Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.
A vocalista do Portishead, Beth Gibbons, aproveitou essa quarta-feira para soltar mais uma faixa de seu primeiro disco solo, Lives Outgrown, programado pra sair no dia 17 de maio (o mesmo dia do disco da Billie Eilish). “Reaching Out” é mais claustrofóbica e percussiva que “Floating on a Moment“, a balada que apresentou quando anunciou seu primeiro disco solo, e explode em metais pela metade da música em diante, deixando o vocal de Beth ecoar solto até o final da canção. O clipe, como o primeiro vídeo que lançou, segue o padrão que mistura computação gráfica, padrões de inteligência artificial, colagens visuais e fractais em 3D, ganhando inclusive uma versão interativa feita pelo autor do filme, o videoartista Weirdcore, neste link.
A produtora Maraty, dos chapas Leandro Carbonato e André Barcinski, acaba de confirmar a vinda da banda norte-americana Dandy Warhols para o Brasil pela primeira vez! O show acontece no dia 13 de junho, no Carioca Club, a abertura fica por conta dos Autoramas e os ingressos já estão à venda neste link!
E que tal a escalação desse ano do Newport Jazz Festival, que inclui nomes como André 3000, o Chic de Nile Rogers, Kamasi Washington, Elvis Costello, o brasileiro Amaro Freitas, Brittany Howard, Laufey, Meshell Ndegeocello, Corey Wong, Noname, Robert Glasper, Sun Ra Arkestra, Samara Joy, Thievery Corporation, Lianne La Havas, o Dinner Party de Terrace Martin, Robert Glasper e Kamasi Washington (que vem pra São Paulo tocar no festival C6), Cimafunk, Makaya McCraven com Jeff Parker e tantos outros? O evento acontece entre os dias 2 e 4 de agosto deste ano, em, claro, Newport, nos EUA, e os ingressos já estão à venda.
Nesta terça-feira, o trio Música de Selvagem convidou o público do Centro da Terra para uma viagem densa que, ao mesmo tempo em que desbravava fronteiras de linguagem, lentamente aquecia sentimentos e neurônios ao apresentar o conceito de sua apresentação Cru/Cozido, inspirado no trabalho do antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, inspirador do disco Pensamento Selvagem, lançado em 2021. O disco original, fruto do processo de isolamento do período pandêmico, misturou os instrumentos do trio (o baixo de Arthur Decloedt, os sopros de Filipe Nader e a percussão de Guilherme Marques) às incursões vocais de Inês Terra e às eletrônicas de Luisa Putterman – tudo gravado à distância e trabalhado em três partes de pós-produção dirigida por cada um dos integrantes do grupo. O trabalho de 2021, portanto dividido em três atos, foi seccionado em 94 partes, sendo que três delas apresentavam cada um dos atos. Para cada uma das 91 partes do trabalho, a artista gráfica Maria Cau Levy criou uma capa específica e todos esses 91 recortes visuais estavam espalhados pelo palco do teatro do Sumaré, de onde o público pode assistir à apresentação. Grudados na plateia, os instrumentistas não precisaram nem de microfones, deixando este apenas com Inês, que ainda processava sua própria voz no meio das diferentes camadas de improviso livre propostas pelo encontro. No lugar de Putterman, que não estava na cidade, o trio chamou o trompetista Rômulo Alexis, que alternou seu instrumento com apitos e flautas, complementando os malabarismos vocais de Inês. Como no disco, o espetáculo foi dividido em três partes, cada uma delas mostrando o processo de transformação da comida que mudou a cara da civilização, apresentando primeiro o estado cru para depois mostrar a metamorfose do momento de cocção para finalmente exibir a última etapa, já cozida. As três partes misturavam ataques coletivos com duos entre diferentes integrantes da apresentação, todos temperados pela luz que ia da penumbra ao calor de cores quentes, numa apresentação curta que ao mesmo tempo pareceu suspender nossa noção de tempo.
Quem dá as caras nesta terça-feira no Centro da Terra é o grupo instrumental Música de Selvagem, mostrando uma versão ao vivo do disco que lançaram em 2021 inspirado na obra do antropólogo e etnólogo francês Claude Lévi-Strauss chamado Pensamento Selvagem, disco que compuseram remotamente a partir de fragmentos que encontraram na internet e incorporaram à sua música ao lado da cantora Inés Terra e da artista sonora Luisa Putterman, a partir do espírito catalogador do pensador francês, cujo título de uma de suas principais obras batiza o disco, que conta com 94 faixas. Dada à dificuldade de reproduzir o experimento ao vivo, o grupo formado por Arthur Decloedt (baixo acústico), Filipe Nader (saxofones alto e barítono) e Guilherme Marques (piano, percussão e bateria) desenhou o espetáculo Cru/Cozido, em que a improvisação livre é pautada pelo disco de 2021, dividida em três partes: cru, transição entre cru e cozido e cozido. A apresentação conta com a presença de Inês e com o trompetista convidado Romulo Alexis. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados neste link.
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Um dos principais acontecimentos dos anos 60 na história da cultura pop foi a transformação de uma região em ascensão dos Estados Unidos em marco central daquela década. Por mais que Hollywood já estivesse aberto as portas da Califórnia para o resto do mundo, só com a música que o estado da costa oeste dos EUA tornou-se reconhecido – mais que isso, desejado – pelo resto do planeta. Suas principais cidades, Los Angeles e São Francisco, tornaram-se pontos de referência para toda uma geração que cresceu lendo os beats e depois cairia de cabeça na psicodelia e no LSD, mas quem começou essa história foi uma banda de irmãos chamada Beach Boys, cuja história finalmente é repassada num documentário batizado apenas como o nome do grupo, produzido pela Disney, que estreia no próximo dia 24 de março no canal de streaming da produtora. Dirigido por Frank Marshall e Thom Zimny, o documentário conta com entrevistas com os integrantes da banda que ainda estão vivos – Brian Wilson, Mike Love, Al Jardine, David Marks e Bruce Johnston -, além de trazer cenas inéditas e muito material raro sobre o grupo que mudou a cara da música pop nos Estados Unidos. O trailer do filme, que ainda traz depoimentos de fãs como Lindsey Buckingham, Janelle Monáe e Don Was, acaba de dar o ar de sua graça, veja abaixo:
E a temporada de abril no Centro da Terra começou devagarinho, como quem não quer nada, e aos poucos dominou o público que saiu de casa numa segunda-feira chuvosa para encher o teatro do Sumaré. Rodrigo Campos, Rômulo Froes e Thiago França começaram pelo projeto mais recente dos dois primeiros (o ótimo Elefante, lançado no ano passado), contando com a presença de Marcelo Cabral e Anna Vis como convidados. Cabral esteve no palco desde o início, quase um quarto integrante da temporada, e enquanto Rômulo e Rodrigo dividiam-se nos violões, ele e Thiago alternavam de instrumentos a cada nova canção: Thiago ia do sax pra flauta pro surdo pro cavaco e pra caixinha de fósforos, enquanto Cabral alternava seu contrabaixo acústico (tocado com ou sem arco e com ou sem efeitos) com outros instrumentos de percussão. Da metade da apresentação em diante, Anna Vis veio sem instrumentos para o centro do quarteto, dobrando vozes com os outros dois vocalistas, que expandiam o repertório para além do disco de 2023, puxando músicas em comum aos envolvidos, desde canções solo de Rômulo e Rodrigo (que estreou uma inédita, “Cadê o Dinheiro?”) a uma natalina fora de época (e triiiiste) “Boas Festas” de Assis Valente até “Da Vila Guilherme até o Imirim”, do Passo Torto, e “Dono da Bateria”, do disco Conversas Com Toshiro, de Rodrigo, que encerraram a apresentação.
Hit Me Hard and Soft é o nome do terceiro disco de Billie Eilish que ela acaba de revelar pelo Instagram em caps lóki. O disco sai no dia 17 de maio e não há nenhuma novidade sobre primeiro single, nome das músicas ou participações especiais, mas deve ser questão de tempo pra que isso aconteça.
Eita que abril já começou desequilibrando tudo – e a temporada das segundas-feiras no Centro da Terra reúne um trio da pesada que só aumenta a responsa do mês. Imensa honra receber Rodrigo Campos, Rômulo Froes e Thiago França, que brilham em quatro datas diferentes no nosso querido teatro do Sumaré em uma temporada em que cruzam e misturam obras e canções feitas em várias mãos na temporada 3 na Ribanceira. A primeira noite, dia 8, vê os três passeando pelas canções do disco que Rômulo e Rodrigo lançaram no ano passado, como Anna Vis e Marcelo Cabral como convidados da apresentação chamada Elefante, O Oráculo da Noite. Na próxima segunda, dia 15, eles recebem Victória dos Santos, Fernanda Sangirardi e Bia Falleiros para uma roda de samba montada no palco do teatro, batizada de Samba de Tablado. Na terceira segunda-feira, os três apresentam apenas músicas inéditas sem convidados na noite chamada Sem Paralelo e encerram a temporada chamando mais uma vez Marcelo Cabral e desta vez Juçara Marçal para desfilar seus repertórios conjunto na noite chamada Coisas Nossas. Os espetáculos começam pontualmente às 20h e os ingressos para todas as noites já estão à venda neste link.
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