E mais uma vez eu e o Ronaldo voltamos a dissecar o capítulo de Lost da semana passada, quando a série finalmente parece desenrolar para sair da nota 7 que tem sido a média dos episódios até aqui. Já sabe como funciona, né? Baixa o MP3 e quando eu falar “prei” você aperta o play para assistir a 316 – e aí você assiste com a gente.
Hoje temos Beck tocando Dylan, muita psicodelia e algum samba, dub de Franz Ferdinand, nova do Yeah Yeah Yeahs, Olivia Tremor Control ao vivo, b-side do Elliott Smith, Tom Waits com os Stones, Frank Jorge, White Stripes, Jorge Ben em Paris e Phantom Band.
Mussum & Os Trapalhões – “Descobrimento do Brasil”
Of Montreal – “Alter Eagle”
Yeah Yeah Yeahs – “Dull Life”
Franz Ferdinand – “Feel the Pressure”
White Stripes – “We’re Going to Be Friends”
Rômulo Fróes – “Amor Antigo”
Frank Jorge – “Não Espero Mais Nada”
MGMT – “The Youth”
Olivia Tremor Control – “Holiday Surprise”
M. Ward – “Shangri-La”
Elliott Smith – “Suicide Machine”
Jupiter Maçã – “Beatle George”
Led Zeppelin – “Ten Years Gone”
Tom Waits & Rolling Stones – “The Ghost of Tom Waits”
Jorge Ben – “Caramba… Galileu da Galiléia”
Beck – “Leopard-Skin Pill-Box Hat”
Papercuts – “Future Primitive”
She & Him – “I Put a Spell on You”
Phantom Band – “Crocodile”
Gravado no começo da década e lançado originalmente em 2006 pela gravadora espanhola Elefant, o quarto disco de Júpiter Maçã finalmente foi lançado em seu próprio país – e como os três anteriores, é uma viagem. Depois de derreter-se na psicodelia sessentista (A Sétima Efervescência), no lounge de brechó pra turista (Plastic Soda) e no futurismo cabeça (Hiss-Civilization), dessa vez a trip do velho Júpiter é rumo ao início dos anos 70, de Beatles solo, folk sentimental, cinema marginal paulistano e pós-tropicalismo. E por mais que a paisagem ecoe seus dois primeiros discos, Uma Tarde na Fruteira é uma coleção de canções maduras e sentimentais, em que o cinismo pop art e o ruído do rock’n’roll surgem em momentos específicos (o primeiro na “Marcinha Psicótica do Doutor Stu”, o segundo na garageira “Síndrome de Pânico”). O resto é domado pela consciência de Basso em construir um cenário sonoro adulto e moderno – o interlúdio instrumental de “Little Raver” ecoa Pet Sounds e Sgt. Pepper’s ao mesmo tempo, “O Retirante” alinha Sérgio Mendes e a bossa nova política do Teatro de Arena e do Opinião de Nara Leão, “Um Sorvete Pra Você” poderia estar no Panis et Circensis, “Violão de Aço” clona, em partes diferentes, Walter Franco e Bob Dylan e “A Menina Super Brasil” requenta Marcos Valle e Mutantes via Stereolab. Isso quer dizer que Júpiter Maçã cresceu? Só ele pode dizer.