Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.
Segunda-feira é dia de surfar no YouTube – e pra começar bem, vamos de Stevie Wonder… Se alguém quiser sugerir alguma, feel free.
— Ainda Little, mandando ver em “Fingertips”
— Clipe de “Overjoyed“, bregueira classe dos anos 80
— Música-tema da Vila Sésamo”
— Superstition“, também na Vila Sésamo
— “As“, coisa fina…
— Stevie novaço, mandando ver no “For Once in My Life”
— “Sir Duke” e “I Wish“, clássicos setenta em versões mais recentes, num canal francês
— Ponta no show da Chaka Khan, “Tell Me Something Good”
— “Ribbon in the Sky“, outro momento bregão (ah, se todo bregão fosse nesse naipe…) – fala sério, ó os oclão…
— “Master Blaster“, reggaeira istaile
— “Don’t Worry About a Thing”
— “You Are the Sunshine of My Life” em Londres
— “That’s What Friends Are For“, dessa você lembra…
— “Ebony and Ivory” com o Paul
— “Living for the City”
— “Superstition” no programa alemão MuzikLaden
— Mais uma balada, setentona, “You & I”
— Cantando no funeral do Luther Vandross, ano passado. Vê se ele não é um dos caras…
— “Love’s in Need of Love Today” também no ano passado, com entrevista, para uma TV do Japão.
Não, o programa não é sobre um só ano, quem sabe um dia eu faço isso. Por hora, mashups, groovezinhos molengas, pop 80tista, Fausto Fawcett revisited, eletro de leve, Temptations com Lennon, o pós-punk Brasil, nerdices e coisas desse naipe…
– “Chamaleon” – Herbie Hancock
– “Presidential Suite” – Super Furry Animals
– “Oahu Strum” – Soul-Junk
– “Head Over Heels” – Tears for Fears
– “By Your Side (Neptunes Remix)” – Sade
– “Am I High?” – N.E.R.D.
– “Eye Water (feat. Pharrell)” – Cassius
– “Funziona Senza Vapore” – Fellini
– “Kátia Flávia, a Godiva do Irajá” – Fernanda Abreu
– “Beethoven’s Gold” – A+D
– “2 Songs Crashed” – Blur vs. Gwen Stefani
– “Paris Four Hundred” – Mylo
– “Easy Love” – MSTRKRFT
– “Confused Imagination” – Team9
[A]Instant Karma’s gonna get [F#m]you, [A]gonna knock you right on the [F#m]head
[A]You better get yourself to[F#m]gether, [F]pretty soon you’re [G]gonna be [A]dead
[D]What in the world you thinking [Bm]of, [D]laughing in the face of [Bm]love
[C]What on earth you tryin’ to [Am7]do, it’s [D]up to you, yeah [E9]you
[A]Instant Karma’s gonna get [F#m]you, [A]gonna look you right in the [F#m]face
[A]You better get yourself to[F#m]gether darling, [F]join the [G]human [A]race
[D]How in the world you gonna [Bm]see, [D]laughing at fools like [Bm]me
[C]Who on earth d’you think you [Am7]are? A [D]superstar? Well al[E7]right you are
Refrão
Well we [G]all [Bm]shine [Em]on like the [G]moon and the [Bm]stars and the [Em]sun
Well we [G]all [Bm]shine [Em]on [D]every one, [E9]come on
[A]Instant Karma’s gonna get [F#m]you, [A]gonna knock you of your [F#m]feet
[A]Better recognize your [F#m]brothers, [F]every [G]one you [A]meet
[D]Why in the world are we [Bm]here? [D]Surely not to live in pain and [Bm]fear[Bm7]
[C]Why on earth are you [Am]there? When you’re [D]everywhere, come and [Em7]get your share
Refrão
Well we [G]all [Bm]shine [Em]on like the [G]moon and the [Bm]stars and the [Em]sun
Well we [G]all [Bm]shine [Em]on [D]every one, [E9]come on
[A]Yeah yeah[F#m] al[A]righ[F#m]t [A]Ah [F#m]haa [C]Aaa[G]ah[A]h
Refrão
Well we [G]all [Bm]shine [Em]on like the [G]moon and the [Bm]stars and the [Em]sun
Well we [G]all [Bm]shine [Em]on [D]every one, [E9]come on
E, todo domingo, uma faixa dominical para domenicar melhor seu ar domênico. Pra começar, ainda na loucura da conexão Raconteurs/Gnarls Barkley, segue aí a versão da banda nova de Jack White para o hit de 2006, ao vivo no Lollapalooza desse ano.
“Crazy” – The Raconteurs (Live Lollapalooza 2006)
(Nesse blog, tem o show inteiro dos caras, se interessar…)
E é claro que a versão foi parar no YouTube. Aqui. Aqui. Aqui. E aqui também.
Sabadão é dia de setlist alheio e eu tou começando este com o Top 10 atual do Dago Donato, que além de editor da Trama Virtual, também é um dos integrantes do Centro Cultural Batidão (ele é o da direita, na foto aí), que toca nas festas da Peligro na quinta-feira, no Milo Garage.
“Do The Whirlwind (Hot Chip Remix)” – Architecture in Helsinki
“Let There Be Light” – Justice
“Konk Party” – Konk
“Friday Night” – Lily Allen
“Hoodie (Basement Jaxx Remix)” – Lady Sovereign
“Gettin’ Some” – Shawnna
“Beat Dis” – Bomb the Bass
“Caminhão de Gás” – Bonde do Rolê
“Cut Your Hair” – Cassettes Won’t Listen
“Mundo Deserto” – Erasmo Carlos
e
1) O disco (como suporte físico) acabou?
Acabou sim – e nao há volta.
2) Como a música será consumida no futuro? Quem paga a conta?
Qual conta? A das gravadoras? A do leite das crianças dos artistas? Há muitas experiências em andamento, dos pagamentos voluntários do Jamendo as parcerias com os camelôs do tecnobrega. Até agora a saída mais fácil tem sido os shows ao vivo – aí você me pergunta: e os compositores que não tocam ao vivo? Acho que vão ter que combinar com as bandas que tocam suas músicas outras maneiras de ganhar dinheiro. Mas acho que estamos caminhando para um estado no qual o “musicar” e mais importante que o produto final “música”. Tiro essa ideia do Gilbert Rouget, um antropólogo que estuda a música dos pigmeus há muito tempo: “O que o grupo tem obviamente em vista é o prazer de produzir a música coletivamente, muito mais que o produto em si mesmo. Em resumo, por mais inseparaveis que sejam, é o musicar que lhes importa, a música como resultado só aparece depois disso”. Por isso gosto do remix, mas por outros motivos. O importante não é o remix em si, mas a atividade de remixar – quanto mais gente remixando ao mesmo tempo mais a brincadeira fica melhor.
3) Qual a principal vantagem desta época em que estamos vivendo?
Variedade – todo mundo pode “musicar”.
4) Que artista voce só conheceu devido às facilidades da época em que estamos vivendo?
Muitos – só por causa do Overmundo, que existe há pouquíssimo tempo, já conheci o Umagoma, os Indios Eletronicos, o Stereovitrola, o Retrigger, o coletivo P.U.T.A., o Fungos Funk, o Pandora no Hako, e tanta gente bacana mais que seria difícil chegar na minha mão por outro caminho…
5) O estado da indústria da música atual já realizou algum sonho seu que seria impossível em outra época?
Quando eu li sobre house pela primeira vez em 1987 demorei varios meses para conseguir escutar o que era – ontem li pela primeira vez sobre a nova evolucao do juke, nova dance music de Chicago – já escutei tudo via internet – é uma maravilha, acho que quem nunca viveu sem internet nunca poderá dar o valor devido à nova situacao – para mim ainda parece um sonho.
* Hermano Vianna, antropólogo, é curador do Tim Festival, consultor da Rede Globo e mentor do Overmundo, além de autor de livros básicos como O Mundo Funk Carioca e O Mistério do Samba.
Sexta é dia de falar sobre a “cena” (você sabe do que eu tou falando), então vambora…
***
Acabei de voltar de Natal, para onde fui após convidado pelo Anderson Foca, um dos agitadores da cena local, para assistir ao Festival DoSol, em sua terceira edição. E, para uma cena independente sem muita representatividade no cenário nacional, a cidade surpreende. Não apenas pelo verde do mar ou pelo preço do camarão (sete reais o quilo!), mas pelo tamanho interesse da própria cena em, mais do que “acontecer”, se firmar.
Botando na ponta do lápis, tirando São Paulo, que não tem um festival independente de peso e continuidade no cenário nacional (muito devido a um circuito de shows mais constante e ao excesso de grandes eventos patrocinados por grandes marcas – que quase sempre priorizam gringos), quase todas as principais cidades do Brasil têm seu próprio festival, que, quase sempre, funciona como um termômetro para a cena local. Algumas cidades têm até dois, como Recife (dois – Rec Beat e Abril Pro Rock – com mais de dez anos e um terceiro, contando o Coquetel Molotov, que acontece mês que vem), Goiânia (embora o Noise e o Bananada sejam produzidos pelo mesmo núcleo) e Natal. Juntos o Mada e DoSol já são referência no mapa independente brasileiro, garantindo ao estado uma circulação de bandas que, de outra forma, dificilmente viriam ao estado com tanta freqüência.
Mas Natal é mais que dois festivais. Existem selos (o próprio DoSol, o Mudernage, Solaris, Xubba), fanzines de papel (sério! E muitos!) e online, programas de rádio e TV e uma casa noturna que carrega a noite independente da cidade – também do núcleo DoSol. E mais do que isso: há uma cena.
Não são apenas shows freqüentados por pessoas de outras bandas, há um público que, aos poucos, está aprendendo a gostar das bandas locais. Estas, ainda muito incipientes em termos de som, por outro lado, estão aprendendo a ter um público local sem acreditar no sonho de “ser descoberto” ou “acontecer” no Rio ou em São Paulo. O sonho, claro, existe, mas dentro de uma realidade em que a cena é tão discutida quanto vivida (e foi isso que eu percebi durantes os três dias na cidade), ele não distorce o trabalho diário que, inevitavelmente, fará as bandas melhorarem e, mais importante, ganharem identidade própria. Da safra exibida no festival, só a Dusouto, dos locais, está mais próxima disto. É uma banda monotemática (assunto único: maconha), mas que combina bem rock (dois de seus integrantes são veteranos da banda mais célebre de Natal nos anos 90, o General Junkie) com dub, ragga, beats eletrônicos e interferências regionais, com DJ e programador no palco. As outras ainda estão amadurecendo, mas estão no rumo certo e boa parte delas têm público local. Ótimo sinal.
De resto, o DoSol é um dos inúmeros retratos do atual pop independente nacional como seus outros pares de outros estados. Bandas como Mundo Livre S/A (que tocou “Maroca”, difícil em shows), Forgotten Boys, Astronautas, Devotos, Walverdes, Ludov (eu não gosto, mas eles seguram a onda – e o público cantava junto tudo!), MQN, Dead Nomads, Los Canos, Bonsucesso Samba Clube, Bois de Gerião, Autoramas e Dead Fish (outra que eu não curto, mas que faz um bom show) provam que há uma cena forte, interessante e sólida que pouco a pouco deixa o amadorismo num passado recente. O funcionamento do festival em si é outra prova: tudo redondo, sem brigas, sem incidentes maiores, no horário, boa estrutura.
É só seguir neste ritmo. E o mais legal: não é exclusividade de Natal. Isso vem acontecendo em um monte de cidades.
Problemas no Gardenal deixaram meu publicador desatualizado ontem (ao menos o Sujo não saiu do ar…), mas eis-me aqui de nuevo. Dessa vez, linkando pra meu blog dentro da Bizz, que vai ser republicado aqui, sempre. Ou seja, lá a versão light. Aqui, com aquela gordura que faz a picanha ficar melhor… O nome dele é “Barra Limpa” (em homenagem à canção homônima de Oscar Brown Jr. e Luiz Henrique), tratem dele bem, como vocês fazem comigo.
Eu nasci em Brasília, 1975, descobri o rock dos anos 60 junto com o punk ao mesmo tempo em que o rock brasileiro dos anos 80 acontecia. Meus pais – cearenses – me deram MPB na mamadeira, mas o primeiro disco que eu tive foi o Thriller do Michael Jackson e o primeiro que eu comprei foi a coletânea New Wave Mamão com Açúcar, da Som Livre. Acompanhei o nascimento da terceira geração do rock de Brasília (Raimundos, Little Quail, Oz, Low Dream) na mesma época em que fui fazer Sociais na Unicamp, quando assisti aos dois Juntatribos e comecei a trabalhar em jornal. Hoje tenho um site (que era uma coluna) que me acompanha há uns dez anos (o Trabalho Sujo), um podcast com cara de rádio (o Vida Fodona), trabalho no projeto college da Trama (o Trama Universitário) e colaboro em outros veículos. Enfim, tudo que você vai ler daqui pra frente é um conseqüência deste filtro que sou eu: dos tópicos escolhidos à trilha sonora, do sentimentalismo barato ao palavrório desembestado, do cabecismo desnecessário aos erros de português. A idéia é pelo menos um post por dia e quero ver se consigo manter uma espécie de “agenda” pra eles – cada dia da semana serve pra alguma coisa, afinal de contas.
E quinta é dia de mashup – então segura essa pérola do Legion of Doom, que colide as duas músicas mais legais deste ano (tudo bem, “Smiley Faces” é ainda melhor, mas “Crazy” é emblemática): “Crazy as She Goes”.
The Legion of Doom é uma dupla de produtores ingleses (Trever Keith e Chad Blinmann) que tá no ramo há mais de uma década mas que começou a trabalhar sob este nome, em homenagem ao famoso clã hacker dos anos 80, e, além de mashups, também fazem músicas próprias (como nas trilhas de seqüências das grifes neogóticas Undeworld e Jogos Mortais). Mas essa fusão proposta entre Gnarls Barkley e Raconteurs talvez seja o melhor retrato do excelente pop que vem sendo produzido atualmente: de um lado um DJ (ex-Grey Album) e um MC (ex-Goodie Mob) recriando o século 20 em sinfonias perfeitas de groove e soul conciso, do outro um sobrevivente da avalanche de bandas novorroque aperfeiçoando a tal songcraftmanship com glamour igualmente setentista e oitentista e no meio, dois nerds de computador colidindo duas canções opostas numa obra instantânea e genial, pra pista de dança, pro rádio do carro ou pro fone de ouvido, seja no iPod ou no WinAmp subversivo no trabalho. E melhor, de graça. Online. Na hora. Num clique. Aqui.
Juro que das próximas vezes tento falar menos. Mas não acredite nas minhas juras…
Outra jóia, sem modéstia, porque isso é qualidade de quem não tem outra. Um monte de versões, Jack White na lôkura, Prince xtnded, Pulp no piano de cauda, tapa na pantera no tambôzão, pop brazuca, três creize, bits do melhor disco do Pavement, a maior anã no jogo, funk carioca, remix pra bossa nova de gringo, latinidade cearense, Guns pós-rock e Supertramp na mistura.
– “Airbag” – Easy Star All-Star com Horace Andy
– “Disco 2000″ – Nick Cave
– “Don’t Cry” – Mogwai
– “Thirteen” – Wilco
– “Tá na Boa” – Frank Jorge
– “O Pobre dos Dentes de Ouro” – Cidadão Instigado
– “Saborosa” – Mombojó
– “Crazy Duda” – Diplo
– “Crazy Logic” – Arty Fufkin
– “Crazy” – Raconteurs
– “Western Homes” – Pavement
– “Grave Architechture” – Pavement
– “Black Out” – Pavement
– “I Don’t Know What I Can Save You From (Röyksopp Remix)” – Kings of Convenience
– “Alphabet Street (Ben Liebrand Remix)” – Prince
– “Love Me Or Hate Me” – Lady Sovereign
– “Tapa na Pantera” – MPC