Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.
Matéria que saiu na Bizz de outubro do ano passado, quando dos dez anos da morte de Renato Russo. O Ricardo juntou uma galera pra falar com gente que conviveu de perto com o sujeito e eu falei com o Bonfá, no depoimento abaixo.
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Marcelo Bonfá desconversa, divaga e foge do assunto – ele mesmo admite, pede pra chamá-lo de volta – mas sabe que a ausência de novos discos com o nome de sua antiga banda na prateleira de lançamentos está ligada diretamente ao fato de a família de Renato Russo apenas ter desenvolvido o interesse pela obra da Legião Urbana após a morte do cantor. “Eu sei que é isso que você quer ouvir”, diz, com o riso no o canto da boca, “mas não é culpa da família, e sim de gente com outros interesses que se aproximaram deles”.
“O ponto central dessa história dos relançamentos é a questão do espólio do Renato. A família dele, que nunca acompanhou a Legião Urbana, logo após seu falecimento já estava sendo procurada por pessoas que não pareciam interessadas na história da banda. A marca, a patente “Legião Urbana” foi registrada logo após a morte dele, quando a gente ainda estava mal por conta de toda a história. Chamamos uma coletiva para anunciar que a banda não existia mais – até porque o próprio Renato falava que se apenas um de nós, ele, eu ou o Dado, saísse da banda, a Legião não iria existir mais – e, ao mesmo tempo, tinham pessoas registrando o nosso nome.
Falando propriamente de Legião, lançamos apenas discos quando fomos procurados pela EMI para disponibilizar este material. Mas eles nos chamaram, apresentaram a proposta, a gente se envolveu, escolheu o que achava melhor… Acho que, assim, este processo funciona. Só que nesse meio-tempo, a família do Renato conseguiu tirá-lo da editora que tínhamos, eu, ele e Dado, a Corações Perfeitos, que é a editora de todas as músicas da banda. Assim, a gente só teria direito às músicas que assinamos em conjunto, não às que ele assinou sozinho.
Mas quando fazem algo como o tributo que o Multishow fez que, teoricamente, era sobre o Renato, vieram só nos avisar. A gente pensou, ‘claro, tudo bem, faz sobre o Renato…’, mas aí, em cima da hora vêm nos pedir autorização pra liberarem ‘Soldados’ e ‘Pais e Filhos’, prum projeto que a gente só foi avisado. Aí querem que a gente libere e pronto. E se a gente não libera, tentam criar uma coisa com a Plebe e com o Rappa, pra fazer a gente parecer chato, amargurado.
O próprio Renato falava em lançar uma caixa com o material não-lançado da gente, coisas ao vivo, ensaios, gravações caseiras, e o nome seria apenas Material. Era mais ou menos a idéia do Música P/ Acampamentos, só que mais aprofundada, numa caixa mesmo. Mas depois de toda essa confusão, essas picuinhas, a gente preferiu deixar isso pra lá. Tá tudo na internet mesmo, o fã hoje consegue tudo de graça. Eu não acho legal, eu acharia interessante se eu pudesse receber sobre esse tráfego de MP3s, porque afinal de contas, é uma obra minha, é parte da minha vida, eu tenho direito, mas… eu não vou processar meus fãs, isso é burrice. Então deixa…
Se eu tivesse que contar a história da Legião, como um Anthology dos Beatles, como você falou, uma versão oficial, eu preferia fazer isso em vídeo, do que compilar faixas que nem são faixas direito.
Eu sigo fazendo meu trabalho, o Dado o dele, e é claro que a gente tem que falar de Legião, não dá pra fingir que não aconteceu nem ficar chateado com voltarem a uma parte da minha vida, sempre. Paciência. Lancei meu disco solo, que não tem referências ao Legião porque não é o Renato, eu e o Dado, sou só eu. E tenho trabalhado com vídeo e imagem, concentrando o meu trabalho no meu site (www.marcelobonfa.com.br). E, é claro, ainda sou lembrado pela Legião, o tempo todo. As pessoas param pra tirar foto comigo, gente de banda muito nova vem conversar, eu não posso fugir disso. E não posso dizer que não gosto. É um carinho verdadeiro. Quando percebi que podia conciliar isso com a minha carreira, comecei a fazer shows em eventos dedicados à banda, como convidado especial. É claro que eu canto músicas da Legião, tenho que cantar, mas canto as minhas também. É engraçado, porque eu me sinto naquelas convenções de Star Trek só que as pessoas não estão fantasiadas. São pessoas comuns, gente normal. Esse é o nosso público”.
Se o Giga tá ficando portátil e o Tera é a unidade que os sites tiram onda entre si, anotaê a tabelinha dos 10 elevado a X potência que teremos que nos acostumar, nos próximos anos…
Prefix Symbol(s) Power of 10 Power of 2
kilo- k or K Note 1 103 210
mega- M 106 220
giga- G 109 230
tera- T 1012 240
peta- P 1015 250
exa- Note 2 E 1018 260
zetta- Note 2 Z 1021 270
yotta- Note 2 Y 1024 280
Fonte: Wikipedia
E continuamos nossa saga de manter o verão 2007 tão quente quanto nossas noites, daí a terceira Gente Bonita Clima de Paquera nem espera janeiro acabar, pra fechar nossa tríade de fins de semana pegando fogo na noite de São Paulo. Mais uma vez, Alexandre Matias e Luciano Kalatalo abolem fronteiras entre décadas, gêneros musicais e canções e incendeiam a pista do Audio Delicatessen, que já ficou pequena no penúltimo finde e deve repetir a excelente performance do dia treze. Então cadastre seu nominho na nossa lista e não reclame se tiver que pagar a inteira: que agora é R$ 20 – mas a meia, na nossa mão, continua cincão.
It’s we!
Gente Bonita Clima de Paquera
Nos CDJs: Luciano Kalatalo & Alexandre Matias
Sexta-feira, dia 26 de janeiro
23h (Sem hora para acabar)
Local: Audio Delicatessen – Rua Mourato Coelho, 651 – Vila Madalena
Telefone: (11) 3097 0880 e (11) 3816 1220.
Preço: R $ 20 na hora / ou R $ 5 para você que é Gente Bonita, é só se cadastrar na lista www.gentebonita.org
Mais Simian, mais Supercordas, mais Hot Chip, hits do verão 2007, celebrando a volta do Led dos anos 90, Prince desenterrado, pós-punk paulistano, groove pra criançada, dica do público da festa, funkeira atlântica, psicodelia pop, suingue marcial, disco-rock da Noruega e Chemical Brothers novo.
– “Slippin’ On Down (feat. Bob Arkin)” – Fantastic Plastic Machine
– “Sobre o Calor” – Supercordas
– “The Beach Party” – Hot Chip
– “Hold Me My Daddy” – XTC
– “Babyface” – U2
– “The Ballad of Dorothy Parker” – Prince
– “Mediocridade Afinal” – Smack
– “Classificação” – Trio Soneca
– “Snoop’s Bounce” – Snoop Doggy Dogg + Rage Against the Machine
– “Giggin’ Down 103rd” – 103rd St. Rhythm Band
– “The Sweet Escape (feat. Akon)” – Gwen Stefani
– “Fa-Fa-Fa” – Datarock
– “Piggy in the Middle” – Simian Mobile Disco
– “Electronic Battle Weapon 8” – Chemical Brothers
Chegaquê.
Resenhinha que saiu hoje na Ilustrada. Tem entrevista com o autor do livro aqui nesse link.
Livro reconta a história sob a ótica iconoclasta
A expressão “contracultura” nos remete aos anos 60 de passeatas, hippies, drogas, rock sério e sexo livre, tempos de uma transição entre o Technicolor da psicodelia e o vermelho e preto de maio de 68. Esta lembrança desdobra-se mais adiante nos pais e filhos desta geração clássica – antes, os beats, o jazz e o blues, James Joyce e os xamãs; e depois, a cultura rave, clubber, nerd e geek, o hip hop e o ativismo político eletrônico. “Contracultura Através dos Tempos” amplia ainda mais este escopo, e reconta a história da humanidade do ponto de vista da quebra dos valores tradicionais e do espírito inquieto das épocas de mudanças. O livro (assinado pelo nome de batismo – Ken Goffman – do ativista e escritor R.U. Sirius) determina um Prometeu hedonista e um Abraão iconoclasta como pais desta cultura da mudança. No cânone, judaísmo, a Paris do século 19, Thoreau e Whitman, trovadores medievais, taoísmo, zen e sufismo, Sócrates e o Iluminismo, apontam para a acid house, a internet, o ambientalismo e a Nova Esquerda, numa grande árvore genealógica desta história paralela. O prefácio de Timothy Leary é só a cereja.
CONTRACULTURA ATRAVÉS DOS TEMPOS – DO MITO DE PROMETE À CULTURA DIGITAL
Cotação: Quatro estrelas
Autores: Ken Goffman (R.U. Sirius) e Dan Joy
Editora: Ediouro
Quanto: R$ 54,90 (432 págs.)
Sem lugar pra desfilar o bronzeado das férias? As baladas “mudernas” fogem da raia assim que o sol aparece? Tá faltando música nova no seu verão 2007? Tanto tempo na horizontal faz a gente ficar desacostumado, mas Gente Bonita Clima de Paquera vem lhe salvar do marasmo. Seguimos neste novo janeiro rasgando hits de todas as épocas e gêneros cutucando diferentes pontos do imaginário sonoro pop da massa, groove na cabeça e bate-estaca no coração. De novo no Bar Treze, Alexandre Matias e Luciano Kalatalo juntam todas as músicas que você quer ouvir numa só noite, sem lugar pra fronteiras, xiitas e guetos. Só existe uma categoria nesta noite: a primeira categoria. Música boa pra dançar e pra começar o ano com seus dois pés certos. E não esqueça de colocar seu nome na nossa lista: www.gentebonita.org
Hoje, sexta-feira, dia 19 de janeiro de 2007
Discotecagem: Luciano Kalatalo e Alexandre Matias
Local: Bar Treze – Rua Alagoas, 852 Higienopólis (em frente à Faap)
Telefone: 11 3666-0723
Horário: A partir das 23h
Preço(s): R$ 10,00 e R$ 5,00 (com nome na lista – é só se cadastrar no
site: www.gentebonita.org)
Tributo aos Smiths com guitarras, saudações matinais, pedidos do público, oitentismo nerd, Beck ao vivo, outro remix do MSTRKRFT, a nova do LCD, aquela do CYHSY e Pixies!
– “Carro Branco” – Os Lobos
– “Bom Dia” – Kamau
– “Crowded Avenue” – Honeycut
– “Nicotine & Gravy” – Beck
– “How Soon is Now?” – Afghan Whigs
– “There is a Light That Never Goes Out” – Nada surf
– “This Charming Man” – Death Cab for the Cutie
– “Debaser” – Pixies
– “Work Work Work (Pub Club Sleep)” – Rakes
– “The Skin of My Yellow Country Teeth” – Clap Your Hands Say Yeah
– “She Blinded Me with Science” – Thomas Dolby
– “Time to Get Away” – LCD Soundsystem
– “Jean” – Tok Tok
– “Work On You (MSTRKRFT Remix)” – ParaOne
Diz o Last.fm: The Subways, Ash, Wry, The Rakes, Ash, The Subways, The Rakes, The Cribs, Rapture and Wry dia de oito de fevereiro em Curitiba (embora o Rapture esteja linkado pra uma banda de doom metal e o Rapture que nos concerne toca dia 7 no Ohio e dia 9 em Maryland, nos EUA.
Alguém sabe de algo?
Rock clássico, electro, politicamente correto, parkour, etc… Ficou bom.