Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.

Em Brasília, catorze horas

De novo na terrinha, dessa vez pra participar do Seminário Nacional sobre os Direitos Autorais e o Papel do Estado. Se você tiver de bobeira em BRASILA, colaê, a inscrição é gratuita. Se você não estiver, dá pra acompanhar o evento por aqui (dizem – clica no “Ao vivo”).

Vida Fodona #058: Um line-up de All Stars

O grito das tias fofinhas, blueseira cabeça da Califórnia, cena mashup brasileira em plena formação, Eduf Turner, soul big beat, classic rock chicano, velha do Beck, Beatles in jazz, blame Canada e Metallica com Aretha Franklin.

– “Hotel California” – Gipsy Kings
– “Fallin'” – De La Soul + Teenage Fanclub
– “Broken Train” – Beck
– “Things We Said TOday” – London Jazz Four
– “We Don’t Need Another Hero” – Eduf
– “Shout” – Tears for Fears
– “Tough Kid” – Honey Cut
– “West End Jump” – Gerador Zero
– “You Only Live Once Ela Dança” – Gente Bonita
– “Daft Bonde” – DJ Goos
– “Rehab (Hot Chip Remix)” – Amy Winehouse
– “Desconhecido” – Desconhecido
– “Enter Aretha” – Deejay Cntrlf
– “Raw Sugar” – Metric

Chegaê.

Treze Zero Dois

Coluninha nova no Rraurl.

1. “The Operation” – Charlotte Gainsbourg
Sim, é a filha do homem, trocando o jazz-funk do pai por um indie-dance quase dandy, algo como se Morrissey, Scott Walker e o velho Serge pudessem concordar com alguma coisa. Charlotte mal canta – seu sussurro é um gemido que declama palavras sobre uma base que caminha lado a lado com a linha mais cool do French Touch – entre o Air e o Tahiti 80 – frágil como qualquer diva tímida.

2. “We Are Your Friends” – Simian vs. Justice
Daqueles motivos para não se preocupar em acompanhar tudo o que acontece no mundo na última hora o tempo todo. “Never Be Alone” foi lançado como um single em 2002 pelo grupo Simian, que lançou o disco We Are Your Friends (produzido por Brian Eno) em 2003. A banda acabou em 2005 mas foi revisitada este ano pela dupla francesa Justice, que remixou a faixa e a relançou num clipe ótimo – tão bom que ganhou a escolha da audiência no último MTV Awards da Europa, enfurecendo Kanye West, que achou um absurdo o campeão não ter sido seu clipe. Ou seja, uma das músicas do ano, na verdade, é uma música velha remixada. E a mensagem da música – sua única letra e repetitivo refrão – é tão clara quanto rara nas paradas pop atuais: a amizade, pura e simples, que proporciona momentos ótimos à vida de todos nós. “We Are Your Friends” é quase uma “Love is in the Air”, de tão emblemática.

3. “Cell Phone’s Dead” – Beck
Primeiro single do ótimo The Information a dar o ar de sua graça, ela vem com um beat meio electro-funk e o folk falado do nosso herói, que tempera o refrão com uma provocação de brinquedo, botando uma criança que diz “one by one I’ll knock you out”. Segue a trilha de “Loser”, “Devil’s Haircut” e outras obras menores desta fórmula que costumamos chamar de “o som de Beck”.

4. “Promiscuous (Silk Remix)” – Nelly Furtado
Violões em primeiro plano, pegada praiana, beat lo-fi – o xaveco manhoso entre a nova Nelly e o velho Timbaland ganha ares latinos e mediterrâneos, com o tratamento roots e cool dado pelo produtor Silk.

5. “Nobody Move, Nobody Get Hurt” – We Are Scientists
A guitarra que grunhe, o galope na bateria, o baixo marcado, o vocal de desespero… Sim, são os mesmos elementos de sempre do pós-punk, a gasolina e sangue de todo tal “novo rock” pós-Strokes. Mas há algo diferente no We Are Scientists que, parece umas quinze bandas a cada compasso e ao mesmo tempo não parecer nenhuma delas, ao todo.

6. “Whoo! Alright – Yeah… Uh Huh (Simian Mobile Disco Remix)” – Rapture
“As pessoas não dançam mais/ Elas só ficam paradas assim/ Cruzam os braços, olham pra baixo/ Bebem, resmugam, falam mal”. A dupla que saiu do supracitado Simian pega o refrão debaixo do hit “W.A.Y.U.H.”, do Rapture, e o transforma num mantra em algum lugar entre o electro e o techno, esfregando efeitos sintéticos uns no outro como se eles pudessem pegar fogo. E, juro, sai faísca.

7. “Rock Steady (MSTRKRFT Remix)” – All Saints
Sim, são aquelas All Saints mesmo, pop inglês pós-adolescente tirando onda de mulher madura, deliciosamente picotadas pela dupla canadense, que é, de longe, o artista mais certeiro de 2006 – zero de gordura, nenhuma música nem remix ruim. Quando os dois colam a base electro oitentão (meio hip hop pré-Run DMC, meio New Order) num loop de “look in my eyes”, estamos a centímetros de aceitar o convite. E as estrofes, originalmente dor de cotovelo, ganham um inesperado contorno hippie, em meio a um cenário nada campestre.

8. “We Share Our Mother’s Health” – The Knife
Os ruídos do início parecem indicar uma tentativa de diálogo vindo de um daqueles ETs de 2001 (na verdade, as orquestrações sinistras do húngaro Gÿorgi Lygeti), mas logo vão se decompondo num loop de beats sintéticos que descambam numa invasão de microsseres de ritmo emborrachados (vozes alien, fato), como se a população de um cartucho de videogame sci-fi viesse à nossa realidade em uma espécie de passeata de reivindicações pela possibilidade da dança. Tente resistir.

9. “Discotech (Weird Science Remix)” – Young Love
Levada, er, disco, pegada 80s, swooshes vindo do passado, guitarra novo rock. O brainproject de Dan Keyes (ex-Recover) é irmão de criação do Playgroup de Trevor Jackson – aquele feeling que a década trash ainda está entre nós e não apenas um ou outro sabor daquele tempo. Groove technopop, refrão grudento, alto astral meio blasé – dance brega, eletrônico, pop deslavado. Sim, era bom desse jeito.

10. “Everything Just Wonderful” – Lily Allen
Ela vai comendo pelas beiradas… Agora o groove é manhoso, ela canta como se espreguiçasse ao acordar, com aquele arranjo cool e funky ao mesmo tempo. Allen fala sobre a pressão para emagrecer, a paranóia de tempo da nossa sociedade, a burocracia de comprar um apartamento… Mas, no meio da música, ela lembra que tudo é maravilhoso e que está vivendo a melhor época de sua vida. “Eu não devo reclamar”, finaliza, deliciosa, “acho que é assim que um cookie vira migalha”.

11. “O-hot Brain (Original Mix)” – One-Two
Outra oitentista, levada no chimbau eletrônico, baixão Peter Hook, guitarra seca marcando tempo, teclado retrô e palminhas digitais. E, mesmo citando pop dos anos 60 como referência e vindo de uma Paris pós-Air e Daft Punk, eles estão no mesmo balaio nova-iorquino retro-electro rock que o LCD Soundsystem e Rapture. “O-hot Brain” é o segundo single do primeiro disco da dupla, Love Again, e é pra se jogar.

12. “Fireworks” – The Whitest Boy Alive
Erlend Oye é um dos Kings of Convenience, como dá pra perceber pelo climinha praiano e ensolarado da faixa, mas o WBA é sua incursão pela música para dançar. Nem dá pra traduzir como “dance music”, de tão frágil e delicado que seu projeto paralelo parece. Mas a guitarrinha indie, a levada twee, os instrumentos quase de brinquedo… Daquelas músicas que aquela menina linda fica dançando sozinha na pista quase vazia às cinco da manhã, certa de que não quer pegar ninguém a não ser no sono depois de ir pra casa – só e feliz.

13. “Samba Machine” – Kassin + 2
Na encôlha, o trio + 2 lançou seu terceiro disco no Japão. Desta vez encabeçado pelo pop deslavado de Kassin (sem o pós-MPB de Moreno ou o cabecismo light de Domenico), Futurismo pode até tocar no rádio, ao contrário dos anteriores (salvo uma ou outra faixa). Mas essa faixa está em algum lugar entre em uma “SexyBack” lo-fi (são os “yeah” gritados no ritmo) e o projeto tosco dos Dust Brothers, Sukia.

Clipping

I read the news today, oh boy…

Fernando Henrique tem fama de inteligente, mas só entre quem nunca leu um livro do cara. Quem já se aventurou sabe que o estilo dele lembra o de um aluno que não estudou a matéria e fica tentando enrolar o professor.
Apple pode investir 100 milhoes no Brasil por fabrica e distribuiçao
Os videoclipes “não colaboram para o avanço televisivo e apostar neste formato é receita para a queda de audiência”.
With 10 clicks per day, the more days you play, the more chances you will have. You will be accumulating entries from your clicks right up until the draw takes place.
A Comunidade Arrasa! é a primeira e maior rede GLS de amigos online do Brasil.
A Daslu já havia sido oferecida para alguns fundos de investimentos e também para um grupo de varejo espanhol, mas sem sucesso. A idéia inicial seria transformar a empresa em uma loja de departamenbtos de prestígio – e não mais de luxo – como norte-americana Saks. Mas, segundo fontes do mercado, investidores foram reticentes ao projeto, uma vez que temiam que a marca não sobrevivesse à mudança.
Três bandas de rock. 4.000 km de estrada pela região sul do país. Isso é o Chili Beans Rock Road, difusão cultural através de shows em 10 cidades do sul do país com 3 das melhores bandas independentes da atualidade.
O vírus se aproveita de um falha no programa Quicktime, que muitos usuários utilizam para assistir a vídeos no MySpace.
Além deste super videogame, com direito a controle no volante, o Suzuki SXBox também é um carro!
In a sense, humans have always been digital
Agora você pode comprar lotes de passagens pela internet!
Planejamento Familiar
Mixd is about going out.
O iG, empresa de Internet da Brasil Telecom, anunciou na segunda-feira que lança este mês uma versão em português e localizada para o Brasil do jogo online Second Life, que tem atraído usuários ao redor do mundo.
Imprensa é uma força de propaganda?
Aí vocês é que estão distorcendo o que sai no jornal

…E tem gente que queria ter nascido em outra época.

Mashup-me Up

Editar é o verbo.

E não esquece que dia 15 tem a festa do Vegas, com Mike Relm e Eclectic Method – tipo isso aí em cima, só que na pista (quem viu as duas aparições de ambos no final do ano passado e no primeiro semestre desse ano sabe que é imperdível).

Sexta-feira maluca

Look closer

Mesma história: só músicas boas, só gente bonita, só diversão e descontração, só acabação e azaração alto astral, com uma turminha da pesada se metendo em muita confusão. Nada de carão nem de músicas difíceis pra mostrar o quanto de música a gente saca – quer dizer, a gente saca, mas a pista não é o lugar pra tirar essa onda. E se você quiser por seu nominho na lista e pagar só cinco pilas, siga o link.

Preço de banana

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Alguém vai querer?

Plena transformação

Uns parafusos a menos ou a mais, uns dias a menos ou a mais…

Será que escrever é a solução? Estou trancado dentro de uma versão debilitada das minhas possibilidades há mais de dois meses e hoje ouvi um especialista me dar um prazo muito maior que o que eu esperava pra minha mão direita voltar a funcionar. Sentimentos e sensações vão se empilhando por trás das orelhas e ficam presas em forma de palavras na minha nuca, onde percebo nitidamente a energia do fluxo do conhecimento interrompida quando paro de escrever. E o digitar solitário da mão esquerda, uma cada vez mais ágil cata de milhos pelo teclado, transformando o indicador em escravo direto do cérebro, esforça-se para, nobremente, cumprir a falta da irmã, que fica ali do lado, triste por não poder ajudar e por sobrecarregar a outra. Elas se abraçam, uma consola a dor da outra, enquanto observo pensando no quanto eu sou responsável por estes movimentos.

De vez em quando paro, saio da frente do computador para aliviar o trabalho da esquerda. E a direita dói. Continuamente. “Sinal que as coisas vão voltar ao normal”, disse meu médico xará, com uma frieza típica de quem tem tanta certeza do fato devido à rotina. Mas logo estou de volta ao monitor, encarando a tela branca como se pudesse encontrar, de súbito, um fio da meada para a torrente de idéias. Minha viagem à Cuba, discos do ano passado, coisas que descobri, outras que discuti, emails, projetos pro trampo, frilas, entrevistas, scraps, comments, searchs, posts, listas de downloads, de deadlines, afazeres, de metas. Nada vem direito (irônico trocadilho da linguagem), tudo vem pela metade (outro). Mas por mais que submeta a canhotinha a um campo de trabalhos forçados, não consigo ficar sem escrever. Daí a pergunta do início.

A resposta imediata após a racionalização talvez seja um “não”, ao pensarmos que a escrita se opõe à vida. Escreve-se sobre o que se viveu, portanto escrever é deixar de viver. Caímos numa espiral existencialista sobre o papel da arte (depois eu desenvolvo isso melhor) que é autófaga: se todos vivessem e não produzissem arte talvez não fôssemos todos artistas? Ou o inverso: se todos queremos ser artistas, inevitavelmente não mais o seremos. É uma cumbuca que só conseguimos tirar da mão se pararmos de nos preocupar, como o paredão que surge frente ao mercado de celebridades – se todos fazem questão de serem conhecidos, quem vai querer conhecê-los? Talvez vivêssemos mais sossegados (e, sem perceber, mais artistas), caso não nos preocupássemos com a arte.

E é justamente por isto que escrever é, sim, solução. Não uma solução, mas “a” solução. Claro que talvez as palavras e a linguagem formal devam ser as principais fontes de nossos problemas, mas já que as temos, temos que superá-las. Torná-las corriqueiras, comuns, tirar a “arte” das palavras. Já fazemos isso com as palavras faladas, trocamos, mutamos e as vulgarizamos sem pudor, falando errado, engolindo letras, inventando sons com novos significados. Já até ultrapassamos a palavra falada com a palavra cantada, que por diversas vezes deixa de ser palavra e torna-se apenas canto. Canto, grito, gemido, alarido, lamento, grunhido – questão de perspectiva.

Estamos aos poucos fazendo isso com a palavra escrita, sem percebermos. Nas manchetes dos jornais, cartazes na rua, placas nas lojas, cardápios, guias de localização, marcas, títulos de filmes, discos e livros, nomes de bandas, revistas, oficinas, subprefeituras, cargos militares. Mais do que ter uma única palavra para cada uma das coisas existentes, criamos variações infinitas para todas elas. A palavra, com a publicidade para as massas, tornou-se elástica – ganhou formatos, cores, tamanhos, virou imagens. Chegamos ao cúmulo de mutarmos apenas a letra: um enorme M amarelo arredondado significa a maior rede de lanchonetes do mundo, um simpático K azul deixou de ser símbolo de sorvetes brasileiros, um F preto num losango branco de bordas vermelhas é sinônimo de roupa cara – ou falsificada.

A poluição visual parece triplicar com a presença das palavras. Além de desenhos, logotipos, fotos, ícones e cores, lidamos com todos os significados que as palavras, por escrito, têm. Pois podemos colocar todas as pessoas mais felizes do mundo, as melhores paisagens, a última palavra em design ou uma grande sacada de roteiro, que se não escrever “promoção”, “oferta”, “cool” ou “hype” (só pra ficar nuns exemplos óbvios) não associamos ao produto que está sendo vendido.

***

Hoje faz um ano em que meu carro desceu uma ladeira e terminou sua existência num poste. Podia ter ido junto. Mas pediram pra eu ficar, e me botaram uma tala de titânio dentro do braço e em menos de um mês estava fazendo quase tudo que faço normalmente (discotecando, escrevendo, pegando praia, voando, tocando violão), embora com o déficit considerável do braço direito e com quatro parafusos a mais. Roxo e amarelo, ele atravessou meu inferno astral mais duro, o do retorno de Saturno, como uma lembrança de que tudo pode mudar, num menor segundo.

E não mudar. Vejo as duas mãos percorrerem o teclado como antigamente e, juro, quase choro de emoção. Sem outras palavras: é incrível. Estava deitado numa maca num corredor de um hospital público em que um cara fardado num carro oficial me havia deixado e percebi que o maior estrago era o braço direito até um enfermeiro passar e me dizer: “Faz o jóia”, pedindo para eu levantar o polegar direito.

Ah, a ironia da linguagem. Com aquela coleira cervical no pescoço, tive dificuldade de abaixar os olhos para mirar a mão levantar o polegar – e nada. O polegar não levantava, na maior sensação de impotência da minha vida – e literalmente, com o dedo que eu digo que está tudo bem. “Jóia”, no more. Depois fui entender que aquilo era vestígio de uma lesão no nervo radial, acontecida na mesma altura da fratura no úmero, e que eu talvez não pudesse recobrar os movimentos da mão direita.

Ugh.

Daí a tremenda emoção de ver minhas duas mãos caminhando sobre o teclado, embora a direita ainda não esteja em modo completo neste momento. Tudo bem. Ela já esteve pior, vai estar melhor.

E assim, todos nós.

***

Se eu percebi uma coisa neste momento X da vida foi o quanto vivemos em plena transformação, transfusão, o tempo todo. Mais do que isso, o acidente foi mera alegoria pra essa condição. Estar bem e, puf, num momento seguinte estar mal. E como a minha expectativa para que minha mão e meu braço melhorasse se confundia com o arrependimento por ter deixado o carro ir, de ter saído aquela noite, de não ter voltado de carona.

E isso parece ser a vida da gente. A expectativa do que pode vir acontecer se misturando com a frustração daquilo que não tinha acontecido.

Mas aí tem a recuperação. Todo dia, o punho se mexia um centímetro, o dedo levantava um pouco mais, a mão já conseguia segurar uma caneta, rabiscar uma letra, fazer o jóia. Uma coisa de cada vez. E, do mesmo jeito que me dá alegria digitar esse texto com as duas mãos, cada uma dessas mudanças me enchia de sentimentos que podem parecer contraditórios: esperança (vou poder dirigir no fim do ano?), paranóia (só vai mexer até aqui), negação (pode regredir), tristeza (que demora), felicidade (mais um pouco), agonia (e se for só isso?), desespero (e se isso acontecer de novo?).

Mas mais do que isso, me enchia de vontade – assim mesmo, no intrasitivo. Não vontade de viver ou vontade de estar numa boa ou vontade de que tudo passasse logo. Simples vontade. Sentir a mão voltando ao normal me fez sentir-me criança de novo, a alegria de aprender, a frustração de não conseguir, a raiva de não passar, a impaciência, as pequenas felicidades do dia-a-dia… Tudo reduzido a uma parte do meu corpo, como uma parábola de mim mesmo e de nós todos.

Falei pro Cardoso e pro Bruno logo depois do acidente, que, na época do Velho Testamento, as referências eram diferentes, o céu se abria, saía uma luz e vinha uma voz. Hoje, depois que a gente viu isso acontecer em milhões de filmes e comerciais de TV, essa imagem não impressiona mais. Mesmo se o céu se abrisse e conversasse com a gente, íamos achar que estamos loucos ou que somos o Neo. E perderíamos o principal da história – a mensagem.

Daí veio um poste, algo bem mais convincente que um anjo ou um alien, me avisar pra viver cada dia, cada hora. De parar de antecipar os erros ou lamentar os acertos. Simplesmente, ir.

Não é o começo nem o fim que importa. É o meio. É agora. Pois, parafraseando e subvertendo meu Marx pessoal: “O meio é a mensagem”.

Diga do jeito que você achar melhor. Eu escrevo.

Gente Bonita no Studio SP

cabaretvague.jpg

Enquanto a próxima Gente Bonita não vem, você pode matar as saudades nesta sexta-feira, quando eu e o Luciano invadimos o Studio SP com aquele clima que você conhece. De lambuja, tem o Márvio oficializando o disquinho de sua banda, el Cabaret, e o Giassetti lançando a coleção Mojo Books. Tem lista de desconto site do Studio, corre lá.

Vida Fodona #057: É meio que o meu dia-a-dia

Dose dupla de mashup de Beatles, indie-pop goiano, nova do Z’África, velha do KC, funk remix, pista do MySpace, o hit do finde passado, brinde vitrolista, indiesmo no talo, Lily Allen macia, Kassin surf music e as dicas sobre a cena mashup brasileira.

– “Lady Madonna” – Beatles
– “True School Walrus” – Flying White Dots Staring at the Sky
– “Rapture Rapes the Muses” – Of Montreal
– “Nobody Moves, Nobody Gonna Get Hurt” – We Are Scientists
– “Da Quebrada, a Vida é Rara” – Z’África Brasil
– “Montagem Cruel” – Bonde dos Carecas
– “Bonus” – X-Ectuoneers
– “Passion” – Killing Chainsaw
– “For Myself” – Grape Storms
– “Indian Maracas” – PELVs
– “Everything’s Just Wonderful” – Lily Allen
– “O-Hot Brain (Original Mix)” – Onetwo
– “Discotech (Weird Science Remix)” – Young Love
– “Homem ao Mar” – Kassin + 2

Tó.