Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.
Que satisfação receber Papisa em sua temporada no Centro da Terra. O projeto autoral de Rita Oliva tomou forma a partir de um espetáculo que ela realizou no teatro em 2017 e de lá para cá ela conseguiu consolidar-se como uma das principais novas autoras musicais da cena brasileira, retornando ao palco do teatro para experimentar novas canções ao lado de novos parceiros. A cada segunda-feira de agosto, ela recebe diferentes cúmplices para noites específicas: na primeira, dia 4, chama carioca Janine; dia 11 é a vez de Bobby Baq; no dia 18 ela recebe o pernambucano Arquétipo Rafa para encerrar com a participação de Paulo Miklos, dia 25. Na primeira apresentação, ela retoma a guitarra distorcida ao lado de Janine e de duas outras musicistas que convidou para a noite, Irina Bertolucci dos Garotas Suecas e Francisca Barreto. O espetáculo começa sempre às 20h e os ingressos já estão à venda no site do Centro da Terra.
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O Suede está lançando disco novo – Antidepressants – e passou pelo programa Sofa Session, que a radialista inglesa Jo Whiley tem na BBC 2, quando foi convidado a fazer uma versão de uma música conhecida e fez bonito ao escolher uma das melhores canções de Bruce Springsteen, a pop “Hungry Heart”, que soou um pouco mais pesada que a original, deixando o vocalista Brett Anderson à vontade para deslizar sobre a música.
Quem também passou pelo Lollapalloza em Chicago neste fim de semana foi a Clairo, que tirou um sax formidável para encerrar seu primeiro hit, a irresistível “Bags”.
O Mombojó aproveitou a exploração no passado que fez no início do ano ao lançar sua primeira demo nas plataformas digitais e revisitou uma faixa que entraria em seu primeiro álbum Nadadenovo, de 2004, mas acabou ficando de fora. “A gente acabou desistindo dela na época do disco, porque ela tinha muitas partes, era uma música de bem longa”, me explica o vocalista Felipe S., “ela ainda é, mas simplificamos um monte os arranjos e quisemos soltar ela agora como celebração pelos 21 anos do nosso primeiro álbum para inclui-la na turnê do Nadadenovo, que vai rolar até novembro. Resolvemos soltar avulsa porque achamos que ela tinha muito a cara daquela época.” Com quase sete minutos, a faixa é um bom exemplo de como o grupo pernambucano estava à frente de seu tempo – partindo de uma base romântica que se transforma num samba, a ótima “Cançãodanoite” depois cai numa longa trip instrumental que, além dos integrantes da banda, ela ainda contou com o violão de sete cordas e os vocais de Rodrigo Samico, a falta de Katu Hai preencheu os espaços com sua flauta e o Moog e a produção de Léo D. Felipe adianta novidades sobre o próximo disco da banda, já agendado para o ano que vem. “Como a viagem para a Europa (em que o grupo abre para vários shows do Stereolba) vai demandar muito investimento de tempo e dinheiro, vamos ter que esperar um pouquinho mais pra conseguir dar a atenção necessária pra um novo disco. Mas ele já está sendo mixado e estamos trabalhando na capa. Ainda falta gravar umas vozes e participações especiais que ainda não confirmamos. Se tudo der certo soltamos um primeiro single em janeiro”, promete.
Olivia Rodrigo está vivendo seus dias de rockstar dos sonhos e depois de chamar Robert Smith para dividir o palco com ela no festival de Glastonbury, agora ela convidou todo o Weezer para cantar “Buddy Holly” e “Say It Isn’t So” com ela no show de encerramento da sexta-feira no Lollapalooza deste ano, em Chicago, nos Estados Unidos. A cara de felicidade dela é impagável!
Não é mais uma questão se há uma nova cena indie de bandas brasileiras nesta década, o volume de novos trabalhos fala por si. O mais interessante é notar que, ao contrário das cenas anteriores, quase sempre inspiradas por movimentações locais em que determinada cidade produzia uma nova safra de artista, inspirando outros em outros lugares, desta vez o ímpeto pós-pandêmico fez nascer bandas em todos os lugares do Brasil, cenas locais pequenas que se conectam estética e politicamente a partir da ubiquidade da internet, algo que era uma utopia no século passado e foi atropelada pela máquina de cliques que se tornou a rede na era do streaming e das redes sociais. A nova geração de artistas surge de vários lugares, quase sempre em grupo por gostarem de tocar junto e cada nova banda sempre puxa outras conexões. É o caso da ótima Ultraleve, de Ponta Grossa, no interior do Paraná, cuja conexão com os recém-acontecidos Hoovaranas (trio psicodélico instrumental que pouco a pouco vai tornando-se mais reconhecido) os coloca no holofote da vez, já que o grupo conta com dois hoovaranas na formação: o guitarrista Rehael Martins e o baterista Eric Santana. Só que aqui a psicodelia tem uma doçura e uma lentidão que os transforma em um grupo shoegaze, que ainda conta com a vocalista Mirella Keitel, o guitarrista Adryan Rosa e o baixista Keith Liam na formação. “Ultraleve nasceu no fim de 2024, sem planos nem pretensão — só a necessidade de transformar sentimentos em som. Era um jeito de respirar, de lidar com o que a gente carregava por dentro”, explica Rehael, quase hippie. “E, sem perceber, compusemos músicas que diziam mais do que imaginávamos. Decidimos então reunir essas emoções no nosso primeiro álbum.” O disco deve ser lançado em setembro e o grupo antecipa em primeira mão para o Trabalho Sujo seu segundo single, “Recomeçar”, que chega às plataformas de áudio neste sábado. Ouça abaixo:
Caroline Polachek fez um show na quinta passada na galeria de arte Aspen Art Museum, nos EUA, quando aproveitou a deixa para visitar uma das canções mais clássicas e densas de Nick Drake, a excelente “River Man”, que atingiu outra dimensão graças aos vocais de Caroline. Veja abaixo:
O Massarifest — já clássico festival do nosso pastor Fábio Massari — acaba de acrescentar mais uma atração em seu elenco e ninguém menos que o prog psicodélico do Violeta de Outono está incluso no festival dominical, que também anunciou os horários dos shows. Veja abaixo:
Balaclava não para! E acaba de anunciar a vinda do Primal Scream mais uma vez para o Brasil, dia 11 de novembro, na Áudio em São Paulo. Os ingressos começam a ser vendidos nesta terça-feira. My life shines on…
A partir desta quarta-feira diminuo o ritmo por aqui até o início da outra semana, enquanto tomo conta das mídias sociais da Flip, pela décima vez. Siga o Instagram da Flip aqui.