Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.

K_meZta

E essas camisetas do Cersibon, que fodas?

Leitura Aleatória 250


Bill in Ash Vegas

1) É: filme do He Man. Fudeu
2) Obama assina lei de igualdade salarial entre homens e mulheres
3) E a história do rapper Joaquin Phoenix é mesmo caô
4) “Blowing in the Wind” vira jingle
5) Polícia descobre plantação de maconha pelo Google Earth na Suíça
6) Neil Gaiman de novo no cinema, dessa vez via Neil Jordan
7) Robbie Williams de volta ao Take That?
8) Disco novo do Super Furry Animals a caminho
9) A edição de luxo do disco novo do Morrissey vem com um papo dele com o Russell Brand (isso deve ser realmente bom)
10) USP disponibiliza obras raras em sua biblioteca virtual

Still Macca

Hoje também é o dia em que a gravação do show secreto que o Paul fez na Amoeba no dia 27 de junho de 2007 em Los Angeles está sendo oficialmente posto à venda.


“I Saw Her Standing There”


“Hey Jude”


“Drive My Car”

E como disse o Colbert

Hoje faz quarenta anos que os Beatles fizeram seu último show:

Escrevi sobre esse show há dez anos, vê só.

E por falar no Paul…

Eis a entrevista dele no Colbert. Genial.

Você sabe quem é Helen Shapiro?

E por que eu vou falar dela hoje?

Paul McCartney, Amy Winehouse, My Bloody Valentine, Fleet Foxes, Cure, Franz Ferdinand, MSTRKRFT, TV on the Radio, Killers, Leonard Cohen…

Nem Blur, nem Pavement, nem Stone Roses, mas olha só a escalação do Coachella desse ano… Em negrito, o que eu não perderia…

Sexta, 17 de abril
Paul McCartney
Morrissey
Franz Ferdinand
Leonard Cohen

Conor Oberst and the Mystic Valley Band
Beirut
The Black Keys
Girl Talk

Silversun Pickups
The Ting Tings
The Crystal Method
Ghostland Observatory
Crystal Castles
The Airborne Toxic Event
We Are Scientists
N.A.S.A.
Patton & Rahzel
M. Ward
The Presets
The Hold Steady

A Place to Bury Strangers
Felix da Housecat
Buraka Som Sistema
Ryan Bingham
Bajofondo
Peanut Butter Wolf
Noah & the Whale

White Lies
The Bug
Alberta Cross
Los Campesinos!
Craze & Klever
Molotov
Switch
Gui Boratto
Steve Aoki
The Aggrolites
People Under the Stairs
The Courteeners
Cage the Elephant
Dear and the Headlights

Sábado, 18 de abril
The Killers
Amy Winehouse

Thievery Corporation
TV on the Radio
Band of Horses
Fleet Foxes
MSTRKRFT

Michael Franti & Spearhead
Atmosphere
Mastodon

TRAV$DJ-AM
Henry Rollins
Crookers
Turbonegro
Hercules and Love Affair
Superchunk

Glasvegas
Dr. Dog
Drive-By Truckers
Booker T & the DBT’s
Amanda Palmer
The Bloody Beetroots
Surkin, Para One (Live)
Calexico
Liars
Bob Mould Band

Zane Lowe
Electric Touch
Blitzen Trapper
James Morrison
Drop the Lime
Glass Candy
Thenewno2
Gang Gang Dance
Billy Talent
Ida Maria
Ariel Pink’s Haunted Graffiti
Zizek
Cloud Cult
Tinariwen

Domingo, 19 de abril
The Cure
My Bloody Valentine

Yeah Yeah Yeahs
Throbbing Gristle

Lupe Fiasco
Paul Weller
Antony & the Johnsons
X
Roni Size
Public Enemy
Jenny Lewis
Groove Armada
Paolo Nutini
Christopher Lawrence
Lykke Li
The Kills
Okkervil River
M.A.N.D.Y.
Clipse
Sebastien Tellier

Fucked Up
Perry Farrell
The Horrors
Late of the Pier
K’naan
Junior Boys
Brian Jonestown Massacre
Supermayer
No Age
Vivian Girls
Shepard Fairey
Themselves
Gaslight Anthem
The Knux
Mexican Institute of Sound
The Night Marchers
Marshall Barnes

4:20

Joinha, Joinha

A última música do show do Little Joy de ontem. Daqui a pouco escrevo mais. Cabem duas perguntas, no entanto:

1) O Little Joy é um dos melhores projetos paralelos de todos os tempos?
2) O jeito brasileiro do Fabrizio Moretti parece mais o Max B.O. ou alguém de uma banda de Pernambuco?

Os 50 melhores discos de 2008: 31) Department of Eagles – In Ear Park

Do you listen to your classical records any more?
Or do you let them sleep in their sleeves, where they be?
Do you suffer through those records that you turned around?
Or do you make them sleep in their sleeves where they weep?

Department of Eagles – “Classical Records”

Gigas de MP3 soltos, enchendo pastas e diretórios virtuais. Algum deles até formam discos, têm capas e seus autores são conhecidos por mais de 100 mil pessoas. Mas a vasta paisagem sonora de músicas produzidas em 2008 é composta por dezenas de milhares de artistas anônimos que não são conhecidos por mais que dez mil ouvintes – e a tendência é que isso se agrave e, em pouco tempo, estaremos, todos os seis bilhões de pessoas do mundo, fazendo música para dois ou três gatos pingados ouvirem. Isso é ruim? Não para mim – não é exagero pensar que mais música foi produzida na primeira década do século 21 do que em todo século 20 e não vejo como isso pode ser ruim. Existe, sim, outro problema com essa maçaroca de músicas mendigando três ou quatro megas de espaço no seu HD – a falta de ambição, de aspiração à grandiosidade, de disposição rumo a algo que vá ficar na história sem precisar, necessariamente, reinventar a roda ou criar um gênero tipo melancia-pendurada-no-pescoço-rock. A brusca mudança que aconteceu com o Department of Eagles pode dar um rumo para esse pop oba-oba dos anos 00. O projeto paralelo do carinha do Grizzly Bear (Daniel Rossen) era um laboratório de colagens de beats e samples quando foi criado, há cinco anos. Mas depois de tanto tempo marinando à espera, Rossen e seu compadre Fred Nicolaus transformaram o DoE em outra história. Em In Ear Park, sai o experimentalismo DIY eletrônico e em seu lugar entra a precisão para compor canções que pertencem a um cânone do século passado – quando a música feita para adolescentes começou a aspirar a eternidade. Estou falando de um material de composição que une autores como os Wings de Paul McCartney, Brian Wilson, Burt Bacharach, John Lennon, Randy Newman, Todd Rundgren, Harry Nilsson, Arnaldo Baptista, Alex Chilton, Andy Patridge, Steely Dan, Roxy Music, Joni Mitchell, Scott Walker, Raspberries e Traffic. Sim, músicas escritas ao piano, quase sempre cantando a infância e a inocência (o disco é dedicado ao pai de Rossen, que morreu no ano passado), que se alongam para além dos três minutos de duração e ultrapassam a estrutura estrofe-refrão-estrofe, sem cair no experimentalismo porraloca, em busca de uma narrativa (tanto lírica quanto musical) que equivalha a de um livro. Em alguns momentos (“Waves of Rye”, “Teenagers”, “Phantom Other”) o volume das guitarras aumenta para além do clima setentão, alinhando a dupla com o Mercury Rev e o Flaming Lips da virada do século, mas por quase todo In Ear Park o clima – cheio de violões dedilhados, banjos, teclados, cordas e percussão de orquestra (são tocadas ou sampleadas? Realmente não sei) e muito, muito piano – é bucólico e introspectivo, mesmo quando soa épico e se leva muito a sério. É, de longe, a melhor coisa que Rossen já fez na vida.

31) Department of Eagles – In Ear Park

Department of Eagles – “Teenagers