Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.

OViolão: Burro Morto – “Navalha Cega”

Agora é a vez dos paraibanos do Burro Morto de refazer sua “Navalha Cega” com ênfase acústica. Filhotes bastardos do mangue beat com a influência da nova cena instrumental paulistana (seja Hurtmold ou Instituto), os quatro esticam ainda mais o tema original, puxando referências tanto na música caipira quanto no rock progressivo. Coisa fina.


Burro Morto – “Navalha Cega

Quatro fantasias em uma mulher

As capas da Esquire eram fodaças.

Peitos laser

Lazer tits: ah, como eu amo o futuro.

Se preocupar com a vida alheia: um esporte brasileiro


Big Julgamento Brasiu, de Cris Dias

A ópera-sabão dos Nardoni é só a continuação em escala macro do novelismo brasileiro, uma das facetas mais tediosas e deprimentes do país, que faz milhões estacionarem no Big Brother ou na Caras e torcer para anônimos ou famosos se darem mal. Faço minhas (quase todas) as palavras da Ana:

VÃO ARRUMAR ALGO PRA FAZER. PELO AMOR DE DEUS. Vão trabalhar, vão ler pra ver se entra algo nesses espaços ocos que vocês chamam de cabeça, vão cuidar dos filhos de vocês para que eles não caiam da janela, vão cozinhar, vão votar no BBB. Vocês são a CABEÇA VAZIA do CORPO que é a SOCIEDADE

Eu até entendo que ela quer dizer que votar no BBB é melhor do que participar desse circo (e é), mas não custa olhar um pouco mais de longe e perceber que, no fundo no fundo, dá no mesmo.

Mas a parte de cuidar dos próprios filhos eu fiz questão de negritar. Eis uma preocupação que, graças à rotina, parece apenas uma amolação. Toda a merda dos Nardoni não aconteceu por outro motivo.

4:20

Obama fingindo interesse em assuntos chatos


“Ahnn…”


“Hmmm…”


“Quem diria…”


“Posso imaginar…”


“É mesmo?”


“Nossa…”


“Certo.”


“Puxa vida…”

Dá pra imaginar o presidente americano pensando nessas frases para desconversar taxista chato ao ter que lidar com todo tipo de visita oficial. As imagens acima são apenas algumas de uma extensa galeria reunida pela revista New York. Mas boto fé que até nessa o Lula bateria o Obama.

Gagaphone

Boa essa paródia.

Boa notícia! O Animal Collective acabou!

Acabou naquelas, a banda mais superestimada da década cansou de fazer show e vai dar um tempo. Ou seja: a comemoração é passageira (afinal, o show de volta vai ser uma histeria…).

Impressão digital #0003: O novo Photoshop

Photoshop para todos
A arte do século 21 em um software

Quem acompanha o mundo digital se surpreendeu na semana passada quando a Adobe revelou um novo recurso de seu tradicional programa de edição de imagens chamado “content-aware fill” (preenchimento com reconhecimento de conteúdo, em inglês).

Para quem não conhece, o Photoshop é o software de edição de imagens mais popular do mundo. Ele não apenas permite que se retoque ou melhore imagens depois de produzidas como também é ótimo para fazer montagens – algumas ficam tão boas que parecem que sempre foram assim. Essa manipulação já está tão incluída no inconsciente coletivo que, sempre que uma imagem parece bonita demais, ela vem seguida do comentário “rolou Photoshop, hein?”.

Voltando ao anúncio da semana, o novo recurso permite que os retoques se tornem automáticos. Nas versões anteriores, se você quisesse, por exemplo, tirar as celulites da coxa de uma mulher, bastava copiar um trecho da pele dela e ir repetindo-o várias vezes, cobrindo as deformações originais – num trabalho árduo, que, literalmente, dura horas. Com o preenchimento automático, basta você selecionar o pedaço que você quer mudar, escolher a função e, em questão de segundos, a mudança é feita.

A Adobe não confirma se o novo recurso virá na versão que foi anunciada para o próximo dia 12, mas garante que será implementada em atualizações futuras desta versão. A novidade deve melhorar, e muito, a qualidade do trabalho de designers, ilustradores e publicitários que lidam diariamente com o programa. Mas a melhor notícia desta mudança não é para eles – afinal, têm estagiários e funcionários que viram noites para fazer tais alterações.

Quem se beneficiará mesmo com o novo recurso são amadores, gente que mexe no Photoshop de brincadeira, para matar o tempo e divertir amigos. São pessoas que já fazem isso, mesmo com poucos recursos e sem intimidade com o software, mas que já mexem na paisagem cultural do novo século.

São montagens com personalidades, desconhecidos que se tornam onipresentes (procure “tourist guy” ou “disaster girl” no Google Images) e mashups de imagens de diferentes contextos. Parece brincadeira, mas no início do século 20, o cinema e o fonógrafo também pareciam. Foi preciso a intervenção da tecnologia para que ficasse mais fácil produzir músicas e filmes. E lá vem ela de novo…

“It’s a trap!”
Livros furados por um sabre de luz

Quem quer um sabre de luz para furar os livros na sua estante? E nem é preciso usar a Força para recuperá-los. A loja do site oficial de Guerra nas Estrelas lançou nesta semana este conjunto de aparadores de livros que faz que a clássica espada de Darth Vader (sabre vermelho, caso você não lembre) pareça que está atravessando sua biblioteca. O conjunto custa US$ 49,99 e já está à venda no site http://shop.starwars.com.

4:20