Centro da Terra: Agosto de 2025

Agosto se avizinha e com isso já podemos anunciar as atrações de música da minha curadoria no Centro da Terra neste mês. Quem toma conta das segundas-feiras do mês é a grande Papisa, que volta aos palcos do teatro depois de anos, desta vez assumindo uma temporada chamada Em Brisas, em que chama, a cada semana, um novo convidado para explorar novas canções. A safra de shows começa dia 4, quando ela recebe a carioca Janine, numa apresentação em que as duas tocam guitarra. Dia 11 é a vez de receber Bobby Baq, que canta, faz leituras e declamações enquanto Papisa toca piano elétrico e faz programações eletrônicas. No dia 18 ela chama o baterista Arquétipo Rafa, que também toca baixo synth e percussão, enquanto ela reveza-se entre a guitarra, o sintetizador e o piano elétrico, encerrando a temporada ao lado de Paulo Miklos, dia 25, que canta, toca violão, baixo, sax e flauta transversal enquanto Papisa canta, toca violão, guitarra e piano. A primeira terça-feira do mês, dia 5, é da vocalista Marcela Lucatelli, que traz seus convidados escandinavos (o guitarrista e tecladista dinamarquês Lars Bech Pilgaard e o baterista norueguês Ole Mofjell para apresentar o projeto Necromancy, que dialoga entre a polirritmia, os cantos afrobrasileiros, o noise e o free jazz, contando com a participação do baixista paulistano Marcelo Cabral nesta apresentação. Dia 12 é a vez do paulistano Sessa começar a mostrar as canções de seu próximo trabalho no espetáculo Ensaio Aberto, em que chama mais uma vez o baixista Marcelo Cabral para o palco do teatro, trazendo ainda o baterista Biel Basile e a cantora Ina para mostrar o disco que lança até o começo do ano. Depois, dia 18 é a vez da musicista Lorena Hollander, do grupo Ushan, e do performer e vocalista Novíssimo Edgar apresentarem o projeto Hotel Shiva, em que misturam música e práticas ancestrais de cura sonora em instrumentos como o koto (harpa tradicional japonesa), kalimba, guitarra, sintetizadores e percussão. E encerrando a programação musical do mês na última terça de agosto, dia 25, recebemos o trio formado por Gabriel Milliet, Lucca Francisco e Stephanie Borgani no espetáculo Espaço Semelhante, em que encontram suas vozes, violões, teclados e flauta em atmosferas meditativas entre a música instrumental e a voz. Os espetáculos começam sempre às 20h e os ingressos já estão à venda no site do Centro da Terra.

Os 75 discos de 2024 que mais curti: 71) Papisa – Amor Delírio

“Tudo em volta me atravessa devagar”

Ouça abaixo:  

Papisa 2023: “A vida tá tão boa e pode ser melhor”


(Foto: Déborah Moreno/Divulgação)

Encontrei com a Rita Oliva por uma acaso numa noite dessas e qual a minha surpresa quando ela falou que seu projeto solo, Papisa, estava ativo e prestes a mostrar novidades. Acompanho seu trabalho desde quando fazia parte da banda Cabana Café (e depois da dupla Parati) e vi este novo projeto tomando forma tanto em dois shows que fizemos em 2017 e 2018 no Centro da Terra quanto em duas apresentações no Centro Cultural São Paulo, quando eu era o curador de música lá (a primeira como parte da programação do Centro do Rock, em 2018, e a segunda quando ela lançou seu disco Fenda no ano seguinte). Projeto solo e introspectivo, Papisa aos pouucos ia desabrochando em conexões e parcerias quando a pandemia nos encurralou naquele tétrico 2020 e Rita embarcou na onda de lives para depois deixar seu projeto musical em segundo plano. A encontrei outras vezes desde então e ela começava a retomar o rumo, até que anuncia seu novo álbum para o início do ano que vem a partir de uma música otimista e solar, adequadamente chamada de “Melhor Assim”, que ela lança nessa sexta-feira, mas antecipa em primeira mão para o Trabalho Sujo (ouça abaixo). “Meu último disco foi feito em solitude, com muita introspecção, e esse single representa uma fase criativa mais mundana e coletiva, em que o meu foco foi para as relações humanas”, ela me explica, reforçando que o próximo álbum fala sobre relacionamentos e tem a produção do Felipe Puperi, do Tágua Tágua. “Essa vontade de trocar com outras pessoas se refletiu também no processo: ele foi gravado em uma imersão na montanha, com muitas cabeças pensando juntas”. Ela começa a mostrar essa nova fase ao vivo no Bar Alto, numa quinta-feira, dia 9 de novembro, quando divide a noite com o cearense Indigo Mood.

Assista aqui:  

Fenda desconstruída

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Papisa está preparando um EP de remixes para fechar o ciclo de seu primeiro álbum, Fenda, e chamou sua turma para desconstruir o disco faixa a faixa. Entre as convidadas estão Tati Lisbon, Larissa Conforto, Vivian Kuczyncski, Theo Charbel, entre outros, além do remix que a senhorita My Magical Glowing Lens, a capixaba Gabriela Terra, que dá início aos trabalhos com o remix de “Semente”, que Gabi já estava fazendo quando Papisa a convidou, e leva a música da paulista para uma fronteira imaginária entre o dub e Índia, numa viagem pesada em câmera lenta.

Os 75 melhores discos de 2019: 73) Papisa – Fenda

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“A matéria cede quando o fogo despede”

Papisa no Centro Cultural São Paulo

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Rita Oliva lança seu primeiro álbum Fenda nesta quinta-feira, às 21h, no Centro Cultural São Paulo (mais informações aqui). Quem faz o show de abertura é a cantora Yma

CCSP: Outubro de 2019

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3/10 – Kastrup– O percussionista carioca mostra seu Ponto de Mutação, a partir das 21h
6/10 – Francisco El Hombre – O grupo méxico-paulistano apresenta seu disco Rasgacabeça, lançado no início do ano, às 18h
12/10 – Febem – O rapper apresenta seu álbum Running a partir das 19h
13/10 – O Som Nosso de Cada Dia – O clássico grupo progressivo paulistano comemora seus 45 anos de carreira, lançando o disco de inéditas Mais Um Dia, às 18h
17/10 – Dialeto + Lucy – Duas bandas paulistanas de inspiração prog apresentam-se a partir das 21h
19/10 – Jair Naves + Acachapa – O líder do Ludovic mostra seu disco mais recente, o ótimo Rente, a partir das 19h
20/10 – Pin Ups + Miêta – O grupo indie paulistano lança a versão em vinil de seu novo álbum, Long Time No See, com abertura da banda mineira, às 18h
24/10 – Papisa + Yma – A cantora e compositora paulista lança seu disco Fenda com abertura da revelação paulistana, a partir das 21h
27/10 – La Leuca + Vítor Brauer – A banda catarinense mostra seu novo trabalho com abertura do líder do grupo Lupe de Lupe, a partir das 18h
31/10 – Música de Montagem – Sérgio Molina mostra o novo trabalho de seu grupo a partir das 21h

Papisa entre dois tempos

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Encontrei a Rita Oliva, dona do projeto Papisa, dia desses, retomando uma conversa que paramos lá no início de 2018, quando ela apresentou a segunda versão de seu Tempo Espaço Ritual numa das primeiras terças-feiras no Centro da Terra. De lá pra cá, ela abriu o processo de criação e gravação de seu novo disco com o público e vem amadurecendo o que se tornaria o disco Fenda, que ela anuncia para o início de agosto. Depois de lançar a faixa “A Velha” no início do ano, ela traz um contraponto, “Roda”, que chega às plataformas digitais nesta sexta-feira mas pode ser ouvido em primeira mão aqui no Trabalho Sujo.

“‘Roda’ fala da sensação de estar no meio das mudanças”, explica a cantora e compositora paulista. “e ela traz uma certa leveza, mais humana, da emoção, da nostalgia, de encarar o tempo é como uma espiral”. A faixa é um contraponto leve de um disco que ela mesma encara como mais denso, ao ser temático sobre a morte. “É um disco que fala da morte em várias perspectivas, como parte de um ciclo, literal ou figurado”, continua, lembrando que viveu algumas mortes próximas que funcionaram como gatilho para o disco, batizado justamente a partir desta sensação de transição que sentimos atravessar. “A fenda é um símbolo de uma entrefase, de um momento em que uma coisa acabou e outra não começou. Tem essa suspensão, no tempo e espaço.” O disco deve sair no dia 2 de agosto e estas são as faixas.

“Moiras”
“A Velha”
“Terra”
“Fenda”
“Retrato Infinito”
“Nigredo”
“Semente”
“Roda”
“Espelho”

Cora e Papisa no Centro do Rock

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Duas forças femininas da nova cena musical brasileira – a paulista Papisa e as paranaenses do Cora – se encontram neste sábado, às 19h, no CCSP, em mais um show gratuito (mais informações aqui).

Centro do Rock 2018

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Mais uma vez celebramos o mês de julho com rock no Centro Cultural São Paulo em mais uma edição do Centro do Rock, com trinta atrações gratuitas em quinze dias de show na mítica Sala Adoniran Barbosa, um templo do gênero em São Paulo. Repetindo o sucesso do ano passado, o festival traz o melhor do novo rock brasileiro, reunindo bandas de norte a sul do país em shows de graça. São bandas de rock clássico, psicodélico, new metal, rock alternativo, hardcore, rock instrumental, noise, drone, pós-rock, rock progressivo, indie rock, shoegaze, pós-punk, entre outras variações do gênero de todos as regiões do país: do Ceará ao Rio de Janeiro, do Goiás ao Rio Grande do Sul, do Pará Paraná, do Mato Grosso ao Pernambuco, de São Paulo ao Rio Grande do Norte. A programação é a seguinte:

Quarta, 4, às 21h
Far from Alaska e Deb and the Mentals

Quinta, 5, às 21h
Giallos e Kalouv

Sábado, 7, às 19h
Papisa e Cora

Domingo, 8, às 18h
Stratus Luna e Bombay Groovy

Quinta, 12, às 21h
Oruã e Goldenloki

Sexta, 13, às 19h
Sky Down e Lava Divers

Sábado, 14, às 19h
In Venus e Mieta

Domingo, 15, às 18h
Gorduratrans e Def

Quinta, 19, às 21h
Black Pantera e Molho Negro

Sexta, 20, às 19h
Maquinas e Astronauta Marinho

Sábado, 21, às 19h
Carne Doce e Bruna Mendez

Domingo, 22, às 18h
My Magical Glowing Lens e Bike

Quinta, 26, às 21h
Macaco Bong e Odradek

Sexta, 27, às 19h
Picanha de Chernobill e Marcelo Gross

Sábado, 28, às 19h
Frieza e Basalt