Apesar de ter gravado apenas dois discos com o Iron Maiden e de ter sido ofuscado pela entrada de Bruce Dickinson, o primeiro vocalista da banda, Paul Di’Anno, que morreu neste segunda-feira, foi crucial para o grupo ter se destacado na famigerada cena New Wave of British Heavy Metal que despontou no final dos anos 70 na Inglaterra. Di’Anno, que escondia a ascendência brasileira ao transformar o sobrenome Andrews num pastiche de italiano inexistente, mas que depois até assumiu que era torcedor do Corinthians, tinha o gás e a selvageria no palco que fizeram a banda tornar-se conhecida nos primeiros meses em atividade, mesmo não sendo o ideal de vocalista que o líder da banda, o baixista Steve Harris, gostaria. Seu espírito indomável também foi sua ruína – e o excesso de drogas e álcool acabaram por tirá-lo da banda prematuramente. Seguiu no mundo do metal nos anos seguintes, cantando em bandas que tiveram relativo sucesso nos anos 80 (como Gogmagog, Battlezone e Killers, esta formada por ex-integrantes do Iron Maiden) e com sua carreira solo conseguiu fazer shows em todo o mundo, inclusive no Brasil. Nos últimos anos já estava debilitado, andando de cadeira de rodas, mas seguia fazendo shows. Formou o grupo Rockfellas com três brasileiros na formação: Jean Dolabella (ex-Sepultura), Marcão (ex-Charlie Brown Jr.) e Canisso (ex-Raimundos). A causa de sua morte não foi revelada.