo nadando num mar de nostalgia. Não por acaso termina o show citando nominalmente os músicos e sua equipe, ignora seu grande hit “Yesterday” e despede-se dizendo “até a próxima!”. Estaremos lá – agora e sempre.

Assista abaixo:  

“Now and Then” ao vivo pela primeira vez

Paul McCartney novamente volta ao nosso continente e decidiu começar a perna 2024 de sua turnê fazendo história, ao tocar, pela primeira vez ao vivo, a música que lançou no ano passado ao lado de Ringo Starr como “a última música dos Beatles”, ao reunir gravações póstumas de John Lennon e George Harrison. “Now and Then” foi a única surpresa no setlist que apresentou nesta terça-feira em Montevidéu, no Uruguai, na primeira das nove apresentações que faz na América do Sul neste mês, quando também passa pela Argentina, Chile, Peru, Colômbia e Brasil – as datas no país acontecem nos dias 15 e 16 (em São Paulo) e no dia 19 (em Florianópolis). Depois, Paul segue com sua turnê pela Costa Rica, México, França, Espanha e Inglaterra, quando encerra o ano em duas apresentações na Arena O2, em Londres, nos dias 18 e 19 de dezembro. Assista à primeira apresentação ao vivo de “Now and Then” abaixo:  

De repente, DO NADA, Paul McCartney

E por falar em aparição surpresa, quem deu as caras sem avisar antes num show nessa terça-feira foi Sir Paul McCartney, que subiu no palco da casa de shows Stephen Talkhouse numa praia na região de Nova York onde o produtor Andrew Watt fazia uma festa com o baterista do Red Hot Chili Peppers, Chad Smith. Paul subiu no palco e cantou duas músicas, “I Saw Her Standing There” – música que abre o primeiro disco dos Beatles – e “Rockin’ in the Free World”, de Neil Young, que ele cantou ao lado da namorada de Watt, Charlotte Lawrence. Só imagina…

Assista abaixo:  

Lá vem o Paul McCartney de novo!

E ele vem mesmo! Depois de muito fazer charme anunciando datas na América do Sul, no México e na Europa como parte da versão 2024 de sua Got Back Tour, Paul McCartney finalmente anuncia os shows deste ano no Brasil, em outubro: no dia 15 toca em São Paulo (como parte das comemorações de 10 anos do novo patrocinador do estádio do Palmeiras, que o recebeu pela primeira vez há dez anos) e no dia 19 toca pela primeira vez em Florianópolis, no Estádio da Ressacada – e os ingressos começam a ser vendidos nesta terça-feira mesmo. “Terminar 2023 no Brasil foi uma experiência incrível”, disse o eterno beatle ao anunciar as novas datas. “O calor e amor que vocês nos mostraram foi inacreditável, sabíamos que tínhamos que voltar e vê-los de novo. Vocês sabem como fazer uma festa e se acabar e estamos muito animados de voltar esse ano: ‘o pai tá on!'” e a infame última frase foi escrita em português. E não duvide nada se ele anunciar ainda mais datas no Brasil nos próximos dias…

Paul McCartney no Brasil em 2024!

Paul McCartney veio ao Brasil no ano passado e o José Norberto Flesch acaba de cravar que ele volta ainda esse ano! São poucas informações adiantadas pelo Flesch, que deixou no ar a possibilidade de ele passar por cidades que não passou na vinda de 2023 pra cá (quando passou por Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro) e que sua décima primeira vinda ao Brasil aconteceria entre novembro e dezembro deste ano. Pra quem perdeu o fio da meada, Paul veio ao Brasil em 1990, 1993, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2017, 2019 e 2023! E é claro que estaremos lá mais uma vez, rezando nossa missa beatle e cantando todos os nanananas de “Hey Jude” possíveis. Triste é quem não tem um ídolo desse quilate vindo pra cá toda hora.

Veja abaixo o anúncio do Flesch:  

O melhores shows internacionais de 2023 no Brasil segundo a revista Rolling Stone

Já estamos em 2024, mas os ecos de 2023 seguem aí, como é o caso de mais uma edição impressa da revista Rolling Stone que chega às bancas com o Robert Smith na capa, resumindo os melhores shows que aconteceram no Brasil no ano passado. Fui chamado para escrever sobre dois dos shows que mais gostei no ano, o das Haim no festival Mita e o último show de Paul McCartney em São Paulo. Os textos estão no site da revista, mas também podem ser lidos abaixo:  

O Spinal Tap está de volta!

Para comemorar os quarenta anos de um marco da história do rock, o filme This is Spinal Tap terá uma continuação que começará a ser filmada no início do ano que vem. O filme dirigido e idealizado por Rob Reiner ao lado dos humoristas Christopher Guest, Michael McKean e Harry Shearer (que interpretam, respectivamente, os guitarristas David St Hubbins e Nigel Tufnel e o baixista Derek Smalls), foi um dos primeiros documentários fictícios feitos a parodiar o mundo do rock no exato momento em que a grandiosidade e opulência do rock dos anos 70 começava a se tornar datada e ridícula. O filme original, lançado em 1984, acompanha as desventuras da banda sem baterista – pois eles sempre desaparecem de formas trágicas – a partir de entrevistas realizadas por Marty DiBergi, vivido pelo próprio Reiner, que mostram como os rockstars daquele período viviam em uma realidade tão paralela que tornava-se caricata, proporcionando momentos hilários. Reiner revelou em entrevista ao podcast RHLSTP do jornalista Richard Herring que a ideia original era lançar a continuação do filme quando fosse o aniversário exato da história original, dia 19 de março do ano que vem, mas a greve de atores e roteiristas deste ano atrasou os planos e as filmagens começam a ser realizadas no próximo mês de fevereiro. O filme parte da premissa de que após a morte do empresário original da banda, Ian Faith (vivido por Tony Hendra, que morreu de verdade em 2021), sua viúva procurou os integrantes originais da banda para um show de despedida à moda do último show da The Band, que tornou-se o filme The Last Waltz, dirigido por Scorsese. Reiner avisou que o filme terá várias participações especiais, entre elas Paul McCartney, Elton John e Garth Brooks. Quem viver verá!

Às vésperas da aposentadoria de Paul McCartney

Escrevi sobre o excelente show que Paul McCartney fez neste domingo em São Paulo – debaixo de uma senhora tempestade – para o site da CNN Brasil e aproveitei para repercutir os rumores de que ele está prestes a anunciar sua aposentadoria no show que fará no Maracanã no próximo sábado.

Leia abaixo:  

Paul n’água

“Well, the rain exploded with a mighty crash…” Caiu um temporal daqueles (você não tá entendendo…) e o show é igualzinho a todos os outros (tirando as infames intervenções de tiozão – ou vovôzão – em português), mas nem por isso menos maravilhoso. O calor no coração de todos aqueceu a alma dos presentes, encharcados mesmo de capa de chuva. É sempre bom ver o Paul McCartney ao vivo, ainda mais agora que os boatos sobre sua aposentadoria têm aumentado consideravelmente, e o show deste domingo não foi diferente: emocionalmente intenso, ainda teve espaço para lágrimas em “Maybe I’m Amazed”, “Band on the Run”, “Something”, “Here Today”, e no dueto virtual com John Lennon em “I’ve Got a Feeling”. Vai Paul!

Assista aqui: