Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.
Morreu a mulher que nos fez chorar só com a voz em uma única música. No mesmo ano da morte do Lynch.
Parece que ela finalmente terminou o sucessor do ótimo Par de Olhos e começa a nova fase com um single chamado “2001”, já anunciado, embora sem data definida. Pra onde será que ela vai agora?
Há um tempo Letícia Novaes, a senhora Letrux, vem me falando de uma banda catarinense que ela descobriu chamada Nouvella, que conheceu a partir do contato com sua vocalista, Yasmin Zoran. “Conheci Yasmin na pandemia, ela me mandou DM falando da banda e, com aquele tempo elástico fantástico, realmente consegui ouvir tudo e pirei”, ela me conta por email. “Pirei. Achei rock. Achei eu. Achei tudo”, ri daquele jeito que a gente conhece. Yasmin completa, falando do seu lado: “Quem me apresentou a Letrux foi o Gabriel (Viegas), guitarrista da Nouvella, lá por 2020 e eu fiquei chocada, como assim eu não conhecia essa mulher antes? Comecei a mandar DM pra ela, falar que tinha uma banda e dali começamos a trocar bastante, foi nascendo uma amizade”, lembra a vocalista. “Temos muitas coisas em comum na forma de pensar, nos movimentar, performar no palco desde antes de nos conhecermos, é até um pouco impressionante. Ela é uma pessoa que me inspira não só na música, é uma pessoa incrível, humilde, linda. Sinto que ela realmente nos enxergou e dali veio essa parceria.” Desde então a amizade virtual virou parceria de palco, com Letícia participando de dois shows da Nouvella e Yasmin participando de um dos shows da Letrux – e a colaboração musical tornou-se inevitável. “Depois de um ensaio que fizemos esse ano, rolou um jam session meio histórica, de onde saíram esses duas músicas que viraram singles que vamos lançar”, Letícia refere-se a “Vira Essa Boca Pra Cá” e “Dropar teu Nome”, compacto duplo que chega às plataformas nesta sexta-feira e que elas anteciparam em primeira mão para o Trabalho Sujo. “Não lanço singles desde 2021, e nem nada novo autoral desde 23”, continua a vocalista do Letrux. “Sou muito chamada pra feat, mas minha pira mesmo é compor, então esses singles são xodó total pra mim.” As duas se encontram mais uma vez nesta quinta-feira, quando apresentam-se em Florianópolis em um show que já está esgotado e continuam juntas na semana que vem, quando Letícia traz a Nouvella (que ainda conta com Jenks no baixo e Luna na bateria) para tocar no Cineclube Cortina na próxima quarta-feira em São Paulo, onde ela também discoteca, além de participar do show da banda catarinensse, ao exibir os clipes para as duas músicas, que só serão divulgados no decorrer do mês de julho. Na sexta seguinte as duas seguem para o Rio de Janeiro, quando fazem o novo show de Letrux no Circo Voador, com a própria Nouvella abrindo a noite. E a conexão entre as duas é patente e as duas músicas falam por si, confere abaixo:
No primeiro show que fez em Liverpool, Dua Lipa preferiu fugir da obviedade e fez uma versão para uma música que todo mundo conhecia, mas que poucos sabiam que tinha vindo daquela cidade. No show seguinte, nesta quarta-feira, ela preferiu escancarar a obviedade e foi em uma das músicas mais conhecidas do grupo mais conhecido da história da secular cidade portuária inglesa, pinçando “Hey Jude” dos Beatles em uma versão deslumbrante. Só faltou o Paul aparecer de surpresa, como fez há algumas semanas no show de Bruce Springsteen na mesma cidade, mas nem tudo é perfeito.
O Weezer passa pelo Brasil por conta da vinda do grupo para o festival chileno Primavera Fauna, que ainda trará o Massive Attack, Aurora, o Bloc Party, o grupo James, o Mogwai e o Whitest Boy Alive, além do Yo La Tengo e do Stereolab que já anunciaram sua vinda para o Brasil. E quem trará os outros para o país? A banda de Rivers Cuomo deixou no ar que talvez venham para o Brasil dentro de um festival – e vamos combinar que Massive Attack, Weezer, Bloc Party, Whitest Boy Alive, Aurora e Mogwai seriam um bom recomeço para a edição paulistana do Primavera Sounds (que não tem nada a ver com o festival chileno, apesar de ser quase homônimo), que não aconteceu no ano passado. Faltaria só um headliner mais pop, tipo a Charli XCX ou a Clairo… Imagina… Os ingressos para o festival chileno acontecerão a partir de 1º de julho neste link.
“América do Sul, te ouvimos em alto e bom som, por isso agora é hora!”, avisou o Weezer ao anunciar que fará três datas no continente, tocando dia 2 de novembro em São Paulo (num lugar a confirmar e, aparentemente, dentro de um festival), dia 5 em Buenos Aires e dia 7 em Santiago, dentro do Primavera Fauna – e, sim, dentro da turnê em que o grupo toca seu disco de estreia na íntegra. E precisamos falar sobre esse festival chileno…
Morreu nesta quinta-feira, um dos maiores autores de trilhas sonoras de todos os tempos. O músico argentino Lalo Schifrin trouxe elementos do jazz para trilhas de cinema e aos poucos passou a misturar todos os tipos de gêneros musicais e sonoridades num amálgama sonoro que era a cara de seus temas. Embora mais conhecido pelo tema do seriado Missão Impossível e pela série de filmes Dirty Harry, ele também compôs para os filmes THX 1138, Bullit, Rebeldia Indomável, Operação Dragão, A Vingança de Milady, A Águia Pousou e a trilogia Hora do Rush. Maestro de uma orquestra que fazia trilhas para programas de TV para uma emissora argentina, até que foi convidado por Dizzy Gillespie para os Estados Unidos, para onde mudou-se em 1960, quando iniciou sua carreira internacional, gravando com nomes como Ella Fitzgerald, Count Basie e Sarah Vaughan antes de dedicar-se ao cinema. Além de trabalhar para o cinema também escreveu arranjos para os shows dos três tenores Luciano Pavarotti, Placido Domingo e Jose Carreras, além de escrever trilha para videogames, como o jogo Tom Clancy’s Splinter Cell: Pandora Tomorrow. O maestro morreu por complicações de pneumonia. Tinha 93 anos.
Junho está chegando ao fim, hora de anunciar quem tocará no palco do Centro da Terra no mês de julho. As segundas-feiras ficam a cargo da dupla carioca Kartas, em que Marcela Mara e Zozio, acompanhados por Guilherme Paz e Karin Santa Rosa, aproveitam a temporada paulistana para encontrar no palco chapas que por aqui estão e comemorar uma década fundindo som e palavra . A temporada 4A começa dia 7 com as presenças de Negro Leo (na vitrola e teclado), Marcos Campello (no trompete e guitarra), Siddhartha Animaina (na voz e eletrônicos) e Talita de Jesus (no trompete). Na segunda seguinte, dia 14, a dupla recebe os músicos Paola Ribeiro (na voz e berimbau), Cacá Amaral (bateria), Paula Rebellato (no tambor, voz, pedais e teclado), Eldra (no trompete), Gustavo Torres (fazendo uma instalação sonora), além de receber os performers Herik Reis Kohl, Pedro Gutman e Nova Buttler. Na terceira segunda-feira, dia 21, os convidados são TudoLiga NadaFunciona AKA Pacola (tocando teclado, vitrola, monotribe e efeitos), Bernardo Pacheco (fazendo processamento sonoro) e Bruno Trchmnn (tocando rabeca). A temporada encerra dia 28 com os músicos Romulo Alexis (trompete), Bernardo Pacheco (processamento sonoro e guitarra), Rômulo França (saxofone alto), Clóvis Cosmo (flauta transversal), Rayra Pereira (eletrônicos), além das performances dos SVSTVS. Mas o mês começa na primeira terça-feira, dia 1º, quando o guitarrista paulistano Rainer Pappon traz seu grupo de surf music pós-punk Ippon, antecipando o disco que lançarão no segundo semestre no espetáculo A Prévia do Ippon. Na terça seguinte, dia 8, temos o prazer de receber o mestre carioca Marcos Suzano, que apresenta seu espetáculo Suzano San Duo ao lado de Guilherme Gê, que fica nos teclados e synthbass enquanto o percussionista passeia por modalidades clássicas (como berimbau e pandeiro) e eletrônicas (HandSonic e ATV aFrame) de seus instrumentos. No dia 15 é a vez do guitarrista paranaense Vitor Wutzki, que musica poemas de Adélia Prado, Angélica Freitas, Nanao Sakaki e Rilke em canções inéditas que estão gravadas na pasta Meus Documentos, do seu computador, que acaba por batizar o espetáculo, que apresenta ao lado de Gabriel Edé (baixo), Tomás Gleiser (teclado) e Bruno Iasi (bateria e eletrônicos). Na semana seguinte, dia 22, recebemos a dupla formada pelo autor, o poeta César Obeid e a educadora e compositora Branca Brener, que transformam ao vivo um livro de Obeid no espetáculo Canções para a Paz, acompanhados de Daniel Szafran (teclados, guitarras, violões, baixo e acordeon) e Vicente Falek (teclados, flauta, viola caipira, percussão e acordeon). A programação musical do mês termina no dia 29, quando a dupla de hip hop experimental Kim e Dramma apresentam o espetáculo inédito Nodo, inspirado no aniversário de um ano de seu disco de estreia, No Ombro Dos Outros, além de canções inéditas em que são acompanhados por uma banda formada por Valentim Frateschi (baixo), Caio Colasante (guitarra), Eduardo Barco (teclados) e Leandro Serizo (vocal e sanfona). Os espetáculos começam sempre às 20h e os ingressos já estão à venda no site do Centro da Terra.
#centrodaterra2025
Na primeira apresentação em Liverpool de sua nova turnê, Dua Lipa preferiu não ser tão óbvia e homenageou uma banda que ninguém nem lembra que é da cidade, quando lembram da própria banda em si, que entrou para o imaginário coletivo graças a uma versão acelerada por Amy Winehouse para um de seus hits. No show de terça-feira, no entanto, ela preferiu tocar a versão original de “Valerie” e para isso chamou o vocalista dos Zuttons, Dave McCabe. Ficou massa: